TRÍPTICO
DQP – É de lástima a pele dos pusilânimes... – Imagem inspirada no livro homônimo de Vital Corrêa de Araújo, ao som do Piano Pieces for Children - Japanese Festival (1955), do compositor japonês Nakata
Yoshinao (1923-2000). - Diacaso, entrechos... Nenhumoutra
escolha. Olhalgaravias... Encontroutros no pasto dos infames com metano cru,
insanos que duram mortes. Se dialvorecia tal noitescura não era apenas jogoxímoros:
era vidagora, feito garotórfão & escolabandonado, trabalhexcessivo, mortesforço
pra fortunaventura, inocentinsensato... Um futurilusório: empregrana
poucurtíssima, flordidade degenerazões. E o cineastiraniano Jafar Panâhi
em riste: Isto não é um filme. Não
era mesmo! E eu aos homoteleutos de idos ados udos edos e odos. Tudo. Para onde
foram todos? A resposta com o escritorespanhol Javier Cercas: O que as
mentiras e calúnias têm de pior é que quase sempre acabam nos contaminando,
porque é muito difícil não ceder à tentação de nos defendermos delas
tornando-nos mentirosos e caluniadores. E não era só a sindemia e o
desgoverno coisonário: era o reinado
da estupidez e da morte. Não fosse a jornalistescritora espanhola Lucia Etxebarria: A ignorância é uma traidora que se aliou à
imaginação... Eu me tornaria um quase talvez grego desesquecido de tudo e teimando posteridade.
A tragédia nossa de cada dia... - Imagem: a arte do artista bengalês Javed Jalil - E daí? Era o dilúvio. Os
deuses lamentavam a criação da humanidade, levados pela resolução de
exterminá-la definitivamente. Um deles, Ea, apiedou-se da raça humana e revelou
a Umnapishtim o projeto, aconselhando-o confeccionar uma barca com medidas
exatas e nela subisse com todos os seus, só assim escaparia da inundação do
mundo: Tudo
quanto tinha embarquei, toda semente de vida subiu, toda minha família e
parentela, porque o senhor das trevas fará chover impurezas, entrei na
embarcação e fechei a porta. Mesmo assim, a desordem. Eu e eles. E o predito se fez
violento por seis dias e seis noites, os deuses se arrependeram; os nossos,
não. Quase quatranos e a impunidade verdadeira, quantos aproveitadores, coniventes todos. E as águas romperam as margens, subestimaram as Pedreiras, inundaram a
praça da matriz e os que haviam subido o Matadouro não foram poupados. Só me
restou ouvir de Ian McEwan
em Amsterdam: Sabemos tão pouco
uns dos outros. Jazemos quase que submersos, como blocos de gelo, mostrando
apenas a parte branca e fria de nossos eus sociais. Ali estava uma rara visão,
por baixo das ondas, do tumulto e da privacidade de um homem, da sua dignidade
posta de cabeça pra baixo pela necessidade avassaladora de fantasia pura, de
pensamento puro, por aquele elemento humano irredutível – a mente. Não
podia ser, não, jamais. Nem havia razão alguma de ser
justamente eu o escolhido para assistir todessa aluvião.
Se tarde passou a hora... - Imagem:
arte da artista argentina Helena
Wierzbicki. - Prondecêfoi? Mundoco, imagemalogrou. Como foi mesmo, hem? Ela
nua me levou para uma solenidade hierogâmica. Estava perdido e nada sabia. Era um
simples mortal com o talismã da morada, ora diante do leão, ora da pomba. Ela havia
chorado a desgraça como se sentisse as dores do parto e vociferou soberana, com
sua bela voz para Ninlil sem Enlil, Ereshkigal sem Nergal, Babu sem Ningirsu, mais
Nana, Ininni, Ninharsag, todas e as tríades delas: Acaso dei a luz ao meu povo para que seja dizimado entre si? Os deuses
inexoráveis: todos fraquejaram e tentaram contra eles. Irritados com a
ignominia, infligiram o golpe desditoso, torturando infortunados. Ela protestou:
Estamos cercados de demônios para fazer
os meus sua presa, são os sete da montanha do ocidente, crescidos na montanha
do levante, habitantes dos buracos da terra, cobertos de brilho! Nadadiantou.
A deusa-grão Nidaba braçabertos para me proteger e contou da Criação: Prepara-te. Que tu e eu combatamos. Perdi
a razão e fiquei fora de mim, quase chorei. Ela recitou um encantamento da
fórmula mágica que o Georges Conteneau
escreveu sobre as mulheres de Assur e Babilônia. E depois me fez fugir para salvar nossas vidas. Em fuga cruzei
com saudoso centenário Pelópidas Soares:
Outro sol se levanta... E eu não via
porque havia pressa em tudo, o mundo enlouquecido. E foi preciso que a escritorespanhola
Elvira Navarro Ponferrada me avisasse: Não quero dizer que estou fazendo algo super
novo, mas para mim é, estou passando por territórios que não tinha explorado
antes, e isso é o que é divertido, o que é estimulante. É isso que me interessa
como criadora, não concebo que a criação possa ser diferente. Tenho a
impressão de que muitas coisas chamamos de periferia. Mas nossas próprias
regiões de sombra também estão na periferia, tentamos não vê-las e
encurralá-las. E me apontou para a Vitória Régia como se eu fosse o deus do seu
panteão e não era: um desvalido a mais no pesadelo da existência. Até mais ver.
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