A arte do pintor e desenhista alemão Hartmut Lincke.

A arte do pintor e desenhista alemão Hartmut Lincke.
PENSAMENTO DO DIA – [...] Enquanto
no século XVIII morreram 4,4 milhões de pessoas em 68 guerras, no nosso século
morreram 99 milhões de pessoas em 237 guerras. Entre o século XVIII e o século
XX a população mundial aumentou 3,6 vezes, enquanto os mortos na guerra
aumentaram 22,4 vezes. Depois da queda do Muro de Berlim e do fim da guerra
fria, a paz que muitos finalmente julgaram possível tornou-se uma cruel miragem
em face do aumento nos últimos 6 anos dos conflitos entre Estados e sobretudo
dos conflitos no interior do Estado [...]. Trecho extraído da obra A crítica da
razão indolente: contra o desperdício da experiência (Cortez, 2000), do jurista
e professor Boaventura de Sousa Santos. Veja mais aqui, aqui, aqui e
aqui.
EDUCAÇÃO - [...] Na medida em que os meios e as formas tradicionais
de Educação acham-se de tal modo corroídos, começam a ser direcionados para a Escola
os olhares dos povos, na esperança de que esta exerça uma função Educativa e
não apenas a da Escolarização. Somente que será necessária uma outra visão da
Escola, dos conteúdos escolares, do papel dos educadores e da relação da Escola
com a sociedade. As crianças serão enviadas para a Escola cada vez mais cedo e
nela permanecerão por um tempo mais extenso. E isso não será porque há um mundo
novo de informações a ser processado e, sim, porque a Escola deverá exercer o
tradicional papel das famílias, das comunidades, da Igreja, e ainda, o que lhe
era próprio: desenvolver conhecimentos e habilidades. Ela deverá se ocupar com
a formação integral do ser humano e terá como missão suprema a formação do
sujeito ético. [...]. Trecho extraído de Educação:
da formação humana à construção do sujeito ético (Educação e Sociedade,
2001), do professor Neidson Rodrigues.
A CASA DAS BELAS ADORMECIDAS – [...]
Dizendo isso, ela
se levantou e girou a chave da porta que dava acesso ao quarto de dormir.
Talvez por ser canhota, tivesse usado a mão esquerda. Não havia nada de
especial naquilo, mas, observando a mulher que girava a chave, Eguchi susteve a
respiração. Ela espiou o interior do quarto, inclinando apenas a cabeça para
além da porta. Sem dúvida estava acostumada a espiá-lo desse modo. Na realidade
não havia nada de mais na sua silhueta vista de trás, mas ela parecia
misteriosa para Eguchi. A estampa do ofoz’ ostentava um pássaro grande e
estranho na parte decorativa das costas. Ele não sabia que pássaro era aquele.
Por que, num desenho de pássaro tão estilizado, teriam posto olhos e pés
realistas? É certo que não se tratava de um pássaro sinistro, era apenas um
desenho malfeito, mas se Eguchi tentasse resumir o sentimento inquietante suscitado
pela silhueta da mulher, seria precisamente esse pássaro. O obi era de um
amarelo-claro, quase branco. O quarto que espiava parecia estar na penumbra. A
mulher tornou a fechar a porta e, sem girar a chave de volta, colocou-a sobre a
mesa diante de Eguchi. Não mostrou nenhuma expressão especial após inspecionar o
quarto, e sua inflexão também se manteve inalterada. [...]. Trechos extraídos da obra A casa
das belas adormecidas (1961 – Estação Liberdade, 2004), do
escritor japonês prêmio Nobel de Literatura de 1968, Yasunari Kawabata (1899-1972).
Veja mais aqui e aqui.
QUANDO ESTÁS VESTIDA – Quando
estás vestida, / Ninguém imagina / Os mundos que escondes / Sob as tuas roupas.
/ (Assim, quando é dia, / Não temos noção / Dos astros que luzem / No profundo
céu. / Mas a noite é nua, / E, nua na noite, / Palpitam teus mundos/ E os
mundos da noite. / Brilham teus joelhos, / Brilha o teu umbigo, / Brilha toda a
tua / Lira abdominal. / Teus exíguos / – Como na rijeza / Do tronco robusto / Dois
frutos pequenos – / Brilham.) Ah, teus seios! / Teus duros mamilos! / Teu
dorso! Teus flancos! / Ah, tuas espáduas! / Se nua, teus olhos / Ficam nus
também: / Teu olhar, mais longe, / Mais lento, mais líquido. / Então, dentro
deles, / Bóio, nado, salto / Baixo num mergulho / Perpendicular. / Baixo até o
mais fundo / De teu ser, lá onde / Me sorri tu’alma / Nua, nua, nua… Poema do poeta,
tradutor, critico literário e de arte, Manuel Bandeira (1886-1968). Veja
mais aqui.
A arte do pintor e desenhista alemão Hartmut Lincke.
MUSA DA SEMANA: SUZANA MAFRA - A poeta, escritora e bibliotecária catarinense Suzana Mafra cursou Biblioteconomia, é mestre em Literatura pela UFSC e se prepara para o doutorado. Ela é autora do livro “Borboletras” e edita o blog “Borboletras no quintal”.

Foto: Tchelo d´Barros
Poeta tem alma
Espalhada
Espelhada
Alma tem poeta
Ele
Leva
Ela
Ele
Ave
Ela
Eva
Você
É
Doce
Eco
Do
Céu

Foto: Tchello d´Barros
Preciso
-
me
sem ti
preciso
me
sentir
O
Som
Do
Mar
Me
Soma
Ouvi
Teu
Nome
Ou vi
Teu
No meu
?
Como são
Lágrimas
:
comoção
Foto: Tchello d´Barros
Navegando rio acima
O barqueiro rema
O poeta rima
Quando
Crescer
Quero
Ser
Onda
Maria
Amaria
O mar
E
Mário
O rio
Sem
Ira
Espero
A
Era
Do
Eros
Teu
Corpo
Sobre
o
meu
está
de
pleno
acordo
com
meu
desejo
plano
Minha
Vida
Não
Foi
À toa,
Bandeira
Nem
A tua
Morri
Mas
Não
Desisto
Insisto
Eternamente
Foto: Tchello d´Barros.
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