O AMOR DE MEERA, MIRABAI... – De uma nobre família da região de Rajasthan, ela nasceu em Kudki e passou sua infância em Merta. Desde muito jovem dedicou seu profundo amor e devoção intensa e apaixonada. Seu pai era um guerreiro valente que enfrentava os mogóis. Por sua valentia ganhou de um sadhu uma bela boneca de Deus, com bênçãos especiais. Ela tinha apenas 3 anos e ambicionava a boneca, ao que foi negada pelo pai, porque queria preservar as bênçãos. Ao ver recusado seu desejo, ela fez greve de fome. O pai então cedeu e lhe deu a boneca. Ela, então, cresceu e todos os dias conversava com a boneca e com ela vivia: Deus estava dentro da boneca. Foi então que preocupados decidiram logo por seu casamento. Casou-se involuntariamente com o príncipe herdeiro, recusando-se a seguir as convenções sociais e a cumprir as obrigações de esposa. Ela sonhava com Gopala Giridhara – o jovem pastor que tocava Sua flauta às margens do rio Jamuna em Brindaban. Dedicou-se a esse amor divino. Por isso enfrentou desafios e oposições pelo abandono às normas sociais tradicionais. Foi tratada por uma rebelde pela sua busca profunda de dasiya bhav pela divindade do seu coração, o que era considerado um insulto à casta superior. Tentaram assassiná-la várias vezes e safou-se de todas as tentativas, desafiada e perseguida pelo caos político e pelos conflitos militares. Eis que o rei dos mogóis, inimigos do seu reino, foi visitá-la disfarçado no templo. Ele ouviu-a e ficou comovido; como sinal de gratidão presenteou um colar de diamantes aos pés da sua boneca. Todos os presentes ficaram surpresos. Poucos dias depois todos tomaram conhecimento de aquele pobre pedinte era o rei muçulmano inimigo que o admirara. O seu marido ficou furioso e ordenou-lhe afogar-se no rio. Ela cumpriu reunindo todos os seus escritos devocionais repletos de alma e foi ao rio acompanhada por admiradores. Ela mergulhou e pronta para morrer boiou nas águas até Bridaban. Seu nome rapidamente tornou-se conhecido em todos os lugares. Seu marido foi até Brindaban e a trouxe de volta para o palácio. Pouco depois ele foi ferido na guerra com o Sultanato de Delhi, sucumbiu aos ferimentos. Enviuvou e fugiu em peregrinações: um símbolo do sofrimento das pessoas e um desejo por uma alternativa. A sua mensagem de liberdade na sua linguagem de amor, a sua determinação e direito de perseguir sua devoção espiritual. Apaixonada por música, ela entoava bhajans, canções e poemas, compondo milhões de hinos com louvor apaixonado e sua insatisfação com o mundo: Recebi a riqueza da bênção do nome de Deus... Suas padas líricas, poética mātric, formavam suas Rāgas, tomando o seu lugar ao lado do amante: a bem-aventurança conjugal espiritual, o êxtase da união, a sua rendição completa. Seguia seu coração e viajou extensivamente por lugares sagrados, acompanhada por seus admiradores. Meerabai retirou-se para Vrindavan para sua contemplação espiritual. E desapareceu como uma lenda desde então, sua memória no Forte Chittor e a pegada gravada de Ravidas no templo de Chittorgarh: Eu obtive um guru na forma de Sant Ravidas, obtendo assim a realização da vida... Veja mais abaixo e mais aqui & aqui.
