Art by Maxwell Dickson
GALOPE
DO AMOR DOIDO DE ALEGRIA – O galope só é bom quando a beira-mar é o
corpo da mulher amada, mar que é o amor e o amor é o que o amor faz: festa nos
meus olhos, balbúrdia no meu coração súdito acorrentado na vertigem de todas e
tantas taras. O galope é festa no movimento gracioso - glória mulher nas
alturas que minha alma anseia! - e atrai todas as atenções: é ela danada
violentando as águas como quem bota pra quebrar no que me sobra em ser feliz e
lavro armado pela rampa onde ocupo o espaço, tamanho de tudo. É ela
protagonista do meu verso agalopado quando seu corpo todo talento para me
surpreender é a guitarra cósmica e eu me faço dedos de Stewe Howe dedilhando
sua carne a dar lugar ao poema vida acesa, águas navegáveis, nave ligeira, a
fúria do inarredável. É ela fêmea desvairada galopando enjaulada pelo meu
desejo nas coxas de fruta nativa estendidas com seu encrespado ventre onde vou
chovendo na lavoura, superfície e entranha, os meus ventos nela e todo dia
renasço com os raios indômitos do seu vulcão faustoso. É ela ventura que me
atrai toda contumácia em estado de graça doido de alegria pelo tesouro de mina
fabulosa e vou roubando seus sabores porque nela bebo as ondas do mar: seus
braços e pernas aceitam de bom grado o vazio que sou e não me poupa e todo meu
ser se faz inteiro nas carícias por todos os atalhos dela como um sino aos
dobres no meu coração. É ela tarde enorme nos louros da vitória de paixões
inventadas, alma de safira, pele de turquesa, seio em flor, pérola do colo,
alívio do meu viver, mexendo toda na apoteose do galope do amor. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA – O tempo conquista todas as
coisas, até mesmo o coração. Pensamento do poeta e
autor teatral romano Publius Ovidus Nasso, conhecido como Ovídio (42aC –
17aC). Veja mais aqui.
ONTOLOGIA – Ciência do ser que designa a metafísica geral que procura determinar
o que é o Ser como Ser; ela opõe-se à metafísica particular, que estuda as
coisas e os seres na especificidade de seu gênero (como a natureza, Deus ou o
homem, por exemplo). Assim, trata do ser concebido como tendo uma natureza
comum que é inerente a todos e a cada um dos seres objeto de seu estudo. A
aparição do termo data do século XVII, e corresponde à divisão que Christian
Wolff realizou quanto à metafísica, seccionando-a em metafísica geral
(ontologia) e as especiais (Cosmologia Racional, Psicologia Racional e Teologia
Racional). Embora haja uma especificação quanto ao uso do termo, a filosofia
Contemporânea entende que Metafísica e Ontologia são, na maior parte das vezes,
sinônimos, muito embora a metafísica seja o estudo do ser e dos seus princípios
gerais e primeiros, sendo portanto, mais ampla que o escopo da ontologia.
Extraído da obra A arte e a natureza (Papirus, 1991), do filósofo e crítico de
arte francês Michel Ribon. Veja mais aqui e aqui.
OS TRÊS CAVALEIROS E A
CAMISA – Os falsos
amantes põem, para melhor seduzir, a máscara do verdadeiro amor. Dia e noite,
passam eles inventando novos artifícios, e é frequente fazerem tombar em suas
redes inocentes corações. [...] a
dama, apesar de se ter esquivado aos três fidalgos, não ficara indiferente às
suas propostas; mas decidida a entregar-se ao melhor deles, resolvera pôr à
prova todos os três. [...]. E agora,
belas damas, jovens donzelas, nobres cavaleiros, dizei-me: qual dos dois
amantes se sacrificou mais pelo outro? Resolvei este problema e que, em prêmio,
Amor vos cumule de favores. Trechos do conto Os três cavaleiros e a camisa, de Jakes de Basin, extraído da antologia Maravilhas do conto amoroso
(Cultrix, 1961), organizada por Fernando Correia da Silva.
E ENTÃO QUE QUEREIS?... – Fiz
ranger as folhas de jornal / abrindo-lhes as pálpebras piscantes. / E logo / de
cada fronteira distante / subiu um cheiro de pólvora / perseguindo-me até em
casa. / Nestes últimos vinte anos / nada de novo há / no rugir das tempestades.
/ Não estamos alegres, / é certo, / mas também por que razão / haveríamos de
ficar tristes? / O mar da história / é agitado. / As ameaças / e as guerras / havemos
de atravessá-las, / rompê-las ao meio, / cortando-as / como uma quilha corta / as
ondas. Poema extraído da Antologia
poética (Max Limonad, 1987), o poeta, dramaturgo e teórico russo Vladimir
Maiakovski (1893-1930). Veja mais aqui.
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