LIÇÕES DE SEMPRE CUSPIDA NA CARA – UMA: NA HORAGÁ CADÊ CONSIDERAÇÃO! - Basta
uma insinuação calamitosa para a consideração humana ir pro beleleu! Numa
situação desastrosa é que a gente tem a certidão de que a solidariedade humana é
um mero papo no faz de conta. Vá precisar e constatará que o que necessita vale
os olhos da cara. Há quem se aproveite da desgraça alheia para mandar ver. É
nessa hora que você percebe que não vale mais que titica de inseto: ou você é
levado pra sacanagem da manteiga na dança do Último tango em Paris, ou ficará do lado mais amargo do breu da
vida. Bem diz Bernardo Bertolucci: A nossa sociedade é essencialmente baseada
na glorificação do ego; para ser feliz um sujeito precisa estar acima da massa.
Somos todos neobárbaros, as ideologias acabaram, há o desastre total da
sociedade de consumo. Isto é que é um vitupério! DUAS: PÉ NA GOELA PORQUE DO QUEIXO PRA BAIXO TUDO É PERNA - Fiz a
minha vida toda pautada no diálogo porque sempre achei que a guerra era o
recurso dos fracos que querem se mostrar fortes e não são. Sabedor disso, nunca
quis que a pugna da força imperasse, mas o diálogo. E por isso fracassei
sempre. Pudera, sempre fui franzino de nunca ter nem como mostrar o muque ou
querer levar tudo na munheca. Sempre achei desnecessária ou coisa para lá de
inútil qualquer luta corporal, muito embora tenha dado muito murro em ponta de
faca e arregaçado as mangas para levar muitas coisas na caixa dos peitos, afora
pernadas a três por quatro, cotoveladas, joelhadas e coices de calcanhar no que
tentasse me tolher. Sim, claro, isso na adolescência, quando estes eram os
únicos recursos que dispunha. Bastou dar uma aprumada na ideia e descobri que
força bruta é pra quem não tem tino nenhum. Não arredo o pé, pois, mesmo assim,
acredito que a força mais representativa esteja na exposição dos argumentos e
na demonstração dos mais diversos pontos de vista, sem que eu precise ser um
sectário, porque nunca me vi dono da razão. Uma lição reveladora me deu Lynn Margulis: A vida não dominou o mundo em combate, mas em rede. Um
cientista de verdade tende a ser crítico e, em algum momento, eles tiveram que
se rebelar contra seus professores. Assim, fui e sou. TRÊS: TODO DIA É DIA DA MULHER – Outra coisa
que sempre me encheu o saco era ter que me definir de estar ali ou aqui, para
lá ou para cá, ser desse ou daquele jeito, torcer pra esse ou praquele, e
seguir na boiada. Não, meu. Nunca fui lá muito achegado às ondas do momento, nem
nunca segui moda alguma, avesso que sempre fui das panelinhas, de nunca fazer
parte dos clubes dos que se acham os bons e melhores. Isto porque nunca me distingui
dos comuns, do qualquer, nunca me vi o tal nem acima de quem quer que seja. Da minha
parte, sempre me tive onde eu queria estar, equivocado ou não, pouco importa, a
gente aprende. Valho-me da saudosa diva musa Elis Regina: Não tenho tempo
de desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão, do encontro e do
entendimento entre as pessoas. E vamos aprumar a conversa! © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS
& DESDITOS: Um tanto constrangido, é verdade, mas sem outro jeito, aproveito esse
meio de comunicação, típico da era contemporânea e de suas maravilhas, para
levar ao conhecimento público o fato desagradável de que estou sem trabalho e,
por conseguinte, sem dinheiro. É triste, mas é verdade. Estou desempregado há
quase um ano. Preciso urgentemente de um trabalho que me dê uma grana capaz de
aliviar este verdadeiro sufoco. Sei ler e escrever, sei dar aulas, já fiz
direções de teatro e de cinema, já escrevi para o teatro, o cinema e a
televisão. Publiquei vários livros, inclusive sobre técnicas de roteiro, faço
supervisão nessas áreas de minha experiência, dou consultoria, tenho –
permitam-me que o confesse – muitas competências. Na mídia impressa, já escrevi
artigos, crônicas, reportagens… O que vier, eu traço. Até represento, só não
danço nem canto. Será que não há um jeito honesto de ganhar a vida com o suor
de meu rosto? Texto SOS desesperado do escritor,
filósofo, jornalista, diretor teatral e roteirista Luiz Carlos Maciel (1938-2017), jogando
na cara da sociedade o abandono dos idosos. Ele destacou-se como o guru da
contracultura nos anos 1960/70 com suas ideias sobre o underground, sendo um
dos fundadores do jornal O Pasquim, em 1969. Veja mais aqui.
