AURORA: UMA CANÇÃO – Pelos idos de 1977 nasceu essa canção.
Eu já tinha pelejado de tudo antes disso, mas nada que prestasse. Até duas
outras anteriores que eu havia inscrito numa feira música valiam a pena e não
resistiram ao tempo: esqueci, se perderam. Por isso, essa foi a minha primeira
composição musical de verdade. Bati o centro e fiquei ancho cantando aqui, ali
e acolá. Só ganhou estatuto de vivente mesmo quando a cantora Sonia Mello gravou a canção com o meu
poema Minha Voz, juntos. Foi aí que
eu percebi a razão dela ter resistido a todas as outras que eu tinha então
pelejado e feito. Por isso, taí a letra dela: Eu quero aurora dos meus olhos
/ viver a eclosão do dia /este parto retratado / no rastro meu que se vadia / pra
lá das mãos / pra lá do mar / nas veredas deste céu / que vai além do meu
cantar / da minha voz que traz / este céu que desvirgina / as entranhas do meu
corpo / que se perde pelos vales / e só me resta seguir, ir / nas veias mornas
da manhã / até abrir as comportas do meu coração. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Imagem Young woman wrapped in a fur blanket, do pintor francês Gaston Guedy (1874-1955)
A CIÊNCIA DA NATUREZA
HUMANA – O livro A ciência da natureza humana (Companhia
Editora Nacional, 1957), do médico, psicólogo e filósofo austríaco Alfred Adler (1870-1937), traz os
fundamentos do sistema holístico da Psicologia Individual. Na obra destaco:
[...] Desde a mais tenra idade, passa a perceber que existem
outros seres humanos capazes de satisfazer completamente suas necessidades mais
urgentes, melhor preparados para viver. [...] a criança
aprende a dar valor excessivo ao tamanho que habilita uma pessoas a abrir uma
porta, ou à força que habilita a transportar objetos pesados, ou ao direito de
dar ordens e exigir obediência. Desperta em sua alma um desejo de crescer, de
ficar tão forte como os outros, ou mesmo mais forte ainda. Dominar aqueles que
vê junto a si faz-se então seu principal propósito de vida. [...] A mente não conhece nenhuma lei natural já
que o objetivo está sempre mudando. Se, porém, um indivíduo tem um objetivo
constante, nesse caso cada tendência psíquica deve sofrer certa compulsão, como
se alguma lei natural a influenciasse. Leis que governam a vida psíquica
existem – mas são leis feitas pelo homem. Veja mais aqui, aqui e aqui.
ASSIM FALOU ZARATUSTRA – Hoje se comemora o nascimento do poeta
e profeta persa Zaratustra ou
Zoroastro que viveu provavelmente em meados do séc. VIIaC. Por sua difusão dos
segredos e da verdade suprema de Ahura Mazda, ele foi o criador da religião
Masdeísta, tornando-se, por isso, um dos primeiros teólogos da história, que
possuía o objetivo de erradicar o politeísmo reinante, possuindo uma dimensão
ético-espiritual elevada. Foi o filósofo e poeta alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) que escreveu o livro Assim falou Zaratustra: um livro para todos
e ninguém (1883-85), do qual destaco: Zaratustra,
porém, olhava para o povo e se admirava. Depois falou assim: O homem é uma
corda, atada entre o animal e o além-do-homem – uma corda sobre um abismo.
Perigosa travessia, perigoso a-caminho, perigoso olhar-para-trás, perigoso
arrepiar-se e parar. O que é grande no homem, é que ele é uma ponte e não um
fim: o que pode ser amado no homem, é que ele é um passar e um sucumbir
[...]. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
LOGOTERAPIA: EM BUSCA DE
SENTIDO – O livro Em
busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração (Vozes, 1991), do
neurologista e psiquiatra austríaco Viktor
Frankl (1905-1997), traz a experiência do autor vivida no campo de
concentração, quando, segundo seu relato, ocorre a sua liberdade interior e
passa a definir os conceitos fundamentais da logoterapia e a tese do otimismo
trágico. Da obra destaco o trecho O
sentido da vida: Duvido que um médico
possa responder esta questão em termos genéricos. Isto porque o sentido da vida
difere de pessoa para pessoa, de um dia para o outro, de uma hora para outra. O
que importa, por conseguinte, não é o sentido da vida de um modo geral, mas
antes o sentido específico da vida de uma pessoa em dado momento. Formular esta
questão em termos gerais seria compatível a perguntar a um campeão de xadrez:
“Diga-me, mestre, qual o melhor lance do mundo?” Simplesmente não existe algo
como o melhor lance ou um bom lance à parte de uma situação específica num jogo
e da personalidade peculiar do adversário. O mesmo é válido para a existência
humana. Não se deveria procurar um sentido abstrato da vida. Cada qual tem sua
própria vocação ou missão específica na vida; cada um precisa executar uma
tarefa concreta, que está a exigir realização. Nisto a pessoa não pode ser
substituída, nem pode sua vida ser representada. Assim, a tarefa de cada um é tão
singular como a sua oportunidade específica de levá-la a cabo [...]. Veja
mais aqui.
