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terça-feira, julho 24, 2018

JOÃO CABRAL, CARRIÈRE, TRUFFAUT, RENATO BORGHETTI, ANTONIO CÂNDIDO, JULIO UGARTE, GEORGE RODGER &DORO


O VEXAME DE DORO - Imagem: arte do fotojornalista britânico George Rodger (1908-1995). - Doro não sabe mais o que fazer. De tanto se agoniar com a campanha, quase nada mais resta da sua cabeleira. Ele já fez de tudo: despacho, promessa, simpatia, orações, ginástica a quatro e nada. Os cabelos é que pagam o pato: está quase careca. Se a borreia da candidatura não pega nem no empurrão, ele não tem mais a quem recorrer para não se espatifar mais uma vez no desmanche. Das tantas quedas, jamais aprendeu a botar a mão na massa e acertar a roda. Haja desenfreio ladeira abaixo. Sem um cabo eleitoral para remédio, nem a favor algum que o ajude a sair desse imprensado, ele está que nem louco que deu baixa na sanidade e prestes a dar entrada num hospício qualquer. Destá. Com toda meleca, ele ainda insiste. Tanto que, diante da Igreja Bidiônica dos Finais do Tempo, resolve, então, apelar pro padre Bidião. Cadê-lo? O suposto santo há dias que não dá as caras. Sebo nos cambitos, meu. Doro mesmo quase seca as canelas de tanto procurar por ele, resultado algum, nenhuma notícia, só a informação de que anda na sua nave com seus clones galáxia afora. Sem perder as últimas esperanças, para ele o templo do padre é a sua última alternativa e ajoelha-se de espremer-se todo numa oração sem fim, começada de manhãzinha, emendada à tarde toda e entrando pela noite, infinitamente. Reza de chorar, espernear, peidar e se lascar todo de vexame. Na sua agonia, uma mão pousa sobre seu ombro. Faz que nem é com ele. Ouve a voz que lhe soa bem aos ouvidos, mantendo-se cabisbaixo: Qual o seu problema, meu senhor? Estou embroncado! Nada é impossível aos olhos de Deus. Eu sei, mas o troço que eu quero é o mais impossível dos impossíveis. Possivelmente o senhor não está acertando na dose. Eu já esborrei de tanta coisa certeira que só dá errado. Realmente o senhor está atrapalhado. Estou mais que isso, estou fodido e mal pago. Por que o senhor não tenta o Confessionário dos Desejos? Ele, então, levanta os olhos rasos d’água, encara a beata e se assusta, dizendo pra si: Eita, essa é jeitosa, ô pirão dos deuses, a mais cobiçada de todas. É Magnalícia, uma das beatas secretas do padre, a enclausurada que jamais aparece para os fiéis. Na hora esquece o seu propósito e já animado com a presença dela, indaga: O que tenho que fazer? Vá pro confessionário, narre todos os seus pecados e peça com fé. Já fui e não deu jeito. Vá de novo. Será que estou fazendo errado? Pode ser, não custa nada tentar de novo, vá! Só se a senhorita for comigo, me acompanhar ajudando-me a realizar meu pedido. Ela aquiesce e vai à frente encaminhando-o para o recinto sagrado. Ao chegar, abre a porta e manda-o entrar. Só se a senhorita entrar primeiro. Anuindo ela adentra convidando a segui-la. Pronto, agora se ajoelhe e proceda conforme o ritual. Como? Solícita, ela explica como proceder nos mínimos detalhes, como manda o figurino. Posso me ajoelhar aos seus pés? Ela senta-se ao trono e ele genuflexo aos seus pés. Ela ordena: Vamos, confesse e peça! Ele bota pra chorar descontroladamente, lamentando sua falta de sorte, seu sofrimento constante, sua vida desgraçada. Chora de não ter mais quem o console. Magnalícia diante daquela lamurienta miserabilidade, comisera e põe uma das mãos sobre sua cabeça: Acredite, meu filho, você alcançará. Manteve-se desolado com seu plangente martírio aos pés da beata piedosa. Ele aumenta a dose do berreiro, num plangor de causar piedade extrema na devotada que alisa seus cabelos para animá-lo da sua desdita. Lá pras tantas, depois de se esgoelar todo, enxuga as lágrimas com a manga da camisa e tentando esconder sua lamúria, pergunta: Posso beijar seus pés, irmã? Pode, irmão, se isso alivia sua dor, pode sim. Ele se aproveita e beija os pés dela de forma tão afetuosa, dela suspirar tocada. Beija-lhe muitas vezes os calcanhares, o tornozelo, as pernas, os joelhos, e vai avançando embaixo da batina e começa a lamber suas coxas, dela se arrear prazerosa. Na horagá, quase pronto para a investida e se arremessar sobre a beatificada, surge do inopinado o vigilante guardião do templo, o cão Cérbero que ao vê-lo arriar as calças, coloca os dentes nos seus testículos rosnando bravo. É só uma ameaça, mas mete um medo da peste. Ele toma um susto com o bafo da brabeza na porta do seu procto, dele sair pulando segurando as calças e a intimidade excitada. E berra: Que é que isso, meu? Cérbero late para que a irmã se recomponha e o intruso caia fora do sagrado confessionário. Com os latidos volumosos do cão, logo acorrem outros devotos que encaram Doro com reprovação. Agora deu. A irmã imobilizada pelo susto, choraminga baixinho. Um dos interventores grita com ele: Como é que pode, irmão? Ele profanou o templo. Entendendo que ela havia sido atacada, todos arregaçam as mangas e prometem uma surra no Doro que, diligentemente, sai de fininho com tudo de fora, às carreiras, pé na bunda. Pega! Pega! Pega! Eita! Bronca da peste! Se ele pensava em resolver seus problemas, ganhou mais um pras suas costelas. Agora, lá vai ele cheio de nó pelas costas, sal pisando na moleira. Esse não tem jeito mesmo. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com a música do músico instrumentista e acordeonista Renato Borghetti: com Hermeto Pascoal, Este Tal de Borghettinho, Gaita Ponto Com & álbum de estúdio & muito mais nos mais de 2 milhões & 500 mil acessos ao blog & nos 35 Anos de Arte Cidadã. Para conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais aqui, aqui e aqui.