DITOS &
DESDITOS - Não se
esqueça do amor, ele trará toda loucura que você precisa para se desdobrar pelo
universo... Pensamento da poeta e mística
hindu, Mirabai, também conhecida como Meera (1498-1546), autora dos
poemas: I - Meu escuro foi para uma terra alienígena. \ Ele me deixou para
trás, ele nunca retornou, ele nunca me enviou uma única palavra. \ Então eu
tirei meus ornamentos, joias e adornos, e cortei meu cabelo da minha cabeça. \ E
vesti vestes sagradas, tudo por conta dele, buscando-o em todas as quatro
direções. \ Mira: a menos que ela encontre o Escuro, seu Deus, ela nem quer
viver. II - Depois de me fazer apaixonar por você tão fortemente, para onde
você vai? \ Até o dia em que eu te ver, sem repouso: minha vida, como um peixe
levado à praia, se debate em agonia. \ Por sua causa, farei de mim uma yogini,
me atirarei à morte na serra de Kashi. \ O Deus de Mira é o inteligente
Levantador de Montanhas, e eu sou dele, um escravo de seus pés de lótus. III
- Eu dancei diante do meu Giridhara. \ Uma e outra vez eu danço \ Para agradar
aquele crítico perspicaz, \ E colocar Seu antigo amor à prova \ Eu coloquei as
tornozeleiras \ Do amor de Shyam, \ E eis que! Meu Mohan permanece fiel. \ A
vergonha mundana e os costumes familiares \ eu lancei aos ventos. \ Não esqueço
a beleza do Amado \ Even por um instante. \ Mira é tingida profundamente na
tintura de Hari. IV - Estou louco de amor \ E ninguém entende minha situação. \
Somente os feridos \ Entendem as agonias dos feridos, \ Quando o fogo arde no
coração. \ Somente o joalheiro sabe o valor da joia, \ Não aquele que a deixa
ir. \ Na dor, eu ando de porta em porta, \ Mas não consegui encontrar um
médico. \ Diz Mira: Ouça, meu Mestre, \ a dor de Mira diminuirá \ Quando Shyam
vier como o médico. V - A estação chuvosa está no exterior \ E a saia do meu
vestido está molhada. \ Você foi para terras distantes, \ E meu coração acha
isso insuportável. \ Continuo enviando cartas ao meu Amado \ Perguntando quando
Ele retornará. \ O Senhor de Mira é o cortês Giridhara: \ Ó Krishna, Ó Irmão de
Balram, \ Conceda-me a tua visão. VI - ESTRANHO É O CAMINHO QUANDO VOCÊ OFERECE
AMOR - Não mencione o nome do amor, \ ó meu companheiro de mente simples. \ Estranho
é o caminho \ Quando você oferece seu amor. \ Seu corpo é esmagado no primeiro
passo. \ Se você quer oferecer amor \ Esteja preparado para cortar sua cabeça \
E sentar-se nela. \ Seja como a mariposa, \ Que circunda a lâmpada e oferece
seu corpo. \ Seja como o veado, que, ao ouvir a trombeta, \ Oferece sua cabeça
ao caçador. \ Seja como a perdiz, \ Que engole brasas \ Em amor à lua. \ Seja
como o peixe \ Que rende sua vida \ Quando separado do mar. \ Seja como a
abelha, \ Presa nas pétalas de fechamento do lótus. \ O senhor de Mira é o
cortês Giridhara. \ Ela diz: Ofereça sua mente \ A esses pés de lótus.
ALGUÉM FALOU: Você pode
fazer isso, eu lhe digo, é permitido. Comece novamente a história da sua vida...
Como somos frágeis, entre os poucos momentos bons. Poemas nos dão permissão
para sermos inseguros, de maneiras que devemos ser se quisermos aprender algo
que ainda não sabemos. Se você olhar com os olhos abertos para sua vida real,
sempre será o tipo de problema de divisão longa que não funciona perfeitamente
uniformemente. Poemas permitem que você aceite a multiplicidade e a
complexidade do real, eles nos permitem navegar pelas partes inavegáveis e
insolúveis de nossos destinos individuais e existência
compartilhada... O Zen se resume a três coisas: tudo muda; tudo está conectado;
preste atenção... Pensamento da poeta, ensaísta e tradutora estadunidense Jane
Hirshfield, que foi responsável pela tradução de alguns bhajans de Meera,
Mirabai, para o inglês.
