A arte da artista plástica francesa Jeanne Lorioz.
BIG SHIT BÔBRAS: A CHEGADA, PRIMEIRA EMBOANÇA. - Arte: Derinha Rocha - Todos traziam a expectativa de se aboletarem numa mansão ou castelo, ou coisa desse porte. Nada, deram de cara com um sobradão esburacado, encardido e com um labirinto carregado de teia de aranhas, a ponto do Doro cantarolar “Saudosa maloca” em sua homenagem. - Ôxe, a gente pensa que vai prum porreta dum paraíso e chega num traste de inferno chocho desses, ora! -, queixou-se enfático Zé Bilôla. Ainda mais não havia ninguém na estréia para recepcioná-los com vivas e salvas. Entraram no recinto mais murchos que cravo em dia seguinte de enterro, parece que adivinhando a roubada em que se meteram. Cada qual foi se arranchando como podia, criando o seu próprio cafôfo. O padre Bidião não perdeu a oportunidade e, de sopetão, sacudiu a sua fiel escudeira, Prazeres-do-Céu, largando magriço imbróglio brabo no meio da sua onomatomania e com gestos de benzeduras e aleluias, santificou o ambiente com uma cerimônia demorada e um discurso inaugural da Igreja Bidiônica da Salvação Arretada! Todos se ajoelharam e cada qual, a seu modo, agradeceu aos céus e à vida a oportunidade daquilo. Até então, apesar do pesadume, todos estavam concordes e acolhedores. Foram se ajeitando nos cômodos do sobrado. Daí foram surgindo as tranqueiras, monturos, bocejos, pigarros, cuspidas, chulés, caçolas, trochas, nojeiras, arrotos, soluços, cochilos, peidos, espirros, coceiras, esfregões, gemidos, roncos, amolegamentos, alisados, halitoses, fungados, carniças, assoamentos, sovaqueiras, alisados, risadagem, resmungos, muxoxos, amundiçamento, fuxico, macacada, enredamento, presepada, fumaceiro, caboetagem, barroada, beliscão, cascudo, tapa-olho, desmunhecamento, tabefe, maloqueragem, umbigada, viadagem, pisada, munhecagem e muita mundiça. Lá pras tantas, cada um na sua, eis que Zé-Corninho aparece no salão com a sua tanguinha mamãe-quero-ser-gay que mais mostrava do que escondia suas partes pudendas, completamente engasgado com a sua perereca. Foi uma correria. Um bufe-bufe desgraçado nas costelas do obnóxio dele quase botar todos os bofes pra fora. Magoou a sua escoliose, agora além do quengo zonzo e engalhado, todo espinhaço empenado. - Ô, matchomen, tu quer morrer, desgraçado!? -, largou esculacho o Robimagaiver. Zé-Corninho não podia nem falar de tão estropiado. Quando o amontoado se desfez, cada qual procurou se enturmar. As mulheres mais gregárias, conferindo que não havia piscina no terreiro, se ajuntaram ao redor do cacimbão. Foi quando Vera teve um faniquito e tascou sua primeira convocação lubambeira: - Gente, como esse merdeiro mais parece o sonho de uma mula no cacimbão, vamos aproveitar o desacerto e organizar nossa sociedade feminista. Virou um sarrabulho da porra, maior estripulia. Como primeiro protesto ela fez com que todas a retirassem sutiã e calcinha propondo a liberdade sexual sem macho para azucrinar. Maior ovação. E sentenciou: - Aqui num vai ter sexo! Os machos que se virem! Enquanto do outro lado do terreiro a macharia estava coçando saco e jogando conversa fora, quando deram fé naquilo, foram unânimes em admitir que a roubada fez estrago e deu de feder virando maior gaveta-de-sapateiro. Aí, Doro, como sempre, teve uma luzinha acesa no quengo e achou de se aproveitar da ocasião para melhor embasar sua candidatura. Eis que ao vê-lo todo folgado, a Marcialita, zagueira vigilante com sua pogoniase, sacudiu maior carão dando uma beliscada na sua micula: - S´aquiete, estrabulega, sossegue esse facho sinão, sinão. Foi quando o patrocinador do evento, o FECAMEPA apareceu com brindes, comes & bebes, para anunciar as primeiras tarefas da trupe. E aí começa toda remoeta. Vamos nessa! Segura aí que vem mais. VEJA MAIS: BIG SHIT BÔBRAS
PENSAMENTO DO DIA – [...] Haverá
sempre algo a dizer de algo que foi dito e do que não foi dito. Há sempre um
dito e não dito [...]. Pensamento extraído da obra Ensaio sobre a mitologia grega como introdução à filosofia
(SCT/FCE, 2001), do professor Lourenço
Leite.