GASOLINA & LADY VESTAL – O livro Gasolina & Lady Vestal – Poesia Urbana (L&PM, 1985), do
poeta estadunidense da geração beat, Gregory
Corso (1930-2001), é a reunião dos primeiros livros do autor, com prefácio
do poeta estadunidense Allen Guinsberg que adverte: Abra esse livro como se uma caixa de brinquedos malucos, tenha nas mãos
um refinamento de beleza extraído de uma atmosfera destrutiva. Essas
combinações são imaginárias e puras, de acordo com o desejo individual
(portanto universal) de Corso. Do livro destaco O Sol (poema automático):
Sol hipnótico! sagrada quase eterna
esfera! taça em chamas! balbuciar do dia! / Sol, solar teia de calor! seca taça
tropical! sede de aranha! Sol, não água! / Sol miséria sol ira sol doença sol
morte sol podre sol relíquia! / Sol baixo e torto sobre o céu africano,
derramado quase vazio, ampola oca, osso do sol, pedra do sol, sol de aço,
relógio de sol. / Sol dinossauro do elétrico movimento extinto e fossilizado,
balbucie! / Sol, temporada das temporadas, pegar o verdadeiro peixe solar, na
verde costa tomando sol como loucura. / Sol eros infernal superreal
conglomeração de ira miasmática! / Sol, seres do pôr do sol chocados na desértica
vida, cai! / Sol circo! tenda de hélio, apolo, rá, sol, sun, triunfem! / O sol
como uma fumegante nave caiu no lago Teliphicci. / O sol como um fumegante
disco gelatinoso escorreu pelos alpes Telephiccianos / O sol comanda a noite e
segue a noite e comanda a noite. / O sol pode ser conduzido por uma carruagem.
/ O sol como um fumegante pirulito pode ser chupado. / O sol tem a forma de um
dedo curvo que te chama. /O sol gira anda dança foge corre. / O sol favorece a
cítrica palmeira de tuberculosos pulmões / O sol engole o lago e alpes de
Teliphicci a cada ascensão. / O sol não sabe o que é gostar ou não gostar / O
sol toda minha vida caiu no lago Teliphicci. / Ó profundidade constante onde
tudo além é a verdadeira Bizancio. Veja mais aqui.
A MULHER QUE ESPERAVA O
AMOR – A peça teatral Um bonde chamado desejo (A Streetcar Named Desire – ganhadora do Prêmio Politzer de 1948) do dramaturgo
estadunidense Tennessee William (1911-1983)
conta a história da protagonista, Blanche Dubois, e a aversão dela pelo marido
grosseiro e ignorante da irmã, Stella. Após a ruína da família, cada uma das
irmãs seguira destino próprio. Stella adaptou-se ao mundo de seu marido e
Blanche manteve a postura aristocrática de gestos finos e sensibilidade
exacerbada. Entretanto, a personagem principal foi muito infeliz na sua vida
amorosa: seu marido homossexual cometeu suicídio, provocando-lhe profunda
depressão. Acusada de seduzir um aluno adolescente, Blanche acaba demitida como
imoral, recorrendo à casa da irmã, decepcionando o marido dela. Mas eis que a
irmã grávida dará a luz, o cunhado Stanley, completamente embriagado a violenta
provocando o seu enlouquecimento e consequente internação num hospício. A peça
foi adaptada para o cinema em 1951, dirigido pelo cineasta greco-americano Ilias
Kazantzóglu (1909-2003), garantindo o Oscar de melhor atriz para a atriz
britânica Vivien Lweigh – a Lady Olivier (1913-1967) - e de atrizes
coadjuvantes para Kim Hunter e Karl Maden. Em 1999, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar faz a sua adaptação da
peça para o drama All About My Mother
(Todo sobre mi madre), ganhando o Oscar de melhor filme estrangeiro. No filme
de Almodóvar, destaque para Penélope Cruz. Também merece destaque a
interpretação de Leona Cavalli. Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
O doce voo no sangue das andorinhas
invisíveis do canavial, o
pensamento de Padre Antônio Vieira, a coreografia de Ekaterina
Krysanova, a pintura de Iryna Yermolova, a arte visual de Arthur
Brouthers, a poesia de Vera Salbego, a música de Silvério Pessoa & Jacinto
Silva aqui.
