CHUTANDO O BALDE E LIGANDO O
PITOCO DO FODA-SE!!!... (Imagem: Acervo ArtLAM - Olha lá! Não me diga de boas novas ou de
más velhas, estou mais pra Poética do Bandeira. E de saco cheio
da saparia papagaiada: só repetindo clichês! Eu sei: não se pode ser autêntico
meio expediente, nem honesto pela metade. E se vai pro tudo ou nada, proteja o
furico e meta a sola pra cima. Saiba que o Brasil é tão grandão que o Sol
esturrica num canto e tudo alagado do outro lado, afora dar de cara com a maior
anomalia paradoxal no pau da venta em qualquer lugar que der as caras. Há
sempre a surpresa na esquina. Mas quando apurar direitinho: é o mesmo do
próprio, talqualzinho aqui, ali, acolá, alhures. Não muda não é? Muda, quando
muito, só de paisagem; o resto: cara dum, cu de outro. Alguns disfarces à
primeira vista, nada que dê pra levar que alguém morreu e passa bem. Nunca será
às pressas que se destrincha a coisa. Só no amiudado, pormenores entregam tudo:
é só puxar o fiapo que tudo despenca, noves fora nada. Melhor saber logo que
pra viver não há fórmula ou panaceia: a vida precisa de tempo e dedicação. E discernimento.
Não adianta levar nas coxas ou na pontinha dos dedos. No fim só dá babau. Tem
de arregaçar as mangas e sustentar a lapada na caixa dos peitos. Quando baixar
a poeira geral, pelo menos, uma possível constatação: o mundo não acabou pra
mim, nem pra ninguém. Quase. Está tudo numa peínha de nada, sobrevivendo. Então
vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!! Veja mais aqui, aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS - Até
então, quando eu estava refletindo sobre meu eu mais jovem, vi uma garota que
não sabia o que estava fazendo. Ao reler essas ideias, ou meus diários daquela
época, eu sinto uma leve vontade de vivenciar isso de novo, mesmo que eu não
diga que quero ter 20 anos de novo. Na verdade, a parte mais difícil foi
descobrir que, fundamentalmente, não tinha mudado tanto. Acho que estou
passando por um processo de confrontar quem eu era, e talvez quem eu sou agora.
É muito difícil dissecar meu processo de trabalho, mas sei que existe um
equilíbrio delicado entre reflexão e espontaneidade. Preciso planejar muito as
coisas, mas também gosto de ter a liberdade de jogar algumas dessas ideias
pré-concebidas no lixo. Principalmente durante as filmagens eu gosto de viver
mais o momento, e tenho muitas ideias na cabeça: mudo partes da história, ou o
rumo que ela leva porque vejo algo que está sendo desenvolvido entre os
personagens... É difícil de descrever, na verdade. Costumo não chamar de
improvisação o que faço, porque acho que é algo que não tem um plano ou uma
estrutura, e meu trabalho é muito estruturado. Mas essa estrutura que me
permito me dá muito liberdade. Também é verdade que trabalho de uma forma tão
intuitiva que é difícil desvendar o que fiz. Criativamente, sinto-me mais
confortável quando tenho um projeto, uma razão de ser. Pensamento da
cineasta e roteirista britânica Joanna Hogg.
ALGUÉM FALOU: O que aconteceu comigo não deve acontecer com a próxima
geração. Tive de contar esta história à próxima geração. Minha
própria filha tinha 15 anos, era dançarina e atriz em uma escola de artes de
Los Angeles. Ela estava andando de malha e eu tive esse medo. Pensei: 'O que
aconteceu comigo nunca deve acontecer com ela'. Eu tive que escrever isso para
ela e seus amigos. Para todas as meninas. O cinema não pode encobrir o tráfico
ilícito de meninas. Pensamento da atriz e escritora francesa Judith
Godrèche, que estreou no cinema aos 14 anos de idade, no filme The
Disenchanted (1987), dirigido por Benoît Jacquot. Na mesma idade obteve o seu
primeiro papel importante, em Les mendiants, do mesmo diretor. A fama
veio com o filme La fille de 15 ans (1989), de Jacques Doillon. Em 1994
publicou seu romance Point de côté. E seguiu a carreira em diversos
filmes.