PENSAMENTO DO DIA – [...] Ninguém pode alcançar a Verdade sem lutas. Para tudo requerem-se esforços tenazes; sem perseverança ninguém pode ver o fruto do seu labor. [...]. Pensamento extraído da obra As duas grandes leis espirituais (ICR, 1977), do filósofo e mestre espiritual peruano Julio Ugarte y Ugarte (1890-1949).

RECADO AOS BRASILEIROS - [...] Pensem nisso tudo os eleitores. Pensem na necessidade de assegurar a continuidade do seu esforço, contra os que desejam a volta dos maus hábitos e do descaso. Pensem no trabalho que regenera e nas reações que enxovalham. Pensem no poder do dinheiro e na limpidez das convicções desinteressadas. Depois, votem sabendo o que desejam de melhor para a sua cidade. [...]. Trecho extraído de Eleição e cultura (Folha de São Paulo, 1992), do sociólogo e crítico literário Antonio Cândido (1918-2017). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

DIANTE DO OCEANO – [...] Uma história persa muito antiga mostra o narrador como um homem isolado, de pé diante do oceano, Ele conta sem parar, história atrás de história, mal fazendo uma pausa para beber, de vez em quando, um copo d‘água. O oceano, tranquilo, o escuta fascinado. E o autor anônimo acrescenta: - Se um dia o contador se cala, ou se fazem com que ele se cale, ninguém pode dizer o que fará o oceano. [...] Trecho extraído da obra O círculo dos mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro (Códex, 2004), do escritor, roteirista, diretor e ator francês Jean-Claude Carrière.

DESCOBERTA DA LITERATURA - No dia-a-dia do engenho, toda a semana, durante, cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance. / E da feira do domingo / me traziam conspirantes / para que os lesse e explicasse / um romance de barbante. / Sentados na roda morta / de um carro de boi, sem jante, / ouviam o folheto guenzo, / a seu leitor semelhante, / com as peripécias de espanto / preditas pelos feirantes. / Embora as coisas contadas / e todo o mirabolante, / em nada ou pouco variassem / nos crimes, no amor, nos lances, / e soassem como sabidas / de outros folhetos migrantes, / a tensão era tão densa, / subia tão alarmante, / que o leitor que lia aquilo / como puro alto-falante, / e, sem querer, imantara / todos ali, circunstantes, / receava que confundissem / o de perto com o distante, / o ali com o espaço mágico, / seu franzino com o gigante, / e que o acabassem tomando / pelo autor imaginante / ou tivesse que afrontar / as brabezas do brigante. / (E acabaria, não fossem / contar tudo à Casa-grande: / na moita morta do engenho, / um filho-engenho, perante / cassacos do eito e de tudo, / se estava dando ao desplante / de ler letra analfabeta / de curumba, no caçanje / próprio dos cegos de feira, / muitas vezes meliantes. ). Poema extraído da obra A escola das facas (José Olympio, 1980), do poeta e diplomata João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Veja mais aqui.

 

FARENHEIT 451
O drama Farenheit 451 (1966), do cineasta francês François Truffaut (1932-1984), é uma adaptação da obra homônima do escritor estadunidense Ray Bradbury (1920-2012), sobre uma sociedade do futuro que baniu todos os materiais de leitura e o trabalho dos bombeiros de manter as fogueiras a 451 graus: a temperatura que o papel queima. Um bombeiro começa a repensar sua função ao conhecer uma jovem encantadora que adora livros. Veja mais aqui.

