A arte do escultor e desenhista polonês Paul Landowski (1875-1961)
QUANDO A COISA SE DESARRUMA, ATÉ NA DESCIDA É UM DEUS NOS ACUDA! - Gente, muvuca braba só dá revertério. E num adianta ajeitar o cabelo, pigarrear, ficar nos trinques, falar sério, dar uma de que não está sabendo, adianta nada, se ficou desajeitado logo revira num cacete-à-4 e não dá outra: o circo pega logo fogo. E como desmantelo só presta grande, não adianta assoprar que não passa: quanto mais abana, mais as labaredas comem no centro. Pois é, quando se desapruma, valha-me todo panteão hagiológico da minha descrença iconoclasta, lascou do salseiro sair desenfreado, u-hu, lá vai jeringonça estabanada relando tudo ribanceira abaixo. É nessa hora que o cara diz, desdiz, volta atrás, conserta o que disse, passa a borracha em tudo, chama na grande com maior palavreado e, no fim das contas, nada se esclarece. Tudo quando não é patético, se mostra caótico e vai desalinhavando até sobrar somente fiapos da realidade. E o cara apenas com o ar nas mãos e a lata lisa mais sem-vergonha de anjo que buliu na boceta de Pandora e sta sonso como quem não fez nada. Isso mesmo é o que está acontecendo com o nosso excelentíssimo companheiro, LulInácio da Silva. Até agora o que ele disse só desdisse, voltou atrás, deu um passo a frente e recuou, fez que ia e não foi, mandou ver e retrocedeu para que o enterro não voltasse, afinal, o Brasil quando se enrola nas peiticas dos políticos só sai capenga da gente só ver a notícia boa nos ares e nada de chegar no prato da gente. Eu mesmo não entendo como é que se tem tanto superávit e batida de record, quando só vejo tudo na mesma merda desde que me entendo por gente. Coisas da política, né? O panorama deles deve estar apresentado à base de uísque 50 anos quando a gente só vê a pinga amargosa na nossa frente. Conversa fiada mesmo. O ditado popular diz que mentira tem pernas curtas. E é verdade, quando a gente constata o engodo, é maior desapontamento. Mas no Brasil não só a mentira tem pernas compridas e muitas, como tem o poder de se regenerar, a ponto de se camuflar noutra peta que será encoberta por outra patranha e assim vai avolumando os imbróglios que finda numa história de despautérios, que mesmo quem comer bosta de cigano, jamais adivinhará a verdade verdadeira. A terra do miolo de pote, ou do faz-de-conta! Pois é, de mentira em mentira os caras se sustentam no poder até serem desmascarados pela história que tenderá para outra mentira e a coisa fica nisso mesmo. Dá no mesmo: todo mundo é levado no papo. Não sei porque, mas acho que não tem repimboca da parafuseta nem pencó ineivado, nem conta de chegada, nem prova dos nove, nem passado a limpo, nem parafernália num baticum de bateria de escola de samba, nem todos os santos descendo no terreiro que dê jeito na coisa daqui. O que sei de mesmo é que quando a bomba estoura, eles metem o pé na bunda e nós que agüentamos os estilhaços na caixa dos peitos. A gente devia mesmo pegar o exemplo dos hermanos argentinos. Pois quando se arretam, as mulheres vão bater panela no juízo dos salafrários e os marmanjos inventam festival de merdazo. Isso mesmo: jogam a bosta nos políticos. Aí a gente devia parodiar Chico Buarque e cantar: joga a bosta nos feladaputa dos políticos! Acho que só assim a coisa ou desapruma de vez findando numa anarquia tropical, ou se reapruma e renasce a esperança de que isso aqui um dia pode dar certo. Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO
DIA – [...] todas as pessoas não são como você, nem como os seus amigos e vizinhos,
inclusive, seus amigos e vizinhos podem não ser tão semelhantes a você como
você supõe [...]. Pensamento do médico, psicólogo e escritor inglês
Havelock Ellis (1859-1939) que na sua
obra Auto-erotismo (Project Gutenber,
1927), expressou que: [...] A forma
extrema do autoerotismo é a tendência da emoção sexual ser absorvida — e com
frequência inteiramente perdida — na admiração de si mesmo [self-admiration].
Essa tendência a ser como Narciso [Narcissus-like tendency], cujo germe normal
na mulher é simbolizado pelo espelho, é encontrado em menor grau em alguns
homens, e algumas vezes está bem marcada na mulher, frequentemente associada à
atração por outras pessoas. [...].
A MULHER NA ARTE
VITORIANA – [...] a arte vitoriana revela os limites dos preparativos das mulheres para o
amor apenas [...] as mulheres
adormecidas retratadas em toda a arte vitoriana – sob as árvores, na margem dos
lagos e em redes, camas, sofás, bancos e no gramado [...] mulheres que esperam eternamente realizam
preparativos voluptuosos, retratados nos banhos romanos ou nos mercados de
casamento do Oriente Médio, em leilões de escravos e haréns. [...]. Trechos
extraídos da obra The culture of love (Harvard University Press, 1992), do professor estadunidense Stephen Kern. Veja mais aqui.
