GESTA PERNAMBUCANA, DE
VITAL CORRÊA DE ARAÚJO – Quando escrevi o Fecamepa
dediquei um capítulo ao Brasil holandês,
contando do buruçú e todo vuque-vuque na casa de mãe-Joana. Sim, é que por aqui
essa imensidão toda era pequena para tanta refrega. Claro, ora, além dos portugas eram
os franceses na Paraíba, no Maranhão e no Rio Grande do Norte; os espanhóis
rondando tudo, ora aliado, ora em pé de guerra; eram corsários ingleses,
piratas anônimos, navios neerlandeses, ladrões e facínoras de todas as
estirpes, maior fuá de mar terra adentro. É compreensível que a razão para esse
bafafá todo era porque o olho gordo mirava o apogeu da açucarocracia reinante.
E mais porque ninguém estava nem aí para quem pintou a zebra: só comer as
índias, vender a cana e o pau-brasil e vencer na vida, pouco se lixando para a
defesa da grandiosa terra. Além disso, como narrou Joan Nieuhof, nas suas memoráveis viagens por mares, rios e
terrenos publicadas em 1682, de que aqui era “[...] uma região magnificamente prendada pela natureza, para a produção de
tudo quanto se encontra nas Índias Ocidentais, em climas iguais ou afins, à
exceção do ouro e prata. [...] Entretanto,
à parte esses metais preciosos, o açúcar apresenta-se, aí, como a principal
produção do país”. Esta a razão pela qual os batavos botaram fé nisso e fincaram
pé na conquista, reunindo aparato naval que encarou a supremacia luso-galaica,
findando por ancorar nestas terras em 1630, na praia de Pau Amarelo. E vieram
com fome ampliando as conquistas da Holanda Nova e da Companhia das Índias
Ocidentais, passando a administrar em pouco tempo e em lutas sangrentas, desde
Sergipe-d´El-Rei, Alagoas, Pernambuco, Itamaracá – que pertencia à Goiana -,
Paraíba, Potigí – mais tarde Rio Grande do Norte -, e Siará – mais tarde Ceará.
Tudo isso no ajeitado da lábia que prometia liberdade a quem se enfincasse no
chão para produzir, besteiras de impostos baratos, oferta de compradores
certos, arteirice com direito de ir e vir, culto religioso liberado para quaisquer
crentes e similares, porte de arma para os graúdos donos de plantação, enfim,
proposta completamente simpática e por demais diferente das que estavam
acostumados a receber do ordenamento português. Ôxe, se era?! Hum! Muito
diferente, ora! Não deu outra e os nativos logo se bandearam pros flamengos,
maior trupé de festa nas homenagens, tendo em vista, conforme registrado por Nelson Barbalho na sua Cronologia
pernambucana, que a indiada de Pernambuco, via de regra, era sempre espoliada
pelos portugueses da colônia, os quais viam os nativos como seres inferiores
que eram preados, reduzidos à escravidão por meio das infames guerras justas,
suas mulheres prostituídas, suas terras tomadas, perseguidos a ferro e fogo,
massacrados, trucidados impunemente, enquanto os holandeses sempre os trataram
como criaturas humanas dignas de respeito e consideração, quando não
instruindo, dando-lhes assistência médica e social, não escravizando nem jamais
invadindo as suas aldeias, muito menos roubando as suas terras. Olhe o enterro
voltando de novo, hem? Será que aprenderam? Hum, duvido! Espia só. Do outro
lado, com os luso-brasileiros comandados por Matias de Albuquerque num clima de
sedição, deserções e traições, todas fartamente registradas nas Memórias
Diárias da Guerra do Brasil, de Duartede Albuquerque Coelho. É quando Domingos Fernandes Calabar, um mulato
ativo, sagaz e astuto, natural da Paróquia de Porto Calvo, empreendedor e
conhecedor das matas e terras, e diga-se de passagem, um dos primeiros a se
engajar na luta dos portugueses e que, insatisfeito por nunca receber sequer
respeito, distinção ou honraria, porque era somente espezinhado pelo conde de
Bagnuolo que era o chefe das tropas mercenárias napolitanas enviadas pelos
espanhóis, resolveu, enfim, em 1632, engrossar as fileiras flamengas.