 COMO
LER LACAN – O livro Como ler Lacan
(Zahar, 2010), do sociólogo, filósofo e crítico social esloveno Slavoz Žižek,
trata acerca da psicanálise lacaniana a partir da abordagem de gestos vazio e
performativos, o sujeito interpassivo, de Che vuoif à fantasia, dificuldades com o real, ideal de eu e supereu, "Deus está morto, mas Ele não sabe",
o sujeito perverso da política, entre outros assuntos. Destaco esse trecho da
obra: [...] Talvez a maneira adequada de terminar este livro seja mencionar 0
caso de Sophia Karpai, a chefe da unidade cardiológica do hospital do Kremlin
no fim dos anos 40. Seu ato, o oposto da elevação perversa de si mesmo a um
instrumento do grande Outro, merece ser chamado de um verdadeiro ato ético no
sentido lacaniano. Seu infortúnio foi ter sido incumbida duas vezes de fazer
eletrocardiogramas em Andrei Zhdanov, em 25 de julho de 194s e novamente em 31
de julho, dias antes de ele morrer por falência cardíaca. O primeiro ECG, feito
depois que Zhdanov manifestou alguns sintomas cardíacos, foi inconclusivo (não
foi possível nem confirmar nem excluir um ataque cardíaco), ao passo que o
segundo, surpreendentemente, mostrou um quadro mais favorável (o bloqueio
intraventricular tinha desaparecido, uma clara indicação de que não havia
ataque cardíaco). Em 1951, Sophia foi presa sob a acusação de que, em conluio
com outros médicos que tratavam de Zhdanov, havia falsificado dados clínicos, apagando
as claras indicações de que um ataque cardíaco havia ocorrido, e assim
privando Zhdanov dos cuidados especiais requeridos pela vítima de um ataque
cardíaco. Após maus-tratos, incluindo surras brutais contínuas, todos os outros
médicos acusados confessaram. "Sophia Karpai, a quem seu chefe Vinogradov
havia descrito como nada mais que 'uma típica pessoa comum com a moral da
pequena burguesia', foi mantida numa cela refrigerada sem dormir para que
confessasse. Ela não 0 fez”. O impacto e o significado de sua perseverança não
podem ser superestimados: sua assinatura teria encerrado definitivamente a
causa do promotor sobre "a conspiração dos médicos", pondo
imediatamente em movimento mecanismos que, uma vez desencadeados, teriam levado
à morte de centenas de milhares de pessoas, talvez até a uma nova guerra
europeia (segundo o plano de Stálin, a "conspiração dos médicos"
pretendia demonstrar que as agências ocidentais de informação tinham tentado
assassinar altos líderes soviéticos, e assim fornecer uma desculpa para um
ataque à Europa ocidental). Karpai resistiu por tempo suficiente para que
Stálin entrasse em seu coma final, depois do que todo o caso foi imediatamente abandonado.
Seu heroísmo simples foi decisivo na série de detalhes que, "como grãos de
areia nas engrenagens da enorme máquina que havia sido posta em movimento,
evitou mais uma catástrofe na sociedade soviética e na política em geral e
salvou as vidas de milhares, se não milhões de pessoas inocentes". A
simples persistência contra todas as probabilidades é em última análise a
matéria de que a ética é feita - ou, como Samuel Beckett o expressa nas últimas
palavras da obra-prima absoluta da literatura do século XX, O inominável, uma
saga da pulsão que persevera sob o disfarce de um objeto parcial morto-vivo,
"no silêncio você não sabe, você deve continuar, eu não posso continuar,
eu continuarei". Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
COMO
LER LACAN – O livro Como ler Lacan
(Zahar, 2010), do sociólogo, filósofo e crítico social esloveno Slavoz Žižek,
trata acerca da psicanálise lacaniana a partir da abordagem de gestos vazio e
performativos, o sujeito interpassivo, de Che vuoif à fantasia, dificuldades com o real, ideal de eu e supereu, "Deus está morto, mas Ele não sabe",
o sujeito perverso da política, entre outros assuntos. Destaco esse trecho da
obra: [...] Talvez a maneira adequada de terminar este livro seja mencionar 0
caso de Sophia Karpai, a chefe da unidade cardiológica do hospital do Kremlin
no fim dos anos 40. Seu ato, o oposto da elevação perversa de si mesmo a um
instrumento do grande Outro, merece ser chamado de um verdadeiro ato ético no
sentido lacaniano. Seu infortúnio foi ter sido incumbida duas vezes de fazer
eletrocardiogramas em Andrei Zhdanov, em 25 de julho de 194s e novamente em 31
de julho, dias antes de ele morrer por falência cardíaca. O primeiro ECG, feito
depois que Zhdanov manifestou alguns sintomas cardíacos, foi inconclusivo (não
foi possível nem confirmar nem excluir um ataque cardíaco), ao passo que o