Colóquio de Fotografia de Caruaru & muito mais na Agenda aqui.
&
As trelas do Doro aqui, aqui, aqui e aqui.
&
A arte do fotojornalista britânico George Rodger (1908-1995).
&
Diário de bordo, a poesia de Edoardo Sanguineti, o cinema de Ken Loach, a escultura de Philippe Faraut, a arte de Eugene J. Martin, a música de Hermeto Pascoal, Jocy Oliveira, Laurie Anderson, Orquestra Armorial & Quinteto Armorial aqui.

APOIO CULTURAL: SEMAFIL
Semafil Livros nas faculdades Estácio de Carapicuíba e Anhanguera de São Paulo. Organização do Silvinha Historiador, em São Paulo. Fone: 11 98499-2985.
 

quarta-feira, novembro 29, 2017

AMOS OZ, ANTONIO CÂNDIDO, LUZILÁ GONÇALVES FERREIRA, JOSELY VIANNA BAPTISTA, MARIO CESARINY, PAULO BUSS, CAMILA MORITA, BARRA DE GUABIRABA, GLOBALIZAÇÃO & POBREZA

O CHÃO NA ALMA – Imagem: Batedor de caminhos (1968), do poeta e poeta e pintor surrealista português Mario Cesariny (1923- 2006). Os tempos são outros, eu que o diga e sem nostalgia. Sempre tive comigo que o melhor momento da vida era este, o presente – em todos os sentidos! E digo era porque sempre passa, zás, já foi, agora é outro. E quase não me dou conta, nem ninguém, avalie. Passou e como passou, vai se ver segundos, minutos, horas, só lembranças enchendo o baú da memória ou do esquecimento – tem quem sequer saiba que passou e como passou. Devo dizer, sem rigor e nem pedir licença, que a cada dia, em todo momento aprendo e como. Diga-se lá, como de sempre, a gente sempre aprende pelo modo mais difícil, quer queira, quer não, uma bofetada, um escorregão, um paradoxo. Mas, se aprende, mesmo que seja com amargas redescobertas, nenhuma frustração. Mesmo que seja no descompasso, eis a lição. O que dói não é ter perdido a oportunidade, não é ver que podia ter feito melhor, nada disso. Possivelmente o meu epitáfio não seria em cima de uma revista com meus fracassos, creio que não, possivelmente. Seria, acho que pelo menos seria, com o resultado dos meus aprendizados. É certo que o equívoco esteja pra lá de exorbitante, monstruoso – incluindo os meus que são tantos e nem sei -, constatação desagradável, quem não se engana na cor da chita em cima da bucha, oh, mediocridade, veleidade de sabichão. De minha parte, sempre me pego com uma ou outra implicância, coisa de engasgar e que poderia deixar correr, na maciota, ora, engolindo sem esforço nem polemizar, pois corre o risco de esbarrar em irredutíveis conduções sectárias, ou mesmo defesa do indefençável, quando não na inexorável incompreensão. Cá pra nós, falando sério: tudo muito embaraçado. Nem é fácil de entender. Que coisa! E a pretexto de nada nem convite de ninguém, presencio esse caleidoscópio como um arredio dissidente, sou arisco com ondas e modas, sempre um pé atrás. O que me entristece é sentir a cidade refém de interesses no açodamento de soluções escusas. Por onde passo, a cidade é só um cenário, pra mim não, é a casa em que habito e convivo na guarida de quem sabe bem o que é o abandono de insepulto, é a mulher amada, no dia a dia, lado a lado e que nem se dá conta à-toa no destino das ruas, no estresse dos semáforos, na tragédia invisível, nos fedores ultrajantes, na gente entediante, ela quase morta, é o meu país despedaçado ao rés do chão pisado e sambado. Só se vê que é linda na foto do cartão postal: a ingratidão assiste a tudo, justiça se faça. Corre para acodir, valha-me! De bombeiro e alheio, todos temos um bocado. A sensação que fica é que no ventre da noite não restou uma só estrela no céu, abominável escuridão no pino do meio dia. É isso que incomoda. Sinto a cidade na medula, saudade sem lágrima, afeto sem afago, encabulado e triste, porque sou coabitante em estado de graça até o último fôlego, porque ela está em mim como sempre esteve desde que nasci: chão que me acolheu, Terra que é mãe. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especial com o guitarrista, cantor, compositor e produtor musical inglês George Harrison (1943-2011): Anthologu & Livin in The Alternate World; da cantora, escritora e doutora em Filosofia pela USP, Eliete Negreiros: Outros sons & Canções de tamanha ingenuidade; do guitarrista Heitor Pereira: Dueling guitars August Rush & Chucho Merchan Live Montreaux; e da cantora e compositora Livia Nery: Vulcanidades & Acasas. Para conferir é só ligar o som e curtir. 

