FALANGE, FALANGINHA,
FALANGETA – Em 1995,
inaugurando o meu selo editorial Nascente,
eu publiquei o meu segundo livro infantil: Falange,
falanginha, falangeta. Contava a história dos meninos Mindinho, Seu Vizinho, Maior de Todos, Fura-bolos e Cata-Piolho que
viviam muito felizes num sítio e que um dia de inverno esbarram na dificuldade
de não ter como brincar. Entristecidos pro se encontrarem aprisionados dentro
de casa sem recursos para brincadeiras, eles foram salvos pelas fadinhas Mira tintin, Sira tlintlin, Sora tonton,
Rena tantan, Lara tonton e Mira bordão tuntum que ensinaram a cantar e
brincar ao embalo da música, mostrando um outro sentido de vida para eles. O
livro teve uma acolhida substancial das escolas alagoanas, sendo adotado como
paradidático em diversos educandários, tornando a minha empreitada exitosa.
Edição esgotada, ainda hoje recebo cobranças para uma segunda edição,
principalmente de professores e educadores. Estou organizando as finanças para
ver se consigo lançá-la em breve, aguarde. Enquanto isso veja mais aqui.
DAPHNE AND CHLOE – Imagem: Dáphne and Chloe, do pintor francês Louis Hersent (1777-1860) - Famosos amantes mitológicos. Segundo a lenda grega, Dáphne era um jovem pastor siciliano, filho de Mercúrio com uma ninfa da Sicília, protegida de Diana. Inspirado pelo amor que dedicava a Chloe, teria ele inventado a poesia pastoral ou idílica. Ela era a linda e amorosa pastora a quem dera o seu coração. Os amores de ambos foram celebrados no romance pastoral do escritor grego Longus, que se supõe ter vivido entre os séculos II e IV da era cristã. Essa obra serviu de inspiração a um dos mais famosos romances idílicos da literatura mundial, Paulo e Virginia, do escritor francês Jacques-Henri Benardin de Saint-Pierre (1737-1814).
Ouvindo Symphonies 1-5 Pacific 231 do compositor suíço Arthur Honegger (1892-1955), Orchestre du Capitole de Toulouse, regente Michel Plasson.
O PIONEIRO VOTO DA MULHER
NA NOVA ZELÂNDIA – Foi
na Nova Zelândia, exatamente no dia 19 de setembro de 1893, que o voto feminino
foi consagrado legal pela primeira vez na história da humanidade. Isso graças à
voz ativa da líder política e feminista neozelandesa, Kate Wilson Sheppard (1847-1934) foi o maior destaque do movimento
pelo sufrágio feminino no país. Ela foi fundadora da Woman’s Christian
Temperation Union, uma instituição que começou sua luta em 1885, na
conquista por leis que garantissem o bem-estar e o respeito das mulheres e
crianças, bem como na luta pelos direitos de igualdade. Ela simboliza,
portanto, a perseverança, a determinação e a luta pelos difusos direitos das
mulheres e de todo ser humano. Veja mais aqui.
REFLEXÕES SOBRE O PROBLEMA
DO AMOR E O EROTISMO –
Figura emblemática da feminilidade narcísica, a poeta e intelectual alemã
nascida na Rússia, Lou Andres-Salomé
(1851-1937) concebia o amor sexual como uma paixão física que se apoiava logo
que o desejo fosse saciado, defendendo que só o amor intelectual, fundado na
mais absoluta fidelidade, era capaz de resistir ao tempo. No seu livro Reflexões sobre o problema do amor e o
erotismo: ensaios (Landey, 2005), ela comentou sobre um dos grandes temas
da literatura- Madame Bovary e Ana Karenina – segundo o qual o conflito entre
loucura amorosa e a quietude conjugal quase sempre impossível de superar, deve
ser plenamente vivo: [...] Apenas um homem sabe que
a felicidade e tormento são a mesma coisa, em todas as experiências mais
intensas e em todos os momentos fecundos da vida: é o criador. Entre as suas paixões,
envolveu-se com o filósofo e poeta alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), com o poeta alemão
Rainer Maria Rilke (1875-1926), o escritor e filósofo alemão Paul Rée
(1849-1901), o neurologista e psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939)
deslumbrou-se com ela e a amou, inclusive, sendo ela responsável pela revolução
da sua vida, entre tantos outros. Ela deixou jovem a Rússia após recusar um
casamento, instalando-se em Zurique para se ligar à teologia, a arte e a
religião, áreas essas que se tornaria o meio para realizar seu sonho
intelectual. O envolvimento com o filósofo Nietzsche foi rumoroso por ele
considerá-la como a única mulher capaz de compreendê-lo, o que o fez pedi-la em
casamento. Ela recusou e como havia ao redor o amigo do filósofo e também
apaixonado por ela, Paul Rée, formando uma trindade intelectual que causou
escândalo na época (foto acima). Depois, ela se casou com o orientalista alemão
Friedrich-Carl Andreas e, como não se consumou, tornou-se amante do fundador do
Partido Social Democrata, Georg Ledebourg. Já em seu livro, Minha Vida, ela declara o seu amor por
Rilke. Em seguida, apaixonou-se por Vikton Tausk. Ela buscava um Eros
cosmogônico, capaz de compensar a perda irreparável do sentimento de Deus.
