A arte da
pintora francesa e Séraphine Louis (1864-1942). Veja mais aqui.
UMA
CANÇÃO PRO MEU AMOR - É quando a tarde é mansa que o meu desejo
acende com a gula de querer além da conta toda a sua inexprimível sedução. É
quando vou esfaimado mergulhar no seu riso de sol vasto porque nasci destinado
a amá-la completa e indecentemente. É aí que me atiro mergulhando nos seus
olhos de mar que me dão seu sexo fulgurante e desesperado que emerge do seu
jeito nu e completamente minha clamando com o remexido de sua dança sensual
onde sou suicida de suas montanhas mais que ambicionadas. É quando me jogo e
subo por suas pernas onde semeio minhas lambidas que rebenta na minha
obscenidade inescrupulosa de retê-la toda para mim até repousar no seu ventre
fuviando ao alcance da minha assanhada posse demoradeira sem regresso. É quando
me extasio na sua reluzente boca que me engole varada de astúcias e bebe do meu
sobejo e brinda festiva até ficar lavada por meu sêmen para sufocá-la com a
minha euforia. É quando você se faz meu abrigo porque descobri sua concha que
levo comigo e me faz esfaimado hóspede que deprava seus desejos ignorando o
futuro, penetrando a sua solidão e mantendo o seu trote delicioso e
interminável. E se me fosse dado o poder de refazer tudo que já fiz, eu queria
nunca ter que ir embora. Mesmo que fosse tarde, mesmo que fosse nunca, ou
jamais. E se me fosse dado o poder de sonhar de novo tudo o que sonhei, jamais
queria acordar, mesmo que a vida me dissesse para não valer. E se eu tivesse
que vencer um dia o invencível, só queria vencer toda sua querência quando me
dá o que é para mim de nunca acabar Porque eu tenho a sua flor e não quero que
ela seja cinza na minha mão. Porque eu tenho o seu beijo tatuado na minha alma
e não quero jamais que a solidão me ensine que tudo um dia basta. Porque eu
tenho a sua dor e sorri para que nascesse o sol sempre na nossa entrega. Eu
recolhi a sua lágrima e a gente rio caudaloso que se esvaia em desejos e
desencontros. Eu vivi o seu sonho e fui com seu desespero onde tudo é o que não
tem pra onde ir e ficamos juntos porque eu sempre tive a sua pele na minha alma
como se nunca fosse possível arrancá-la, levando a vida que pude ter para
viver. Porque na gente a dor não vai durar pra sempre pelo que foi ou jamais
será só porque ontem soubemos nos alimentar do irrefreável prazer. Porque o
azul nos salva dos abismos. E eu enlouqueci me refugiando no seu mangue
irremediavelmente delirante a me fazer percorrer por seu sangue os sonhos de
cão sem dono que tenho tudo na sua triunfante teia de amor impossível. Em nós
nunca caberá o aceno do adeus porque estou perdido das lembranças a me enfincar
incendiado no fogo eterno de seu ser que é meu e é todo de maravilhas. Aos
saltos meu coração implode tudo e rebenta nos seus seios para que eu seja as
labaredas acesas ressaltando seus dotes para sempre a me dar todos os versos e
a me entregar todos os poemas. E me faz seu amo a recolher toda minha poesia
saindo de sua carne e eu como bicho morto de sede e de fome miseravelmente
apaixonado. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS – A
perenidade dos mitos não é devida ao prestigio da fabulação, à magia da
literatura. É que ela atesta a perenidade mesma da realidade humana.
Pensamento extraído da obra Ciência e poder (Convívio, 1983), do
filósofo francês Georges Gusdorf
(1912-2000). Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: Nada impede de achar tudo inesgotável, sem desgaste: de
onde a arte deveria partir senão dessa alegria e tensão do eterno recomeço? Pensamento do escritor alemão Rainer Maria Rilke
(1875-1926). Veja mais aqui.
ENCENAÇÃO DA
REALIDADE - [...] abre-se,
entre nós, cada vez mais espaço para uma narrativa curta, que se caracteriza
pela condensação do tempo, pelo corte seco e abrupto das cenas, [...] sintoma da desconfiança nos fios condutores
que imprimem um sentido aos fatos, na temporalidade que os encadeia pelo
princípio de causalidade, nos discursos interpretativos que os ordenam
teleologicamente [...].
Trechos extraídos de Dez anos
desinventando a nação: capitais voláteis e narrativas sem lastro - Literatura/Política/Cultura: 1994-2004 (EdUFMG, 2005), da
professora e pesquisadora Vera Follain, que em outro texto seu, Encenação da realidade: fim ou apogeu da
ficção? (Revista Matrizes, 2009), expressa que: [...] À fragmentação
que preside as páginas dos jornais, com suas histórias contíguas que só têm em
comum a simultaneidade no tempo, se seguiram, na esfera da cultura midiática,
muitas outras formas de justaposição de imagens e textos, com as quais se
passou a conviver diariamente [...].
PARA CANTAR COM O SALTÉRIO - Te espero desde o acre-mel de maribombos da
minha juventude. / Desde quando falei, vou ser cruzado, acompanhar bandeiras, /
ser Maria Bonita no bando de Lampião, Anita ou Joana, / desde as brutalidades
da minha fé sem dúvidas. / Te espero e não me canso, desde, até agora e para
sempre, / amado que virá para pôr sua mão na minha testa / e inventar com sua
boca de verdade / o meu nome para mim. Poema extraído da obra Bagagem (Cotovia, 2002), da escritora,
professora e filósofa Adélia Prado. Veja mais aqui.
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pelos catombos, Elias Canetti, Adélia Prado, Pablo
Picasso, Georges Bizet, Maria João Ganga, Lygia Clark, O princípio da
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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comemorando a festa do Tataritaritatá!
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