PENSAMENTO DO DIA – [...] Porque há para todos nós um problema sério... este problema é o medo.[...] Pensamento extraído de Plataforma de uma geração (34, 2002), do poeta, ensaísta, professor universitário e crítico literário Antonio Cândido, extraído da obra Textos de intervenção, organizado por V. Dantas. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

BARRA DE GUABIRABA – O município de Barra de Guabiraba é formado administrativamente pelo distrito sede, o qual suas terras pertenciam ao sítio Guabiraba. O seu povoamento se deu pela produção da cultura canavieira, sendo inicialmente denominado de São João da Barra, distrito criado pela Lei municipal nº 59, de 25 de julho de 1915, passando a se denominar de Itapecó pelo Decreto-lei estadual nº 235, de 9 de dezembro de 1938, passando-se a denominar Guabiraba pelo Decreto-lei estadual nº 952, de 31 de dezembro de 1943. Pertencia ao município de Bonito e foi elevado à categoria de município com a denominação Barra de Guabiraba, pela Lei estadual nº 3340, de 31 de Dezembro de 1958. O topônimo atual se deve por uma frondosa guabiraba a confluência dos rios Sirinhaém e Bonito Grande, razão pela qual passou a denominar o local de Barra de Guabiraba, fazendo parte das superfícies retrabalhadas que antecede o Planalto da Borborema, inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Sirinhaém, tendo como principais tributários são o Rio Sirinhaém e os riachos Seco e Tanque de Piabas, todos de regime intermitente. Veja mais aqui.

A MULHER ABOLICIONISTA - [...] Condenada à reclusão no seio da família, na qual ela é ao mesmo tempo rainha e escrava, a mulher inreioriza, frquentemente, essa noção de minoridade, e assume as representações que se fazem dela: a ciência afirma que possui uma constituição menos resistente do que a do homem, que os fenômenos que ocorrem no seu corpo ao longo da existência – menstruação, gravidez, amamentação, menopausa – fragilizam-na e a tornam um ser perpetuamente enfermo. A religião lembra que ela deve ser amparada, vigiada, orientada, para não cair em tentação nem induzir outros à queda. E a lei, já o vimos, torna-a incapaz de decidir de sua vida. Com toda essa carga ideológica que lhes atribuía a sociedade e lhes conferia um estatuto de eternas menores, é de admirar que tantas mulheres tenham ousado romper as barreiras do silêncio, da apatia, e se lançar à luta, abraçando causas como a da Abolição, criando jornais, organizando-se em aasociações que promoviam conferencias e desfiles de protesto, escondendo escravos e propiciando sua fuga. [...]. Trecho de À guisa de introdução, da escritora e professora Luzilá Gonçalves Ferreira, na obra Suaves amazonas: mulheres e abolição da escravatura no Nordeste (EdUFPE, 1999), organizado por Luzilá Gonçalves Ferreira, Ivia Alves, Nancy Rita Fontes, Luciana Salgues, Iris Vasconcelos e Silvana Vieira de Souza. Veja mais aqui & aqui.

GLOBALIZAÇÃO, POBREZA & SAÚDE - [...] Um paradoxo da globalização contemporânea é que, numa fase da história da humanidade em que as tecnologias agrícolas disponíveis poderiam propiciar farta produção de alimentos, o fenômeno da fome esteja tão disseminado no mundo e açoite partes do planeta na forma de verdadeiro genocídio. [...] Trecho de Globalização, pobreza e saúde (Ciência & Saúde Coletiva, 2007), do pediatra e sanitarista Paulo Buss. Veja mais aqui, aqui & aqui.

POBREZA NO BRASIL – [...] A heterogeneidade da pobreza no Brasil decorre da dimensão territorial e demográfica do país, dos grandes desequilíbrios regionais e do modo como se foi historicamente configurando o complexo mosaico social brasileiro. [...]. Trecho de Geografia da pobreza extrema e vulnerabilidade à fome (José Olympio, 2004), de Sonia Rocha e Roberto Cavalcanti de Albuquerque, extraído da obra A nova geografia da fome e da pobreza, organizada por J. Vellozo e R. Albuquerque. Veja mais aqui & aqui.

UMA CERTA PAZ – [...] Para que visão? Para que ideais? Passei toda a vida aqui ao som de uma marcha entusiástica. Como se não houvesse mar e montanhas, nem estrelas no céu. Como se a morte já tivesse sido abolida e a velhice extirpada do mundo de uma vez [...]. Trecho extraído da obra Uma certa paz (Companhia das Letras, 2010), do escritor e pacifista israelense Amos Oz, contando as difíceis relações familiares com suas contradições e dificuldades políticas que o Estado de Israel enfrentava nos anos 1960, às vésperas da Guerra dos Seis Dias, revelando uma meditação sobre o poder, a decepção e os relacionamentos amorosos. Veja mais aqui.

