A HISTÓRIA MAUÉ – Um casal maué pediu a Tupã um filho e, ao serem atendidos,
nasceu Cauê. Desde o nascimento do curumim que os maués festejavam suas
colheitas abundantes. O menino crescia conversando com árvores e animais, uma
alegria para todos. Um dia o menino fora picado por uma cascavel e do ferimento
morreu. A comunidade pranteou em grandes lamentações por horas seguidas. Tupã
comoveu-se e determinou: - Tirem os olhos da criança, plantem na terra firme,
reguem com suas lágrimas e nascerá a planta da vida. Assim fizeram e plantaram
os olhos do curumim que, durante quatro luas, toda comunidade velou regando a
terra com suas lágrimas. Uma nova planta surgiu: travessa como os curumins,
procurando subir às árvores próximas, de hastes escuras e sulcadas como os
músculos dos fortes guerreiros. E quando frutificou, seus frutos eram da cor de
azeviche, envoltos no arilo branco e embutido em duas cascas vermelh0-vivas. A
sua forma com uma polpa branca e a semente escura lembrava os olhos do curumim.
Era wara'ná, que para os sateré-mawé significa "a fonte de
sabedoria". Para os nativos passou a ser uma planta poderosa que curava
doenças, fortalecia e servia para ser usado no amor. Aqueles frutos
multiplicaram e os seus grãos trouxeram abundância porque fortalecia os fracos,
conservava os jovens e rejuvenescia os mais velhos. Por todo território maué e
pela Amazônia todos conhecem por guaraná. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui
& aqui.
DITOS &
DESDITOS - Talvez toda vida parecesse maravilhosa se tudo o que você visse
fossem os álbuns de fotos... Pensamento da escritora australiana Liane
Moriarty, que no seu livro Big Little Lies (Amy Einhorn, 2014),
expressou que: […] Dizem que é bom deixar de
lado os rancores, mas não sei, gosto bastante do meu rancor. Eu cuido dele como
um pequeno animal de estimação. [...] Todo
conflito pode ser atribuído aos sentimentos de alguém sendo ferido, você não
acha? [...] Todos os dias eu penso: 'Nossa, você parece um pouco cansada
hoje', e recentemente me ocorreu que não é que eu esteja cansada, é que é assim
que estou agora. [...]. Também no seu
livro The Husband's Secret (Amy Einhorn, 2013), ela expressa que: […] Apaixonar-se foi fácil. Qualquer um poderia se apaixonar.
Foi aguentar que foi complicado [...] Nenhum
de nós jamais conhece todos os rumos possíveis que nossas vidas poderiam ter
tomado e talvez devessem ter tomado. Provavelmente é melhor assim. Alguns
segredos devem permanecer secretos para sempre. Basta perguntar a Pandora [...]. Já no seu livro
What Alice Forgot (Large Print Press, 2009), ela expressa que: [...] Cada lembrança, boa e ruim, era outro fio invisível que
os unia... Era tão simples e complicado quanto isso. Amor depois dos filhos,
depois de vocês terem se machucado e perdoado um ao outro, entediado e
surpreendido um ao outro, depois de terem visto o pior e o melhor... bem, esse
tipo de amor é inefável. “Merece sua própria palavra.” [...].
ALGUÉM FALOU: Eu acho que
todos os filmes são políticos. Os que não são políticos intencionalmente são os
piores, e têm a pior política, eu acho... Não estou dizendo que você tem que
amar tudo. Mas, sim, você deve amar tudo... Pensamento da cineasta e
roteirista francesa Céline Sciamma, diretora dos filmes Naissance des
Pieuvres (2007), Tomboy (2011) e Bande de filles (2014).
CANSADO DO REPOUSO AMARGO
& SEM TÍTULO – O
livro Mallarmé (Perspectiva, 1974),
organizado, traduzido e com estudos críticos de Augusto de Campos, Décio
Pignatari e Haroldo de Campos, reúne poemas do poeta e crítico literário
francês Stéphane Mallarmé
(1842-1898), com Mallarmagem de Augusto de Campos, Tridução de Décio Pignatari,
Um relance de dados de Haroldo de Campos, entre outros textos. Na obra destaco Cansado do repouso amargo (fragmento
final): Uma linha de azul fina e pálida
traça / um largo, sob o céu de porcelana rara, / um crescente caído atrás da
nuvem clara / molha no vidro da água um dos cornos aduncos, / junto a três
grandes cílios de esmeralda, juntos. E também este sem título: Uma negra que algum duende mau desperta / Quer
dar a uma criança triste acres sabores / E criminosos sob a veste descoberta, /
A glutona se apresta a ardilosos labores: / A seu ventre compara alacre duas
tetas / E, bem alto, onde a mão não se pode trazer, / Atira o choque obscuro
das botinas pretas / Assim como uma língua inábil ao prazer. / Contra aquela
nudez tímida de gazela / Que treme, sobre o dorso qual louco elefante / Recostada
ela espera e a si mesma zela, / Rindo com dentes inocentes à infante. / E em
suas pernas onde a vítima se aninha, / Erguendo sob a crina a pele negra
aberta, Insinua o céu torvo dessa boca experta, Pálida e rosa como uma concha
marinha. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
PROGRAMA BRINCARTE DO NITOLINO – Tudo começou a publicação do meu oito livro infantil, Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas (Nascente, 2010), resultado de recreações, adaptações teatrais e contações de histórias que iniciei no início dos anos 1980, quando da criação das Edições Bagaço, em Pernambuco. Isso foi intensificado a partir de 2008 com a criação do livro mencionado, transformando-o em peça teatral, que está em cartaz desde a publicação do livro. Com as veiculações no blog de temas voltados para a música, o teatro, a literatura, a psicologia e a educação infantis, ocorreu a ideia do programa Brincarte do Nitolino, produzido por mim e pela querida Meimei Corrêa, com apresentação da garotinha Isis Corrêa Naves, consolidando o Projeto MCLAM. Desde então todos os domingos a partir das 10hs dá-se a veiculação do programa, agora com reprise todas as quartas, nos horários alternativos das 10 às 11hs, e das 15 às 16hs. Para conferir online o programa é só clicar aqui ou aqui.