VÊNUS DAS PELES – [...] A Vénus
é formosa e quero-lhe tão apaixonadamente, tão dolorosamente, tão profundamente,
tão loucamente quanto se pode amar uma mulher, e ela responde a este amor com
um sorriso eternamente semelhante, eternamente tranquilo, um sorriso de pedra.
Numa palavra: adoro-a [...] Eu
tenho dois ideais de mulher. Encontrarei uma que, fiel e benévola, compartilhe
a minha sorte brilhante e generosa, quando agora quem a compartilha somente o
faz de uma maneira branda e tímida, ou então prefiro cair entre as mãos de uma
mulher sem virtude, inconstante e desapiedada. No seu imenso egoísmo essa
mulher é ainda assim um ideal. Se é que não posso gozar plena e inteiramente a
dita do amor, necessito esgotar o cálice do sofrimento e da tortura, ser maltratado
e enganado pela mulher amada, quanto mais cruelmente melhor. É um verdadeiro
prazer [...] - Há de ser muito
divertido dominar de tal maneira um homem que nos interessa e ama. Mas que
imprudência deixar-me escolher! Escolho, pois. Quero que seja meu escravo, meu
brinquedo. - Faça-o! [...] Deslizava
furtivamente, como para gozar um prazer proibido, para junto de uma Vénus de
gesso que se encontrava na biblioteca do meu pai, e ante ela me ajoelhava, dirigindo-lhe
as orações que me haviam ensinado, o padre-nosso, a ave-maria, o credo... Ajoelhei-me
frente a ela e abracei os seus pés gelados, como havia visto fazer as aldeãs aos
pés do Crucificado [...] Outra cena
desta época que me ficou na memória de uma maneira inesquecível. Uma minha tia
afastada, a condessa Sobel, veio a casa dos meus pais. Era uma bela e majestosa
mulher, de riso sedutor, mas eu detestava-a, porque tinha na família a fama de uma
Messalina, e tratava-me com a maior insolência e maldade. Sucedeu que um dia,
os meus pais foram à capital. A minha tia resolveu aproveitar-se da ausência
deles para executar a sentença que havia decretado contra mim. De rompante,
entrou, vestida com a sua kazabaika, seguida da cozinheira, da sua filha e da
rapariga que eu havia desdenhado. Sem me dizerem nada agarraram-me e, apesar da
minha violenta resistência, ataram-me os pés e as mãos. Depois de que, com o
seu riso perverso, a minha tia levantou as mangas e começou a espancar-me com
uma vara, tão fortemente que o sangue correu e, apesar da minha coragem, gritei
por misericórdia. Então, fez com que me desatassem, mas tive de ajoelhar-me
ante ela para lhe agradecer o castigo que me infligira e para lhe beijar a mão
[...] O mais ignominioso é que, na minha
dolorosa situação, sob o látego de Apolo e o riso da Vénus cruel, experimentei
ao princípio uma espécie de encanto fantástico, ultrasenssual. Mas o látego de
Apolo dissipou rapidamente esse encanto poético. Os golpes choviam sobre mim,
apertei os dentes, e o sonho voluptuoso, a mulher, o amor, desvaneceram-se ante
mim [...] A bela mulher submeteu seu adorador com a curiosa
expressão de seus olhos verdes, glaciais e devoradores, em seguida atravessou o
quarto, vestiu um capote largo de cetim vermelho, ricamente adornado com
magnifico arminho e pegou sobre a penteadeira um chicote, uma comprida tira de
couro fixada a um cabo curto, com o qual tinha o costume de punir seu grande
mastim. “Você quer”, disse ela, “portanto, vou chicoteá-lo”. Ainda de joelhos,
o amante bradou, “Açoite-me, eu imploro”.
[...]. Trechos extraídos da obra A Vênus
das peles (Hedra, 2008), do escritor e jornalista austríaco Leopold Sacher-Masoch (1836-1895). Veja mais aqui.
NÃO VÁS TÃO
DOCILMENTE - Não vás
tão docilmente nessa noite linda / Que a velhice arda e brade ao término do
dia; / Clama, clama contra o apagar da luz que finda. / Embora o sábio entenda
que a treva é bem-vinda / Quando a palavra já perdeu toda a magia, / Não vai
tão docilmente nessa noite linda. / O justo, à última onda, ao entrever, ainda,
/ Seus débeis dons dançando ao verde da baía, / Clama, clama contra o apagar da
luz que finda. / O louco que, a sorrir, sofreia o sol e brinda, / Sem saber que
o feriu com a sua ousadia, / Não vai tão docilmente nessa noite linda. / O
grave, quase cego, ao vislumbrar o fim da / Aurora astral que o seu olhar
incendiaria, / Clama, clama contra o apagar da luz que finda. / Assim, meu pai,
do alto que nos deslinda / Me abençoa ou maldiz. Rogo-te todavia: / Não vás tão
docilmente nessa noite linda. / Clama, clama contra o apagar da luz que finda. Poema do poeta inglês Dylan Thomas (1914-1953).
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