O FILHO MÚLTIPLO - [...] Um sol novato
explodiu num céu que até então havia evitado o verão. Ele se espalhou,
fervilhando sobre a cidade, perfurando os telhados de vidro do salão; iluminava as
locomotivas e os vagões, fazia brilhar os trilhos. Sob este clarão de luz,
até a memória das nuvens, com a cor cinza com que pintam rostos e pedras,
desvaneceu-se. Durante uma primavera bolorenta, o tempo se superou. O verão prometia ser
triunfante. [...]. Trechos extraídos da obra L’enfant
multiple (Flammarion, 1989), da escritora francesa Andrée
Chedid (1920-2011), autora da
frase poética: O que mais podemos fazer, mas jardinar nossas sombras
enquanto estiver longe o universo queima e desaparece. Veja mais aqui e
aqui.
Imagem: A passos largos, acrílico sobre tela,
1,30x1,60m, 2005, do artista plástico Antonio Bedotti Organofone.
Ouvindo a Overture
to Si j`etais Roi (1852), do
compositor francês Adolphe-Charles Adam (1803-1856), com a Orchestre du Theatre
National de l`Opera de Paris, regida por Hermann Scherchen.
EU ETIQUETA, DE DRUMMOND – “Em
minha calça está grudado um nome / Que não é meu de batismo ou de cartório / Um
nome... estranho. / Meu blusão traz lembrete de bebida / Que jamais pus na
boca, nessa vida, / Em minha camiseta, a marca de cigarro / Que não fumo, até
hoje não fumei. / Minhas meias falam de produtos / Que nunca experimentei / Mas
são comunicados a meus pés. / Meu tênis é proclama colorido / De alguma coisa
não provada / Por este provador de longa idade. / Meu lenço, meu relógio, meu
chaveiro, / Minha gravata e cinto e escova e pente, / Meu copo, minha xícara, /
Minha toalha de banho e sabonete, / Meu isso, meu aquilo. / Desde a cabeça ao
bico dos sapatos, / São mensagens, / Letras falantes, / Gritos visuais, /
Ordens de uso, abuso, reincidências. / Costume, hábito, premência, /
Indispensabilidade, / E fazem de mim homem-anúncio itinerante, / Escravo da
matéria anunciada. / Estou, estou na moda. / É duro andar na moda, ainda que a
moda /Seja negar minha identidade, / Trocá-la por mil, açambarcando / Todas as
marcas registradas, / Todos os logotipos do mercado. / Com que inocência
demito-me de ser / Eu que antes era e me sabia / Tão diverso de outros, tão mim
mesmo, / Ser pensante sentinte e solitário / Com outros seres diversos e
conscientes / De sua humana, invencível condição. / Agora sou anúncio / Ora
vulgar ora bizarro. / Em língua nacional ou em qualquer língua / (Qualquer
principalmente.) / E nisto me comparo, tiro glória / De minha anulação. / Não
sou - vê lá - anúncio contratado. / Eu é que mimosamente pago / Para anunciar,
para vender / Em bares festas praias pérgulas piscinas, / E bem à vista exibo
esta etiqueta / Global no corpo que desiste / De ser veste e sandália de uma
essência / Tão viva, independente, / Que moda ou suborno algum a compromete. /
Onde terei jogado fora / Meu gosto e capacidade de escolher, / Minhas
idiossincrasias tão pessoais, / Tão minhas que no rosto se espelhavam / E cada
gesto, cada olhar / Cada vinco da roupa / Sou gravado de forma universal, /
Saio da estamparia, não de casa, / Da vitrine me tiram, recolocam, / Objeto
pulsante mas objeto / Que se oferece como signo dos outros / Objetos estáticos,
tarifados. / Por me ostentar assim, tão orgulhoso / De ser não eu, mas artigo
industrial, / Peço que meu nome retifiquem. / Já não me convém o título de
homem. / Meu nome novo é Coisa. / Eu sou a Coisa, coisamente”. Veja mais aqui e aqui.