E mais:
A lenda do açúcar e do álcool, A educação de Anísio Teixeira, a História
da Filosofia de Wil Durant, a música de Yasushi Akutagawa, a
pintura de Madison Moore, Cumade Fulôsinha & Menelau Júnior, a
coreografia de João Pirahy & Oração da Cabra Preta aqui.
Salmo da cana, Os doze trabalhos de Peisândro de Rodes,
Os trabalhos e os dias de Hesíodo, O informe de Brodie de Jorge Luis Borges, a
escultura de Auguste Rodin, a música de Chico Buarque, a literatura de Émile
Zola, O operário em construção de Vinicius de Moraes, o Teatro de Nelson
Rodrigues, Tempos Modernos de Charlie Chaplin, a arte de Magda Mraz, Heracleia
& Hércules, Monteiro Lobato, Psicologia Social & Formação Huamana aqui
& aqui.
A cana dos coronéis aos mamoeiros aqui.
A cana, os caetés & Sardinha aqui.
A cana & a escravaria toda, Hegel,
Mário Quintana, Debret & Pauley Perrette aqui.
A cana & o século XVI aqui.
A cana & o Brasil holandês aqui.
O Brasil na festa do Fecamepa, a literatura de Anna Bolecka, a
música de Marlos Nobre com Leonardo Altino & Ana
Lúcia Altino, a pintura de Sophia Monte Alegre & a
arte de Adriana Varejão aqui.
A literatura de Adolfo Bioy Casares, a
poesia de Guillaume de Poictiers, a música de Charles Mingus, a pintura de
Pierre Bonard, Cabra marcado para morrer, a fotografia de John Watson, Estética
Teatral & a arte de Louise Cardoso aqui.
A biblioteca nossa de cada dia, História do Amor de Nicole Krauss, a poesia de Carles Riba, o pensamento de Lloyd Motz, o cinema de
Yasujirō Ozu & Shima Iwashita, a música de Carla Bruni, a pintura de Mauro
Soares, Notícias Cariocas, Aprendizagem, Tributo & Imposto aqui.
Psicologia Infantil, a música de Béla
Bartók, o teatro de Gerd Bornheim, a literatura de Nilto Maciel, a poesia de
Leila Diniz & Clotilde Tavares, a pintura de Gutzon Borglum o cinema de
David Lean & Sarah Miles aqui.
A lágrima de Neruda & prelúdio, A divisão do mundo de Jiddu
Krishnamurti, O destino do homem de Goethe, Elogio ao amor de Alain Badiou, a
entrevista de Márcio Borges, a música de Tchaikovsky & Elena Bashkirova, a
pintura de Pierre Alechinsky & Roy Lichtenstein, o teatro de Clarice Niskier, o cinema de Neville de Almeida &
Christiane Torloni, a arte de Debra Hurd, a poesia de Alvaro Posselt, a
fotografia de Harrison Marks, as gravuras de Jerzy
Drużycki & Palavra Mínima aqui.
A solidão de Toulouse, A mulher celta, a literatura de Elfriede
Jelinek, a entrevista de Gilberto Mendonça Teles, a música de Jonatha Broke, a
pintura de Henri Toulouse-Lautrec, a arte de Paulo Mendes da
Rocha & Michael Aaron Williams, a fotografia de Marcos Vilas Boas,
Salgadinho & Psicologia Ambiental aqui.
Lavratura, O pensamento de Antonio Quinet, Os megálitos de Orens, a
música de Bach & Hilary Hahn, A maternidade de Francisca
Praguer Fróes, a pintura de Joan Miró & Peggy
Bjerkan, a arte de Mário Zanini & Luciah Lopez, Por um novo dia, A
vida começa no final de semana & O que sei de mim é só de você aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.