A ROSÁRIO DO GALVEZ – O livro Galvez, Imperador do Acre (Marco Zero, 1976), do escritor
amazonense Marcio Souza, traz a
história do personagem caricatural e burlesca do aventureiro espanhol Luiz
Galves Rodrigues Aria no norte do país que ambicionava fortuna rápida entre a
classe dominante alienada e perdulária de exploração da borracha. Ele faz uma
expedição ao Acre, então território boliviano, e declara a sua independência coroando-se
imperador. A partir de então, começa uma história interessantíssima e
obrigatória para um melhor conhecimento da literatura brasileira. Do livro
destaco Rosário:Abri os olhos e deparei com um rosto de
mulher. Me levantei assustado e ao mesmo tempo preocupado com a possibilidade
de haver um alarma. Confesso que não estava gostando nada daquele vapor com ares
de convento flutuante. A freira riu e eu procurei colocar as caças, que ceroula
não são trajes para se encontrar com uma religiosa num porão. A freira me deu
bom dia numa voz calma e sentou numa das arcas. Conversamos. Ela me disse que
detestava o rosário das seis horas da manhã e os lençóis de algodão grosso.
Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
Imagem: Nude cartoonish drawing, do cartunista britânico Ronald Searle.
Ouvindo os Concertos do compositor italiano no Barroco tardio Antonio Vivaldi (1679-1741), com as flautas de Alberto Lizzio no Baroque Festival Orquestra. Veja mais aqui e aqui.
CRÔNICA DE UM SEQUESTRO ANUNCIADO - Naquela
manhã outonal de quinta, era um treze de abril em que ela mais exuberante que
nunca, mais altaneira que sempre, fitou meus olhos pra cilada que a paixão
pregou e a se chegar como um domingo de festa para se servir da minha gula e
cobiça. Beijamo-nos discretamente, enquanto eu sussurrava ao seu ouvido: Está
pronta pra pagar o resgate? Disse-me graciosa e firmemente em resposta: Ah, estou
seqüestrada. E com toda classe ela me pegou a mão a me levar para lugar incerto
e não sabido. Virei a cara pro perigo e fosse o que desse, segui-lhe os passos.
Ao adentrarmos num compartimento, conferiu todo ambiente e as imediações,
virou-se pra mim e disse-me: Puxa vida, tá valendo agora já do piso ao teto. E nos
beijamos impunemente, a sua boca devoradora dava-me surras de beijos, pisas de
afagos e manhas, todas as cartas e o melé para que, cão sem dono, ganisse pra
ela mergulhando nas águas revoltas de suas tempestades de menina levada, feita
presa e predadora, caça e caçadora, areia movediça de uma cadela no cio a gemer
das entranhas todas as volúpias enclausuradas. Aos pegas e agarrados, nos
desvencilhamos das vestes e o seu corpo nu, um livro aberto que mais eu queria
conferir e desfrutar de cada letra de suas páginas ao bel prazer, era ao mesmo
tempo o menu e as refeições, pronta estava para a escolha que eu quisesse. Estirou-se
a um canto deitada e beijei seus pés alados e lambi suas pernas abertas e suas
coxas voluptuosas, e abocanhei o seu ventre na caverna dos tesouros prazerosos
pra me salvar nas suas águas: beijei, lambi, chupei a vagina inflada latejante
com meus dedos explorando sua vulva e ânus, até vê-la desfalecer mil vezes
enlouquecida de prazer. E me puxou pelos cabelos e me beijou a boca, as faces,
os olhos e fez-me acomodar entre o pescoço e o ombro e eu a lamber sua carne,
seus seios, umbigo e, novamente, ao ventre suguei todos os seus sabores mais
remotos até vê-la aos gritos de gozo refeitos e constantes, a jogar a cabeça de
um lado a outro, na loucura de ser explorada em toda sua intimidade. E mais
gozou como uma estrela amante pornô pra satisfação do meu paladar, para depois
revirar-me de ficar sob o peso de sua estatura graciosa, a flagrar minha
paudurescência e a focar nele, encurralada ao meu penhasco que enfiou nela e
ela cavalgou a rugir leoa bravia por muitos outros tantos gozos de rainha poderosa
despida do reinado, de bruxa malvada desnuda de seus poderes mágicos, de baronesa
nua depondo suas posses. E cavalgou os quatro cantos do mundo e refez o trote a
tirar e botar como quem brinca de pula-pula a se agitar completamente
