A arte do pintor francês Raoul
Dufy (1877-1953)
LITERÓTICA: MINHA – Enquanto
o sol irradia na claridade da manhã, mais te quero minha, minha diva do meu
amor desmedido. E mesmo que esteja nublado ou chuvoso, meu coração se aninha
cada vez mais ávido para esquentar tua sanha e ver-te em flor radiante e minha
sempre minha adoravelmente minha. Eu te sonho sempre minha e inteira no meio da
minha solidão exaltada que sonha provar com meu apetite contumaz da sedução do
teu olhar carente e me deixa fascinado com teu jeito manhoso de te entregar. E
vou me entregar à tua boca indecorosamente sedenta com teus lábios sugadores
implacáveis e entreabertos para a volúpia de todo meu ser enquanto sou
provocado pela lambida obscena de tua língua que acaricia meu polegar nos
arrepios de nossas almas. És minha e vou embarcar na sinuosidade do teu corpo
de beldade devoradora como quem é contemplado por doses generosas do teu
prazer, desfrutando da excitante viagem que faz bonito na apoteótica cena
strip-tease de tua dança depravada que vem exalando sensualidade por todos os
teus poros na pose do meu ensaio privado, na febre que me atormenta pela gula
de tua majestosa expressão de deusa no panteão do sexo extremo. Ah! Sou teu
escravo e tu és minha e almejo me agarrar no traçado do desejo pela lindeza
extrema de tua exuberante geografia que é pura devassidão desde o decote
escandaloso até a compleição mais altaneira de tuas pernas coxas e sexo
enchendo minha boca de saliva pro doce mais gostoso. Eu vou me fartar de tua
suculenta emanação que rivaliza com toda a beleza do mundo e te deixar ensandecida
pin-up ousadíssima stripper pervertida rainha sodomita de toda minha perversão
sexual. Eu vou contracenar com o teu corpo lindo e magistral protagonizando o
mais audacioso furacão de desejo do meu grosso calibre que te penetrará em cima
do lance, bem devagar, tímido e possesso numa ousadíssima intervenção do meu
querer enlouquecido preso pelo tronco por tuas pernas na cara do gol enquanto
eu na banheira de tua grande área fazendo estripulias para teu prazer. És
minha, deusa-mulher, e eu te venero a cada estocada que derrama o meu gozo para
que o teu gozo seja pleno e real. © Luiz Alberto Machado.
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PENSAMENTO DO DIA - Não venho de nenhum lugar, e não pertenço a tempo algum.
Fora do tempo, meu ser espiritual vive sua existência eterna. Pensamento
do ocultista, alquimista, místico e maçon italiano Alessando, Conde
Cagliostro (1743-1795). Veja mais aqui.
O RIO – O rio Paraíba corria bem
próximo ao cercado. Chamavam-no "o rio". E era tudo. Em tempos
antigos fora muito mais estreito. Os marizeiros e as ingazeiras apertavam as
duas margens e as águas corriam em leito mais fundo. Agora era largo e, quando
descia nas grandes enchentes, fazia medo. Contava-se o tempo pelas eras das
cheias. Isto se deu na cheia de 93, aquilo se fez depois da cheia de 68. Para
nós meninos, o rio era mesmo a nossa serventia nos tempos de verão, quando as
águas partiam e se retinham nos poços. Os moleques saíam para lavar os cavalos
e íamos com eles. Havia o Poço das Pedras, lá para as bandas da Paciência.
Punham-se os animais dentro d'água e ficávamos nos banhos, nos cangapés. Os
aruás cobriam os lajedos, botando gosma pelo casco. Nas grandes secas o povo
comia aruá que tinha gosto de lama. O leito do rio cobria-se de junco e
faziam-se plantações de batata-doce pelas vazantes. Era o bom rio da seca a
pagar o que fizera de mau nas cheias devastadoras. E quando ainda não partia a
corrente, o povo grande do engenho armava banheiros de palha para o banho das
moças. As minhas tias desciam para a água fria do Paraíba que ainda não cortava
sabão. O rio para mim seria um ponto de contato com o mundo. Quando estava ele
de barreira a barreira, no marizeiro maior, amarravam a canoa que Zé Guedes
manobrava. Vinham cargueiros do outro lado pedindo passagem. Tiravam as
cangalhas dos cavalos e, enquanto os canoeiros remavam a toda a força, os
animais, com as cabeças agarradas pelo cabresto, seguiam nadando ao lado da
embarcação. Ouvia então a conversa dos estranhos. Quase sempre eram
aguardenteiros contrabandistas que atravessavam, vindos dos engenhos de Itambé
com destino ao sertão. Falavam do outro lado do mundo, de terras que não eram
de meu avô. Os grandes do engenho não gostavam de me ver metido com aquela
gente. Às vezes o meu avô aparecia para dar gritos. Escondia-me no fundo da
canoa até que ele fosse para longe. Uma vez eu e o moleque Ricardo chegamos na
beira do rio e não havia ninguém. O Paraíba dava somente um nado e corria no
manso, sem correnteza forte. Ricardo desatou a corda, meteu-se na canoa comigo,
e quando procurou manobrar era impossível. A canoa foi descendo de rio abaixo
aos arrancos da água. Não havia força que pudesse contê-la. Pus-me a chorar
alto, senti-me arrastado para o fim da terra. Mas Zé Guedes, vendo a canoa
solta, correu pela beira do rio e foi nos pegar quase que no Poço das Pedras.
Ricardo nem tomara conhecimento do desastre. Estava sentado na popa. Zé Guedes
porém deu-lhe umas lapadas de cinturão e gritou para mim: - Vou dizer ao velho!
Não disse nada. Apenas a viagem malograda me deixou alarmado. Fiquei com medo
da canoa e apavorado com o rio. Só mais tarde é que voltaria ele a ser para mim
mestre de vida. Crônica
do escritor José Lins do Rego (1901-1957), extraído da obra Melhor da Crônica Brasileira (José Olympio, 1997). Veja mais aqui.
FAGULHA – Abri curiosa / o céu. / Assim, afastando de leve as cortinas. / Eu
queria entrar, / coração ante coração, / inteiriça / ou pelo menos mover-me um
pouco, / com aquela parcimônia que caracterizava / as agitações me chamando / Eu
queria até mesmo / saber ver, / e num movimento redondo / como as ondas / que
me circundavam, invisíveis, / abraçar com as retinas / cada pedacinho de
matéria viva. / Eu queria / (só) / perceber o invislumbrável / no levíssimo que
sobrevoava. / Eu queria / apanhar uma braçada / do infinito em luz que a mim se
misturava. / Eu queria / captar o impercebido / nos momentos mínimos do espaço
/ nu e cheio / Eu queria / ao menos manter descerradas as cortinas / na
impossibilidade de tangê-las / Eu não sabia / que virar pelo avesso / era uma
experiência mortal. Poema extraído da obra A teus pés (Brasiliense, 1984), da escritora e
tradutora Ana Cristina César – Ana C. (1952-1983). Veja mais aqui e
aqui.
A arte do pintor francês
Raoul Dufy (1877-1953)
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de Moraes, Dias Gomes & Ferreira
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Fox, Carlos Carrera, Nobuo Mitsunashi, Henri Rousseau & Políticas
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora
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