MUSA
TATARITARITATÁ: MARIANA MASCHERONI
Fotos: Imagens recolhidas do perfil MySpace de Mariana
Mascheroni.
PAS DE DEUX
No palco do meu coração
sedento jamais houvera tamanha fascinação, jamais houvera, porque algo mais
infrene se fizera aroma de seiva na noite fria de agosto: a presença
resplendente do seu corpo de mulher.
Ah, jamais houvera tão
irresistível: à meia luz seu jeito maçã desolada, cabeça pendida no ombro da
solidão. Na horagá, a minha chegada de sempre: a captura. E franze o rosto,
cerra as pálpebras, morde os lábios e estremece suplicante a suspirar o
magnetismo do coração que palpita na sintonia que nos impele um ao outro. Nada
a deter e o amor embala na rede dos devaneios quando nos píncaros da sedução se
insinua num écarté para me provocar com requisições de gracejos acariciantes, a
me insultar no entalhe pujante de costas com o pé na barra a dar-me todos os
regalos de um ensaio fotográfico particular, ali exclusivo estourando meus
sentidos.
Ah jamais houvera e nossos
corpos fremem de desejos e já me precipito envolvê-la para o embalo íntimo de
um atittude libidinoso, colados um no outro a inalar o incenso dos nossos laços
de sentimentos transpassados. Mas judia de mim a rodopiar com seu magnetismo.
Rodopia incólume na noite enquanto eu afio os dentes. E rodopia mais o seu
bailado sem fim, até que possessa, de repente, me leva ao nocaute num grand
decárt sobre meu corpo.
Ah, Cinderela exata do meu
tope, Loba certa do meu querer. E eu sou todo delírio nessa festa que jamais
houvera. E na agonia dos quereres imponho poder nas minhas mãos que se acercam
de sua feição, alisam seu rosto, se apossam de sua feitura para arrancá-la ao
beijo, nos enroscando na dança. E aos solavancos murmuramos arrastados pelo
tapete de pétalas no assoalho da pulsação vital, atrás da porta, das cortinas,
esgotando calcinados nosso parque de diversão que traz o repique dos sinos no
júbilo, crepitando a nossa fogueira de ímpeto selvagem nas alturas das suas
nuvens para chover meu amor, na invasão da sua selva com todos os segredos de
entrega e felicidade.
Ah jamais houvera e
ofegantes usufruímos a vida e com ela nossos turbilhões mais que enlouquecidos
derrubam colunas, grilhões, capitéis, pedestais, leis e limites, até alcançar o
podium do grand finale a nos fartar embriagados da sidra dos nossos corpos
desforrados.
Ah, jamais houvera pas de
deux como devaneio do amor na noite fria de agosto, jamais houvera.
© Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
MARIANA
MASCHERONI- A bailarina e professora carioca Mariana Mascheroni participou
de importantes repertórios clássicos como Coppélia, Bela Adormecida, Lago Dos
Cisnes, entre outros. Atualmente está cursando o CQID de Ballet Clássico do
Sindicato da Dança do Estado do Rio de Janeiro. Ela também é manequim
profissional formada pela Escola Quartier Latin do Sindicato dos Artistas e
Técnicos em Espetáculos de Diversão do Rio de Janeiro. Veja mais dela no
MySpace e no YouTube. Hoje é o aniversário dela, aqui a nossa homenagem. Confira
mais Musa Tataritaritatá.
DITOS & DESDITOS – Quem sabe o que
é o medo? Não falo de medo comum de agressão, ferimento ou morte, mas o medo
abjeto e arrepiante de alguma coisa que não se pode ver. Pensamento do
escritor britânico Rudyard Kipling
(1865-1936).
QUANDO FALA O CORAÇÃO - [...] Quando uma pessoa se une a outra, ela deixa de lado a sua identdade
individual e se torna parte de uma consciência maior que agora inclui ela e a
outra pessoa. Embora as pessoas que se unam uma a outra possam continuar tendo
uma certa consciência de sua própria identidade individual, essa consciência é
secundária e não é significativa para o que está acontecedo no momento, mas sim
a união. [...]. Trechos da obra Quando
fala o coração (Vetor, 2004), do psicólogo norte-americano e criador da
abordagem psicoterapeuta Terapia Centrada na Pessoa, Carl Rogers
(1902-1987). Veja mais aqui.
GUEIXAS –[...] Há diferentes motivos para que uma mulher escolha a vida de gueixa. Uma
jovem de 16 que resolve experimentar a vida de maikp tem ideias e prioridades
diferetes das de uma mulher de 26 anos que sabe que ao tornar-se gueixa poderá
obstruir as possibilidades de uma vida de casada comum. [...] há uma coisa que une todas essas mulheres na
escolha da carreira: a inclinação pelas artes. [...] Já mulheres que entrampara a profissão imaginando que encontrarão um
marido entre os clientes, mas a maioria das gueixas [...] parece acreditar que essa não é uma boa
razão para escolher a vida de gueixa. [...] As gueixas estão em situação de poder juntar-se aos ricos e famosos, e
por vezes isso leva ao casamento; tais coisas acontecem. Mas é duvidoso que um
homem vá às áreas de gueixas expressamente para procurar uma esposa. Ao
chegarem aos 30 anos, em geral as gueixas já abandonaram completamente a ideia
(ou a esperança secreta) de casamento. Muitas copnsideram aborrecida e
repressora a vida da mulher japonesa casada comum. Afirmam que jamais trocariam
sua independência pela respeitabilidade do matrimonio [...]. Trechos do
livro Gueixa (Objetiva, 2003), de Liza Dalby.
A arte da coreógrafa. Diretora de cinema, dançarina e
atriz Bianca Li.
Veja
mais sobre:
Das
decepções com as mazelas na vida, Luís da Câmara Cascudo, Noam Chomsky, Hector Babenco, Frieze Magazine, Marília Pêra, Maria Luísa Mendonça, Xuxa Lopes, Sara
Bareilles, Danielle Winits, Enki Bilal & O rabicho da Geralda aqui.
E mais:
A
explosão do prazer & Zine Tataritaritatá aqui.
Desenvolvimento
Psicossocial & Justiça à Poesia aqui.
A mulher
e as relações de gênero aqui.
A
mulher, a Lei Maria da Pena & Ginocracia aqui.
Paulo
Freire & a Pedagogia do Oprimido aqui.
Satyricon
de Petrônio aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.