atravessada por minha espada mais que entrante em todos os seus segredos. Assim
gozou ininterruptamente, até ruir sobre mim, estertorando e manhando e se
espremendo com minha lança dentro dela. Recompondo-se aos poucos, eis que ela mandona,
possessiva, pregou as suas garras hábeis na minha carne como quem sai da tocaia
armando a maior cilada, disse-me como fera mansa e dócil: Quero ser a lambreta
do seu sonho, foda-me! Vá! Ela me fez virar bicho, rebolando de quatro tesuda
tigresa indomável, e eu a devorá-la qual vítima indefesa, insaciável, tome,
tome, pau entra e sai vagina adentro até esmorecer aos múltiplos gozos, bunda
arrebitada, sôfrega, não me fiz de rogado, pica lambuzada no rego da bunda,
mirando o alvo, enfiando bem devagarzinho glande caralho cu adentro, tome, até
ela gritar com a mão friccionando o pinguelo com fervor em um ruidoso orgasmo,
como se fosse a derradeira vez para eu arriar pesado, lavado de suor sobre seu
corpo lânguido e febril. Assim ficamos por horas até adormecermos no meu pouso
forçado de perder a hora. Despertando, fui ao banho e ao retornar ela
deitou-me, sentou-se às minhas pernas e alisou-me a pele, braços, tórax e
massageou minha clava forte endurecida e punhetou com jeito manso
carinhosamente, para dizer-me sussurrando: Agora a minha vez! Estou com a boca
cheia d’água, ele assim, enrijecido, não me sai da cabeça. E segurou firme meu
pênis rijo como um troféu ao prêmio da satisfação à boca devoradora com um
beijo de biquinho sobejando à glande e a lamber o dorso, o torso, e a chupar
delicadamente enroscada nele como quem se delicia demoradamente em saborear os
mínimos detalhes do meu tacape insano e mais chupou com sofreguidão até engolir
inteiro garganta adentro com paixão a revolver minha tora erógena galante, a
arrancar depois de tantas e muitas sucções bocais a erupção do meu sêmen
transbordando o véu palatino para ter o meu mais inteiro gozo de prazer. © Luiz
Alberto Machado. Veja mais aqui.
PSICOLOGIA DA EVOLUÇÃO POSSÍVEL AO HOMEM – O livro Psicologia da evolução possível ao homem: síntese notável, atualíssima, da ciência do desenvolvimento espiritual através da consciência (Pensamento, 1993), do filósofo e psicólogo russo Piotr Deminanoviych Ouspensky (1878-1947), reúne as conferências do autor sobre a psicologia, as doutrinas do homem e sua evolução possível, a finitude humana e seu processo de transformação, o conhecimento humano, a capacidade e a individualidade, a consciência e vontade, as funções da máquina humana, entre outros assuntos. Trata-se de uma leitura indispensável para quem quer se aprofundar na psicologia transpessoal. Veja mais Veja mais aqui, aqui e aqui.
O LOBISOMEM ZONZO – Quando assisti o drama biográfico O homem elefante (The Elephant Man, 1980), dirigido pelo diretor estadunidense David Lynch, contando a história do inglês Joseph Merrick (1862-1890), fiquei impressionado com o lirismo e com a mensagem do filme. Ficou martelando na minha cabeça por anos. Até que um dia, na segunda metade dos anos 1990, resolvi contar a minha história a partir das assombrações infantis que me fizeram do Lobisomem. Saiu, então, em 1998, o meu livrinho infantil com a história O Lobisomem Zonzo, em que eu me propus tratar acerca dos temores criados na infância ao lado de ideias que eu tinha do respeito às diferenças, do exercício da cidadania, do meio ambiente e da solidariedade humana. Foi uma surpresa! A edição de mil exemplares se esgotou rapidinho, graças ao destaque que a jornalista Elecsandra Moroni me deu na primeira página inteira do Caderno B, da Gazeta de Alagoas. Crianças e escolas me cobravam a reedição. Como eu não tinha editora pra bancar, adaptei o texto pro teatro e ele foi encenado em diversas localidades do Brasil. Ganhei até um prêmio em Pernambuco pelo texto. Em 2012 fiz a segunda edição que também já se esgotou e fiz uma reedição de mais mil exemplares, que também já não tenho mais um exemplar sequer. Assim que pintar uma graninha faço uma nova reedição do livro. Por enquanto veja aqui, aqui e aqui.
