CANTARAU – Pá! Sou som. Lá sou tom: lavratura. Na
noite escura eu sou o sol. E ao redor, a voz difusa é manhã cheia. Lá vem
colcheia: é um refrão de um brilho. E um estribilho dá-se no voo e tudo pode no
acorçoo em novo acorde abissal. Faz-se sarau na pedra dura. E a estrutura vai-se
sem nau. De mim eu sigo o meu devir pra ir de si a migo. E vou a vau: a
pontaria. A cantoria é meu aval. E como tal vem um fonema, quando o poema toma
grau. Bingo! Um cantarau nasceu domingo (Cantarau,
Luiz Alberto Machado). Veja mais aqui. E muito mais aqui & aqui.
Imagem: La Maja Desnuda, do pintor e gravador espanhol Francisco de Goya (1746-1828). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Ouvindo Collection (2001) da cantora e compositora estadunidense Tracy Chapman. Veja mais aqui e aqui.
A CONDIÇÃO HUMANA – O livro A condição humana,
da filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906-1975), trata
da condição humana desde a Grécia Antiga até a modernidade europeia, por meio
de um relato minucioso acerca da evolução e desenvolvimento histórico dos
contextos da essência humana, a partir
de uma análise acerca da Vita Activa e a condição humana, a distinção entre o
labor e o trabalho e ação, o político, o público, o privado, o
social, a questão proletária, a degradação e a banalização de conceitos, o
homem moderno, cada vez mais alienado e apolítico, a crescente apolitização do
homem, a condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si
mesmo para sobreviver, como condições que tendem a suprir a existência do homem
e que variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem faz
parte, o condicionamento pelos atos e pelo que se pensa e sente,
condicionamento pelo contexto histórico delineado pela cultura, amizades e
família, o labor como processo biológico necessário para a sobrevivência do
indivíduo e da espécie humana, o trabalho como atividade de transformar coisas
naturais em coisas artificiais, a ação como necessidade do homem em viver entre
seus semelhantes numa natureza eminentemente social, a “Vita Activa” como
ocupação, inquietude e desassossego, a religião cristã e as concepções gregas
na vulgarização da dignidade humana, as dicotomias de trabalho entre
improdutivo e produtivo, qualificação e não qualificação, intelectual e manual,
a visão marxista do trabalho produtivo, o processo de industrialização, o trabalho intelectual em
contraposição ao trabalho
manual, a ideologia do qualquer coisa que se faça tem que ser
necessariamente produtivo, tudo deve ser transformado em mercadoria, o valor de
troca, a força de trabalho como aquilo que o homem possui por natureza e que só
cessa com a morte, entre outros assuntos. REFERÊNCIA: ARENDT,
Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
A PSICANÁLISE KLEINISTA - A psicoterapeuta austríaca Melanie Klein (1882-1960) foi o
principal expoente do pensamento da segunda geração psicanalítica,
desenvolvendo o kleinismo, transformando totalmente a doutrina freudiana,
criando, por sua vez, a psicanálise da criança e uma nova técnica de tratamento
e de analise didática. Em 1924, ela começou uma segunda análise e apresentou
num congresso de Salzburgo suas ideias sobre a organização do desenvolvimento
sexual, sobre a psicanalise de crianças pequenas, na qual começava a questionar
certos aspectos do complexo de Édipo. Em 1929 ela trata de uma criança autista
Dick, um caso célebre: aos cinquenta anos, ele não tinha mais nada a ver com o
menino fechado de outrora. Em 1932, ela publicou seu livro A psicanalise de crianças, no qual expõe a estrutura de seus
futuros desenvolvimentos teóricos, sobretudo o conceito de posição
esquizo-paranoide e posição depressiva, assim como a sua concepção ampliada de
pulsão de morte. Posteriormente, em 1955, escreveu Um estudo sobre a inveja e a gratidão, no qual desenvolveu o
conceito de inveja que articulava com uma extensão da pulsão de morte. O
kleinismo é uma escola comparada ao lacanismo, constituindo-se em um sistema de
pensamento a partir de suas ideias, modificando inteiramente a doutrina e a
clínica freudiana. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
FOGO DE FRÁGUA – No livro Vento Geral (Companhia das Letras, 1984) do premiadíssimo e
traduzido poeta amazonense Thiago de