PALAVRAS E SIGNIFICADO - [...] Quando
chegarmos à consideração de verdade e falsidade, veremos quão necessário é
evitar supor um paralelismo muito estreito entre os fatos e as frases que os
afirmam. Contra esses erros, a única salvaguarda é ser capaz, vez por outra, de
descartar as palavras por um momento e contemplar os fatos mais diretamente
através das imagens. Os progressos mais sérios no pensamento filosófico
resultam dessa contemplação relativamente direta dos fatos. Mas o resultado
temde ser expresso em palavrass, para ser comunicável. Os que têmuma vida
relativamente direta dos fatos são com freqüência incapzes de traduzir a sua
vsão em palavras, enquanto os que possuem as palavras perdem normalmente a
visão. É em parte por esta razão que a mais alta capacidade filosófica é tão
rara: ela implica uma combinação de visão com palavras abstratas, o que é
difícil de conseguir e rapidamente se perde nos poucos que a conseguiram por um
momento. [...]. Trecho extraído da obra Análise
da mente (Zahar, 1976), do filósofo, matemático e pensador inglês Bertrand
Russel (1872-1970). Veja mais aqui.
MILAGRE BRASILEIRO – [...] o
que os dados de nossas contas externas evidenciam é a marcha cada vez mais
acelerada para a insolvência [...] como
suas graves conseqüências imediatas, entre as quais se destacam os “atrasados
comerciais!” de que já tivemos no passado pequenas e momentaneas experiências
[...] a perspectiva da perda do que ainda
sobra de autonomia econômica e livre disposição de nossos recursos. [...] o que vai sobrar desse breve surto de
atividades econômicas verificiado no decurso dos últimos anos é muito pouco,
quase nada, em termos de contribuição efetiva e solidamente alicerçada para um
real progresso e consistente desenvolbimento fututo do país [...]. Em conclusão, o “milagre” brasileiro não
passou de breve surto de atividades estimulado por conjuntura internacional
momentânea e fruto de circunstancias excepcionais. [...] o Brasil retorna à sua medíocre normalidade
amarrada ao passado. Com a agravante agora de fazer frente ao oneroso cursto de
seu instante de euforia e sonho de seus dirigentes com um Brasil “plenamente
desenvolvido” e “grande potência” a curto prazo. Trechos extraídos de História econômica do Brasil (Brasiliense,
1979), do advogado, historiador, geógrafo, escritor, político e editor Caio Prado
Junior (1907-1990). Veja mais aqui e aqui.
HIERARQUIA - Diz
que um leão enorme ia andando chateado, não muito rei dos animais, porque tinha
acabado de brigar com a mulher e esta lhe dissera poucas e boas. ( ou seja,
muitas e más). Eis que, subitamente, o leão defronta com um pequeno rato, o
ratinho mais menor que ele já tinha visto. Pisou-lhe a cauda e, enquanto o rato
forçava inutilmente para escapar, o leão gritava: “Miserável criatura, ínfima,
vil, torpe; não conheço na criação nada mais insignificante e nojento. Vou
te deixar com vida apenas para que você possa sofrer toda a humilhação do que
lhe disse, você, desgraçado, inferior, mesquinho, rato!” E soltou-o. O rato
correu o mais que pôde, mas quando já estava a salvo, gritou pro leão:
“Será que Vossa Excelência poderia escrever isso pra mim? Vou me encontrar com
uma lesma que eu conheço e quero repetir isso pra ela com as mesmas palavras!” Moral:
afinal ninguém é tão inferior assim. Submoral: nem tão superior, por falar
nisso. 1 Quer dizer: muitas e más. 2 Na grande hora psicanalítica, que soa para
todos nós, a precisão de linguagem é fundamental. Extraído de Fabulas fabulosas (Nórdica, 1985), do escritor, dramaturgo, tradutor, desenhista, humorista e jornalista
Millôr Fernandes (1923-2012). Veja mais aqui.
