SALVE, STEFANIA... – A sua
infância em Viareggio já vislumbrava um futuro promissor. Uma linda menina que
se tornou uma belíssima adolescente participou do Miss Italia. Aos quinze anos
estreou como Cláudia no Gioventù di notte, logo se firmando como uma linda
garota trapaceira e ladra no Il
federale, que foi quase
atropelada por um fascista. Veio então a notoriedade
como Angela no Divorzio all'italiana, no qual é prima da
esposa de um barão falido que por ela se apaixona. Foi ela a única atriz
italiana capaz de transmitir as aspirações das mulheres jovens, justamente a
partir da interpretação da jovem empreendedora Roberta de La bella di Lodi,
que numa tarde de verão, ao tomar banho de praia, observa que um ladrão queria
roubar sua bolsa e ela descobre que é um piloto de kart e se apaixona; ela é
uma mulher dinâmica nos negócios, não lembrando em nada uma italiana. Tornou-se
uma celebridade, com a reputação de mulher mais que especial, representando a
atrevida e provocadora Marie-Claude no Les Vierges, a Anella no Il
Fornaretto di Venezia, a Angie, a carona no Lo sciacallo - L'aîné de
Fercheaux. Também a adolescente siciliana Agnese no Sedotta e abbandonata, que é seduzida pelo
noivo de sua irmã e fica grávida, como na Hélène Feuillard de L'amore e la chance, como a bela
jovem do interior Adriana Astarelli que vai pra Roma no Io la conoscevo bene e se torna uma modelo de
sucesso: a vontade
de chegar ao estrelato se torna uma realidade. Muitas outras ganharam vida,
como a trapaceira Véronique
no Avventuriere a Tahiti, a amante Marisa
Malagugini no L'immorale, que tem um filho
no meio de um quarteto amoroso com um violinista casado. Mais ainda: a bela burguesa Clara no Partner de Bertolucci, que
se envolve com um jovem professor de teatro, revolucionário de salão: Nós
somos a favor da alegria, da graça e da felicidade... A apaixonante Gemma
no L'amante di Gramigna, a jovem bruxa Tiburzia da Pellocce no Brancaleone alle Crociate, a Luciana no C'eravamo tanto
amati, a Sylvia no Les Magiciens, a Anita Foschi
de 1900, uma esposa que morre no parto; a Beatrice no La famiglia,
a Francesca de Um Filme Falado,
a Giovanna no La Terrazza, a Anna de L'Ultimo Bacio, a Lori Samuelli no Speriamo che sia femmina. a belíssima Anna Nigiotti no La Prima Cosa Bella, a mãe prostituta no Jamón, Jamón; a
Sylvia Leopardi no Police Python 357, a Patrizia no Il piccolo diavolo,
a Victoria Ramos no Sons and Daughters, a Isabella no La cena, a Elsa
no Esperando al Mesías, a voluptuosa Teresa Rolfe posando pras fotos e
nua no La chiave, a quarentona senhora Anna no Caramelle,
fazendo de tudo até recorrer a uma feiticeira para seduzir o marido. Não para
por aí: a metalúrgica apaixonada Carmela Santoro no Delitto D'Amore, a
desenfrada carnavalesca Manuela no Una
donna allo specchio. Tudo isso afora tantos e muitos outros papéis que no
cinema a fizeram um dos ícones da beleza da mulher italiana. Salve,
a atriz italiana Stefania
Sandrelli. Veja mais aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS - Se você não pode dizer
algo de bom sobre alguém, sente-se aqui perto de mim. Tenho uma filosofia
simples. Preencha o que está vazio. Esvazie o que está cheio. E coce onde coça. Valorizei minha independência desde cedo
e sempre fui um tanto individualista… Bem, pelo menos uma exibicionista... Pensamento da
escritora estadunidense Alice Longworth (1884-1980).
ALGUÉM FALOU: Nem tudo
o que enfrentamos pode ser mudado, mas nada pode ser mudado até que seja
enfrentado... Pensamento do escritor estadunidense James Baldwin
(1924-1987). Veja mais aqui e aqui.