Mello, destaco entre outros tantos e belos poemas do autor, o Fogo de Frágua: Sei que sou porque já fui / quando for no que serei. / O futuro se urde
em mim / agora (quando? passou) / no centro fugaz da frágua / do presente, cujo
fogo / se acende nas brasas / — que nunca se apagam — / e nas cinzas invisíveis
/ — que nunca se estriam — / de tudo que já passou. / Sei que sou porque já fui
/ quando for no que serei. Veja mais do poeta aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
A VIDA TODA E NÃO VENDER UM
QUADRO SEQUER - Imagem: Nude woman reclining seen from the back (1887), do pintor Vincent Van Gogh. - O pintor
pós-impressionista holandês, Vincent Van
Gogh (1853-1890), abandonou gradualmente as escuras tintas nórdicas e a
conquista da luminosidade mediterrânea, ao mesmo tempo em que seu espírito,
longe do equilíbrio latino, se escureceu. Em Paris encontra um novo estilo,
quase primitivista, para pintar interiores, com personagens pequeninos que se tornaram
verdadeiros milagres da pintura por alusão, conferindo a mais profunda
significação a ambientes triviais. Na sua fase final, tornam-se antes raros os
personagens humanos, aparecendo a natureza com todos os seus mistérios. Sua
vida, enfim, corresponde em tudo à lenda popular do gênio incompreendido: nunca
na vida conseguiu vender um único quadro. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
PARA SER CALUNIADO: NO
INTERNATO– No livro Para ser caluniado: poemas eróticos
(Brasiliense, 1985), do poeta francês Paul
Verlaine (1844-1896), destaco o poema No
internato: Com quinze e dezesseis
anos de idade, / No mesmo quarto cada uma dormia / Em noite de setembro, tão
sombria; / Rubores; olho azul; fragilidade. / Cada uma delas, pondo-se à
vontade, / Da fina camisola se despia. / A mais nova, seus braços estendia, /
E, mãos aos seios, beija-lhe a amizade./ Depois se ajoelha, e, depois, louca /
Cola a cabeça ao ventre, e com a boca, / Entre as sombras, mergulha no ouro
louro; / E enquanto isso, a menina vai, querida, / Com os dedos contar bailes
vindouros, / E inocente sorri, enrubescida. Já nas Obras Poéticas (Aguilar/Crisol, 1947) destaco o Arte Poética, na tradução de Augusto de
Campos: Antes de tudo, a Música. Preza /
Portanto, o Ímpar. Só cabe usar / O que é mais vago e solúvel no ar / Sem nada
em si que pousa ou que pesa. / Pesar palavras será preciso, / Mas com certo
desdém pela pinça: / Nada melhor do que a canção cinza / Onde o Indeciso se une
ao Preciso. / Uns belos olhos atrás do véu, / O lusco-fusco no meio-dia / A
turba azul de estrelas que estria / O outono agônico pelo céu! / Pois a Nuance
é que leva a palma, / Nada de Cor, somente a nuance! / nuance, só, que nos
afiance / o sonho ao sonho e a flauta na alma! / Foge do Chiste, a Farpa
mesquinha, / Frase de espírito, Riso alvar, / Que o olho do Azul faz
lacrimejar, / Alho plebeu de baixa cozinha! / A eloquência? Torce-lhe o
pescoço! / E convém empregar de uma vez / A rima com certa sensatez / Ou vamos
todos parar no fosso! / Quem nos dirá dos males da rima! / Que surdo absurdo ou
que negro louco / Forjou em joia este toco oco / Que soa falso e vil sob a
lima? / Música ainda, e eternamente! / Que teu verso seja o voo alto / Que se
desprende da alma no salto / Para outros céus e para outra mente. / Que teu
verso seja a aventura / Esparsa ao árdego ar da manhã / Que enche de aroma
ótimo e a hortelã…/ E todo o resto é literatura. Veja mais aqui, aqui e aqui.
VENTO FORTE PARA UM
PAPAGAIO SUBIR - O ator
e diretor de teatro José Celso Martinez
Corrêa é um dos mais importantes nomes do teatro brasileiro por sua forma
orgiástica e antropofágica de realizar suas encenações. Realizou em 1967 a
encenação do espetáculo-manifesto que se tornou emblemático do movimento
Tropicália, O Rei da Vela, de Oswald
de Andrade e, em 1969, Roda Viva, de
Chico Buarque. Atualmente tem desenvolvido trabalhos para teatro, cinema,
eventos culturais, artísticos e políticos, comandando o Teatro Oficina, a
exemplo sua participação em Encarnação do
Demônio (2008), de José Mojica Marins, e na encenação da sua peça Vento forte para um papagaio subir
(2008), tendo ao longo das últimas décadas construindo um dos mais originais
percursos dos palcos brasileiros. Veja mais aqui e aqui.