A MULHER QUE REINA – Recolhida do livro Estradas & cardos – descrição dos sertões baianos (Laemmert,
1947), de M. M. de Freitas, a história A
mulher que reina tem o seguinte teor: Sobre
a população reunida na Chapada Diamantina, gente alucinada pelo ouro e com
aspecto medieval, conta-se que reinava uma mulher. Nunca ninguém a viu. E as crônicas não nos revelam o nome. Tinha
seu trono e esconderijo na gruta denominada Mangabeira. Um viajante, mais
tarde, tentou devassar esse mistério, mas depois de ter percorrido mais de um
quilometro, acabou por desistir, pois era muito escuro, povoada de sapos,
morcegos e ratos. Essa gruta é uma obra prima da natureza; entre as muitas que
existem pelo sertão, não há nenhuma que se lhe compare. Não se sabe quem
afirmou que ela, na noite dos tempos, servira de refúgio a monstros marinhos,
quando a Chapada constituía valiosíssimo lago salgado, verdadeiro mar interior.
A cidade desaparecida de Sincorá (embora muitos digam que não desapareceu, que
ainda existe) tem merecido aprofundados estudos dos meios científicos. O
mistério que hoje nos preocupa será um dia esclarecido, para alegria dos
estudiosos das maravilhas da nossa terra. Veja mais aqui e aqui.
NINE ½ WEEKS – O drama erótico Nine ½ Weekes (Nove e meia
semanas de amor, 1986), dirigido por Adryan Lyne e com roteiro baseado no
livro homônimo da escritora Elizabeth McNeill, com música de Jack Nitzsche, conta
a história da bela e sexy Elizabeth, personagem vivido pela lindíssima atriz
estadunidense Kim Basinger, que se
envolve com um homem rico e poderoso, apaixonando-se intensamente para prática
de suas fantasias sexuais, resultando pelo excesso numa relação difícil de ser
controlada, pela qual a mulher passa a sofrer dependência psicológica. O filme
é belíssimo e imperdível. Confira mais aqui.
HOMENAGEM ESPECIAL: TODO DIA É DIA DA MULHER
ADEMILDE FONSECA
A
cantora Ademilde Fonseca (1921-2012) a Rainha do Choro.
INEZITA BARROSO
A
cantora, atriz, instrumentista, folclorista, professora Honoris Causa e o maior
nome da Música de Raiz brasileira, Inezita Barroso.
Veja
mais aqui.
Veja mais sobre:
Gabriela Mistral,
Gregório de Matos Guerra & Ana Miranda, William Wordsworth, Ravi Shankar, Krzysztof
Kieslowski, Almada-Negreiros & Irène Jacob aqui.
E mais:
Ginofagia da chegada dela pro amor aqui.
Revista Villa Caeté, Eduardo Proffa &
entrevista aqui.
Lavando pano & aprumando a conversa aqui.
Egumbigos no país dos invisíveis, Tzvetan
Todorov, Frédéric Chopin & Artur Moreira Lima, Epigramas de Marcial, Oduvaldo Vianna Filho, Sandro
Botticelli, Jacques Rivette & Carmen Silvia Presotto aqui.
Fecamepa: no reino dos coprólitos,
Marilena Chauí & Ideologia, Robert Lowell, Bendrich Smetana, Louis-Michel
van Loo, Tizuka Yamasaki, Tânia Alves & Anayde Beiriz, Zilda Mayo, Eduardo
Proffa & Hospedaria aqui.
Aurora, a canção, Silvia Lane & Psicologia Social, Ranata Pallottini, Os
sonhos & a morte de Marie-Louise von Franz, Louis Malle, Jards Macalé,
Franz Hanfstaengl,Miranda Richardson & Programa Tataritaritatá aqui.
O melhor do dia do homem é saber que todo
dia é dia da mulher,
Gilvan Samico, Francisco
Milani & Cordel Tataritaritatá aqui.
O mundo todo cabe em um ato de paz, René Magritte, Ricardo Brennan, Claudio Nucci, Paul Vilinski
& Literatura Infantil aqui.
Sonhos graúdos na diversão da mocidade, Mario Perniola, Akino Kondoh,
Alfred Cheney Johnston, Sandra Cinto & A mulher do médico aqui.
O que esperar do amanhã, Montserrat Figueras, Araki Nobuyoshi,
José Joaquim da Silva, Gerda Wegener, Rajkumar Sthabathy & Angel Popovitz aqui.
Na calçada da tarde, António Botto, Festival de Dioniso & William-Adolphe Bouguereau, Yara Bernette, Maria
Lynch, Rosa Bonheu & Patricia de Cassia
Porto aqui.
O mergulho das manhãs e noites nas águas
profundas do amor, Luchino Visconti, Constança Capdeville,
Aubrey Beardsley, Spencer Tunick, Luciah Lopez & Escola Estadual Joaquim
Fernando Paes de Barros Neto aqui.
História da mulher: da antiguidade ao
século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito &
Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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