Ouvindo Alô,
Alô, Marciano, de Rita Lee (1947-2023), na voz da inesquecível Elis Regina.
Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
Alô, alô, marciano
A crise tá virando zona
Cada um por si todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down the high society
A crise tá virando zona
Cada um por si todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
Alô, alô, marciano
A coisa tá ficando ruça
Muita patrulha, muita bagunça
O muro começou a pichar
Tem sempre um aiatolá pra atola, Alá
Tá cada vez mais down the high society
A coisa tá ficando ruça
Muita patrulha, muita bagunça
O muro começou a pichar
Tem sempre um aiatolá pra atola, Alá
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
The high society
Down, down, down
The high society
Ui, gente fina é outra
coisa, entende?
Down, down, down
High society
Down, down, down, down, down
High society
Down, down, down
High society
Down, down, down, down, down
High society
Hoje não se fazem mais
countries como antigamente, não é?
High society, high society, high society, high society
Down, down, down
High society
Down, down, down, down down
High society
High society, high society, high society, high society
Down, down, down
High society
Down, down, down, down down
High society
Ai que chique é o jazz, meu
Deus
Down, down, down
High society
Down, down, down
Ah, Deus
Down, down, down
High society
Down, down, down
Ah, Deus
O SENTIMENTO TRÁGICO DE
UNAMUNO – Não basta pensar, é preciso sentir nosso destino [...] A
filosofia é um produto humano de cada filósofo, e cada filósofo é um homem de
carne e osso que se dirige a outros homens de carne e ossos como ele. Faça o
que fizer, filosofa, não apenas com a razão, mas com a vontade, com o
sentimento, com a carne e com os ossos, com toda a alma e todo o corpo.
Filosofa o homem. [...] A fé, a vida e a razão se
necessitam mutuamente. O anseio vital não é propriamente problema, não pode
adquirir estado lógico, não pode formular-se em proposições racionalmente
discutíveis, mas se coloca a nós, como a nós se coloca a fome. Um lobo que se
lança sobre a sua presa para devorá-la ou sobre a loba para fecundá-la também não
pode colocar-se racionalmente, e como problema lógico, seu impulso. [...] Por minha parte, não quero celebrar a paz
entre meu coração e minha cabeça, entre minha fé e minha razão; quero que
combatam entre si. [...] Não faltará
a tudo isso quem diga que a vida deve submeter-se à razão, ao que responderemos
que ninguém deve o que não pode, e a vida não pode submeter-se à razão. “Deve,
logo pode”, replicará algum kantiano. E contra-replicaremos: “Não pode, logo
não deve.” E não pode porque a
finalidade da vida é viver, não compreender. [...] Aumentando
o amor, esta ânsia ardorosa de ir mais longe e mais fundo vai-se estendendo a
tudo o que se vê, a tudo o que se vai compadecendo de tudo. À medida que vais
penetrando em ti mesmo, e mais fundo desces em ti mesmo, vais descobrindo a tua
própria futilidade, que não és tudo o que não és, que não és o que gostarias de
ser, que, em suma, não és mais do que uma ninharia. E ao tocares no teu próprio
nada, ao não sentires o teu fundo permanente, ao não atingires nem a tua
própria infinitude nem, mesmo, a tua eternidade, tendo lástima de todo o
coração a ti próprio, inflamas-te em doloroso amor por ti mesmo, matando o que
se chama amor-próprio, e não é mais do que uma espécie de deleite sensual de ti
mesmo, algo assim como a carne da tua alma a gozar-se a si mesma. O amor
espiritual a si mesmo, a compaixão que uma pessoa adquire para consigo própria,
poderá, porventura, chamar-se de egotismo; mas é o que de mais oposto existe ao
vulgar egoísmo. Porque deste amor ou compaixão de ti próprio, deste intenso
desespero, porque, do mesmo modo que não eras antes de nasceres, também depois
de morreres não serás, passas a ter compaixão, isto é, a amar todos os teus
semelhantes e irmãos, em aparência miseráveis sombras que desfilam do seu nada
ao seu nada, chispas de consciência que brilham um momento nas infinitas e
eternas trevas. E dos demais homens, teus semelhantes, passando pelos que são
mais semelhantes a ti, pelos que contigo convivem, vais-te compadecer de todos
os que vivem, e até daquilo que, porventura, não vive, mas existe. Aquela
longínqua estrela que brilha durante a noite, lá no alto, há-de apagar-se algum
dia, e tornar-se-á pó, e deixará de brilhar e de existir. E, como ela, todo o
céu estrelado. Pobre céu! E se é doloroso ter de deixar de ser algum dia, mais
doloroso seria, talvez, continuar a ser sempre o mesmo, e só o mesmo, sem poder
ser outro ao mesmo tempo, sem poder ser ao mesmo tempo tudo o resto, sem poder
ser tudo. Se olhares para o universo do modo mais próximo e profundo que
puderes olhar, que é em ti próprio; se sentires, e não só comtemplares, todas
as coisas na tua consciência, onde todas elas deixaram a sua dolorosa marca,
atingirás as profundezas do tédio da existência, o poço da vaidade das
vaidades. E é assim como chegarás, a compadecer-te de tudo, ao amor universal.
