(Imagem: Xilogravura de Erik Lima - O QUE É UM PEIDO PRA QUEM ESTÁ CAGADO? - O galo cantou meia noite, nem sinal do Sol na esquina. Vixe! Mesmo assim, bola pra frente que a fila está a perder de vista. Ou vai ou racha. E já rachou faz tempo com a porta na cara e frestas espremidas. Ou pula o portão e a janela, ou o muro do quintal: paga-se o pato de qualquer jeito, independe de intenção, já viu? Tudo só anda mesmo é na contramão. Vai ver: está mesmo é em cima do telhado, pedindo socorro no meio do deserto. Quem está no mato sem cachorro, tem de ir de qualquer jeito apelando pra sorte. Qual? Oxe! Calango que se preze não vacila em pé algum, vai se arrastando, quem sabe um aceno mole, saiba: o mundo sempre está do contra. E como está! Nem olho pros lados, margem alguma. Resta ouvir tagarelices de cachorros, rinchados de cabeças de fósforos, mugidos por conselhos e coices por admoestações. Aprendeu? Nada, sigo em frente, mesmo que só chegue atrasado com a greve do relógio e nem ligo se estiver tudo pifado, no final das contas, sempre fora de moda no meio da maior sinuca bico, xeque mate. Dou meus pulos, o blefe no jogo, melé que não tenho e o coringa que pinoteou e nem seu silva de dar bola: aparecer qiue é bom, só depois de um bocado de sobrada, toque de arrodeio e findo esgotado, o cu esfolado de relar a bunda no chão. Dou a volta por cima, tudo se ajeita de uma forma ou de outra. Não adianta fechar o olho pra pontaria, alvo algum. Muito menos pagar penitência com o jelho sobre a pedrinha incômoda ou ficar com a língua de fora com o cenário que virou tudo de cabeça pra baixo, com o solado do pé numa peínha de nada, pisando no próprio calo, magoando a pereba, ih, se vira, tudo dá-se um jeito, é só sair pulando num pé só pra ver como é que se equilibra no arame farpado. Eita! A coisa está braba, mesmo! Nem fechadura pra chave que resta e nem sei onde é que ela está. Já já o dia amanhece de verdade e não adianta ficar na porta pra ver no ímpar ou par qual a melhor solução! Qualquer ideia é perda de tempo, vai na onda que é melhor e salve-se se puder. Do contrário, vai naquela de atirar no que vê pra acertar o que nem estava ali. Tudo está na linha do avesso e se der as costas a punhalada come no centro, aí babau: o que passou não volta mais, se perde o bonde agora é tarde, ou ir pelas beiras, quam sabe, um dia, encontre mais que farelos nas borda dos pratos. Assim vai a vida, de bigu e correria, no mínimo, a gente ganha experiência e só. Vamos aprumar a conversa! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais com a música do violonista e compositor Laurindo Almeida: Musico f Brazil masters & Cajita de musica; da pianista Maria Teresa Madeira: Recital Ary Barroso & Recital; do violonista e compositor Yamandu Costa: In Concert & Ao vivo; da pianista Cristina Ortiz: Alma brasileira & Ciclo brasileiro Heitor Villa-Lobos. Para conferir é só ligar o som e curtir.
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais com a música do violonista e compositor Laurindo Almeida: Musico f Brazil masters & Cajita de musica; da pianista Maria Teresa Madeira: Recital Ary Barroso & Recital; do violonista e compositor Yamandu Costa: In Concert & Ao vivo; da pianista Cristina Ortiz: Alma brasileira & Ciclo brasileiro Heitor Villa-Lobos. Para conferir é só ligar o som e curtir.
PENSAMENTO DO DIA – [...] Eu acho que há um “fluido”, bem como um
conteúdo de sólidos, que alguns poemas podem ter forma, alguns como a água
derramada dentro de um vaso. Que formas mais simétricas têm certos usos. Que um
grande número de assuntos não podem ser precisos, e, portanto, não
adequadamente, representados em formas simétricas [...] A dança do intelecto entre as palavras, ou seja, emprega palavras não
só pelo seu significado direto, mas é preciso contar de uma maneira especial
com seus hábitos de uso, do contexto, do que habitualmente acompanha seus
concomitantes, de suas aceitações conhecidas e de jogo irônico. Ela, a
logopoeia, mantém o teor da estética que é o particular domínio da manifestação
verbal, e não pode, possivelmente, ser contido na plástica ou na música. Ela é
a última a chegar, e talvez, a mais complicada e pouco confiável. Pensamento
do poeta, músico e crítico literário estadunidense Ezra Pound (1885-1972). Veja mais aqui,
aqui, aqui e aqui.