Putzgrilla! E ao receber a acolhida deles, só aceitou a oferta do posto de
major ao exigir informações acerca do futuro dos brasileiros depois da
contenda. Tudo preto no branco, maior enlace. Evidente que no fuxico luso ele
fora acusado de traidor e se defendia alegando abandonar a causa da escravidão
de Portugal pela liberdade holandesa. E saiu levando mato nos peitos até
suplantar a resistência hispano-portuguesa do Arraial do Bom Jesus, numa batida
macha e desmoralizante. U-hu! A respeito da conduta de Calabar, ao contrário da
pecha oficial de traidor, vários historiadores são convergentes à ideia de que
ele traiu os colonizadores portugueses e espanhóis, pela liberdade e pela
pátria. Há, inclusive, o registro de que José Bonifácio de Andrade e Silva
declarou a deserção de Calabar como patriótica. No entanto, cabe a você,
distinta leitora, avaliar pelos fatos narrados. Mas, já viu “Calabar, o elogio
da traição”, de Chico Buarque & Ruy Guerra? Uma das cenas mais
espetaculares é aquela que começa: [...] Sou
Anna de vinte minutos \ Sou Anna da brasa dos brutos na coxa \ que apaga
charutos, sou Anna dos dentes rangendo \ e dos olhos enxutos. \ Até amanhã \
sou Anna ; das marcas, das macas, das vacas, das pratas \ sou Anna de Amsterdam
[...], e que termina quando ela recita: [...] Fui amada por mil homens \ com milhares de ideais, \ mas na lista dos
seus sonhos \ eu fiquei sempre pra trás. \ O milésimo primeiro \ fez de mim a
principal, \ mas era um pobre fuleiro \ que não tinha ideal. Vamos nessa. Então,
perseguido, Calabar foi, enfim, traído e entregue ao inimigo Matias de
Albuquerque, em 22 de julho de 1635, sendo executado sumariamente em praça
pública, enforcado e esquartejado. Deste fato, contam que, de garroteado, seu
corpo foi retalhado e seus restos expostos à curiosidade pública, espetados em
estacas. Ai ai ai ai ai ai ai! Pois é, eis que dois anos depois, chegava o conde
Maurício de Nassau-Siegen, defendendo a luta de Calabar, a liberdade e
alardeando que a monocultura era um atraso de vida. Botou quente logo de cara!
Com ele a prosperidade e a movimentação em Pernambuco, promovendo uma
estrepitosa festa de conclamar o povo para ver um boi voar pela ponte. Foi ele
quem inaugurou aquele ditado de 50 anos em 5. Mas como tudo agradava uns que era
maioria na mundiça e desagradava outros poucos gananciosos, anos depois, a
Companhia não se satisfez com a gestão e obras nassovianas de pacificação e
descobertas locais, a ponto de, em 1644, forçá-lo a se despedir, sendo
substituído por um Conselho Supremo que iniciou uma administração extremamente
severa, cobrando dívidas e confiscando propriedades dos luso-brasileiros, pondo
fim à tolerância religiosa, dentre outras rígidas conduções que provocaram tensões
que foram pipocando e o rebuliço se agigantando até esborrarem em rebeliões que
se generalizaram. Tascaram fogo no rabo e sacudiram tudo! Nem deu tempo de
perceber que tais conduções levaram às constantes conspirações dos portugueses se
viam diante dos tribunais batavos para resolverem as pendências de todas as
transações e só engrossavam os bolsos dos advogados, o que ainda mais concorria
para agravar a insatisfação geral, dado o elevado custo do processo judicial,
no Brasil, desde esta época, pode? A cena é tão parecida com a realidade de
hoje, que Joan Nieuhof na obra citada anteriormente diz: “Depois quando já se tinha sentença e mandado de execução contra os
devedores, o difícil era descobrir onde e como cumpri-lo, pois a maioria dos
portugueses reclamava a proteção real”. Olha só onde está a origem da
ineficiência, da lerdeza, contraproducência e privilégio dos apaniguados na
justiça brasileira. Aí, meu babau! O revestrés desencadeou rebeliões que
resultaram na Insurreição Pernambucana, que teve início em 1645 e só findou com
a derrota dos holandeses em 1654. Isso numa só frente com o negro valente
Henrique Dias, o índio servil Felipe Camarão e toda a tropa de Mathias de
Albuquerque, além dos líderes André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira
que foram acumulando vitórias como a do monte das Tabocas, de 1645, bem como a
primeira e segunda batalhas de Guararapes, de 1648 e 1649, respectivamente,
dando pano para as mangas pruma guerra que continuaria penicando a tampa da
bronca com devastações, prisões, delações, jogos baixos, a ponto dos
portugueses envenenarem todos os poços onde os batavos bebiam água. Eita! Até
que em 1653, finalmente, Portugal decidiu armar uma frota para lutar, sacudindo
a poeira até a capitulação holandesa da Campina da Taborda, que se deu
exatamente em 26 de janeiro de 1654. Pronto, foi aí que a porca torceu o rabo.