Para amares tudo, para teres compaixão de tudo, do humano e extra-hunamo, do
que vive e não vive, é necessário que sintas tudo dentro de ti mesmo, que
personalizes tudo. Porque o amor personaliza tudo quanto ama, tudo aquilo de
que se compadece. Só nos compadecemos, isto é, só amamos, o que se nos
assemelha, e assim aumenta a nossa compaixão, e com ela o nosso amor pelas
coisas, à medida que descobrimos as semelhanças que têm conosco. Ou, melhor, é
o nosso próprio amor, que por si só tende a crescer, o que nos revela essas
semelhanças. Se consigo compadecer-me e amar a pobre estrela que um dia desaparecerá
do céu, é porque o amor, a compaixão, me faz sentir nela uma consciência, mais
ou menos obscura, que a leva a sofrer por não ser mais do que uma estrela e por
ter de deixar de o ser, um dia. Pois toda a consciência o é de morte e de dor.
Consciência, conscientia,
é conhecimento partilhado, é consentimento, e con-sentir é con-padecer. O amor
personaliza tudo o que ama. Só é possível apaixonarmo-nos por uma ideia
personalizando-a. E quando o amor é tão grande e tão vivo e tão forte e
transbordante que tudo ama, então, ele tudo personaliza, e descobre que o Todo
total, o Universo, também é Pessoa. Tem uma Consciência, Consciência que, por
sua vez, sofre, se compadece e ama, isto é, é consciência. E esta Consciência
do Universo, que o amor descobre personalizando tudo o que ama, é o que
chamamos Deus. E assim a alma compadece-se de Deus e sente que Ele se compadece
dela, ama-o e sente-se amada por Ele, dando abrigo à sua miséria no seio da
miséria eterna e infinita, que é, ao eternizar-se e tornar-se infinita, a
própria felicidade. Deus é, pois, a personalização do Todo, é a Consciência
eterna e infinita do Universo. Consciência presa da matéria e esforçando-se por
se libertar dela. Personalizamos o Todo para nos salvarmos do Nada, e o único
mistério verdadeiramente misterioso é o mistério da dor. A dor é o caminho da
consciência, e é por ela que os seres vivos atingem a consciência de si. Porque
ter consciência de si mesmo, ter personalidade, é saber-se e sentir-se distinto
dos outros seres, e só se consegue sentir essa distinção com o choque, com a
dor maior ou menor, com a sensação do próprio limite. A consciência de si mesmo
não é mais do que a consciência da própria limitação. Sinto-me eu mesmo ao
sentir que não sou os outros; saber e sentir até onde sou é saber onde deixo de
ser, e a partir de onde não sou. E como saber que se existe não sofrendo nem
muito nem pouco? Como voltar sobre si, lograr consciência reflexa, senão
através da dor? Quando se tem prazer, esquecemo-nos de nós próprios, de que
existimos, entramos noutra coisa, alienamo-nos. E só nos ensimesmamos, voltamos
a nós próprios, a sermos nós, na dor.
(Miguel de Unamuno y Jugo [1864-1936], O
sentimento trágico da vida. São Paulo: Martins Fontes, 1996)
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