segundo, surpreendentemente, mostrou um quadro mais favorável (o bloqueio
intraventricular tinha desaparecido, uma clara indicação de que não havia
ataque cardíaco). Em 1951, Sophia foi presa sob a acusação de que, em conluio
com outros médicos que tratavam de Zhdanov, havia falsificado dados clínicos, apagando
as claras indicações de que um ataque cardíaco havia ocorrido, e assim
privando Zhdanov dos cuidados especiais requeridos pela vítima de um ataque
cardíaco. Após maus-tratos, incluindo surras brutais contínuas, todos os outros
médicos acusados confessaram. "Sophia Karpai, a quem seu chefe Vinogradov
havia descrito como nada mais que 'uma típica pessoa comum com a moral da
pequena burguesia', foi mantida numa cela refrigerada sem dormir para que
confessasse. Ela não 0 fez”. O impacto e o significado de sua perseverança não
podem ser superestimados: sua assinatura teria encerrado definitivamente a
causa do promotor sobre "a conspiração dos médicos", pondo
imediatamente em movimento mecanismos que, uma vez desencadeados, teriam levado
à morte de centenas de milhares de pessoas, talvez até a uma nova guerra
europeia (segundo o plano de Stálin, a "conspiração dos médicos"
pretendia demonstrar que as agências ocidentais de informação tinham tentado
assassinar altos líderes soviéticos, e assim fornecer uma desculpa para um
ataque à Europa ocidental). Karpai resistiu por tempo suficiente para que
Stálin entrasse em seu coma final, depois do que todo o caso foi imediatamente abandonado.
Seu heroísmo simples foi decisivo na série de detalhes que, "como grãos de
areia nas engrenagens da enorme máquina que havia sido posta em movimento,
evitou mais uma catástrofe na sociedade soviética e na política em geral e
salvou as vidas de milhares, se não milhões de pessoas inocentes". A
simples persistência contra todas as probabilidades é em última análise a
matéria de que a ética é feita - ou, como Samuel Beckett o expressa nas últimas
palavras da obra-prima absoluta da literatura do século XX, O inominável, uma
saga da pulsão que persevera sob o disfarce de um objeto parcial morto-vivo,
"no silêncio você não sabe, você deve continuar, eu não posso continuar,
eu continuarei". Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.  O TEATRO E SEU ESPAÇO - O livro O teatro e seu espaço (Vozes, 1970), do diretor de teatro e cinema
britânico Peter Brook, trata do tema
do teatro sob a perspectiva do morto, do sagrado, do rustico e do imediato. Da
obra destaco o seguinte treco: À medida
que você lê este livro, ele já está ficando antiquado. É para mim um exercício,
agora congelado no papel. Mas, diferente do livro, o teatro tem uma característica
especial. É sempre possível recomeçar. Na vida isto é um mito; nunca podemos
voltar atrás em nada. Folhas novas nunca retornam, relógios nunca andam para
trás, nunca podemos ter uma segunda chance. No teatro é possível passar a
borracha e começar de novo o tempo todo. Quando somos persuadidos a acreditar
nesta verdade, então teatro e vida são uma só coisa. Este é um objetivo
elevado. Evoca um trabalho árduo. Representar exige muito trabalho. Mas quando
experimentamos o trabalho como brincadeira, então ele deixa de ser trabalho. A
play is play, uma peça é um jogo, representar é uma brincadeira. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
O TEATRO E SEU ESPAÇO - O livro O teatro e seu espaço (Vozes, 1970), do diretor de teatro e cinema
britânico Peter Brook, trata do tema
do teatro sob a perspectiva do morto, do sagrado, do rustico e do imediato. Da
obra destaco o seguinte treco: À medida
que você lê este livro, ele já está ficando antiquado. É para mim um exercício,
agora congelado no papel. Mas, diferente do livro, o teatro tem uma característica
especial. É sempre possível recomeçar. Na vida isto é um mito; nunca podemos
voltar atrás em nada. Folhas novas nunca retornam, relógios nunca andam para
trás, nunca podemos ter uma segunda chance. No teatro é possível passar a
borracha e começar de novo o tempo todo. Quando somos persuadidos a acreditar
nesta verdade, então teatro e vida são uma só coisa. Este é um objetivo
elevado. Evoca um trabalho árduo. Representar exige muito trabalho. Mas quando
experimentamos o trabalho como brincadeira, então ele deixa de ser trabalho. A
play is play, uma peça é um jogo, representar é uma brincadeira. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. A PRIMEIRA CANÇÃO DE CAIM – O poeta, ensaísta e crítico alagoano Cicero Melo é autor de diversos livros
e edita o blog Pequena Reunião Poética.