ANTONIO CÂNDIDO –O poeta,
ensaísta, professor universitário e critico literário Antonio Cândido, em sua
obra Formação da Literatura Brasileira, um trabalho sem igual na cultura
nacional e sob uma visão histórico-sociológica que estudou, em profundidade, os
primeiros movimentos literários, falou que: “Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela,
não outra, que nos exprime. Se não for amada, não revelará a sua mensagem; e se
não a amarmos, ninguém o fará por nós. Se não lermos as obras que compõem,
ninguém as tomará do esquecimento, descaso e incompreensão”. Veja mais
aqui.
ANA MELLO – A escritora, professora e técnica Química gaúcha
Ana Mello, é coordenadora do Poetrix no RS, autora do livro Minicontando
(2009) e de vários e-books no Brasil e em Portugal. Atualmente ministra
oficinas literárias para o público jovem e adulto. Entre suas obras poéticas
destacamos Mulheres: “Bonitas ou
feias, / gordas ou magras./ Amadas, esquecidas. / Dependentes ou não. /
Carentes, envolventes. / Submissas, acreditas? / Quando amigas são fiéis. / Se
inimigas são cruéis. / São mães e amam demais. / Perdoam e se doam. / Dizem não
e cortam, / despedaçam o coração. / São avós e deixam tudo, / atendem pedidos /
fazem carinho – fadas. / São amantes que choram, / riem e compartilham. /
Trabalhadoras, sustentam, / enfrentam resignadas / duas, três jornadas. / Diferentes
ou iguais / poderosas, virtuosas, evoluem. / Velhas ou meninas / puras ou
impuras / cristalinas. / Masculinas e femininas / são controvérsia e emoção. /
Ser mulher é um jeito / de viver, amar e crescer. /Por natureza ou opção”.
BENEDITO PONTES – Foi no Clube
Caiubi de Compositores que conheci a obra musical do cantor, compositor,
professor universitário e engenheiro civil alagoano, Benedito Pontes. Foi a
partir daí que sou que ele já lançou Mãe Terra (2007), Quem for podre que se quebre (2008), O
perigo é gostar (2010) e Linguagem Emocional (2014), apresentando uma
riquíssima diversidade de ritmos e temas que vai do maracatu ao chorinho, da
bossa ao xote, frevos e sons de sua verve musical. Para se ter ideia do seu
talento, ele criou em
parceria com a musicista, compositora e pianista Orietá Feijó o grupo Ero
Dictus, com o objetivo divulgar a música erudita no Estado de Alagoas. Seus
talento é inquestionável e eu aplaudo de pé esse grande artista.
Veja mais sobre:
O cis, o efêmero & eu aqui.
E mais:
Cancioneiro da imigração de Anna Maria Kieffer & Ecologia Social de Murray
Bookchin aqui.
A poesia de Sylvia Plath & a
Filosofia da Miséria de Proudhon aqui.
Antonio Gramsci & Blinded Beast de Yasuzo Masumura & Mako Midori aqui.
Mabel Collins & Jiddu Krishnamurti aqui.
Christiane Torloni & a Clínica de Freud
aqui.
Paulo Moura, Pedro Onofre, Gustavo Adolfo
Bécquer, Marcos Rey, Mihaly von Zick, Marta Moyano, Virna Teixeira aqui.
A obra de Tomás de Aquino &
Comunicação em prosa moderna de Othon M. Garcia aqui.
Essa menina é o amor aqui.
Uma gota de sangue de Demétrio Magnoli
& mais de 300 mil no YouTube aqui.
A filosofia & Psicologia Integral de
Ken Wilber & o Natal do Nitolino aqui.
Possessão do prazer aqui.
Roberto Damatta & o Seminário do
Desejo de Lacan aqui.
A nova paixão do Biritoaldo: quando o
cara erra a porta de entrada, a saída é que são elas aqui.
A ambição do prazer aqui.
Todo dia é dia
da mulher aqui.
A croniqueta de
antemão aqui.
Palestras: Psicologia,
Direito & Educação aqui.
Livros Infantis
do Nitolino aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Art by Ísis Negelibata.
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.