Expulsos, os batavos restabeleceram as relações com Portugal, mas, a merda foi
que depois que saíram, na verdade provocaram a decadência do açúcar, vez que
passaram a produzir a matéria-prima nas Antilhas em situação mais competitiva.
Eita, porra!!!! Fodeu Maria-preá, num foi? Foi. Pois, com a maior mais
sem-graceza dos vitoriosos, para num virar tudo uma meleca só, deram por
satisfeito com a formalização diplomática da vitoriosa insurreição
pernambucana, ocorrida só em 1661, com a assinatura da Paz de Haia. Para
desconsolo dos despropósitos, o Brasil havia se tornado, sem dúvida, a mais
valiosa possessão portuguesa, mas o açúcar agora era Holandês nas Antilhas,
i-hi!! Cada jumento com sua carga, a-há! Isto é Brasil, onde tudo é nebuloso, o Reino das Dubiedades, melhor Ambiguidades: todo
mundo mete o dedo, o bedelho, o pentelho e o que mais couber, né não? É. É só o
triz da cipoada latanhando tudo, zás, para a barbárie da discórdia se armar por
escaramuças irrefreáveis explodindo em tudo quanto é ajuntamento de gente.
Eita, boba-torrêro! Inferno perto disso é pouco! Bote bronca pra moer. Agora outra antes de se falar do livro que me proponho comentar:
era eu menino quando ouvi pela primeira vez a palavra gesta, nas contações e
converseiros dos moradores dos engenhos e nas pinoias das reuniões informais de
casacudos e maloqueiros. Havia sempre alguém puxando o mote pruma gesta com a
bravura de vaqueiros, coragem fazendeiros, e de gloriosos como Lampião, Camonge,
Antônio Silvino, Jesuíno Brilhante, Cabeleira (na verdade livro de Franklin
Távora), até de Bocage, Juquinha, bois, vacas, cavalos e o escambau, misturando
pilhérias e invencionices com gestas e solfas, coisa que só aprendi a
distinguir já rapazote, com as leituras do Câmara Cascudo e, depois, na
faculdade, com os estudos de Massaud Moisés e Oto Maria Carpeaux. De fato, a
gesta é uma composição poética, em forma de canção, que narra feitos
memoráveis, heroicos, façanhas ou proezas, reais ou lendários, surgida da
literatura apócrifa, como aquela que muito ouvi do ladrão impenitente que,
amiudamente, era um daqueles condenados que foram crucificados ao lado de Jesus
e que apareceu pela primeira vez no Evangelho de Nicodemos e, depois, no
Evangelho Árabe da Infância. A primeira que eu soube de mesmo, foi a da Lenda Dourada, do religioso italiano
Jacopo de Varazze (1226-1298), uma coletânea de narrativas hagiográficas
escritas como exemplum, por volta de 1260, e que, tudo indica, tenha sido o
mote para o grandioso poema Lenda dourada,
do poeta estadunidense, Henry Wafsworth Longfellow (1807-1882), que, por sua
vez, embasou a cantata The Golden Legend
(1886), de Arthur Sullivan com libreto de Joseph Bennett. Outras mais eu soube,
como a do herói Roland das canções de gesta medievais, e dos épicos de El Cid,
Rodrigo Diaz Bivar, Orlando Furioso de Ariosto, entroutros. Já a gesta do VCA é
doutra envergadura: as belíssimas ilustrações e capa da artista Ladjane
Bandeira são um primor. E, além disso, torna-se inevitável, que eu faça uso de
cara da apresentação feita ao volume, intitulada O poeta Vital, feita pelo
Paulo Bandeira da Cruz: Vital Corrêa de
Araújo é o grande feiticeiro da poesia urbana. O arqueólogo das gavetas. O
teólogo dos arquivos. O carimbador das manhãs. O grande místico do caos
civilizado. O profeta do Messias de plástico. O biógrafo do abismo suburbano. O
pescador do rio de argamassa. Da maré de asfalto. Do peixe de amianto. Dos
caranguejos de neon e vidro. O pastor das engrenagens místicas. O maestro das
praias octaédricas e das chuvas pálidas. O retório do sol de jade. Da lua de
polvilho. O escultor da seca. Da eternidade esquálida. Do branco extinto. Do
edifício de carne. Da avenida nua. Do pássaro sem fuselagem. Das amebas
sânscritas. Dos brasões de fogo. Das bananas de fio a pavio. Da liberdade de alumínio.
