terça-feira, junho 03, 2008

BAKHTIN, VIRGINIA WOOLF, THOMAS PARKER, MICHELLE GREGOR, RICARDO ALEIXO & FECAMEPA

 
A arte de escultora estadunidense Michelle Gregor


FECAMEPA NO ALUADO MUNDO MÁGICO! - Gente se é de aluamento, entendo do riscado. Claro, sempre fui achegado aos doidos-de-pedra! Pois é, remédio de um doido é outro na porta, né? Parece mais que sempre fui imantado aos amalucamentos dos piores desvarios humanos. Com um detalhe: da ruma de zorós mais desmiolados que alugavam minha paciência, aprendi lições de valia socrática/confunciana tão solidária quanto sensível, jamais vista na pose petulante dos cheio-das-pregas dos racionais (a grande maioria uns metidos que são, na verdade, uns Fabos deslavados e solipsistas que num valem um peido sequer) que arrodearam a minha vida toda. Já de magia, não. Nunca aprendi nem fui lá muito simpático às coisas de manipulação, truques, ilusionismo, feitiçaria, bruxaria, vudu e muvucas afins, mesmo que me tenha por selenito nas hostes de mercúrio e seduzido pelo insólito. De magia o que entendo mesmo é o que aprendi das petas descaradas de Tó Zeca na infância, alem dos pescadores, dos caçadores, dos barbeiros, dos fídapeste dos fuleiros enrolões, dos maloqueiros cara-lisa e gozadores de plantão das patranhas, das fantásticas narrativas de Hermilo Borba Filho, Murilo Rubião, Manuel Scorza, Jorge Luiz Borges, Gabriel García Márquez e todo realismo fantástico que, inclusive, muito me apraz. Afora isso, necas de pitibiriba. Mas como no FECAMEPA tudo que for da esfera do inexplicável, sórdido, escabroso, bizarro, escandaloso, paradoxal, extravagante ou inenarrável entra na casa do possível sem precisar de vaselina. No Brasil tudo é factível, meu. Tudo acerta no oiti-goroba da bronca. Basta, de sopetão, os caras do planalto se acoloiarem mais estreitamente com os mandões graudões de fato, que a coisa para a gente só sobra para o cano ou bueiras ou esgotos, quando não cova rasa mesmo. Valha-me que sujeito vacinado como meu com o desconfiômetro aguçadíssimo encara o presidente Lulinácio da Silva falar que o Brasil está vivendo um momento mágico, eu, cá pra nós, apertei as pregas do procto (que não sou besta de deixar afolosar a homência, meu!), empinei as orelhas, cerrei as pestanas, funguei, pigarreei, aprumei o pau da venta, fiz muxoxo, assuntei na idéia todas as interrogações transcendentes e estuporadas, de quase chegar a dar um nó no meu juízo. Peraí, fala sério. Momento mágico? Hum... está com cara de pinóia no meio. Soa como o embuste daquele milagre brasileiro, lembra? Ou será que ele quis dizer que a magia representa a metáfora óbvia da forma como os pintudos privilegiados enrabam, todos ao mesmo tempo e duma vez só, o furico de cada um dos brasileiros, hem? Se for, ah, isso sim, foder o caneco dos outros por telepatia (nesse caso, pela economia oficial). Também ele pode está querendo dizer das mágicas que a gente engaloba para pinotar escapando dos aumentos, dos credores, da inadimplência, da insolvência e de todas as urucubacas que insistem em fazer aquela nuvenzinha negra no nosso cocuruto, quando o Estado - e todas as suas esferas embananadas pela politicagem e incompetência -, continua deitado eternamente em berço esplêndido nas mordomias, enquanto tudo dele derrete ineficiência abaixo. Ainda pode, assim, estar se referindo ao estardalhaço dos recordes das balanças exportadoras do suntuoso agro-negócio e doutras proeminentes iniciativas econômicas que agigantam o fosso entre a miudeza da trupezinha dos ricaços e os monturos alastradores da miserabilidade abissal de todo restante de nós brasileiros. Bem, duvido até mesmo quem tenha comido bosta-de-cigano para desalinhavar nas minudências e adivinhar essa esfíngica afirmação do nosso presidente. A menos que nem ele mesmo por um congestionamento das idéias saiba o que realmente queria dizer. Ou estava levado pelo pandemônio dos neurônios ao fazer tal referência, quando queria arrotar outra coisa que ruminava na sua cachola. Eita, boba-torreiro! Sei não, falar que o Brasil vive um momento mágico num momento de insegurança geral onde até a polícia está pedindo penico, sei não. E se a gente insinuar que a população enferma se depara com um sistema de saúde que está na U.T.I? Se o que se fala de educação é visto como discurso vigoroso e demagógico numa escola falida senão analfabetizada? Hem? Enfim, se é aqui onde tudo pretende ser o que já não é e, em querendo, nem pode ser porque a esculhambação é geral – e se for, já era. Tudo que é para amanhã chega hoje com gostinho de anteontem. Seria cômico se não fosse trágico. E vice-e-versa. Seria patético não fosse tudo bastante apatetado. Êta mundo veio, arrevirado e de porteira escancarada, hem? Resta aprumar a conversa & tataritaritatá!!!! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui


PENSAMENTO DO DIA- [...] O prazer não é duradouro e cede lugar ao desprazer. [...] Aquilo que é agradável é sempre seguido daquilo que é desagradável. [...] Para escapar à dor da fome, devemos também superar o prazer de comer. [...] Quando um indivíduo está livre do prazer e da dor do mundo, então, pela primeira vez pode ele ser motivado por sabedoria superior. [...]. Pensamento extraído de O dilema da vida (O Rosacruz, outubro, 1981), do psicólogo Ph.D estadunidense, Thomas Parker (1843-1915).

CRIAÇAO VERBAL - [...] na maior parte dos casos, é preciso supor, além disso, um certo horizonte social definido e estabelecido que determina a criação ideológica do grupo social e da época a que pertencemos, um horizonte contemporâneo da nossa literatura, da nossa ciência, da nossa moral, do nosso direito. [...] Trecho extraído da obra Estética da criação verbal (Martins Fontes, 1997.), do filósofo e pensador russo teórico da cultura e das artes Mikhail Bakhtin (1895-1975). Veja mais aqui e aqui.

LAPINE-LAPINOVA – [...] E, nessa mesma noite, antes de irem para a cama, ficou combinado. Ele era o rei Lapine; ela, a rainha Lapinova. Eram o oposto um do outro; ele era corajoso e decidido; ela prudente e tímida. Ele governava o mundo movimentadíssimo dos coelhos; quanto ao mundo onde ela se movia era um local misterioso e desolado por onde vagueava principalmente em noites de luar. [...] Trecho conto Lapine-Lapinova, da escritora inglesa Virginia Woolf (1882-1941). Veja mais aqui.

AS METADES DO CORPOMarianne / Moore / apreciava animais / e atletas / em igual / escala. Motivo: o / "estilo" / das duas / espécies citadas / "é, prova / -velmente, / desleixado"; uns e / outros, dis / -se Miss / Moore numa entre / -vista, / alcançam a / "exatidão" devido / à prática / que "as / metades do corpo", / neles (nos / animais / e nos atletas que / possuem / um estilo), / adquiriram / "para se / contra / -balançarem". Poema do poeta, músico, produtor cultural, artista visual e editor Ricardo Aleixo.


A arte de escultora estadunidense Michelle Gregor




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