TRÍPTICO DQP – Só a poesia torna a vida suportável...- Ao som do Klavierkonzert
nº 20 in d-moll KV 466 - 1. Allegro 2. Romance 3. Rondo: Allegro assai (1785), de Wolfgang Amadeus Mozart, na interpretação da pianista austríaca Ingrid Haebler, com a Klavier London
Symphony Orchestra Dirigent: Alceo Galliera – Tempoutros, naveganamnese... Jovem
impúbere e o teatro à flor da pele. Andava às tontas até ser encaminhado por
Enock Queiroz, Gildásio Santana e Maurício Melo, afora o amável casal Dudu e
Léa – esta atriz de muitos palcos -, pra conversar com seu Odyllo da banca de
jornal - que era Costa para todos e Ferreira como ator. Sim, dos palcos de Fenelon Barreto e que protagonizou,
entre outras peças, o Náufrago do Mafalda. Dele as
instruções para melhor conduzir a Adoração que eu queria montar com o Luizinho
Barreto. A paciente e dedicada ilustração dele para mim era de suma
importância, ouvia-o atentamente, experiência que contava. Tantas vezes a ele
recorri para esclarecer esta ou aquela cena, sempre saindo do encontro mais
pujante quanto invencível. Depois do malogro da empresa, todos os dias eu
pegava o jornal diário e indagava de dona Maria: Cadê seu Odyllo? E de lá de
dentro ele se aproximava com um bom dia e troca de algumas ideias: Este o
sobrevivente das tragédias! Ele com um meio sorriso, reiterava: Nas peças de
Felelon só quem escapava mesmo era Enock que era o ponto e fugia antes do
final, senão nem ele saía vivo! Ressuscitado depois de tantas apresentações,
guardava ele as boas lembranças de quantas vezes não enlouqueceu em cena,
quantos naufrágios, quanto enlutamento e desespero. E a gente se ria contando
do sucesso que explodia quando fechava o pano. Era a glória! Os olhos dele
chega marejavam. Pois bem, o tempo passou e, dia deste, do inesperado me
aparece a conterrânea Odyla Gorette
Fronrath em vídeo e fotos. Sim, com o seu Vida aos 50 – Teste os seus limites, enfrente os seus medos
e não deixe que nada impeça você de pelo menos tentar. Conversa vai e vem, seu Odyllo? Sim. Nossa, que maravilha!
E conversamos um bocado e com ela outra lembrança, um dia que o pai dela me
falou do jornalista, advogado e crítico literário da Academia Brasileira de
Letras, Álvaro Lins (1912-1970): Durante algum tempo – e ainda
hoje em certos meios – a história nada mais significava do que um peso morto,
isto é: luxo de erudição, para uns; amontoado de fatos e datas, para outros.
Tudo mais ou menos frio e inerte como se o passado fora um outro mundo, uma
região estrangeira. Pois há quem não compreenda a verdadeira significação do
tempo; neste caso, o que está para trás sendo uma paisagem distante e
indiferente. Sim,
foi dele que ouvi pela primeira vez o nome do imortal acadêmico caruaruense. E o
que dissera me soava como um alerta para
os que têm olhos e não veem, ouvidos e não ouvem, só se arrastam e se debatem
espíritos rasos e fúteis do ódio e do egoísmo na tagarelice da insipidez do proselitismo,
nas tolices de endeusamentos conservadores das religiões e superstições ou dos
preconceitos das convicções e das disparatadas panaceias carregadas de
recalques e com todo o tipo de restrição disso ou daquilo. Sim, uma advertência
para quem bebeu as águas nos infernos de Lete
para olvidar do passado inglório da história, como real pusilanimidade,
pois se prestar atenção a um detalhe irrecorrível, saberá que, por maior que
seja a indiferença, as ninfas das nove noites amantes de Mnemósine estarão sempre em riste. Por isso só a poesia, viva.
Menoscabo aos pávidos... Imagens da artista canadense Claire Wilks (1933-2017). - Lá estava eu no meio do Trilema de Epicuro e exumado pelo bombardeio estúpido
daqueles do Efeito Dunning-Kruger. Ninguém merece. É como se eu esquecesse o que
repetia o escritor estadunidense Noam Gordon (1926-2021): A vida é gloriosa, mas pode ser considerada cruel. Sim, mais do que nunca é preciso sobreviver às
bravatas dos insensatos com seus dislates e platitudes! Ouço bem Tarik Ali: Como vivemos nossas vidas não depende,
infelizmente, apenas de nós. Circunstâncias, boas ou ruins, intervêm
constantemente. Uma pessoa próxima a nós morre. Uma pessoa não tão próxima de
nós continua vivendo. Todas essas coisas afetam a forma como vivemos... Afinal,
vivemos em um mundo onde as ilusões são sagradas e a verdade, profana. Ah,
não! Se os desmiolados esdrúxulos pintam de azul o horror e querem por que
querem impor sua bizarrice sobre os telhados e peitos abertos nas calçadas e
ruas para contaminar a miséria tenebrosa como se fossem ofertas faustosas, estou
careca de saber daquela do moralista francês Joseph Joubert (1754-1824):
O medo depende da imaginação; a covardia,
do caráter. E muito mais do que fez a poeta estadunidense Ella Wheeler
Wilcox (1850-1919): Pecar pelo
silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes. Para quem
acha que não há quem salve a dor da traição, sigo adiante.
Truz era o meu
verbo... - Imagem da artista visual alemã Silke Host - Quantas quedas, tombos e
topadoutras, não herdei sozinho as múltiplas maldições terceiromundistas. Se este
é o meu pecado, mantenho-me desobediente! Ao procurar identificar qual o meu
verbo, ouvi algo mais ameno e afetivo da enfermeira e professora Kelly Graziani Giacchero Vedana: Se perdoe. Perdoe pela falta de tempo consigo; pelas vezes que disse
sim quando deveria ter dito não; perdoe seu passado, você não sabia das coisas
que sabe hoje. Não seja severa assim. Você não merece carregar todo esse peso
nas costas. Olhe no espelho e diga: eu te perdoo, tudo vai ficar bem daqui para
frente. E lá estava eu na InspirAção
para melhor ouvir e entender o que me dizia Morgan Llywelyn: A intuição é
a voz do espírito dentro de você. O
único poder que um homem tem que não pode ser tirado dele é o poder de não
fazer nada. Nós nascemos sozinhos e morremos sozinhos, eu aceito isso.
Mas por que, Deus, temos que ficar sozinhos no meio? Os corpos se desgastam
para nos lembrar que são temporários e nos forçam a pensar mais em nossos
espíritos. Sim e se hoje tudo anda em marcha à ré pelas trevas da ignorância
maldita, não se pode ficar com um pé atrás: um passo a mais e outro adiante, não
há por que nem como se calar. Até mais ver.
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