Ao som dos álbuns Francis Hime: Concerto
para Violão e Orquestra (2011), Mi Alma Mexicana (2010), Travieso Carmesí
(2011), Mythology Symphony (2015) e Olé México (2023), da regente
mexicana Alondra de la Parra, diretora da Filarmónica de las Américas.
Canção para outroutros
tantos & todos... - A vida abriu-me o livro & era
uma Carta de Amor. E nela os ventos trouxeram outras vozes da Constelação do
Homem Velho na plenitude estival de quem semeou, plantou e colheu. E o rio dizia:
tudo passa, apesar de parecer o mesmo, só parece... E sorria caudaloso pelas
nascentes aos mares que há milênios continuavam os mesmos mundafora. E me
ensinava o ouvido ao chão de quantas estradas para Guaxu – a Constelação do
Veado no nublado outonal e as árvores milenares continuavam o que são no calor
da escrita pela viagem sinuosa, quando precipitava a noite e parava no meio do
caminho ao fogo com quantas danças de mudanças, a sintonia e a intuição, o
sentimento primevo. Já amanhecia e vinha da Constelação da Ema a invernada com
o entusiasmo das ventanias que mil vezes voltavam para conhecer de longe os
segredos do silêncio espalhado. E a pedra era ouro no coração... E o Sol
anunciava ali um novo todos os dias, a Cosmovisão do amor de muitos
nomes, a incondicional alegria alquímica do mistério sagrado pelo florido primaveril
da Constelação da Anta do Norte. Mundividências múltiplas e mais do que sou aos
tantos. E eu que me sentia órfão, língua & coração, não mais... Porque
tive que reaprender com a Mãe-Terra o amor dela a mim devotado desde os
primórdios. Quão equivocado estava, agora eu sei: O que sou de todas as coisas... E passei a dormir com a essência de gratidão aos antepassados, o
afeto dedicado dos guardiões. E sonhei com as hestórias agitadas dos maracás no
toré e as minhas mãos com a de todos, o Grande Espírito em festa. O meu olhar
além de mim e o plural madurava presente na jornada, a reconhecer-me entre parelhos
e diferentes, a ancoragem na ancestralidade anímica e a paz ansiada de longa
data. Estava atento e percebia dela a mais profunda ensinança: o amor é o
grande trunfo da existência... Somos um só... Até mais ver.
Ngũgĩ wa Thiong'o: Nossas vidas são um campo de batalha no qual é travada uma guerra contínua entre as forças que estão comprometidas em confirmar nossa humanidade e aquelas determinadas a desmantelá-la; aquelas que se esforçam para construir um muro protetor ao redor dela e aquelas que desejam derrubá-la; aquelas que buscam moldá-la e aquelas comprometidas em destruí-la; aquelas que visam abrir nossos olhos, para nos fazer ver a luz e olhar para o amanhã... e aquelas que desejam nos embalar para fechar nossos olhos... Veja mais aqui e aqui.
Elfriede Jelinek:
Procure e você encontrará as coisas repulsivas que secretamente espera
encontrar... Eu não luto contra os homens, mas contra o sistema que é machista...
Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
Olalla Cociña: acaricie meu sonho nascido do ponto
cego, solar.. Veja mais aqui e aqui.
A FORÇA DA
ESPIRITUALIDADE
Imagem: Acervo ArtLAM.
Ô grande espírito sadio, \ Desperte sabedoria,\ Para
que, com autoria,\ Possa versar e aprender,\ E uma luz acender\ No seio da
humanidade,\ Com muita simplicidade,\ Sem ego no coração,\ Somente a
inspiração,\ Com espiritualidade.\ O Universo tem vida,\ Tem vida no Universo.\
Quando com ele converso,\ Sinto me fortalecida\ Com a mãe agradecida,\ Floresce
a diversidade,\ Nos traga felicidade,\ Em todos os movimentos.\ Sejamos
conhecimentos\ Com espiritualidade.\ A arte que foi criada,\ Chamado planeta
Terra,\ Com alto, baixos e serra,\ Entregue nas nossas mãos,\ Da criança aos
anciãos,\ É pra continuidade;\ Desmatar e fazer cidade,\ Furando e queimando a
terra,\ Por dinheiro vira guerra,\ Sem espiritualidade.\ Quem ama a mãe
natureza\ Não joga lixo no chão,\ Vive com a gratidão,\ Respeita tudo ao redor,\
E da criança ao maior,\ Sabe fazer caridade,\ Escuta a ancestralidade,\ E
espalha onde estiver,\ Não define homem, mulher\ A espiritualidade.\ Somos
povos diferentes,\ Diferentes rituais,\ Que respeitam os ancestrais,\ Pra luta
fortalecer\ E frutos poder nascer\ Em meio à diversidade,\ Ser cultura e
liberdade\ Da raiz até a semente\ E ser visto como gente\ Nossa espiritualidade.\
Pai Tupã nos fortaleça\ No caminho e na missão,\ Nos dê sempre inspiração\ Nos
momentos de cantar,\ Com ervas poder curar\ Com amor, simplicidade,\ Para que a
humanidade,\ Saiba contar sua história,\ Herança seja a memória\ Da
espiritualidade.