TRES
POEMAS – AO AMOR:
O que desejas de mim / nunca o dará o lampejo de um momento, / a conquista de
um dia da montanha. / Meu corpo — para ti somente — / deve emergir a cada gesto
límpido / e profundo deve ser meu futuro / para reter-te e recriar-te
permanente. / Sei que em mim te estenderás, não mais disperso, / em desejo e em
procura de teu filho / e que todo movimento de meu ser / será o rumo de teu
universo. / E por isso temo. No meu sentimento / sofro por ti. Receio / ser
larga a hesitação de meu caminho, / ser um mito a conquista da montanha, / ser
pobre e fugaz o meu espaço / na extensão que reduz teu infinito. QUANDO ESTOU
NATURAL: Quando estou natural / é que posso sentir-me / intimamente ligada / à
vida. / Quando estou desprevenida, / - pés de água e de terra - / o corpo todo
em contato / a caminhar erguido / e penetrado na atmosfera. / Compreendo,
porque sinto / e depois penso: / - Não corrijo as sensações - / apenas as
configuro / e lhes dou sentido. / Nenhuma vastidão me estreita / ou intimida; /
com o natural em tudo, / numa entrega sem medida, / nos meus pés de água e
terra / no meu ser de amanhã / - Eu existo a minha vida. MONÓLOGO I
(FRAGMENTO): Hei de inventar amor, ávida e atenta. / Amor de ser a outro que é
demais / o amor que em coisas hoje se alimenta. / A manhã é cerrada de momentos
/ que hábeis mãos inventam em seu provento; / inventar o que o íntimo não fala,
/ curvando-se à pressão de outros inventos. / Hei de inventar amor num desafio /
às mais concretas frases, aos dias úteis, / amor de ser a outro que é demais / ter
um mundo por dentro desprovido. Poemas da poeta, professora e tradutora Lupe
Cotrim Garaude (Maria José Cotrim
Garaude Gianotti – 1933-1970). Entre as suas obras estão Raiz Comum (1955); Monólogos do Afeto
(1956); Entre a Flor e o Tempo (1961); Cântico da terra (1963); O poeta e o
Mundo (1964); Inventos (1968); Poemas ao outro (1970); e Encontro (1984),
antologia.
ÁRIDO MOVIE
O drama Árido
Movie (2006), dirigido pelo cineasta Lírio Ferreira, narra a
história de um repórter que vivia no Estado de São Paulo, mas que volta ao
interior pernambucano na ocasião do enterro do seu pai. Além de conhecer
diversos novos membros da família, ele se depara com a pressão dos parentes
para que ele se vingue da morte do pai. O longa conta com um elenco de peso que
inclui Guilherme Weber, Giulia Gam, Selton Mello, Matheus Nachtergaele, Renata
Sorrah, entre outros. Veja mais aqui.
A ARTE DE JOBSON FIGUEIREDO
A arte do escultor, artista plástico, restaurador e
produtor cultural Jobson Figueiredo, que desenvolve
sua arte em diversas técnicas; com trabalhos em madeira, cerâmica, pedra,
resina e bronze. Nas artes gráficas realizou xilogravuras, litogravuras,
infogravuras e pinturas em aquarela, óleo, acrílica, colagens e outras técnicas
mistas. No campo da Heráldica, ele realizou a pesquisa histórica, atualização,
projeto, modelagem e fundição em bronze do Brasão das Armas do Estado de
Pernambuco. Veja mais aqui.
PERNAMBUCO ART&CULTURAS
A
AVENTURA DO BAILE PERFUMADO: 20 ANOS DEPOIS
A obra A aventura do Baile Perfumado: 20 anos
depois (CEPE, 2016), organizado por Amanda Mansur e Custódio Nogueira, traz
o registro de realização do filme realizado por Lírio Ferreira, Paulo Caldas e
Hilton Lacerda, reunindo textos sobre o cinema como uma arte de irmãos, os
bailes perfumados, o repórter das Arábias, no set sob o sol de dois canos,
diário de um vídeo amador, roteiro original, a ficha técnica e os créditos e
legendas das imagens. Veja mais aqui e aqui.
A poesia
de Sandra Lustosa aqui.
A arte
de Dani Acioli aqui.
Teatro:
Libambo na maxambeta, O Prêmio aqui.
O
papa-figo & a viúva alma penada aqui
&
OFICINAS ABI