Da paz posta. Da justiça de óculos. O oráculo da alma exausta. Do universo
devastado. Do beco olímpico. Da trilha sonora. Do catecismo de pedra. Do
travesseiro de zinco. Cantador dos punhos Nagasaki. Da rosa atômica. Da
natureza morta. Bebedor do vinho faraônico. Comedor de pães cônicos. Escritor
de livro aceso. De poesia seca. Do epitáfio de Deus. Do silêncio vivo. Confiro:
apesar de um texto pequeno no tamanho, diz tudo. Mas preciso acrescentar um
fragmento do que escreveu o Edgard Powell, com o prefácio de uma epopeia: [...]
Só um privilegiado poeta nato poderia
arrancar poesia dessa insipida realidade. [...] E tudo isso sem falsa patriotada, sem omitir o beneficio realmente
progressista período nassoviano [...] o
toque de lenda e mistério à História – saturada de tantos heroísmos, tanto
retinir de armas e tantos relinchos de corcéis. Deveras, desde o primeiro
poema Invasão, até o último, Fundador, o que VCA faz é poetar ao seu modo, como
no poema Os heróis anônimos: Anônimos são
os verdadeiros heróis. E arrematar seu singular lirismo no poema Ana de
Amsterdam: [...] Além do mangue \ Ana, a
Rainha \ dos Tanoeiros, esperava \ o príncipe noturno \ que aportava \ na
claridade do seu corpo. Tudo que eu acrescentar será desnecessário ao que
já foi exposto e confirmando a obra com o que foi concedido pelo Prêmio Eugênio
Coimbra Júnior, um dos prêmios literários da cidade do Recife, de 1984. De resto,
só me resta saudá-lo e aplaudir o poeta, evoé VCA!!!! Veja mais aqui, aqui,
aqui & aqui.
DITOS & DESDITOS - O tamanho
dos seus sonhos deve sempre exceder a sua capacidade de alcançá-los. Se os seus
sonhos não te assustam, eles não são grandes o suficiente...
Pensamento da líder liberiana e Prêmio Nobel da Paz de 2011, Ellen
Johnson-Sirleaf.
ALGUÉM FALOU - A vida começa quando a violência acaba... Papel de juiz não é aconselhar, é fazer
justiça... A principal finalidade da lei não é punir os homens. É prevenir e proteger
as mulheres da violência doméstica e fazer com que esta mulher tenha uma vida
livre de violência. Somente por meio da educação poderemos ter uma sociedade
menos machista e mais igualitária. Pensamento da farmacêutica Maria da
Penha Maia Fernandes, que lutou para que seu agressor viesse a ser
condenado por conta das agressões sofridas que a deixou paraplégica. Em 2002,
dezenove anos depois, ocorreu a condenação do seu marido, quando faltavam
apenas seis meses para a prescrição do crime. O seu marido Heredia foi preso e
cumpriu um terço da pena, solto em 2004. Ela tornou-se líder de movimentos de
defesa dos direitos das mulheres e vítima emblemática da violência doméstica.
Em sua homenagem, no dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada a lei que leva seu
nome: a Lei Maria da Penha. Ela é fundadora do Instituto Maria da Penha, uma
ONG sem fins lucrativos que luta contra a violência doméstica contra a mulher.
Veja mais aqui, aqui e aqui.
O CÃO DE GUERRA E A DOR DO MUNDO - [...] Então você ainda é nosso Mestre,” disse Sabrina. Ela estava carrancuda.
Ela voltara a ter medo. "Não tão!" Lúcifer se virou, quase com raiva.
