terça-feira, setembro 27, 2011

RUDYARD KIPLING, ROGERS, MARIANA MASCHERONI, BIANCA LI, GUEIXAS & LITERÓTICA


MUSA TATARITARITATÁ: MARIANA MASCHERONI

Fotos: Imagens recolhidas do perfil MySpace de Mariana Mascheroni.



PAS DE DEUX




No palco do meu coração sedento jamais houvera tamanha fascinação, jamais houvera, porque algo mais infrene se fizera aroma de seiva na noite fria de agosto: a presença resplendente do seu corpo de mulher.

Ah, jamais houvera tão irresistível: à meia luz seu jeito maçã desolada, cabeça pendida no ombro da solidão. Na horagá, a minha chegada de sempre: a captura. E franze o rosto, cerra as pálpebras, morde os lábios e estremece suplicante a suspirar o magnetismo do coração que palpita na sintonia que nos impele um ao outro. Nada a deter e o amor embala na rede dos devaneios quando nos píncaros da sedução se insinua num écarté para me provocar com requisições de gracejos acariciantes, a me insultar no entalhe pujante de costas com o pé na barra a dar-me todos os regalos de um ensaio fotográfico particular, ali exclusivo estourando meus sentidos.

Ah jamais houvera e nossos corpos fremem de desejos e já me precipito envolvê-la para o embalo íntimo de um atittude libidinoso, colados um no outro a inalar o incenso dos nossos laços de sentimentos transpassados. Mas judia de mim a rodopiar com seu magnetismo. Rodopia incólume na noite enquanto eu afio os dentes. E rodopia mais o seu bailado sem fim, até que possessa, de repente, me leva ao nocaute num grand decárt sobre meu corpo.

Ah, Cinderela exata do meu tope, Loba certa do meu querer. E eu sou todo delírio nessa festa que jamais houvera. E na agonia dos quereres imponho poder nas minhas mãos que se acercam de sua feição, alisam seu rosto, se apossam de sua feitura para arrancá-la ao beijo, nos enroscando na dança. E aos solavancos murmuramos arrastados pelo tapete de pétalas no assoalho da pulsação vital, atrás da porta, das cortinas, esgotando calcinados nosso parque de diversão que traz o repique dos sinos no júbilo, crepitando a nossa fogueira de ímpeto selvagem nas alturas das suas nuvens para chover meu amor, na invasão da sua selva com todos os segredos de entrega e felicidade.

Ah jamais houvera e ofegantes usufruímos a vida e com ela nossos turbilhões mais que enlouquecidos derrubam colunas, grilhões, capitéis, pedestais, leis e limites, até alcançar o podium do grand finale a nos fartar embriagados da sidra dos nossos corpos desforrados.

Ah, jamais houvera pas de deux como devaneio do amor na noite fria de agosto, jamais houvera.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


MARIANA MASCHERONI- A bailarina e professora carioca Mariana Mascheroni participou de importantes repertórios clássicos como Coppélia, Bela Adormecida, Lago Dos Cisnes, entre outros. Atualmente está cursando o CQID de Ballet Clássico do Sindicato da Dança do Estado do Rio de Janeiro. Ela também é manequim profissional formada pela Escola Quartier Latin do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Rio de Janeiro. Veja mais dela no MySpace e no YouTube. Hoje é o aniversário dela, aqui a nossa homenagem. Confira mais Musa Tataritaritatá.

DITOS & DESDITOSQuem sabe o que é o medo? Não falo de medo comum de agressão, ferimento ou morte, mas o medo abjeto e arrepiante de alguma coisa que não se pode ver. Pensamento do escritor britânico Rudyard Kipling (1865-1936).

QUANDO FALA O CORAÇÃO - [...] Quando uma pessoa se une a outra, ela deixa de lado a sua identdade individual e se torna parte de uma consciência maior que agora inclui ela e a outra pessoa. Embora as pessoas que se unam uma a outra possam continuar tendo uma certa consciência de sua própria identidade individual, essa consciência é secundária e não é significativa para o que está acontecedo no momento, mas sim a união. [...]. Trechos da obra Quando fala o coração (Vetor, 2004), do psicólogo norte-americano e criador da abordagem psicoterapeuta Terapia Centrada na Pessoa, Carl Rogers (1902-1987). Veja mais aqui.

GUEIXAS –[...] Há diferentes motivos para que uma mulher escolha a vida de gueixa. Uma jovem de 16 que resolve experimentar a vida de maikp tem ideias e prioridades diferetes das de uma mulher de 26 anos que sabe que ao tornar-se gueixa poderá obstruir as possibilidades de uma vida de casada comum. [...] há uma coisa que une todas essas mulheres na escolha da carreira: a inclinação pelas artes. [...] Já mulheres que entrampara a profissão imaginando que encontrarão um marido entre os clientes, mas a maioria das gueixas [...] parece acreditar que essa não é uma boa razão para escolher a vida de gueixa. [...] As gueixas estão em situação de poder juntar-se aos ricos e famosos, e por vezes isso leva ao casamento; tais coisas acontecem. Mas é duvidoso que um homem vá às áreas de gueixas expressamente para procurar uma esposa. Ao chegarem aos 30 anos, em geral as gueixas já abandonaram completamente a ideia (ou a esperança secreta) de casamento. Muitas copnsideram aborrecida e repressora a vida da mulher japonesa casada comum. Afirmam que jamais trocariam sua independência pela respeitabilidade do matrimonio [...]. Trechos do livro Gueixa (Objetiva, 2003), de Liza Dalby.


A arte da coreógrafa. Diretora de cinema, dançarina e atriz Bianca Li.



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