
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais
com a música do músico, compositor, drmaaturgo & escritor Chico Buarque: Carioca ao
Vivo, As cidades ao vivo & Live au Zenith Paris; da pianista Maria João Pires: Sonata 32
Beethoven, Partitta 1 Bach & Concerto 9 Mozart; do violinista e compositor Marcus Viana: Pantanal,
Olga & Música para quatro elementos; da violinista Maria Azova: Havanaise
Saint-Saens, Meditation Massenet & Lipizer. Para conferir é só ligar o som e
curtir.
PENSAMENTO DO DIA - [...] Aí o tempo
não serve de verdade: um ano nada vale, dez anos não são nada. Ser artista não
significa calcular e contar, mas sim amadurecer como a árvore que não apressa a
sua seiva e enfrenta tranqüila as tempestades da primavera, sem medo de que
depois dela não venha nenhum verão. O verão há de vir. Mas virá só para os
pacientes, que aguardam um grande silêncio intrépido, como se diante deles
estivesse a eternidade. Aprendo-o diariamente no meio de dores a que sou
agradecido: a paicência é tudo. [...]. Trecho extraído da obra Cartas a um jovem poeta (Globo, 1986), do
poeta alemão Rainer Maria Rilke (1875-1926). Veja mais aqui.
GLOBALIZAÇÃO – [...] Se a
globalização requizesse uma única coisa do teorico da cultura, esta coisa seria
um modelo para estudos comparativos. Estudos comparativos que atravessem
fronteiras, línguas e atravessem culturas, um tipo de estudos comparativos que
ajudem a alimentar um novo sentido de conectividade e qie talvez até ajudem a
criar uma forma de cosmopolitismo alternativo e auto-crítico [...]. Trecho
extraído da obra Culturas do passado-presente
modernismos, artes visuais, políticas da memória (Contraponto, 2014), do
professor e crítico de arte Andreas Huyssen.
A BARRAGEM
- [...] Como se obedecessem a um só
braço, horas a fio as picaretas rebrilham ao sol, parecendo de prata, ao loge,
de tão brilhantes pelo contato com a terra. Terrão dura que só pedra, revolvida
a custa de supremo esforço, levantando uma poeira de arrasar pulmões. Mas, em
nennuma daquelas cabeças pode passar um pensamento de enfado. Nem cansaço eles
têm pretensão de sentir. Correndo o dedo pela testa, o suor cai no chão ou no
peito do cassaco nu e reluzente. E o trabalhador continua satisfeito que
achasse afinal tábua de salvação [...]. Trecho da obra A Barragem (União, 1994), da escritora e jornalista Maria Ignez Mariz (1905-1952).
A SAUDADE DE
ANTÔNIO PEREIRA
Saudade é um parafuso
Que na rosca quando cai,
Só entra se for torcendo,
Porque batendo num vai
E enferrujando dentro
Nem distorcendo num sai.
Só entra se for torcendo,
Porque batendo num vai
E enferrujando dentro
Nem distorcendo num sai.
Saudade tem cinco fios
Puxados à eletricidade,
Um na alma, outro no peito,
Um amor, outro amizade,
O derradeiro, a lembrança
Dos dias da mocidade.
Puxados à eletricidade,
Um na alma, outro no peito,
Um amor, outro amizade,
O derradeiro, a lembrança
Dos dias da mocidade.
Saudade é como a resina,
No amor de quem padece,
O pau que resina muito
Quando não morre adoece.
É como quem tem saudade
Não morre, mas adoece.
No amor de quem padece,
O pau que resina muito
Quando não morre adoece.
É como quem tem saudade
Não morre, mas adoece.
Adão me deu dez saudades
Eu lhe disse: muito bem!
Dê nove, fique com uma
Que todas não lhe convêm.
Mas eu caí na besteira,
Não reparti com ningué
Eu lhe disse: muito bem!
Dê nove, fique com uma
Que todas não lhe convêm.
Mas eu caí na besteira,
Não reparti com ningué
Poema do poeta popular e violeiro Antônio Pereira (1891-1982).
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Projeto Pintando na Praça hoje a partir das 9hs na Praça Paulo
Paranhos – Palmares – PE e exposição na Biblioteca Fenelon Barreto durante todo
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