Destaco o seu poema Oração à vida: Tão certo quanto o amigo ama o amigo, / Também
te amo, vida-enigma / Mesmo que em ti tenha exultado ou chorado, /mesmo que me
tenhas dado prazer ou dor. / Eu te amo junto com teus pesares, / E mesmo que me
devas destruir, / Desprender-me-ei de teus braços / Como o amigo se desprende
do peito amigo. / Com toda força te abraço! / Deixa tuas chamas me inflamarem,
/ Deixa-me ainda no ardor da luta / Sondar mais fundo teu enigma. / Ser! Pensar
milênios! / Fecha-me em teus braços: / Se já não tens felicidade a me dar / Vamos,
ainda tens tua dor. Considerada pelos burgueses de Gottingen como feiticeira,
ela escreveu: Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira
você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos
presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja
na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio,
mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo
da vida! Lou Salomé era uma bela mulher que escandalizou a sociedade e quebrou
regras morais. Veja mais aqui.
NERVO DE MOCOTÓ – Alguns anos atrás fui premiado com uma
viagem para participar de um Congresso Lusófono na belíssima cidade de
Blumenau, no Estado de Santa Catarina. Fui pra lá levado pelo poetamigo Tchelo D´Barros. Lá tive a oportunidade
de conhecer, entre tantas outras pessoas, o anfitrião da festa, o escritor e
médico Luiz Eduardo Caminha, de quem
me sinto premiado pela amizade e, além do mais, por ter sido agraciado com o
seu Saboreando Crônicas (Nova Letra,
2008), do qual destaco um fragmento do Nervo
de Mocotó: Era uma destas quintas
feiras de rodada do campeonato citado de bocha de Blumenau. O palco: o complexo
de bocha do Bela Vista Country Club. Presente os habituês daquele agradável
ambiente, sócios do clube, alguns membro do Stammtisch Teça a Todo Vapor
(Diestag mit allen dampf), toda a galera de aficcionados da bocha, além dos
inveterados frequentadores da sauna. Aquele começara cedo para o Paulo Mafroni
(Cachorrão) e o Toninho, ecônomo daquele complexo de bocha. Desde as oito
horas, já tinham ido para a fervura (foram mais de dez só para tirar o cheiro)
as bengalas de cerca de setenta centímetro do mais puro órgão genital externo
bovino, que o próprio Cachorrão trouxera de Pelotas [...] A primeira porção, para despertar os
curiosos e bicões, foi servida à moda de aperitivo, com farinha, palitos e tudo
mais. Aprovação geral!!!! – O que é isto? – perguntou um afoito curioso. –
Nervo de mocotó -, foi a melhor resposta que o Cachorrão encontrara. Foram
muitos os pratos, com arroz, no pão, na farinha, só sobrou o fundo da panela.
Ao final da comilança, beiços lambidos, a notícia: - Bem minha gente, o que
vocês comeram foi... bilau de boi. Entre aqueles que confessaram ter admirado o
prato (aliás, muito comum nos pampas), outros que ficaram furiosos com a
brincadeira e alguns nauseabundos, sobrou para o Cachorrão. Até no conselho do
clube o assunto entrou na pauta de uma reunião. Resultado: Cachorrão ficou
suspenso de cozinhar, por noventa dias, qualquer tipo de prato no Bela Vista,
ainda mais porque ante tanto tititi, o gaúcho velho já vinha prometendo outra:
- Se gostaram tanto dos órgãos do boi, imagina só quando eu trouxer os das
vacas!. E, aí, aconteceu o inesperado: descoberta a trama do Cachorrão, quando
quatorze belos espécimes do mais puro órgão genital feminino de vacas
girolândia chegaram aos freezers do complexo da bocha, o presidente do conselho
deu uma ordem: - Toninho, joga tudo isto fora! Foi daí que, no Clube do
Marreta, um café muito popular do centro, espécie de senadinho, onde tudo se
comenta da cidade, começou um zum-zum-zum, um buchicho, que correu toda
Blumenau: - Tem uma turma, lá no Bela Vista, desse pessoal da bocha, que comeu
a se regalar bilau de touro, mas quando foi pra comer as pererecas das vacas,
jogou tudo fora. Antes, mesmo, de serem cozinhadas. [...]. Veja mais aqui e
aqui.
