A VIDA É MUITO MELHOR COM HUMOR - UMA: CONVERSA DE MULHERES – Confinadas
num dos salões do Big Shit Bôbras,
Xica-Doida sapecou uma de Dorothy Parker:
Só exijo três coisas de um homem: que ele
seja bonito, insensível e burro. Lesse isso aonde, bestona? Numa revista
que eu vi lá no consultório do doutor da mamãe. Mulher, bonito vá lá que seja,
tudo bem, mas insensível e burro? Sim, isso mesmo. Apoiada! Homem inteligente
serve pra quê? Só para empulhar a gente. E homem delicado, sensível? Vixe!
Homem tem que ter pegada, da gente chega arriar murcha, rendida. Agora tem que
ser bonitão, parrudo e másculo. Não, não dá, homem tapado, dá não. Tem que dá
pra gente mandar. Comigo é assim, ele arrota macheza, mas canta de galo baixinho
comigo, porque quem manda sou eu e pronto, está dito e fechado. Ah, mas é muito
bom um homem de opinião, com autoridade, mandão. Oxe, mulher, só falta você
dizer que gosta de apanhar! Não, apanhar não; mas se ele chegar tarado e aos
empurrões para me espragatar na parede, vou adorar e muito! Ah, isso não! Não
deu outra, a coisa tomou conta entre prós e contra. Volange mesmo saiu em defesa
da amiga, dando uma de Jayne Mansfield:
Homens são criaturas com duas pernas e
oito mãos! Hem? É. Isso mesmo, uns desgraçados. Aí concordaram: São tudo
uns trastes. E rebateram: Homem nenhum presta, todos calçam quarenta! Êêêêê! A
gente devia instituir a ginocracia! Vivaaaaaaaa! E agora mesmo, vamos à luta! E
saíram para destronar o poderio machista do recinto. Apoiadas! DUAS: CHAMANDO NA GRANDE - Do outro
lado e sem saber de nada do enterro voltando, o Doro estava invocado: Esse Coisonário
é um desqualificado, tá descendo a ladeira e já se fodeu, nunca mais ganha
nada! Cuma? O cara não tem o menor traquejo para governar, só faz merda todo
dia e o governo virou o maior bumba-da-bufa! Como é que é? Ele e os ministrecos
juntos, nunca vi tanta emboança de inábeis, os caras não têm cintura, tudo
enrolado, o reino da burrice! Hem? Esses são da Idade da Pedra, vivem ainda na
Terraplana e tudo mais de antanho milênios atrás quando ainda se cagava em pé,
só sendo! Ah, eu lá: já tinha resolvido essa crise toda em dois tempos! Como? Ora,
ora. Diga, vá, como? Deixa só eu ser eleito que eu digo, ora, sou lá besta de dizer
antes pra eles aplicarem, tá doido, tá? Hehehe, sou pobre, mas não sou jumento!
Como dizia H. L. Mencken: Todo homem decente se envergonha do governo
sob o qual vive! TRÊS PARA PARAR DE
ENROLAR: VAMOS DAR UMAS GAITADAS, ENTÃO? – Seguinte: pra gente afrouxar
mais um pouquinho que a coisa está séria demais nos dias de hoje, melhor a
gente se divertir com as doidices das Proezas do Biritoaldo, que já foram publicadas nas revistas Ultra Portal e El
Theatro. Uma zona pra maior risadagem. E, também, as maluquices da dupla Tolinho & Bestinha, pense dois
caras nó-cego de armar o maior trupé. Ah, vai ser bom para dar umas gaitadas,
tomara. Porque já dizia Vladimir Nabokov:
Uma boa gargalhada é o melhor pesticida
que existe. E vamos aprumar a conversa, gente!!! © Luiz Alberto Machado.
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DITOS
& DESDITOS: [...] O fato de o
mundo não conter nem justiça, nem significado, ameaça nossa capacidade tanto de
agir no mundo quanto de entendê-lo. A exigência de que o mundo seja inteligível
é uma exigência da razão prática e teórica, o fundamento do pensamento que se
espera que a filosofia forneça. [...]. Trecho extraído da obra O mal no pensamento moderno: uma história
alternativa da filosofia (Difel, 2003), da filósofa estadunidense Susan Neiman, que com suas reflexões e
publicações, expressa que: A maior tarefa da
filosofia é ampliar nosso senso de possibilidade. Deveríamos ficar claros que
nem impulsos religiosos nem morais genuínos serão expressos em termos que unam
os dois essencialmente. Se você considera a religião necessária para a ética,
reduziu-nos ao nível ético de crianças de quatro anos. Qualquer ética que
precise de religião é má ética, e qualquer religião que tente fazer isso é má
religião.