A excelência da sua poesia tem se destacado, fazendo dele um dos nomes mais
representativos da poesia contemporânea. Dele destaco o poema A primeira canção de Caim: Vendo em mim mesmo o meu contrário, / Erguer-me
as armas como um serafim. / Cansado do combate, agora agrário, / Revestindo de
sangue meu jardim, / Só quero o dormir dos condenados, / Em terra escura, junto
ao pó do irmão. / Apagados desta terra e vindimados / Por uma mão tirana e sem
paixão. / Ainda nem dormira a minha espada / Do sangue dos que ferem minha casa
/ Quando uma voz descendo de uma escada / De sangue cintilante e voz em brasa /
De pombos afogados me recordam / Os ossos dos meus medos. Meu irmão / Com
rendeiras do tempo já me bordam / Coleante e sem sombras pelo chão. / Desperto
o pesadelo, em nuvem vejo / Leviatã ascendendo desonesto, / E sempre escondido
no desejo / Da eterna maré do grande incesto / Entre deuses e homens sob vinho.
/ E vomita curvas e nos afasta / Em separados orbes e torvelinho / Do tempo que
assassina e nos arrasta. / Combato Leviatã no labirinto, / Recantos tortos
desta escura guerra. / Até que um sol de fogo, fel e absinto / Com o sangue de
Elias queime a Terra. Veja mais aqui e aqui.
A PRIMEIRA CANÇÃO DE CAIM – O poeta, ensaísta e crítico alagoano Cicero Melo é autor de diversos livros
e edita o blog Pequena Reunião Poética.
A excelência da sua poesia tem se destacado, fazendo dele um dos nomes mais
representativos da poesia contemporânea. Dele destaco o poema A primeira canção de Caim: Vendo em mim mesmo o meu contrário, / Erguer-me
as armas como um serafim. / Cansado do combate, agora agrário, / Revestindo de
sangue meu jardim, / Só quero o dormir dos condenados, / Em terra escura, junto
ao pó do irmão. / Apagados desta terra e vindimados / Por uma mão tirana e sem
paixão. / Ainda nem dormira a minha espada / Do sangue dos que ferem minha casa
/ Quando uma voz descendo de uma escada / De sangue cintilante e voz em brasa /
De pombos afogados me recordam / Os ossos dos meus medos. Meu irmão / Com
rendeiras do tempo já me bordam / Coleante e sem sombras pelo chão. / Desperto
o pesadelo, em nuvem vejo / Leviatã ascendendo desonesto, / E sempre escondido
no desejo / Da eterna maré do grande incesto / Entre deuses e homens sob vinho.
/ E vomita curvas e nos afasta / Em separados orbes e torvelinho / Do tempo que
assassina e nos arrasta. / Combato Leviatã no labirinto, / Recantos tortos
desta escura guerra. / Até que um sol de fogo, fel e absinto / Com o sangue de
Elias queime a Terra. Veja mais aqui e aqui.











 
 
 
 
 
 
