
RÁDIO
TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio
Tataritaritatá
especiais com a música do cantor e compositor Geraldo
Azevedo:
De outra maneira, A luz do solo, Inclinações musicais, Adoro você & Tanto
querer; da pianista e compositora Fernanda
Chaves Canaud
interpretando Radamés Gnatali & Lua Branca de Chiquinha Gonzaga; do
compositor e educador musical Mario Ficarelli: Parasinfonia, O poço e o
pêndulo & Tempestade óssea; da cantora Joan
Baez:
Al star 75th Birthay Celebration Live, Live Concert & Line in the New York.
Para conferir é só ligar o som e
curtir.
PENSAMENTO DO DIA – O
importante é a lembrança dos erros, que nos permite não cometer sempre os
mesmos. O verdadeiro tesouro do homem é o tesouro dos seus erros, a larga
experiência vital decantada por milénios, gota a gota. do
filósofo e ativista político espanhol José Ortega y Gasset (1883-1955). Veja mais aqui.
SONETO DA MULHER AO SOL
A bordo do Andrea C, a caminho da França
Uma mulher ao sol - eis todo o meu desejo
Vinda do sal do mar, nua, os braços em cruz
A flor dos lábios entreaberta para o beijo
A pele a fulgurar todo o pólen da luz.
Uma linda mulher com os seios em repouso
Nua e quente de sol - eis tudo o que eu preciso
O ventre terso, o pêlo úmido, e um sorriso
À flor dos lábios entreabertos para o gozo.
Uma mulher ao sol sobre quem me debruce
Em quem beba e a quem morda e com quem me lamente
E que ao se submeter se enfureça e soluce
E tente me expelir, e ao me sentir ausente
Me busque novamente - e se deixa a dormir
Quando, pacificado, eu tiver de partir...
Extraído do livro Para viver um grande amor (Companhia das Letras, 1984),
Uma mulher ao sol - eis todo o meu desejo
Vinda do sal do mar, nua, os braços em cruz
A flor dos lábios entreaberta para o beijo
A pele a fulgurar todo o pólen da luz.
Uma linda mulher com os seios em repouso
Nua e quente de sol - eis tudo o que eu preciso
O ventre terso, o pêlo úmido, e um sorriso
À flor dos lábios entreabertos para o gozo.
Uma mulher ao sol sobre quem me debruce
Em quem beba e a quem morda e com quem me lamente
E que ao se submeter se enfureça e soluce
E tente me expelir, e ao me sentir ausente
Me busque novamente - e se deixa a dormir
Quando, pacificado, eu tiver de partir...
Extraído do livro Para viver um grande amor (Companhia das Letras, 1984),
do
poeta, dramaturgo, jornalista, compositor e diplomata brasileiro Vinicius de
Moraes (1913-1980). Veja mais aqui, aqui & aqui.
SENHOR PRESIDENTE - [...] A cidade grande, imensamente grande para a
sua fadiga, foi ficando pequena para a sua aflição. Noites de espanto, seguidas
por dias de perseguição. Acossado pela gente que, não satisfeita em gritar-lhe:
“Bobalhãozinho, domingo você vai casar com sua mãe... aquela velhinha... seu
pirado... animal, vagabundo!”, batiam nele, arrancavam-lhe a roupa a pedaços.
Perseguido pela molecada, refugiava-se nos bairros pobres, mas ali sua sorte
era pior; ali, onde todos andavam às portas da miséria, era não só insultado,
mas quando o viam correr apavorado atiravam-lhe pedras, ratos mortos e latas
vazias. Vindo de um desses bairros, chegou ao Portal do Senhor num dia
qualquer, na hora da missa, ferido na testa, a cabeça descoberta, arrastando a
rabiola de uma pipa que, arremedando um remendo, haviam-lhe grudado atrás.
Assustava-se com as sombras dos muros, os cachorros passando, as folhas que
caíam das árvores, o rodar desigual dos carros... Quando chegou ao Portal,
quase de noite, os mendigos, virados para a parede, contavam e recontavam seus
ganhos do dia. Mulamanca discutia com o Mosquito, a surda-muda esfregava a mão
na barriga, para ela inexplicavelmente grande, e a cega se remexia, sonhando-se
dependurada em um gancho, coberta por moscas, como carne de açougue. [...] E mais não disse. Arrancado do chão pelo
grito, o Bobalhão saltou em cima dele e, sem lhe dar tempo para usar suas
armas, enterrou-lhe os dedos nos olhos, despedaçou-lhe o nariz a dentadas e
golpeou-lhe as partes com os joelhos, até deixá-lo inerte. Os mendigos fecharam
os olhos horrorizados, a coruja passou de novo e o Bobalhão fugiu pelas ruas
escuras enlouquecido e tomado por espantoso paroxismo. Uma força cega acabava
de tirar a vida do coronel José Parrales Sonriente, vulgo o homem da mulinha.
Amanhecia. [...]. Trechos da obra O
senhor presidente (Mundaréu, 2016), do escritor, jornalista, diplomata
guatemalteco Miguel Angel Asturias
(1899-1974), ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1967. Veja mais aqui.
ARTE DE CAMILLE CLAUDEL
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ARTE DE RICHARD MARTIN
Imagem: arte do artista plástico australiano Richard Martin.