Poema da escritora, cordelista e contadora de
histórias indígenas, Auritha
Tabajara, autora de obras como Magistério indígena em verso e prosa (2007), Toda luta e história do povo Tabajara (2008), Coração na aldeia, pés no mundo (2018), A grandeza Tabajara (2019) e A lenda de Jurerê (2020), entre outras obras.
O LIVRO BRANCO - [...]
De pé nesta fronteira onde a terra e a
água se encontram, observando a recorrência aparentemente interminável das
ondas (embora esta eternidade seja de fato uma ilusão: a terra um dia
desaparecerá, tudo um dia desaparecerá), o fato de que nossas vidas não são
mais do que breves instantes é sentido com clareza inequívoca. [...].
Trecho extraído da obra The
White Book (Granta Books, 2018), da
escritora sul-coreana Han Kang, Prêmio Nobel de Literatura de 2024, que ainda se
expressa: Nós faremos vocês perceberem o quão ridículo foi,
todos vocês acenando a bandeira nacional e cantando o hino nacional. Nós
provaremos a vocês que vocês não são nada além de corpos imundos e fedorentos.
Que vocês não são melhores do que as carcaças de animais famintos.
Veja mais aqui.
ELUCIDANDO
A INTERSECCIONALIDADE & AS RAZÕES DO FEMINISMO
NEGRO - [...] reconexão
da epistemologia e da produção de conhecimento com a localização étnica, sexual
e racial daqueles que pensam e que falam [...] Não é
simplesmente que a interseccionalidade participa de uma visão colonial do
gênero e da raça que postula sua separação e assim impede uma compreensão mais
completa da dominação e da discriminação; é também, tão fundamentalmente, que a
interseccionalidade, como corolário, nos priva de uma compreensão do significado,
alcance e modalidades de resistência contra a opressão experimentada, incluindo
o processo de fraturar o locus na dinâmica da luta. [...] O
cosmopolitismo que estamos pedindo é antes o de um cosmopolitismo itinerante
dotado daquela ‘atitude alegre’ da qual Lugones fala. Propor um feminismo
cosmopolita decolonial é, antes de tudo, pensar nas subjetividades como
viajantes, não porque tal pensamento tematize a possibilidade de ser um cidadão
do mundo, mas porque nos permite conceber a figura do cidadão dos mundos,
aqueles que atravessamos e habitamos através das fronteiras. [...]. Trechos
extraídos da obra Élucider l’intersectionnalité. Les raisons du féminisme
noir (Vrin, 2020), da filósofa tunisiana Soumaya Mestiri, autora de estudos como De l'individu au citoyen: Rawls et le
problème de la personne (Éditions
de la Maison des sciences de l'homme. 2007), Rawls: justiça e equité (Presses universitárias de France. 2009) e Décoloniser le féminisme: une approche
transculturelle (Vrin.
2016).
A ARTE DE MARIANNE PERETTI
Eu era muito pequena, devia ter uns oito anos, e
olhando ele desenhar minha mãe para um quadro pintado a óleo, logo me
interessei. Não fiz belas artes, fiz artes decorativas... Eu quis morar no
Brasil porque sou muito pernambucana. Então, realmente tenho laços com Recife.
Uma parte pernambucana, uma parte francesa, não sei bem como mistura as duas
coisas, mas são as duas coisas... Eu tenho uma mágoa
como mulher. Acho que as mulheres são não bem reconhecidas. Ou são
reconhecidas, mas não na medida que deveriam ser.
Pensamento da
vitralista e artista plástica Marianne Peretti (Marie Anne Antoinette
Hélène Peretti – 1927-2022), a mais importante vitralista do Brasil e única
mulher a integrar a equipe de artistas da construção de Brasília. Veja mais
aqui, aqui & aqui.
Tem mais:
Livros Infantis Brincarte
do Nitolino aqui.
Poemagens & outras
versagens aqui.
Diário TTTTT aqui.
Cantarau
Tataritaritatá aqui.
Teatro Infantil: O
lobisomem Zonzo aqui.
Faça seu TCC sem
traumas – consultas e curso aqui.
VALUNA – Vale
do Rio Una aqui.
&
Crônica de
amor por ela aqui.