A MARÉ CORRE… - […] Apenas visitando
Trinidad, nunca poderíamos ter visto a escuridão desta ilha. A força disso
dominou e silenciou você. Só depois de se
mudar para cá a calma se tornou perturbadora. Traços de
ressentimento brilhando sob a pele de rostos orgulhosos, no andar de corpos
móveis. A casa, nosso
refúgio de férias da vida urbana de Trinidad, nos seduziu em seu ventre,
prometendo paz de espírito, uma vida livre de crime e o azul do Mar do Caribe. Assim que o
trabalho de Peter em Trinidad terminou, nos mudamos. E agora o refúgio
nos protegia de coisas desconhecidas e profundas. Sempre maternal,
dando espaço para erros e meditação, zelando pelo nosso sono. [...].
Trecho extraído da obra Tide Running (Farrar, Straus and Giroux, 2003), da escritora guianesa Oonya
Kempadoo, autora da frase: Pobre mas não desamparado é um ambiente
conflitante e desafiador para se viver....
BASÍLIO DA GAMA – O poeta mineiro do Arcadismo brasileiro,
José Basílio da Gama (1740-1795) é autor, entre outras obras, do poema Uruguai (1769) que abordou o índio com
um tratamento literário até então não dedicado, com uma dimensão poética que
rompe com a tradução, abandonando as referências mitológicas e preferindo a
temática do fetichismo indígena. A obra é tida como de beleza prática exemplar,
construído com cinco cantos e conta a luta dos índios sublevados pelos jesuítas
e os espanhóis nas missões dos Sete Povos do Uruguai, com causa de luta para
cumprir o Tratado de Madri, de 1750, que passa para os portugueses as missões e
a Colônia de Sacramento para os espanhóis. Foi ele quem entre os árcades melhor
trabalhou a poesia épica. Dele destacamos um fragmento do poema A morte de Lindoia (Uruguai, canto IV):
“[...] Não faltava, para se dar princípio
à estranha festa, / mais que Lindoia. Há muito lhe paparam / todas as brancas
penas revestidas / festões de flores as gentis donzelas. / Cansados de esperar,
ao seu retiro / vão muitos impacientes a buscá-la. / Estas de crespa Tanajura
aprendem / que entrara no jardim triste e chorosa, / sem consentir que alguém a
acompanhasse. / Um frio susto corre pelas veias / de Caitutu, que deixa os seus
no campo; / e a irmã por entre as sombras do arvoredo / busca co´a vista, e
teme de encontrá-la. / Entram enfim na mais remota e interna / parte de antigo
bosque, escuro e negro, / onde ao pé de uma lapa cavernosa / cobre uma rouca
fonte, que murmura, / curva latada de jasmins e rosas. / Este lugar delicioso e
triste, / cansada de viver, tinha escolhido / para morrer a mísera Lindóia. /
Lá reclinada, como que dormia, / na branda relva e nas mimosas flores, / tinha
a face na mão, e a mão no tronco / de uma fúnebre cipreste, que espalhava /
melancólica sombra; mais de perto / descobrem que se enrola no seu corpo /
verde serpente, e lhe passeia e cinge/ pescoço e braços, e lhe lambe o seio. /
Fogem de a ver assim, sobressaltados, / e param cheios de temor ao longe; / e
nem se atrevem a chamá-la, e temem / que desperte assustada, e irrite o
monstro, / e fuja, e apresse no fugir a morte. / Porém o destro Caitutu, que
treme/ do perigo da irmã, sem mais demora / dobrou as pontas do arco, e quis
três vezes / soltar o tiro, e vacilou três vezes / entre a ira e o temor. Enfim
sacode / o arco e faz voar a agida seta, / que toca o peito de Lindóia, e fere
/ a serpente na testa, e a boca e os dentes / deixou cravados no vizinho
tronco. / Açouta o campo côa ligeira cauda / o irado monstro, e em tortuosos
giros / se enrosca no cipreste, e verte envolto / em negro sangue o lívido
veneno. / Leve nos braços a infeliz Lindoia / o desgraçado irmão, que ao
despertá-la / conhece, com que dor! No frio rosto / os sinais do veneno, e vê
ferido / pelo dente sutil o branco peito. / Os olhos, em que amor reinava, um
dia, / cheios de morte; e muda aquela língua / que ao surdo vento e aos ecos
tantas vezes / contou a larga histórica dos seus males. / Nos olhos Caitutu não
sofre o pranto, / e rompe em profundíssimos suspiros, / lendo na testa da
fronteira gruta / de as mão já tremula gravado / o alheio crime e a voluntária
morte. / E por todas as partes repetido / o suspirado nome de Cacambo. / Inda
conserva o pálido semblante / um não sei quê de magoado e triste, / que os corações
mais duro enternece / tanto era bela no seu rosto a morte!”. Veja mais aqui
e aqui.