THIRD PERSON – Não vou me passar por Sílvio Santos: -
Não vi, mas minha empregada assistiu e disse que o filme era maravilhoso. Não
vou fazer isso. É que fui pra sessão e findei naquela: vi, mas não prestei
atenção. Na verdade, só apreciei de mesmo nas cenas que a atriz estadunidense
Olivia Wilde aparecia. Ela só não, Caroline Goodall, Daniela Virgilio, Kim
Basinger, Mila Kunis, Moran Atias e Maria Bello. Todas desfilaram nos meus
olhares, mas a Olivia é que ficou marcante e marcada. No outro dia me
perguntaram: - Como foi o filme? -, vixe, que vexame. Fiz um esforço medonho
para me lembrar de algo, passei batido e desconversei. Dias depois foi que vi
que se tratava do filme Terceira Pessoa
(Third person, 2013), dirigido pelo
roteirista, produtor e cineasta canadense Paul Haggis com música composta por
Dario Marianelli. Só me lembrava que eram três histórias de amor interligadas e
que envolviam casais em cidades diferentes, como Roma, Paris e Nova York. Veja
mais aqui.
SERVIÇO:
O que? Programa Tataritaritatá
Quando? Hoje, terça, 10 de março, a
partir das 21hs
Onde? No MCLAM - blog do Programa Domingo
Romântico
Apresentação: Meimei Corrêa
Veja mais sobre:
Pablo Neruda, Modigliani, Björk, Teixeira
Coelho, Zinaida Evgenievna Serebriakova, Elsa Zylberstein, Rubens da Cunha
& Uma mulher por cem cabeças de gado aqui.
E mais:
Com quantos desaforos se faz uma eleição, Howard Chandler & Luciah Lopez aqui.
A poesia de Valéria Tarelho aqui.
Primeira Reunião, Patativa do Assaré, Heitor Villa-Lobos
& Turíbio Santos, Cicero Dias, Rosa Luxemburg, Pier Paolo Pasolini, Bárbara
Sukowa, Rubem Braga & José Geraldo Batista aqui.
Lev Vygotsky, Gabriel García Marquez,
Flora Purim, Elizabeth Barrett Browning, Cyrano de Bergerac, Andrzej Wajda,
Michelangelo & Anna Mucha aqui.
É pra ela – Crônica de amor por ela, Carlos Gomes & Silviane Bellato,
Neila Tavares, Heloneida Studart, Giuseppe Tornatore, Piet Mondrian, Edwin
Landseer, Maria Esther Maciel, Monica Bellucci & A lenda Mundurucu Quando
mandavam as mulheres aqui.
Crônica de amor por ela, Sylvia Plath, Safo, Helena Blavatsky,
Maria Bonita, Eurípedes, Carole Bayer Sager, Andrômaca & As troianas,
Antonio Maria Esquivel, Mulheres no Mundo & O espelho em que os rostos se
dividem aqui.
Crônica de amor por ela – poemas &
canções, Juana de
Ibarbourou, Camille Claudel, A Literatura Ocidental de Otto Maria Carpeaux,
Ornette Coleman, Juliette Binoche, Johann Kaspar Füssli & Iacyr Anderson
Freitas aqui.
Mil sonhos na cabeça e o amanhã nas mãos, João Cabral de Melo Neto, Omar Ortiz, Sean Seal& Gary Jackson aqui.
A vida em risco e o veneno à mesa, Amartya Kumar Sem, Roberto Fernandez
Balbuena & Kadee Glass aqui.
Aos quatro cantos e ventos minha vida, Jacob Boehme, Esther Scliar, Tamara de Lempicka, Jo Ansell,
Jonathan Charles & Dene Ramos aqui.
Solilóquio na viagem noturna do sol, Educação no Brasil, Maria Esther Pallares,
Paula Águas, Sêneca, Terry Miura & Amenaide Lima aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.