A CARNE É CRÁPULA – A
carne é crápula / sob o olho cego / do desejo. / A carne é trôpega / se fala
sob o pêlo / de outro desejo alheio. / A carne é trêmula / e fracta. / Crina de
nervos, / veneno de víbora, / a carne é égua / sob o cabresto / de seus
incestos / sem freios. / Fálica e côncava, / intrépida e férvida, / a carne é
estrábica / nos entreveros / do sexo / com seus desacertos / conexos. / Sob o
olho / sem mácula e cego, / a carne é crápula / nos arpejos / indefesos / de
seus perversos / desejos. Poema extraído da obra Sábado na hora da escuta – antologia (Summus, 1978), do poeta e
crítico Mário Chamie (1933-2011).
NEUROCIÊNCIAS: DESVENDANDO O SISTEMA NERVOSO – O
livro Neurociências: desvendando o
sistema nervoso, de Mark F
Bear, Barry W. Connors e Michacl A. Paradiso, aborda temas como introdução
às Neurociônclas, neurônios, membrana neuronal em repouso, transmissão
sináptica, sistemas de neurotransmissores, a estrutura do sistema nervoso,
sistemas motor e sensorial, os sentidos químicos, o olho, o sistema visual
central, os sistemas auditivo e vestibular, o sistema sensorial somático,
controle espinhal do movimento, controle encefálico do movimento, o encéfalo e
o comportamento, o controle químico do encéfalo e do comportamento, motivação,
sexo e sistema nervoso, mecanismos da emoção no encéfalo, os ritmos do
encéfalo, linguagem e atenção, transtornos mentais, sistemas de memória,
mecanismos moleculares do aprendizado e da memórias, entre outros importantes
temas. REFERÊNCIAS: BEAR, Mark; CONNORS,
Barry; PARADISO, Michael. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. Porto Alegre: Artmed, 2002. Veja mais aqui e
aqui.
O MISTÉRIO DA CONSCIÊNCIA – O
livro O mistério da consciência: do corpo
e das emoções ao conhecimento em si, de António Damasio, trata na primeira parte do problema da
consciência, mente, comportamento e cérebro, reflexão sobre dados neurológicos
e neuropsicológicos e a busca do self. Na segunda parte aborda a emoção e o
sentimento, excurso histórico, a função biológica das emoções, indução de
emoções, a mecânica da emoção, o substrato para a representação de emoções e
sentimentos, a consciência central, a música do comportamento e as
manifestações externas da consciência, estado de vigília, atenção e
comportamento intencional e o estudo da consciência por sua ausência, linguagem
e consciência, ,emória e consciência e a consciência de David. Na terceira
parte trata da biologia do conhecimento a partir do organismo e do objeto, o
corpo como sustentáculo do self, a necessidade de estabilidade, o meio interno
como precursor do self, a gestão da vida, a invariância do organismo e a
impermanência da permanência, as raízes da perspectiva individual, da
propriedade e da condição de agente, o mapeamento dos sinais do corpo, o self
neural, estruturas cerebrais necessárias para implementar o proto-self,
estruturas cerebrais que não são necessárias para implementar o
proto-self, a produção da consciência central, a necessidade de um padrão
neural de segunda ordem, as imagens do conhecimento, a natureza não verbal da
consciência central, a naturalidade da narrativa sem palavras, palavra sobre o
homúnculo, avaliação da consciência ampliada e seus distúrbios, amnésia global
transitória, anosognosia, assomatognosia, o transitório e o permanente, a base
neuroanatômica do self autobiográfico, identidade e individualidade, o
inconsciente, o self da natureza e o self da cultura, a neurologia da
consciência, os fundamentos para um papel das estruturas do proto-self na
consciência, sono e coma, 5eflexão sobre os correlatos neurais do coma e do
estado vegetativo persistente, a formação reticular ontem e hoje e a anatomia
do proto-self da perspectiva de experimentos clássicos. Na quarta parte fala a
respeito dos sentimentos, o substrato dos sentimentos de emoção, da emoção ao
sentimento consciente, a relação obrigatória dos sentimentos com o corpo,
emoção e sentimento após transecção da medula espinhal, lições da síndrome do
encarceramento, a inconsciência e seus limites, mente e cérebro, entre outras
importantes abordagens. REFERÊNCIA: DAMÁSIO, Antônio. O mistério da
consciência: do corpo e das emoções ao conhecimento em si. São Paulo: Companhia
das Letras, 2000. Veja mais aqui e aqui.
A arte
da artista plástica francesa Jeanne
Lorioz.
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