segunda-feira, outubro 25, 2010

CANTIGA, SÓCRATES, ALCEU AMOROSO, DUKAS, NAGISA, BELBEL, OLESINSKA, EDUCAÇÃO, PESQUISA, HAPVIDA & MUITO MAIS.


 
Art by Merello

CANTIGA (Imagem: Muchacha, by Merello)– Esta canção vem de longe, muito longe lá onde amanhece o leste carregado da missão de Verne e do espetáculo de Wakeman. Esta canção vem de longe para ser a mulher que se insinua e que me refugia nua e me mata com essa graça que tem no clarão do riso de formosa princesa, a mais linda entre as lindas, com o fogo do beijo de divina beldade musa de todas as minhas canções. Esta canção, falo em você pelo tobogã da vala eqüidistante entre Natal e Porto Alegre na atlântica ondulação maravilhosa do prazer: a vértebra que serpenteia como a luz para a noite e o sol para o dia. Esta canção é toda festa no prólogo inflamado de segunda pra terça quando chego pidão que pede porque carece jogado pela lombada do Oiapoque ao Chuí do seu jeito de engatinhar nua ao meu redor. Esta canção é só armadilha de terça pra quarta quando meu relho é pontaria exata no lombo de tigela boa da cauda do cometa onde vou desenhar a poesia do eterno coito presente em todas as ânsias, marcante em todas as expectativas. Esta canção é só captura de quarta pra quinta quando o meu anzol fisga sua carne fresca e vou fundo sem cessar fogo para me lavar com nossa lama, escorrendo pela formosura do seu agoniado colo erguido quebrando tudo no peito com chamegos safados no incomparável remanso da sua inevitável sedução. Esta canção é só luta corporal de quinta pra sexta quando na sua esfíngica tentação de devoradora devorada, se estraçalha com minha língua no seu fogareiro de divino manjar, jóia da mais alta valia entre as pernas, retrato falado do milagre e da maravilha. Esta canção é só tempestade voluptuosa de sexta pra sábado do nosso devaneio hípico e eu alazão fogoso devasso comendo no centro incapaz de escapar e à maneira insensata principia e brilha maior reluzência porque é impossível poupar do veneno que inebria e eu sou todo embalado pelo cheiro e sabor do seu sexo. Esta canção é só recomeço puxando prima e bordão de sábado pra domingo até que chegue nas nuvens capitulando às minhas investidas de segunda pra terça e chegando na quarta se fazendo manha porque quinta se abre em flor que me cabe inteiro na sexta e eu carrego no sábado de novo e peço bis no domingo, e pedimos bis um ao outro no dia seguinte, toda minha e todo seu até presentear todos os dias com os acordes finais pirotécnicos fatais do último movimento sinfônico do nosso dilúvio de prazer. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
Imagem: a arte da artista plástica Milena Olesinska. Veja mais aqui e aqui.
Curtindo o álbum duplo Ariane Et Barbe bleue (Erato Records, 1991), do compositor e professor francês Paul Dukas (1865-1935), com Mariana Paunova & Orquestra Filarmônica da Radio France. Veja mais aqui.

EPÍGRAFE A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são uns verdadeiros tiranos. Não se levantam quando uma pessoa idosa entra, repsondem aos pais e são simplesmente maus, frase atribuída ao filósofo grego Sócrates (470-399aC). Veja mais aqui e aqui.

PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS – O livro Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação (Atlas, 1987), de Augusto N. S. Triviños, trata sobre a necessidade de disciplina e as bases filosóficas, problema fundamental da filosofia, idealismo filosófico, materialismo, possibilidade de conhecimento, critério da verdade, positivismo, fenomenologia, marxismo, categorias e leis da dialética, estruturalismo, funcionalismo, introdução ao projeto de pesquisa, problema de pesquisa, fundamentação teórica, hipóteses, variáveis e sua operacionalização, tipos de estudos exploratórios, descritivos, experimentais, pesquisa qualitativa, estudo de caso, entrevistas, coleta de dados, método clínico, entre outros assuntos. Veja mais aqui.

LITERATURA BRASILEIRA – O livro Introdução a literatura brasileira (Agir, 1956), do critico liteerario, professor, escritor e pensador Alceu Amoroso Lima (1893-1983), trata a respeito do renascimento, reforma, revolução, histórico do problema, critério genético ou especifico, critério cronológico, critério espacial, critério estético, entre outros assuntos. Veja mais aqui.

SACIEDADE DOS POETAS VIVOS – A antologia Saciedade dos poetas vivos (Blocos, s/d), organizada por Leila Miccolis e Urhacy Faustino, reúne vários poetas, entre eles, Claudia Pastore, Dilercy Adler, Edtraud Zimmermann Fonseca, Ismênia Fonseca Faraone, Joanyr de Oliveira, José Mendonça Teles, Maria de Lourdes Brandão, Maria Edwiges Santos Corrêa, Mônica Lomeu Castelano, Newton de Lucca, Nilza Menezes, Reginaldo Baptista, Ricardo Borges, Sérgio Gerônimo Alves Delgado, Tereza Tenórioo, Valter Figueira e Yedda Gaspar Borges. Veja mais aqui.