RESTIS - Um vento anima os panos e as cortinas oscilam, / fronhas de linho (sono) áspero quebradiço; o sol passeia / a casa (o rosto adormecido), e em velatura a luz / vai desenhando as coisas: tranças brancas no espelho, / relógios deslustrados, cascas apodrecendo em seus volteios / curvos, vidros ao rés do chão reverberando, réstias. / Filamentos dourados unem o alto e o baixo / – horizonte invisível, abraço em leito alvo: / velame de outros corpos na memória amorosa. Poema extraído do livro Ar (Iluminuras/Fundação Cultural de Curitiba, 1991), da poeta, tradutora e editora Josely Vianna Baptista.

TODO DIA É DIA DE DIREITOS DA MULHER
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A arte de Eliete Negreiros aqui.
A literatura de Jonathan Swift aqui.
A literatura de Mark Twain aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
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A poesia de Fernando Pessoa aqui, aqui & aqui.
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A ARTE DE CAMILA MORITA
A arte Quando durmo, da artista plástica Camila Morita.

 

sábado, setembro 17, 2016

HORACIO QUIROGA, CHAUÍ, CATHERINE RIBEIRO, ANTONIO CÂNDIDO, CARALOTTA IKEDA, ANDERS ZORN, MAUREEN BISILLIAT & TUNICK


ENTRE TOPADAS E ESCORREGÕES, EU INSISTO, PERSISTO, RESISTO E ATÉ PERSEVERO - Sempre rio de mim e de tudo, brinco. Sisudez é para engravatados e donos da razão. Eu, não, reles saltimbanco, mambembe. Não sou importante nem assim me vejo e assim sorrio da minha desimportância um tanto dionisíaca, irresponsável. Pra falar a verdade, nunca levei nada tão a sério: paletó e gravata não são pra mim, teimo. A vida é linda demais pra perder tempo com seriedade extrema. Desastres? Ora, muitos! Sou suscetível ao karma (e adoro Carma, Dona Carminha, minha avó de todos os afetos), sem bússola ou reló6gio, à deriva: bicho solto que só teve janelas gradeadas: da minha mãe, do casório, o tio prest’atenção – sobrou o ouvido na música de todos os tons, os olhos nos livros de todas as aventuras. Para quem queria fazer profissão no teatro, represento histrião, o melhor que pude: o gravador, a máquina de escrever, rascunhos, versos e gritos, depoimentos na barreira das derrotas, a cabeça ao muro, arranhões quase escoriações, arame farpado entre avelós. Quando eu ia pescar já tinham passado a rede de arrastão: nada no anzol. Caçar, não, nunca tive pontaria; jogo, também não, nenhum, conservo-me perna-de-pau pra qualquer tipo de jogada – só umas arriscadas beócias com peões, rainha, torres, bispos, rei e cavalos. Problemas? Muitos, quando alguns, sexo e mulheres. Para onde? Parte alguma, barata tonta, piolho no alheio, encruzilhada à frente. Minha vida: cabeça de água nas nuvens, pés no céu da Terra. E tudo de pernas pro ar, de cabeça pra baixo. Se levasse tudo tão a sério não resistiria em meio tantas hostilidades, sacrifícios, mendacidades, fracassos, traições. A vida é assim mesmo: nunca sai como se espera. Os tempos eram outros, não mais, tudo um saco! Quase se perde a esperança, às topadas, a vida pendurada na pele crua, tudo segurado à unha, dentes cerrados e rangentes, no peito e na raça, quase não sobrar nada de mim. Insisto, persisto, resisto e até persevero: saio juntando cacos, trapos, retalhos e retraços de planejamentos destroçados, previsões pras cucuias. Projetos? Muitos; farei quando puder. O que tenho a dizer, pouco importa, faço da minha insular existência como se resumida a este dia, todo dia, o último dia. Por tudo isso, só me resta continuar sonhando para não sucumbir, pois só me resta rir da minha tolice. Principalmente num momento como este em que não se tem lá muito o quê comemorar. Só minha gratidão procê! Obrigado, um milhão de beijabrações procê. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

UMA MÚSICA

Curtindo Chansons de légende (Alby Music, 1997), da cantora e performer francesa Catherine Ribeiro.

