sábado, outubro 21, 2017

RILKE, HUYSSEN, MARIA IGNEZ MARIZ, ANTÔNIO PEREIRA, LUCIAH LOPEZ & ARTE NA PRAÇA

PRIMEIRO ENCONTRO: MEU OLHAR, SEU SORRISO – Imagem: arte da poeta, artista visual & blogueira Luciah Lopez. - Da tarde a vida fez-se mais que dia noite adentro: milênios de espera no átimo de agora. Não há tempo, tudo passa e eu nem vi: caleidoscópio de sonhos que saiu da tela pra seguir nas ruas de mãos dadas pelas águas da emoção. E eu sou hoje o amanhã sonhado ontem, tudo agora: um oásis erradica a solidão de sempre. O que perdi até agora, nada vale, nada mais resta, sou premiado sem ter que vencer nada, só a mim mesmo. E sou maior que a mim mesmo, expansão incontida, como se o que de mim estava separado, arrancado ou perdido, finalmente me chegasse e a mim se somasse para que eu, completamente restabelecido, tivesse a primeira oportunidade de ir além das minhas cercanias e entisse o mundo inteiro na imensidão infinita. E tarde transformou-se dia inteiro: a viver o beijo, o semblante de luz no riso de Sol; os olhos que tornaram a minha direção, o corpo que virou meu abrigo. Em minhas mãos a poeta fez-se poesia: a deusa reluz mulher com sua pele caingang, seu corpo de fêmea no molde exato ao meu apetite, o meu tope faminto e ela cabe no meu abraço e se faz inteira para que mergulhe suas águas e possa nadar suas entranhas pra conhecer o nunca visto, o nunca tido, o nunca feito: é o milagre do prazer. E sou Deus no verbo da sua carne para ser-me inteiro nela no ápice da paixão. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.

RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais com a música do músico, compositor, drmaaturgo & escritor Chico Buarque: Carioca ao Vivo, As cidades ao vivo & Live au Zenith Paris; da pianista Maria João Pires: Sonata 32 Beethoven, Partitta 1 Bach & Concerto 9 Mozart; do violinista e compositor Marcus Viana: Pantanal, Olga & Música para quatro elementos; da violinista Maria Azova: Havanaise Saint-Saens, Meditation Massenet & Lipizer. Para conferir é só ligar o som e curtir.

PENSAMENTO DO DIA - [...] Aí o tempo não serve de verdade: um ano nada vale, dez anos não são nada. Ser artista não significa calcular e contar, mas sim amadurecer como a árvore que não apressa a sua seiva e enfrenta tranqüila as tempestades da primavera, sem medo de que depois dela não venha nenhum verão. O verão há de vir. Mas virá só para os pacientes, que aguardam um grande silêncio intrépido, como se diante deles estivesse a eternidade. Aprendo-o diariamente no meio de dores a que sou agradecido: a paicência é tudo. [...]. Trecho extraído da obra Cartas a um jovem poeta (Globo, 1986), do poeta alemão Rainer Maria Rilke (1875-1926). Veja mais aqui.

GLOBALIZAÇÃO – [...] Se a globalização requizesse uma única coisa do teorico da cultura, esta coisa seria um modelo para estudos comparativos. Estudos comparativos que atravessem fronteiras, línguas e atravessem culturas, um tipo de estudos comparativos que ajudem a alimentar um novo sentido de conectividade e qie talvez até ajudem a criar uma forma de cosmopolitismo alternativo e auto-crítico [...]. Trecho extraído da obra Culturas do passado-presente modernismos, artes visuais, políticas da memória (Contraponto, 2014), do professor e crítico de arte Andreas Huyssen.

A BARRAGEM - [...] Como se obedecessem a um só braço, horas a fio as picaretas rebrilham ao sol, parecendo de prata, ao loge, de tão brilhantes pelo contato com a terra. Terrão dura que só pedra, revolvida a custa de supremo esforço, levantando uma poeira de arrasar pulmões. Mas, em nennuma daquelas cabeças pode passar um pensamento de enfado. Nem cansaço eles têm pretensão de sentir. Correndo o dedo pela testa, o suor cai no chão ou no peito do cassaco nu e reluzente. E o trabalhador continua satisfeito que achasse afinal tábua de salvação [...]. Trecho da obra A Barragem (União, 1994), da escritora e jornalista Maria Ignez Mariz (1905-1952).

A SAUDADE DE ANTÔNIO PEREIRA
Saudade é um parafuso
Que na rosca quando cai,
Só entra se for torcendo,
Porque batendo num vai
E enferrujando dentro
Nem distorcendo num sai.
Saudade tem cinco fios
Puxados à eletricidade,
Um na alma, outro no peito,
Um amor, outro amizade,
O derradeiro, a lembrança
Dos dias da mocidade.
Saudade é como a resina,
No amor de quem padece,
O pau que resina muito
Quando não morre adoece.
É como quem tem saudade
Não morre, mas adoece.
Adão me deu dez saudades
Eu lhe disse: muito bem!
Dê nove, fique com uma
Que todas não lhe convêm.
Mas eu caí na besteira,
Não reparti com ningué
Poema do poeta popular e violeiro Antônio Pereira (1891-1982).

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ARTE NA PRAÇA
Projeto Pintando na Praça hoje a partir das 9hs na Praça Paulo Paranhos – Palmares – PE e exposição na Biblioteca Fenelon Barreto durante todo mês de outubro. Veja mais aqui.

A ARTE DE LUCIAH LOPEZ
A arte da poeta, artista visual & blogueira Luciah Lopez. Veja mais aqui.

 

PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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