DEPOIS DA CHUVA – A peça Depois da chuva, do dramaturgo catalão Sergi Belbel, conta a história que se passa numa cidade não identifica que não chove há mais de dois anos, e a seca começa a alterar o comportamento dos funcionários de uma multinacional, uma vez que eles se encontram na cobertura da empresa para conversar sobre sexo, amor e cotidiano. Veja mais aqui.

TABU – O filme Tabu (1999), dirigido por Nagisa Oshima, é baseado numa coleção de consto de Ryotaro Shiba e conta a história que ocorre no Japão do século XIX, quando um belo aprendiz provoca paixões violentas no seu batalhão, principalmente em seu fogoso líder, para preocupação crescente dos superiores, tendo como tema central a paixão homossexual com um tratamento sensível e implacável ao desnudar as obsessões heterossexuais. Veja mais aqui.

RECLAME AQUI – Olhem a quantidade de reclamações contra o plano de saúde HapVida no Reclame Aqui. Estamos fazendo marcação cerrada numa Campanha pró-Derinha Rocha. Confira todo caso & descaso no Tudo Global. Veja reclamações contra a HAPVIDA no Denuncio. O plano HapVida costuma descumprir liminar: confira em Pernambuco. E, segundo a Tendências e Mercado, querem se tornar a maior empresa médica do Nordeste. Desse jeito? Veja a condenação da HAPVIDA ocorrida na justiça cearense e a denúncia do blog Tanto Faz com mais denúncias aqui



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Se o mundo deu o créu, sorria!, Maria Clara Machado, Fridrich Witt, Bram Stocker, Susanne Barner, Darren Aronofsky, Aldemir Martins, Artur Griz, Ellen Burstyn, Claudia Andujar & Holismo, ecologia e espiritualidade aqui.

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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Derinha Rocha (1960-2010)
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá
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sábado, outubro 23, 2010

SÁBATO, SOMERSET MAUGHAN, RUMI, CACIQUE SEATTLE, KAREN LIEBOWITZ, VERS&PROSA MENINA AZUL

 
Art by Karen Liebowitz

DITOS & DESDITOS - A razão é como um oficial quando o réu aparece: o oficial então perde o seu poder e ninguém mais se lembra dele. A razão é a sombra que some diante de Deus, que é o sol. Pensamento do poeta, jurista e teólogo sufi persa Jalal-Uddin Rumi (1207-1273). Veja mais aqui.

A CARTA DO CACIQUE SEATTLE – O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem. Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo. Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende. Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro. Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra. Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso. De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência. Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum. Carta escrita pelo cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, em 1855, enviada ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios.

FIO DA NAVALHA – [...] Os homens não são somente eles; são também a região onde nasceram, a fazenda ou o apartamento da cidade omnde aprenderam a andar, os briquedos com que bricaram em crianças, as lendas que ouviram dos mais velhos, a comida de que se alimentaram, as escolas que frentaram, os esportes que se exercitaram, os poetas que leram e o Deus que acreditaram. Todas estas coisas fizeram deles o que são, e essas coisas ninguém pode conhecê-las somente por ouvir dizer, e sim se as tiver sentido. [...]. Trecho da obra O fio da navalha (Rio Gráfrica, 1986), do escritor britânico William Somerset Maughan (1874-1965). Veja mais aqui e aqui.

NÓS E O UNIVERSO – [...] Alguém me pede uma explicação da teoria de Einstein. Com muito entusiasmo lhe falo de tensores e curvas geodésicas. – Não entendi uma só palavra – diz ele, estupefato. Reflito por alguns instantes e em seguida, com menos entusiasmo, lhe dou uma explicação menos técxnica, conservando algumas geodésicas, mas fazendo intervir aviadores e tiros de revolver. – Já entendo quase tudo – diz meu amigo com bastante alegria – Mas tem uma coisa que ainda não entendo: essas geodésicas, essas coordenadas... Deprimido, mergulho numa longa concentração mental e termino por abandonar para sempre as geodésicas e as coordenadas. Com verdadeira ferocidade, me dedico exclusivamente a aviadores que fumam enquanto viaham à velocidade da luz, chefes de estação que disparamum revolver com a mão direita e verificam tempos comum cronômetro que têm na mão esquerda. Trens, sinos e vermes de quatro dimensões. – Agora, sim, entendo a relatividade! – exclama meu amgo com alegria. – Sim – respondo, amargamente -, mas agora não é mais a relatividade. [...]. Trecho extraído da obra Nós e o universo (Francisco Alves, 1986), do escritor e artista plástico argentino Ernesto Sábato (1911-2011). Veja mais aqui e aqui.


VERS&PROSA PARA A MENINAZUL – É um livro inédito onde reúno poemas, narrativas, poemiúdos & canções dedicados à meninazul.















































































































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