SÍMBOLO DA RESISTÊNCIA: A única luta que se perde é a que se abandona. Pensamento
da professora e militante guerrilheira desaparecida Maria Lúcia Petit (1950-1972),
que participou da luta armada contra a ditadura militar vigente entre
1964-1985, integrando a Guerrilha do Araguaia. Foi representante da luta contra
a exclusão de mulheres na participação política. Foi assassinada e enterrada em
sigilo pelos militares no cemitério de Xambioá, envolta num tecido de pára-quedas
e com a cabeça coberta por um plástico. Seus restos mortais foram localizados
em 1991 e identificados em 1996, sendo sepultados em Bauru-SP. Sua morte foi
reconhecida por força da Lei 9140/95 que, nos anexos, constam 136 nomes. Ela e
seus dois irmãos, Jaime e Lúcio, são considerados até hoje como desaparecidos.
A POESIA DE MARIE UNDER
Os pacotes de centeio estão
empilhados.
Todo mundo está saindo.
O teto da carruagem está levantado.
O viajante por trás
assim como o motorista na frente
ele é pensativo, silencioso.
Ninguém fica na praia,
não é uma alma.
É melhor assim.
Somente as pedras e a água,
as únicas impressões são feitas
pelos meus sapatos.
A gaivota chama.
É duro. Eu sei porque.
O vento rasga a água.
E a abelha tira da última flor,
que faz uma rede,
o mel final.
Então eu vou embora
ao longo da costa branca
até que de repente eu vejo
aos meus exploradores solitários
no oceano infinito. Eu congelo como
uma pedra.
E paro, como se estivesse cara a
cara com Deus.
MARIE UNDER: SOZINHO COM O MAR - Poema da poeta estoniana Marie
Under (1883-1980), que, casada e com filhos, apaixonou-se pelo
artista estoniano Ants Laikmaa que a convenceu de traduzir seus poemas em
alemão para o estoniano. Depois separou-se do marido e casou-se com Artur Adson
que compilou os primeiros volumes de sua poesia publicada. Com a invasão da
Estônia pela URSS, ela refugiou-se na Suécia, onde passou a morar até sua
morte. Veja mais aqui.
A ARTE DE LAURA
ATHAYDE
[...] sempre,
sempre, sempre amei desenhar. Isso provavelmente veio do fato de que, desde
pequena, eu amava quadrinhos. Aprendi a ler com a turma da Mônica – sim, essa é
uma história bem comum entre quadrinistas brasileiros! – e adorava copiar os
desenhos e criar minhas próprias histórias. Acontece que nunca vi isso como uma
carreira possível; portanto, quando chegou a hora de decidir o que fazer depois
da escola, fiquei dividida entre o Design Gráfico e a Advocacia. A pressão
familiar venceu e acabei indo cursar Direito, o que me levou a parar de
desenhar por alguns anos, apesar de jamais ter abandonado a leitura de
quadrinhos. [...].
LAURA ATHAYDE - A arte
da ilustradora, quadrinista, designer e advogada Laura Athayde, que começou
sua carreira participando de publicações coletivas como Zine XXX e Desnamorados, fazendo ilustrações de capas de
livros para editoras e seu principal trabalho é a série de HQs curtas Aconteceu
Comigo - Histórias Reais de Mulheres, que apresenta relatos reais de
situações discriminatórias enfrentadas diariamente por mulheres a partir de
histórias recebidas por ela e por meio de um formulário anônimo. Ela lançou em
2018, a premiada HQ independente Histórias
tristes e piadas ruins. Veja mais aqui
PERNAMBUCO ART&CULTURAS
A ARTE
DE WANDECKSON WANDERLEY
A arte
do pintor Wandeckson Wanderley.
A música
da Orquestra Armorial aqui
Pontes imaginárias sob o céu do manguetown: influências do Mangue Beach
sobre as políticas públicas no entorno do Rio Capibaribe – uma análise do
circuito da Poesia e do Carnaval Multicultural, do
geógrafo doutorando pela UFRJ, David Tavares Barbosa aqui.
Cantochão
aqui.
&
OFICINAS ABI – 2º SEMESTRE 2020