A arte do artista
plástico e desenhista Marco Angeli.
LITERÓTICA: I - O TRÂMITE DO DESEJO – Há muito
que meu coração espera no sisifismo louco dos dias e na contagem regressiva das
horas. O amor me deu e só o amor levará de mim Porque já pelejei demais no meio
da noite e deixei meu verso no escuro, Porque todas as noites, como o mar que
nunca dorme persigo insone pelo grande amor. Eu não sei nada e só me eternizo
quando a noite é íntima na minha solidão. Eu velo pelo grande amor e é por ele
que passo as noites em claro, ardendo aflito, na busca sedenta do teu corpo de
mulher. II - ELA NUA NA MANHÃ – Quando
me procuras alucinada com teus desejos incontroláveis e teu semblante de deusa
manhosa no cio, eu já te espero insone desde sempre para redimir meu suplício
de querer-te robusta tenda do meu viver. Vem, meu amor, que eu te persigo
enlouquecida e nua para te fazer protagonista do meu triunfo perante a nobreza
do teu corpo febril e desarvorado. Vem, meu amor, vem me fartar com tua
ardência rara e latejante da tua carne trêmula para me refugiar em tuas
sinuosidades na acolhida dos teus braços aconchegantes apertado ao teu seio de
mamilos cheios a me recolher no teu jeito singelo de me agasalhar no teu útero
entusiasmado. Vem, meu amor, que quero me sentir alentado pelo roçar de tua
superfície sedosa sobre meu membro teso, me deleitando com a seiva do teu monte
de Vênus que se contrai e se expande às minhas investidas acrobatas como troco
de nossa entrega. Vem, meu amor, que me esfregarei no teu fogo enquanto te
contorce a clamar pelo meu nome com sabor de calda de morango na tua boca
estuosa que faz da manhã de setembro o mar das nossas reinações. Vem, meu amor,
que o dia faiscando na luz dos teus olhos revelam meu gozo prenhe de paixão. III – TRAQUINAGEM – No mormaço de toda tarde eu
fico agarrado no tempo volúvel de nossas mais acentuadas vontades. E mais quero
porque tudo em nós arde além da conta. Não é para menos. É a hora da nossa
rixa, quando a gente namora e sou seu carrapato e o inquisidor que acolhe a
presa no auto-da-fé de todos os seus sacrifícios imolados para minha real
libação. E tudo começa quando ela chega secreta. Atacada até os olhos. Quando
meu olhar vira a pá que escava a sua artificial superfície, logo revira os
olhos, entreabre os lábios de quem deixa tudo correr e que está pronta para
queimar nas funduras de todos os meus infernos. Incendiada, logo rasteja no meu
tope, destamaínho com a sua língua de fora, faminta e diabólica, se arrastando
feito uma lagartixa insone na minha vigília ardente dos meus quereres abalados.
E mais se espicha pra suprir nossa mais tresloucada entrega. É a hora do vamos
ver. Somos a caça um do outro, uma avença, um litígio. E, ao mesmo tempo, os
caçadores: a presa e o predador, um no outro, dois em um. Vencemos e perdemos,
cedemos e nos enfincamos. E é quando ela parte de cabeça, viro seu esgoto, o
seu refrigério. E também revertério, tudo bem. Não vacilo e acerto seu Maceió e
vou lá na sua Alagoas, ô que mina boa. E ela ronrona leoa, toda fulaninha
travessa. Mas logo acende o facho e logo se faz de besoura com ronco
sussuarana, toda invocada, cu-doce, que na hora agá é jumenta que arrebita o
pau da venta toda não-me-toques, cheia dos fricotes, maior provocação. Ah, não,
nada disso, sou eu maior que sua presunção. E com meio safanão, dou-lhe cabo dos
pés no litoral, da cabeça em sertão, do seu corpo agreste, perseguindo sua
mata, dá licença, e logo tão grata fica de quatro na dispensa. Paga promessa,
não deixa por menos e apruma a conversa. Feliz por ser meu sanduíche, vixe!
Minha ceia, meu pirão. E no beliche das horas aplico meus golpes. Ela mais me
namora de comer o menu, de me fazer seu menir e se estirar nua mesa posta. Meto
as catanas e ela é minha rapadura. E do jeito que ela gosta: o meu paladar na
sua vulva endemoniada que vai da tarde até alvorada, até a gente se perder no
meio da sua chave de pernas. Ah, gostosura eterna de ganhar e perder. Não soou
o gongo, tudo longo na prorrogação de gozar até soluçar perturbada e eu
encravado na espessura de seu orgasmo. © Luiz
Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA - O encontro de
duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substancias químicas, se
houver alguma reação, ambas serão transformadas. Pensamento do psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl
Gustav Jung (1875-1961). Veja mais aqui.