JOGOS TEATRAIS – O livro Jogos teatrais (Perspectiva, 1984), da escritora, tradutora e
professora universitária Ingrid Koudela,
aborda temas como o teatro e a educação, a função simbólica – o símbolo da arte
e a evolução do símbolo na criança -, o jogo teatral, a evolução e a regra do
jogo, o gesto espontâneo, improvisação em cena, o projeto experimental com
crianças e adolescentes, o processo e a experiência, lista de jogos realizados,
teatro para crianças – teatro infantil na década de setenta e a oficina de
dramaturgi -, Genoveva Visita a escola ou a galinha assada, a apresentação e
caminhos do faz-de-conta. Ela é uma das figuras centrais no estudo da didática
do teatro, desenvolvendo o pensamento de Viola Spolin, dos pressupostos de
construção do conhecimento de Jean Piaget e especialista das obras de Bertolt
Brecht. Veja mais aqui e aqui.
COELHO CORRE – A obra Coelho corre (Record, 1984) é o primeiro volume das novelas Rabbit, iniciada em 1960 pelo escritor e
critico literário estadunidense John
Updike (1932-2009), pela qual ganhou duas vezes o Prêmio Pullitzer,
tornando-se famoso e mundialmente reconhecido, contando a vida do jogador de
basquetebol Harry Rabbit Angstrom. O livro é um ambicioso panorama da vida
norte-americana nas últimas três turbulentas décadas, contando a vida do jovem
Coelho, casado há poucos anos e prestes a ser pai pela segunda vez, ao se
confrontar com uma vida que lhe parece mesquinha e sufocante, despedindo-se de
suas ilusões juvenis, sem abandonar a inquietação existencial que o torna um
dos personagens mais interessantes da literatura contemporânea. Da obra destaco
o trecho: [...] Coelho chega o meio-fio,
mas em vez de virar à direita para continuar a dar a volta no quarteirão ele
pisa no asfalto, com uma sensação enorme, como se aquela ruazinha fosse um rio
largo, e atravessa a rua. Quer viajar até a próxima mancha de neve. Embora este
quarteirão de prédios de tijolo e três andares seja igualzinho ao anterior, algo
nele o faz sentir-se feliz. As escadas nas entradas dos prédios, os parapeitos
das janelas parecem piscar e mover-se no canto de sua visita, vivos. Esta
ilusão o impele. Suas mãos levantam-se, por si só, e ele sente o vento nos
ouvidos tal como antes, no inicio os calcanhares batendo na calçada com força,
mas aos poucos, sem esforço, movidos por uma espécie de pânico delicioso, ficam
mais livres, mais rápidos, mais silenciosos, ele corre. Ah: corre. Corre.
Veja mais aqui, aqui & aqui.
LUCY – O filme de ação franco-americano Lucy
(2014), do cineasta e escritor francês Luc Besson. Lucy é uma jovem estudante
de vinte e cinco anos interpretada pela atriz, cantora e modelo estadunidense
de ascendência dinamarquesa e polonesa, Scarlett
Johansson, que se vê obrigada a trabalhar como mula de drogas da máfia
coreana, transportando uma droga sintética CPH4. Seu namorado envolvido com a
máfia é assassinado e ela capturada, tendo sido implantado no seu abdômen a
droga juntamente com três outras mulas que transportarão para Europa. Numa
tentativa de estupro que ela se recusa, um de seus raptores dá-lhe socos e
chuta seu estômago, acarretando que o saco da droga se rasgue e libere grande
quantidade no seu corpo. Ela adquire poderes antes não existentes, com
habilidades superiores com a capacidade de matar de matar seus raptores e
fugir. Dá-se inicio a uma ação de crescentes poderes que, ao cabo de um tempo,
começa a desestabilizá-la, chegando a se metamorfosear até atingir 100% de sua
capacidade cerebral, desaparecendo dentro de um continuum espaço-tempo: eu
estou em toda parte. A vida nos foi dada um bilhão de anos atrás. Agora você
sabe o que fazer com ela. Veja mais aqui. 