BEBEDOURO DE AGRESTINA – Terminava
o ano de 1845, época em que os sertões sentiam com todo o rigo, os efeitos da
tremenda crise, motivada por uma seca devastadora. Sertanejos diariamente
desciam às dezenas e centenas, em demadada ao sul, atraídos pela fartura da
zona canavieira. Nesse tempo, a área onde se localiza atualmente a cidade de
Agrestina, não só passava de uma uma fazenda em miniatura. Meia dúzia de
trabalhadores, também sertanejos, atraídps pela água que jorrava
espontaneamente de um certo local do terreno, resolver dar à nascente uma
feição permanente, cavando um grande posso, para o abastecimento da população e
dos animais, a que deram o nome de Bebedouro. Passaram-se os anos, Bebedouro
deixa de ser somente o ponto de confluência de quem necessita de se abastecer,
para tornar-se um aglomerado de pessoas, dispostas a transformá-lo num povoado,
numa vila e, posteriormente, cidade. Como era de se esperar acontecer, a
influência da região seguiu paralelamente à realização humana. Na história
deste município ela toma corpo, gerando iniciativas,. Instaladas as primeiras
famílias, estas deram inicio à exploração do terreno adjacente, advindo daí a
descoberta de uma imagem de Santo Antônio, talhada em madeira, deixada por
algum transeunte menos avisado. O fato é que, julgando tratar-se de um
autêntico milagre, o senhor Miguel Joaquim de Luna Freire, coadjuvado por
outros senhores não menos respeitados, trataram da reestruturação da capela em
fevereiro de 1846, futura Matriz de Agrestina, vinda de 1818. O atual município
de Agrestina, criado por Lei Estadual 1931, de 11 de setembro de 1928, tinha,
como distrito integrante do território, o município de Altinho, a denominação
de Bebedouro. Sua instalação ocorreu em 1 de janeiro de 1929. O distrito foi
criado por Lei provincial 1829, de 28 de junho de 1884, e por Lei Municipal 35,
de agosto de 1900. A sua elevação à categoria de vila ocorreu em 1 de julho de
1909. A denominação de Agrestina foi imposta pelo Decreto-Lei Estadual 952, de
31 de dezembro de 1943. Anualmente, no dia 11 de setembro, o município comemora
sua emancipação política. Administrativamente é formado pelos distritos: sede,
Barra do Chata e Barra do Jardim, e pelos povoados de Pé de Serra dos Mendes e
Araçatuba. Extraído do livro Enciclopédia
dos Municipios do interior de Pernambuco (FIAM/DI, 1986). Veja mais aqui.
VARIEDADES DE VALERY - [...] É preciso tomar cuidado com os primeiros contatos
de um problema com nosso espírito. É preciso tomar cuidado com as primeiras
palavras que pronunciam uma questão em nosso espírito. Uma questão nova está,
primeiramente, no estado da infância em nós; ela balbucia: só encontra termos
estranhos, totalmente carregados com valores e associações acidentais; é obrigada
a tomá-los emprestados [...] É a
minha própria vida que se espanta, é ela que deve me fornecer, se puder, minhas
respostas, pois é somente nas reações de nossa vida que pode residir toda força
e como que a necessidade de nossa vontade. [...] O poeta é, a meu ver, um homem que, a partir de um incidente, sofre uma
transformação oculta. Ele se afasta de seu estado normal de disponibilidade
geral e vejo construir-se nele um agente, um sistema vivo, construtor de versos.
[...]. Trechos extraídos da obra Variedades (Iluminuras, 1999), do filósofo e poeta do Simbolismo
francês, Paul Valéry (1871-1945).
Veja mais aqui e aqui.
VOZES-MULHERES - A voz de minha bisavó ecoou / criança / nos
porões do navio./ Ecoou lamentos / De uma infância perdida. / A voz de minha
avó / ecoou obediência aos brancos-donos de tudo. / A voz de minha mãe / ecoou
baixinho revolta / No fundo das cozinhas alheias / debaixo das trouxas / roupagens
sujas dos brancos / pelo caminho empoeirado / rumo à favela. / A minha voz
ainda / ecoa versos perplexos / com rimas de sangue / e fome. / A voz de minha
filha / recorre todas as nossas vozes / recolhe em si / as vozes mudas caladas
/ engasgadas nas gargantas. / A voz de minha filha / recolhe em si / a fala e o
ato. / O ontem - o hoje - o agora. / Na voz de minha filha / se fará ouvir a
ressonância / o eco da vida-liberdade. Poema extraído dos Cadernos negros (Vol.
13, 1990), da escritora Conceição Evaristo.
Veja mais aqui, aqui e aqui.
ARTE DE ROMERO DE FIGUEIREDO
A arte do artista plástico Romero de Figueiredo na Exposição do Projeto Pintando na Praça, na Biblioteca Fenelon Barreto. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
A arte do artista plástico Romero de Figueiredo na Exposição do Projeto Pintando na Praça, na Biblioteca Fenelon Barreto. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
Veja mais:
&
RESISTÊNCIA DOS
VERSOS DE ZÉ RIPE
Participando do lançamento do livro A resistência dos versos, do poeta, compositor e cantor Zé Ripe. Veja mais aqui.
Participando do lançamento do livro A resistência dos versos, do poeta, compositor e cantor Zé Ripe. Veja mais aqui.