A MULHER EGÍPCIA – [...] As mulheres são altas e seios fartos. Comumente apresentam-se trajadas
com glamour, com a maquiagem estilizada para os olhos, e longos cabelos negros
cuidadosamente trançados e perfumados com unguento. As mulheres egípcias não
tomavam parte no governo (com exceção, ocasionalmente, do faraó de sexo
feminino), mas viajavam com toda liberdade, gozavam de muitos dos mesmos
passatempos e atividades do homens e inspiravam mais respeito do que as
mulheres de outras terras. [...] trecho
de um poema de amor hieroglífico típico, Conversações sobre o galanteio, no
qual o homem descreve sua amada como: Mas encantadora que todas as outras
mulheres, / luminosa, perfeita, / uma estrela assomando a linha do horizonte no
ano novo, / um ano bom, / com suas cores esplêndidas, / a sedução no movimento
dos olhos. / Seus lábios são encantadores, / seu pescoço tem o comprimento
correto, / e seus seios são prodigiosos; / seus cabelos refulgem com a
lazulita, / seus braços são superiores ao ouro em esplendor. / Seus dedos
fazem-me ver pétalas, / as de lótus lhes são semelhantes. / Suas curvas têm a
forma mais adequada, / suas pernas excedem-se em beleza. / Seu andar é nobre /
(vera incessu) / meu coração seria um escravo se ela me envolvesse em seus
braços. Em outro poema, Versos suaves sobre a namorada que encontra os campos,
temos uma mulher caçando passados: Meu querido – meu amado – cujo amor
fortalece-me, / ouça o que lhe digo; / fui aos campos onde os pássaros se
reúnem. / Em uma das mãos segurei uma armadilha e na outra uma rede e uma
haste. / Avistei inúmeros pássaros voando sobre a terra de Punt / irradiando
uma doce fragrância para iluminar o solo do Egito. / O primeiro arrancou a isca
em minha mão. / Seu odor era maravilhoso e suas garras, perfumadas. / Porém,
como prova de amor a ti, meu querido, eu o colocarei em liberdade. / Porquanto
gostaria tu, quando estiveres longe, / ouça o cântico do pássaro, / recendendo
a mirra. / Que maravilha ir aos campos quando o coração consome-se de amor! / O
ganso clama, o ganso que arrebatou a isca e deixou-se aprisionar. / Teu amor
entonteceu-me e não pude retê-lo. / Dobrarei as redes, mas o que direi à mãe, /
quando voltar todos os dias sem pássaros? / Direi que não pude colocar minhas redes
/ porque as redes de teu amor capturaram-me. [...]. Trechos
extraídos da obra Uma história natural do amor (Bertrand Brasil, 1997), da
escritora e naturalista estadunidense Diane
Ackerman. Veja
mais aqui e aqui.
O PODER HUMANO & AS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS – [...] O poder formador ou construtivo do homem se revela através das glândulas endócrinas e dos hormônios. As glândulas endócrinas, na maioria sem canais, segregam e distribuem as substancias conhecidas por hormônios e que controlam nossos poderes construtivos, físicos e mentais. [...] As principais glândulas endócrinas são: a pineal, a hipófise, a tireóide, as supra-renais, as gônadas sexuais e o baço. Algumas delas que têm canais segregam e distribuem substancias hormonais, como o fígado, o pâncreas, os rins, as glândulas salivares e as linfáticas. Também as vitaminas, tão importantes para a nutrição e atividade do corpo, são originadas das glândulas [...]. Trechos extraídos da obra As glândulas – nossas guardiães invisiveis (Renes, 1979), do médico M. W. Kapp. Veja mais aqui e aqui.
ESTUPRO – O estupro ou simples tentativa do mesmo é uma das principais causas de problemas sexuais, por bloqueios psicológicos, pois provoca seqüelas, principalmente quando sofridas durante a idade infanto-juvenil. Situações em que as primeiras experiências sexuais se tornam traumáticas, episódios de um ato sexual violento, mesmo que seja com consentimento do parceiro sexual, deixam marcas psicológicas traumáticas que requerem interferência imediata de acompanhamento psicológico, com objetivo de dissipar ou pelo menos minimizar os efeitos da violência sexual, que pode se delongar por anos na vida das vítimas. As principais queixas de dificuldades sexuais provocadas pela violência sexual, verificam-se principalmente através da ausência ou diminuição do orgasmo, no bloqueio para as fantasias sexuais, no vaginismo, além das fobias sexuais. As fobias sexuais consistem em um medo, associado a práticas ou episódios sexuais, medo este quase sempre ilógico, sem sentido de ser, porém bastante significativo para quem sente, suficiente para provocar limitações na atividade sexual.
A DUPLA CHAMA – [...] nada mais natural que o desejo sexual; nada
menos natural que as formas em que se manifesta e se satisfaz. Na linguagem e
na vida erótica de todos os dias, os participantes imitam os rugidos,
relinchos, arrulhos e gemidos de toda espécie humana. A imitação não pretende
simplificar, mas complicar o jogo erótico e assim acentuar seu caráter de
representação. O erotismo não imita a sexualidade, é sua metáfora. O texto erótico é a representação textual
dessa metáfora [...] esta coleção de poemas de amor profano, uma
das obras eróticas mais belas já criadas pela palavra poética, nunca deixou, ao
longo de dois mil anos, de alimentar a imaginação e a sensualidade dos homens.
