A arte do artista singapurense Tung Yue Nang
LITERÓTICA: ESSA MENINA – Essa
menina é feita de lua. Ela voa na rua prontinha querubin. E me apronta tlin
tlin no alto da campina onde tudo é cantina feita só de si. Ah, essa menina que
dança com jeito, somente a gingar. Qual estrela lá mansa na unha matutina,
desde sonsa ilumina onde antes supunha nunca existir. Ela está sempre aqui como
chama na retina, como a grama que mina todo o quintal. E se faz de vestal de
todos os presságios. Ela alucina ao contágio. E ela só vale ágio na sina do
apelo a brilhar nos cabelos toda magia. O que eu mais queria: roubar o seu
cheiro, seu secreto terreiro de tangerina. Ah, fulmina iminente – ela não é
gente – é deusa a mendigar. Essa menina é feita de mar, intensa, quiçá, real
mais divina. Quando vem cabotina só me desmantela. Ela vira a janela pronta
pr´eu abrir. Essa menina chega com o olhar ardendo de vida. Quase desvalida com
a boca nas asas que vaza e é guia perdidas esquinas, toda emoção repentina com
o sopro de aguerrida na pele. O paladar que repele na maior febre, que tudo se
quebre ao sol posto - a saliva com gosto de boa cajuína. Ela é tão traquina: o
seio da boca sedenta. E venta maior ventania. E, todavia, se põe a chover: o
corpo queimando o prazer. Essa menina é feita do rio que escorre ao quadril pra
me afogar. Patati, patatá, é ela que me abriga como se eu fosse a viga que ela
quer sustentar. Essa menina, bailarina da noite, em carne viva, vitalina, essa
flor menina a me servir sucessivas entregas, peças que prega nos meus cinco
sentidos. Essa menina é feita de peso: a coxa tatua o desejo que as pernas
eqüinas rolam sobejo do sexo azul. Eu todo taful com seus pés nos meus braços
que o abraço fulmina e lateja, água que poreja tão pequenina e vira ribeirão na
luz feminina. Vingo-lhe a nuca que me ilumina e ela me sorri encantada,
franzina com a gula que vai da glória à ruína. Essa menina e a mão culpada de
amor. Ela brota, ereta, me socorre, me empesta. Salta da grota, na greta,
virada na breca, capeta, na alvura exalta, cristalina. E tudo se arrasta,
arrebata, contamina. E me larga no sopro. Meu corpo oficina. Maior serpentina
de carnaval. E me faz imortal. Vem e ilumina a vida toda esquecida no meio da
paixão. É quando, então, ela cisma do mundo e reduz quase tudo na palma da mão
onde ela mais que altaneira me deita na esteira e me nina um milênio de paixão.
© Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA - Não há educação
sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os
seres inacabados não pode educar. Não há educação imposta, como não há amor
imposto. Quem não ama não compreende o próximo, não o respeita. do sociólogo e pedagogo Paulo Freire
(1921-1997). Veja mais aqui.
O HOMEM – [...] é de todo um homem, quando ele é o seu organismo
completo, quando a apercepção da experiência, esse atributo peculiarmente
humano, está operando na sua máxima plenitude, então se pode confiar nele,
então seu comportamento é construtivo. Nem sempre será convencional, nem sempre
será conformista. Será individualizado. Mas será também socializado [...]. Trecho extraído da obra Tornar-se pessoa (Moraes, 1992), do psicólogo norte-americano
Carl Rogers (1902-1987). Veja mais aqui e aqui.
DIÁRIO DOS MOEDEIROS FALSOS – [...] Bernard: seu caráter ainda incerto. No início, perfeitamente
insubordinado. Motiva-se, precisa-se e limita-se ao longo de todo o livro, ao
sabor de seus amores. Cada amor, cada adoração acarreta uma dedicação, uma
devoção. Ele pode ficar aborrecido, de início, mas compreende depressa que é só
se limitando que seu campo de ação pode precisar-se. Olivier: seu caráter pouco
a pouco se deforma. Comete ações profundamente contrárias à sua natureza e aos
seus gostos ‒ por despeito e violência.
Segue-se um abominável desgosto de si mesmo. Embotamento progressivo da
personalidade ‒ e de seu irmão Vincent também. [...]. Trecho extraído da obra Diário dos moedeiros falsos. (Estação
Liberdade, 2009), do escritor francês Prêmio Nobel de
Literatura de 1947, André Gide
(1869-1951). Veja mais aqui.
PUXEI A MANGA DA
CAMISA... - puxei
a manga da camisa um pouco pra cima / perto do cotovelo, e abri o botão
calmamente / como se fizesse isso todo dia na tua frente / não te olhei como
amiga nem professora / e não liguei para a pouca idade que tinhas / eu era mais
madura e você mais coerente / tinha certeza de tudo mas não se mexia / passei a
mão no teu cabelo / te beijei na testa, no queixo / beijei tua nuca e tua boca
/ e fui a primeira mulher nua da tua vida. Poema da poeta
gaúcha Martha Medeiros. Veja mais aqui e aqui.
A arte do artista singapurense Tung Yue Nang
ANDRÉIA KRIS – fotógrafa gaúcha, realiza um excelente trabalho, maravilhoso e digno de nota! Já conheço seu trabalho faz tempo, hoje quero homenageá-la. Não preciso falar, basta você conferir e constatar a arte de ANDRÉA KRIS. Confira.
TAPETES DE OURO PRETO
KARDIM BOTÂNICO - SP
SEM TÍTULO
ESTÁTUA
ROSTO
ROSTOS DE APARECIDA
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Clarke, Militão dos Santos, Mauricio de Souza & Turma da Mônica aqui.
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Big Shit
Bôbras: o assustado & papagaiadas aqui.
Proezas
do Biritoaldo: Quando o cabra se
envulta, já num t'aqui mais quem falou aqui.
A música
de Maria Dapaz aqui.
Cantador
aqui.
Literatura
de Cordel: Cego Sinfrônio aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora
comemorando a festa do Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.