PESQUISA: A POESIA BRASILEIRA - [...] No nível estrutural, já foram sugeridas tensões que alicerçam os significados e se organizam em torno da contradição maior, prazer-dor, tornada coerente pelo sadismo, que consiste justamente na sua combinação. Em torno deste eixo é construído o poema, com a sua sonoridade forte, o seu verso inicial que situa o leitor em pleno universo da poesia, com um poder que transcende o nível apenas lógico. [...] Na poesia brasileira (penso no que dizem os versos, não no comportamento dos poetas), é visível a vertente dos desvios da norma: sadismo em Bernardo Guimarães, masoquismo em Casimiro de Abreu, erotismo solitário em Álvares de Azevedo, voyeurismo em Bilac, necrofilia em Alberto de Oliveira, senso da decomposição em Augusto dos Anjos, angústia do impulso sexual irregular em Mário de Andrade, autocastração punitiva em Drummond. Mas enquanto em quase todos esses casos o traço é extraído pela análise do critico, no soneto de Fontoura Xavier há um tratamento intencional e declarado por parte do poeta, que assume conscientemente a representação da crueldade sexual transgressiva. Trechos extraídos da obra O discurso e a cidade (Duas Cidades, 2004), do sociólogo, literato e professor Antonio Cândido, reunindo ensaios em que analisa autores que com sua literatura se preocupam em construir a impressão de verdade por meio de narrativas aderentes ao real, com uma fidelidade aos dados externos que as faz parecerem documentários. Veja mais aqui.

UM LIVRO: 
[...] Quase ao mesmo tempo, entraram na sala a mãe e Eglé. Vendo Eglé, Rohán sentiu por ela uma imensa ternura. Ternura de marido, não de namorado, algo de intimo agradecimento e muito de intensa proteção, sentimento que conhecem os casados, um dia depois, de fazer para a esposa uma injustiça.
Trecho do romance História de um louco amor (Mercado Aberto), do escritor uruguaio Horacio Quiroga (1879-1937).

PENSAMENTO DO DIA: O OLHAR - [...] Mas o que é ver? Por que Aristóteles escreve esti idein? Da raiz indo-europeia weid, ver é olhar para tomar conhecimento e para ter conhecimento. Este laço entre ver e conhecer, de um olhar que se torna cognoscente e não apenas espectador desalento, é o que o verbo grego eidô exprime: eidô – ver, observar, examinar, fazer ver, instruir, instruir-se, informar, informar-se, conhecer, saber -, e no latim, da mesma raiz, vídeo, ver olhar, perceber e viso – visar, ir olhar, ir ver, examinar, observar [...]. Aquele que diz: eidô (eu vejo), o que vê? Vê e sabe o Eidos: forma das coisas exteriores e das coisas interiores, forma própria de uma coisa (o que ela é em si mesma, essência), a ideia. Quem vê o eidós, conhece e sabe a ideoa, tem conhecimento – eidotés – e por isto é sábio videnete-eidulius. [...]. Trecho do artigo Espelho da alma, janela do mundo, extraído da obra O olhar (Companhia das Letras, 1990), da filósofa e educadora brasileira Marilena Chauí. Veja mais aqui.

UMA IMAGEM

Extraídas do livro Xingu: Detalhes de uma Cultura (Raízes, 1978), da fotógrafa inglesa naturalizada brasileira Maureen Bisilliat.

Veja mais sobre Paixão Legendária, Psicologia Cultural, Lilith, Jerzy Milewski, Francisco Quevedo, Menandro, George Grosz, Narrativas de Uji Shui, Fernando França, Literatura Infantil, Cida Lima & Escritores Alagoanos aqui.

E mais:
As trelas do Doro, o bacharel das chapuletadas aqui.
A filharada do Zé Corninho aqui.
A greia na Fúria dos Inocentes aqui.
Fecamepa: de Pindorama à Carta de Caminha aqui.
Proezas do Biritoaldo: quando não se pensa direito, a cara sofre a maior vergonha aqui.

DESTAQUE: 
A arte da bailarina japonesa Caralotta Ikeda (1941-2014).

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
A arte do pintor sueco Anders Zorn (1860-1920).
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: a arte do fotógrafo estadunidense Spencer Tunick.
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.

quinta-feira, julho 24, 2014

DRUMMOND, ANDRÉE CHEDID, JOANNA HOGG & JUDITH GODRÈCHE DRUMMOND

 