A tradição judaica e a cristã interpretam esses poemas como uma alegoria das
relações entre Jeová e Israel ou entre Cristo e a Igreja. [...] É impossível ler seus poemas unicamente como
textos eróticos ou como textos religiosos. São um e outro e algo mais, sem o
qual não seriam o que são: poesia [...]. Trecho da obra A dupla chama:
amor e erotismo (Siciliano, 1994), do escritor
e diplomata mexicano, Octavio Paz (1914-1998). Veja mais aqui.
AS JOIAS – A amada estava nua e, por ser eu seu amante, / Das jóias só guardara as
que o bulício inquieta, / Cujo rico esplendor lhe dava esse ar triunfante / Que
em seus dias de glória a escrava moura afeta. / Quando ela dança e entorna um
timbre acre e sonoro, / Este universo mineral que à luz figura / Ao êxtase me
leva, e é com furor que adoro / As coisas em que o som ao fogo se mistura. / Ela
estava deitada e se deixava amar, / E do alto do divã, imersa em paz, sorria / A
meu amor profundo e doce como o mar, / Que ao corpo, como à escarpa, em ondas
lhe subia. / O olhar cravado em mim, como um tigre abatido, / Com ar vago e
distante ela ensaiava poses, / E o lúbrico fervor à candidez unido / Punha-lhe
um novo encanto às cruéis metamorfoses. / E sua perna e o braço, a coxa e os
rins, untados / Como de óleo, imitar de um cisne a fluida linha, / Passavam
diante de meus olhos sossegados; / E o ventre e os seios, como cachos de uma
vinha, / Se aproximavam, mais sutis que Anjos do Mal, / Para agitar minha alma
enfim posta em repouso, / Ou arrancá-la então a rocha de cristal / Onde, calma
e sozinha, ela encontra pouso. / Como se a luz de um novo esboço, unidade eu
via / De Antíope a cintura a um busto adolescente, / De tal modo que os quadris
moldavam-lhe a bacia. / E a maquilagem lhe era esplêndida e luzente! / - E
estando a lamparina agora agonizante, / Como na alcova houvesse a luz só da
lareira / Toda vez que emitia um suspiro faiscante, / Inundava de sangue essa
pele trigueira. Poema do escritor, tradutor, crítico de arte e poeta francês,
Charles Baudelaire (1821 - 1867). Veja mais aqui.
A arte do artista
plástico e desenhista Marco Angeli.
MÉDICOS DEPRIMIDOS - Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina - CFM, envolvendo um universo de 7.700 profissionais, revela que 44% dos médicos sofrem de depressão ou ansiedade e 57% têm estafa e desânimo com o emprego. A prevalência de distúrbios psíquicos nos médicos supera em quase 11 pontos porcentuais a incidência na população em geral. E mais: um em cada cinco profissionais sofre de doenças cardíacas. Eita, lasqueira! No Brasil a coisa é assim: a saúde morre, mas num morre. Os médicos com enfermidades à beira da more. E a gente, hem? Isso é Brasilsilsilsilsilsilsilsilsil!!!!!
CURAUS PROSEANDO:
- Ué compadre, cê tá tristonho.
- É que a comadre se matou com veneno.
- Não me diga... E o que ela tomou, formicida?
- Não, estricnina.
- Ahhh, é bão também...
CHICO FOLOTE: O PROFETA DA BESTA FUBANA - “Um homem tinha uma plantação de bucetas. Um dia choveu pra caralho e fodeu tudo...” (Do premiado escritor Luiz Berto, autor do livro “O romance da besta Fubana”, com edição pelas Edições Bagaço);
COISAS DO GAJO MANUEL LUSITANO - Um português chegou no hotel em Manaus, e como estava muito quente ele abriu a janela, só que começaram a entrar vários pernilongos. Então ele ligou para a recepção e reclamou. A atendente disse para ele apagar a luz que eles iriam embora. Ele fez o que ela disse. Depois de um tempinho começaram a entrar vários vaga-lumes e então ele tornou a ligar para a recepção reclamando, e a atendente: - Mas o que foi agora..? Ele responde. - Não adiantou nada... os putos voltaram todos com lanterna !!!
TAPA NA CARA - “Eu continuo sendo apenas um palhaço, o que já me coloca em nível bem mais alto do que o de qualquer político." (Charles Chaplin)
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Pechisbeque, Ramalho Ortigão,
Zélia Duncan, Erasmo de Roterdã, Fabrício Carpinejar, Myriam Muniz, Alan
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Big Shit
Bôbras: o assustado & papagaiadas aqui.
Proezas
do Biritoaldo: Quando o cabra se
envulta, já num t'aqui mais quem falou aqui.
A música
de Maria Dapaz aqui.
Cantador
aqui.
Literatura
de Cordel: Cego Sinfrônio aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora
comemorando a festa do Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
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