Imagem: Night Hawks (1942), do pintor, artista gráfico e ilustrador estadunidense Edward Hopper (1882-1967).
Ouvindo no Dia do Cantor Lírico, a soprano brasileira Silviane Bellato cantando a Ária Come Serenamente, da ópera Lo Schiavo, de Carlos Gomes, com regência de Luiz Fernando Malheiro.
SILVIANE BELLATO – A
cantora lírica timbre soprano lírico spinto, Silviane Bellato, estudou
canto na Escola Municipal de Música de São Paulo, aperfeiçoando-se no Instituto
Superior de Artes do Teatro Colón, de Buenos Aires. Depois estudou em Barcelona
e Itália, debutando como solista no Theatro Municipal de São Paulo. Em 2003
esteou no Teatro Colón, em Buenos Aires, com a ópera Simon Boccanegra, de Verdi.
Ela já atuou em importantes teatros brasileiros e internacionais, sob a
regência de renomados regentes. Em 2011 participou do Festival Cultural Alfonso
Ortiz Tirado, no México, e no seu repertório consta, além de Verdi, obras de
Puccini, Bellini, Strauss, Carlos Gomes. Mozart, Bizet e Giordano. Veja mais
aqui, aqui, aqui e aqui.
PROGRAMA
TATARITARITATÁ – O programa Tataritaritatá
que vai ao ar todas terças, a partir das 21 (horário de Brasilia), é comandado
pela poeta e radialista Meimei
Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação
desta terça aqui. Logo mais, a partir das 21hs, acontecerá mais uma edição do programa Tataritaritatá, com apresentação de Meimei Corrêa e com as seguintes atrações na programação: Silviane Bellato & Richard Bauer, Thiago de Melo, Hermeto Pascoal, Luis Gonzaga, Gal Costa, Chico Buarque, Legião Urbana, Lô Borges & Milton Nascimento, Maria Rita, Fagner & Roupa Nova, Soares Teixeira, Vicente Viola & Marcelo Paes, Ricardo Machado & Sérgio Natureza, Danny Calixto & muito mais! Veja mais aqui.
SERVIÇO:
O que? Programa Tataritaritatá
Quando? Hoje, terça, 22 de julho, a partir das 21hs
Onde? Aqui no blog do Programa Domingo Romântico
Apresentação: Meimei Corrêa
ODETE MARIA FIGUEIREDO – A artista plástica e escultora
portuguesa radicada no Brasil, Odete Maria Figueiredo, começou sua atividade
artística na confecção de Tapetes de Arraiolos até 1994, quando a partir de
então, dedicou-se exclusivamente para realizar diversas exposições,
conquistando seu estilo próprio e sua identidade meritória de aplausos.
MENTES E MÁQUINAS - A obra Mentes e máquinas:
uma introdução à ciência cognitiva, do professor e doutor em Filosofia, João de
Fernandes Teixeira, aborda sobre o modelo computacional da mente, máquinas de
Turing e computabilidade, funcionalismo, pensamento e símbolos, sistemas
especialistas, as grandes objeções: Searle
e Penrose, o conexionismo e redes neurais, uma nova concepção do funcionamento
mental, um sistema conexionista com memória distribuída, conexionismo e
filosofia da mente, críticas ao modelo conexionista, tendências recentes, vida artificial, a nova robótica: COG e o projeto do
MIT, a Escola Chilena, o futuro da Ciência Cognitiva, uma demonstração do Teorema da Parada e o décimo problema de
Hiltert, indecidibilidade e os Teoremas de Gödel. REFERÊNCIA: TEIXEIRA, João
Fernandes. Mentes e máquinas: uma introdução à ciência cognitiva. Porto Alegre:
Artmed, 1998.