CHUTANDO O BALDE E LIGANDO O PITOCO DO FODA-SE!!!... (Imagem: Acervo ArtLAM - Olha lá! Não me diga de boas novas ou de más velhas, estou mais pra Poética do Bandeira. E de saco cheio da saparia papagaiada: só repetindo clichês! Eu sei: não se pode ser autêntico meio expediente, nem honesto pela metade. E se vai pro tudo ou nada, proteja o furico e meta a sola pra cima. Saiba que o Brasil é tão grandão que o Sol esturrica num canto e tudo alagado do outro lado, afora dar de cara com a maior anomalia paradoxal no pau da venta em qualquer lugar que der as caras. Há sempre a surpresa na esquina. Mas quando apurar direitinho: é o mesmo do próprio, talqualzinho aqui, ali, acolá, alhures. Não muda não é? Muda, quando muito, só de paisagem; o resto: cara dum, cu de outro. Alguns disfarces à primeira vista, nada que dê pra levar que alguém morreu e passa bem. Nunca será às pressas que se destrincha a coisa. Só no amiudado, pormenores entregam tudo: é só puxar o fiapo que tudo despenca, noves fora nada. Melhor saber logo que pra viver não há fórmula ou panaceia: a vida precisa de tempo e dedicação. E discernimento. Não adianta levar nas coxas ou na pontinha dos dedos. No fim só dá babau. Tem de arregaçar as mangas e sustentar a lapada na caixa dos peitos. Quando baixar a poeira geral, pelo menos, uma possível constatação: o mundo não acabou pra mim, nem pra ninguém. Quase. Está tudo numa peínha de nada, sobrevivendo. Então vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!! Veja mais aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Até então, quando eu estava refletindo sobre meu eu mais jovem, vi uma garota que não sabia o que estava fazendo. Ao reler essas ideias, ou meus diários daquela época, eu sinto uma leve vontade de vivenciar isso de novo, mesmo que eu não diga que quero ter 20 anos de novo. Na verdade, a parte mais difícil foi descobrir que, fundamentalmente, não tinha mudado tanto. Acho que estou passando por um processo de confrontar quem eu era, e talvez quem eu sou agora. É muito difícil dissecar meu processo de trabalho, mas sei que existe um equilíbrio delicado entre reflexão e espontaneidade. Preciso planejar muito as coisas, mas também gosto de ter a liberdade de jogar algumas dessas ideias pré-concebidas no lixo. Principalmente durante as filmagens eu gosto de viver mais o momento, e tenho muitas ideias na cabeça: mudo partes da história, ou o rumo que ela leva porque vejo algo que está sendo desenvolvido entre os personagens... É difícil de descrever, na verdade. Costumo não chamar de improvisação o que faço, porque acho que é algo que não tem um plano ou uma estrutura, e meu trabalho é muito estruturado. Mas essa estrutura que me permito me dá muito liberdade. Também é verdade que trabalho de uma forma tão intuitiva que é difícil desvendar o que fiz. Criativamente, sinto-me mais confortável quando tenho um projeto, uma razão de ser. Pensamento da cineasta e roteirista britânica Joanna Hogg.

 

ALGUÉM FALOU: O que aconteceu comigo não deve acontecer com a próxima geração. Tive de contar esta história à próxima geração. Minha própria filha tinha 15 anos, era dançarina e atriz em uma escola de artes de Los Angeles. Ela estava andando de malha e eu tive esse medo. Pensei: 'O que aconteceu comigo nunca deve acontecer com ela'. Eu tive que escrever isso para ela e seus amigos. Para todas as meninas. O cinema não pode encobrir o tráfico ilícito de meninas. Pensamento da atriz e escritora francesa Judith Godrèche, que estreou no cinema aos 14 anos de idade, no filme The Disenchanted (1987), dirigido por Benoît Jacquot. Na mesma idade obteve o seu primeiro papel importante, em Les mendiants, do mesmo diretor. A fama veio com o filme La fille de 15 ans (1989), de Jacques Doillon. Em 1994 publicou seu romance Point de côté. E seguiu a carreira em diversos filmes.

 

O FILHO MÚLTIPLO - [...] Um sol novato explodiu num céu que até então havia evitado o verão. Ele se espalhou, fervilhando sobre a cidade, perfurando os telhados de vidro do salão; iluminava as locomotivas e os vagões, fazia brilhar os trilhos. Sob este clarão de luz, até a memória das nuvens, com a cor cinza com que pintam rostos e pedras, desvaneceu-se. Durante uma primavera bolorenta, o tempo se superou. O verão prometia ser triunfante. [...]. Trechos extraídos da obra L’enfant multiple (Flammarion, 1989), da escritora francesa Andrée Chedid (1920-2011), autora da frase poética: O que mais podemos fazer, mas jardinar nossas sombras enquanto estiver longe o universo queima e desaparece. Veja mais aqui e aqui.

 


 Imagem: A passos largos, acrílico sobre tela, 1,30x1,60m, 2005, do artista plástico Antonio Bedotti Organofone.



Ouvindo a Overture to Si j`etais Roi (1852), do compositor francês Adolphe-Charles Adam (1803-1856), com a Orchestre du Theatre National de l`Opera de Paris, regida por Hermann Scherchen.