[...] Vocês são seus próprios mestres.
Seu destino é seu. Suas vidas são suas. Você não vê que isso significa o fim do
milagroso? Você está no início de uma nova era para o Homem, uma era de
investigação e análise. [...] “A Era
de Lúcifer,” eu disse, ecoando um pouco de Sua própria ironia. Ele viu a piada
nisso. Ele sorriu. [...] O homem,
seja ele cristão ou pagão, deve aprender a governar a si mesmo, a compreender a
si mesmo, a assumir a responsabilidade por si mesmo. Não pode haver Armagedom
agora. Se o homem for destruído, ele terá destruído a si mesmo. [...] “Portanto, devemos viver sem ajuda”, disse
Sabrina. Seu rosto estava clareando. "E sem impedimentos", disse
Lúcifer. “Serão seus companheiros, seus filhos e os filhos deles que
encontrarão a Cura para a Dor do Mundo.” “Ou morrer na tentativa,” disse eu. “É
um risco justo,” disse Lúcifer. “E você deve se lembrar, von Bek, que é do meu
interesse que você tenha sucesso. Tenho sabedoria e conhecimento à sua
disposição. Sempre tive esse dom para o Homem. E agora que posso dar
livremente, escolho não fazê-lo. Cada fragmento de sabedoria será conquistado.
E será conquistado com muito esforço, capitão. [...]. Trechos extraídos da obra The War Hound and the World's Pain (Timescape, 1981), do escritor britânico Michael
Moorcock, autor da frase: Eu me
considero um péssimo escritor com grandes ideias, mas prefiro ser isso do que
um grande escritor com ideias ruins.
DOIS POEMAS - VOCÊ É O INÍCIO
E O FIM DA MINHA POESIA – Você é o
começo e o fim da minha poesia. \ Por ti creio aqueles versos transbordantes de
harmonia \ E contigo termina este capítulo da minha vida. \ Foste o sol
nascente e o poente do meu riso \ E a ti devo o título de romântico perdido \ Que
sulcará o mundo, mesmo depois dos meus dias. \ Só minha era a esperança de
esvaziar minha vida em você \ E minha apenas acreditar que você também me
amava, \ Com o coração na mão, como eu o ofereci a você. \ Deus ouviu minhas
orações para tirar você da minha vida \ E hoje é Ele quem me ampara, me dando o
valor \ Que morreu quando te conheceu, uma manhã um dia. \ Você é o começo e o
fim da minha poesia, \ a memória e o fantasma que carregarei todos os dias, \A
respiração que à noite vai beijar minha bochecha. \ Minha alma morre jovem,
como o sol lilás do inverno, \ Minha alma morre de dor, como um pássaro no
deserto, \ Minha alma morre em silêncio, enquanto você envelhece. \ E olharás o
passado com olhar perdido, \ Com os olhos encharcados, sulcando um vidro fino, \
Sem poder mudar a noite que decidiu nossas vidas. \ Você é o começo e o fim da
minha poesia, \ o novo verso que sempre vai bater na minha alma, \ mas com esse
novo verso me despeço da sua vida. ADEUS AMOR – Eu te amei com toda a minha
alma! \ Deus sabe o quanto eu te amei! \ Eu te dei meu corpo, minha alma \ e a
vida eu te dei. \ Eu te amei com toda a minha alma, \ mas o que você fez ontem \
destruiu toda a confiança \ que eu poderia depositar em você. \ Que dor te
encontrar \ Com aquela outra mulher, \ E descobrir que você estava mentindo \ Como
nunca sonhei. \ Eu te amei com toda a minha alma \ E é impossível voltar \ Sentir
o que eu sentia \ Quando era seu único amor. \ E não tente me explicar, \ não
me importa o porquê. \ Não tente se desculpar: \ o papel não combina com você. \
Não tente se justificar \ que hoje percebi que \ entre você e eu não havia
nada,\ Eu apenas sonhei. Poemas da poeta equatoriana Karina Gálvez.
APRONTAÇÕES DELA NO ÁPICE DO AMOR
O CATIVEIRO AMOROSO DA TEIMOSIA DELA
DOIS POEMAS PRA ELA NUA NA SEXTA-FEIRA, MEIO DIA EM PONTO
TERCEIRO POEMA DE AMOR PRA ELA