GERONTODRAMA & NEUROCIÊNCIA - As
obras Gerontodrama, a velhice em cena:
estudos clínicos e psicodramáticos sobre o envelhecimento e terceira idade,
de Elisabeth Maria Sene Costa; o livro Psicodrama
e Neurociência: contribuição para a mudança terapêutica, de Heloisa Fleury,
Georges Khouri e Edward Hug; e, por fim, Por
uma epistemologia da subjetividade: um debate entre a teoria socio-histórica
das representações sociais, organizado por Odair Furtado e Fernando L.
Gonzalez, todos inseridos nas pesquisas realizadas no curso de Psicologia. Também
a obra O jogo no psicodrama, organizado por Julia Mota, livro que reúne
onze conceituados psicodramatistas brasileiros
tratando do polêmico tema dos jogos em grupos de psicodrama, por meio de textos
esclarecedores que fornecem material para reflexão e aprimoramento dos seus
praticantes. Indispensável para estudantes e profissionais de psicologia. REFERÊNCIA
COSTA, Elisabeth. Gerontodrama, a velhice em cena: estudos clínicos e
psicodramáticos sobre o envelhecimento e terceira idade. São Paulo: Ágora,
1998. FLEURY, Heloisa; KHOURI, Georges; HUG, Edward. Psicodrama e Neurociência:
contribuição para a mudança terapêutica. São Paulo: Ágora, 2008. Veja mais aqui.
ZACARIAS MARTINS – O poeta, jornalista, compositor,
articulista e ativista cultural paraense radicado no Tocantins, Zacarias
Martins possui uma biografia de relevo que reúne prêmios, inclusão em verbete
de enciclopédias literárias de Afrânio Coutinho e de Reis de Souza, também é
autor dos livros Transas do coração
(1978), O poeta de Belém (1979), Poetar (1980), O profeta da felicidade (1984), Vox
Versos (1986) e do extraordinário Pinga-fogo (2004). Deste último
destacamos Aniversário: “Finalmente chegou / o tão esperado dia / de
quem comigo ficou / na tristeza e na alegria. / Isso sim é companheira! /
Jamais vi nada igual. / Ela é tão faceira, / - não é brincadeira - / é muito
especial. / Ela sempre me entende / e eu a entendo, também. / Ao tocar-lhe
suavemente / ela fica comovente / e se senta tão bem. / E hoje, / no seu
aniversário / eu seria um salafrário / se nada falasse / para comemorar seu
dia. / Parabéns, queridinha. / Você é a minha rainha. / Eu amo tanto você. /
Minha doce idolatrada. / Minha eterna namorada. / Minha máquina de escrever!”.
Também o Tá certo, tá certo: “ É curioso / quando certas pessoas /
conseguem a proeza / de terem razão / mesmo quando estão erradas”. Por fim,
Sonhódromo: “Não me impeçam de viver o meu sonho. / Também tenho o direito de
sonhar, / mesmo que às vezes, / isso incomode muita gente / por causa do
barulho”.
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E mais:
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John Keats & Bárbara Lia aqui.
Mario Quintana, Wang Tu, Tácita, Eduardo
Souto Neto, Carlito Lima, Mike Leight & Vera Drake, Suzan Kaminga &
Ansel Adams aqui.
Humanismo e a Educação Humanista aqui.
Yoram Kaniuk, Thelonious Monk, Robert E. Daniels, Eugene de Blaas, Meir Zarchi,, Luciana Vendramini, Camille Keaton, Tono Stano, Eliane Auer, Prefeituras do Brasil, Juizados Especiais
& Responsabilidade civil das instituições bancárias aqui.
Crepúsculo dos Ídolos de Nietzsche &
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O mal-estar na civilização de Freud &
Coisas de antonte e dantanho aqui.
Nomes-do-pai de Lacan & BBB &
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A ilusão da alma de Eduardo Giannetti
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Troço bulindo nas catracas do quengo,
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O mistério da consciência de Antonio
Damásio &Nó na Garganta de Eduardo Proffa & Jan Claudio aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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