EU ETIQUETA, DE DRUMMOND – “Em minha calça está grudado um nome / Que não é meu de batismo ou de cartório / Um nome... estranho. / Meu blusão traz lembrete de bebida / Que jamais pus na boca, nessa vida, / Em minha camiseta, a marca de cigarro / Que não fumo, até hoje não fumei. / Minhas meias falam de produtos / Que nunca experimentei / Mas são comunicados a meus pés. / Meu tênis é proclama colorido / De alguma coisa não provada / Por este provador de longa idade. / Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, / Minha gravata e cinto e escova e pente, / Meu copo, minha xícara, / Minha toalha de banho e sabonete, / Meu isso, meu aquilo. / Desde a cabeça ao bico dos sapatos, / São mensagens, / Letras falantes, / Gritos visuais, / Ordens de uso, abuso, reincidências. / Costume, hábito, premência, / Indispensabilidade, / E fazem de mim homem-anúncio itinerante, / Escravo da matéria anunciada. / Estou, estou na moda. / É duro andar na moda, ainda que a moda /Seja negar minha identidade, / Trocá-la por mil, açambarcando / Todas as marcas registradas, / Todos os logotipos do mercado. / Com que inocência demito-me de ser / Eu que antes era e me sabia / Tão diverso de outros, tão mim mesmo, / Ser pensante sentinte e solitário / Com outros seres diversos e conscientes / De sua humana, invencível condição. / Agora sou anúncio / Ora vulgar ora bizarro. / Em língua nacional ou em qualquer língua / (Qualquer principalmente.) / E nisto me comparo, tiro glória / De minha anulação. / Não sou - vê lá - anúncio contratado. / Eu é que mimosamente pago / Para anunciar, para vender / Em bares festas praias pérgulas piscinas, / E bem à vista exibo esta etiqueta / Global no corpo que desiste / De ser veste e sandália de uma essência / Tão viva, independente, / Que moda ou suborno algum a compromete. / Onde terei jogado fora / Meu gosto e capacidade de escolher, / Minhas idiossincrasias tão pessoais, / Tão minhas que no rosto se espelhavam / E cada gesto, cada olhar / Cada vinco da roupa / Sou gravado de forma universal, / Saio da estamparia, não de casa, / Da vitrine me tiram, recolocam, / Objeto pulsante mas objeto / Que se oferece como signo dos outros / Objetos estáticos, tarifados. / Por me ostentar assim, tão orgulhoso / De ser não eu, mas artigo industrial, / Peço que meu nome retifiquem. / Já não me convém o título de homem. / Meu nome novo é Coisa. / Eu sou a Coisa, coisamente”. Veja mais aqui e aqui.


ANTONIO CÂNDIDO –O poeta, ensaísta, professor universitário e critico literário Antonio Cândido, em sua obra Formação da Literatura Brasileira, um trabalho sem igual na cultura nacional e sob uma visão histórico-sociológica que estudou, em profundidade, os primeiros movimentos literários, falou que: “Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, não outra, que nos exprime. Se não for amada, não revelará a sua mensagem; e se não a amarmos, ninguém o fará por nós. Se não lermos as obras que compõem, ninguém as tomará do esquecimento, descaso e incompreensão”. Veja mais aqui.


ANA MELLO – A escritora, professora e técnica Química gaúcha Ana Mello, é coordenadora do Poetrix no RS, autora do livro Minicontando (2009) e de vários e-books no Brasil e em Portugal. Atualmente ministra oficinas literárias para o público jovem e adulto. Entre suas obras poéticas destacamos Mulheres: “Bonitas ou feias, / gordas ou magras./ Amadas, esquecidas. / Dependentes ou não. / Carentes, envolventes. / Submissas, acreditas? / Quando amigas são fiéis. / Se inimigas são cruéis. / São mães e amam demais. / Perdoam e se doam. / Dizem não e cortam, / despedaçam o coração. / São avós e deixam tudo, / atendem pedidos / fazem carinho – fadas. / São amantes que choram, / riem e compartilham. / Trabalhadoras, sustentam, / enfrentam resignadas / duas, três jornadas. / Diferentes ou iguais / poderosas, virtuosas, evoluem. / Velhas ou meninas / puras ou impuras / cristalinas. / Masculinas e femininas / são controvérsia e emoção. / Ser mulher é um jeito / de viver, amar e crescer. /Por natureza ou opção”.


BENEDITO PONTES – Foi no Clube Caiubi de Compositores que conheci a obra musical do cantor, compositor, professor universitário e engenheiro civil alagoano, Benedito Pontes. Foi a partir daí que sou que ele já lançou Mãe Terra (2007), Quem for podre que se quebre (2008), O perigo é gostar (2010) e Linguagem Emocional (2014), apresentando uma riquíssima diversidade de ritmos e temas que vai do maracatu ao chorinho, da bossa ao xote, frevos e sons de sua verve musical. Para se ter ideia do seu talento, ele criou em parceria com a musicista, compositora e pianista Orietá Feijó o grupo Ero Dictus, com o objetivo divulgar a música erudita no Estado de Alagoas. Seus talento é inquestionável e eu aplaudo de pé esse grande artista.

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