CORDEL (D) MADRUGADA - O poeta e ativista cultural do Grupo Artistas da Proa, Paulo Cesar Barros tem desenvolvido um extraordinário trabalho de
dinamização e difusão da poesia e das artes na cidade de Três Corações (MG),
meritório de aplausos e reconhecimentos. Em consonância com a manifestação de
apoio e aplausos da querida Meimei Corrêa, destacamos aqui os seus versos Cordel (d)madrugada: Que
haja mais amor, mais Poesia Dia e noite, noite e dia. Assim... Ainda que os
caminhos sejam de pedras As dores nos causem agonia E pra muitos tudo seja mera
Utopia Sempre será possível Viver Loucas e Belas Fantasias. Veja mais aqui.
REDS - O premiado drama biográfico Reds (1981) dirigido por Warren Beatty, com música de Stephen
Sondheim e Dave Grusin, roteiro do diretor e Trevor Griffiths, é baseado na
vida do jornalista e escritor socialista estadunidense John Reed que retratou a
Revolução Russa no seu livro Dez dias que
abalaram o mundo. A película foi premiada com quatro Oscars, incluindo o de
melhor diretor. Imperdível. Veja mais aqui.
HOMENAGEM DO DIA
MÉRY LAURENT
Anne Rose Suzanne Louviot – a Méry Laurent (1849-1900)
A atriz e musa de Stéphane Mallarmé,
Émile Zola, Marcel Proust, Edouard Manet, entre outros grandes artistas da
época. Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
As dez vidas e a cabeça roubada, A natureza das coisas de Bernardino
Telesio, a música de Joana Holanda, a arte de Kevin Taylor, a pintura de Pedro Américo & Odilon Redon aqui.
E mais:
Dalzuíta: o infortúnio da prima da Vera aqui.
A paixão avassaladora quando ela é a
terrina do amor aqui.
Brincarte do Nitolino, O calor das coisas de Nélida Piñon, a
poesia de Augusto dos Anjos, a música de Igor Stravinski, a pintura de Joan
Miró, o teatro de Eugène Ionesco, o cinema de Graeme Clifford & Jessica Lange,
a arte de Frances Farme, As emoções de Suely Ribella, Papel no Varal &
Ricardo Cabús aqui.
Cordel do meio ambiente aqui.
Na avenida Jatiúca, Maceió, O império do efêmero de Gilles Lipovetsky, a História da
feiúra de Umberto Eco, o Deserto do real de Slavoj Žižek, Moema, a música de
Quinteto Armorial, a poesia de Juareiz Correya, a pintura de Victor Meirelles
& Felicien Rops, o cinema de Michael Winterbottom & Anna Louise Friel aqui.
Quando o futuro chega ao presente, Escritos de Michel Philippot, as
Fronteiras do Universo de Phillip Pullman, As contantes universais de Gilles
Cohen-Tannoudj, a música de Antonín Dvořák & Alisa Weilerstein, a pintura
de Willow Bader, a arte de Lorenzo Villa, a fotografia
de Katyucia Melo & a poesia de Bárbara Samco aqui.
Mais que tudo o amor, a poesia de Pablo Neruda, o teatro de
Antonin Artaud, o pensamento de Pierre Gringore, a música de Ana Rucner, a
fotografia de Daniel Ilinca, Mariza Lourenço
& Luciah Lopez aqui.
Brincando com a garotada, Lagoa Manguaba, a música de Maria Josephina Mignone, a
poesia de & William Blake & Joana de Menezes, a
literatura de Luiz Antonio de Assis Brasil, a pintura de Thomas Saliot
& Tempo de amar de Genésio Cavalcanti aqui.
Doro: querem me matar, O bom dia para nascer de Otto Lara Resende, a comunicação
interpessoal de John Powell, a poesia de Gilberto Mendonça Teles, o teatro de
Patrícia Jordá, a arte de Carmen Tyrrell, a música de Mona Gadelha, a Pena
& Poesia de Luiz de Aquino Alves Neto aqui.
Andarilho das manhãs e luares, O Homo ludens de Johan Huizinga, Todas
as coisas de Quim Monzó, a psicanálise de Françoise Dolto, a música de Gustav
Holst, a pintura de Ludwig Munthe, a arte de Elena
Esina & Tom Zine aqui.
História da mulher: da antiguidade ao
século XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação
aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.