quinta-feira, março 07, 2013

NELLY ARCAN, BISHOP, MARSDEN, BAUDRILLARD, MORIN, ALLPORT, CAILLOIS, TAYLOR-JOHNSON, HERGÉ & ALETTA JACOBS

 

MULHERES INSPIRADORAS – UMA: DA FILOSOFIA AO ANARCOFEMINISMO – A biografia da filósofa, anarcofeminista, sufragista e editora britânica, Dora Marsden (1882- 1960) é digna de nota. Ela apareceu primeiramente com a frase: A vida é festa e conflito: esse é o seu sabor... Ciente desses conflitos, passou a observar a relação humana: Nossa briga com as coisas em geral é difícil de expressar em palavras pela razão exata de que a maior parte de nossa briga é contra palavras – contra “pensamentos”. É uma briga com a cultura humana, com os tipos de rótulos colocados nas coisas – ou melhor, nas atividades da vida... Em suas reflexões detectou imediatamente o umbigocentrismo que já dava sinais de eclosão: O centro do Universo está no desejo do indivíduo, e o Universo para o indivíduo não tem significado além de suas satisfações individuais, um meio para um fim... Depois de muitas apreciações sobre a realidade humana chegou a conclusão de que: O universo para nós é dividido em “Nós mesmos” e os “Outros”. Os Outros estão todos misturados com o resto; como um piquenique de retorno de feriado bancário, eles estão todos ligados em uma fileira. É impossível dizer onde um começa e o outro termina. Consequentemente, é impossível diferenciar... O tempo passou e continuamos enfrentando os mesmo problemas. DUAS: A VIDA NO MUNDO DAS IMAGENS – Já a cineasta e fotógrafa inglesa Sam Taylor-Johnson tornou sua visão mais aguda: Acredito que a vida é curta, que se perde muito tempo guardando rancores, e gosto de seguir em frente... Não menos contundente ela encontra o seu lugar no tempo e no espaço: Eu entendo o que é passar por um trauma emocional, recuar e entrar no mundo da sua imaginação. Eu entendo como a arte e a música podem ser um lugar seguro em um mundo de reinvenção... Avança mais sabendo distinguir acima de estereótipos: Pessoas apaixonadas não enxergam gênero, cor ou religião. Ou idade. É sobre a outra pessoa, aquela que você ama e que te ama. Você não pensa neles em termos de um rótulo. Você apenas vai com o seu coração... E com o coração alinhado com a razão ela arremata: Eu queria me tornar um artista porque isso significava possibilidades infinitas. A arte foi uma forma de me reinventar... Bola pra frente. TRÊS: DE GUERRA & MORTES – Não menor foi a atuação da médica e sufragista neerlandesa, Aletta Jacobs (1854-1929), ao enfrentar todo tipo de adversidade familiar, religiosa e social. Não foi à toa que ela iniciou seu ativismo assinalando: As mulheres não se sentem preparadas para a guerra como os homens. Elas são as mães da raça. Os homens pensam em resultados financeiros, as mulheres pensam em luto e dor... Ao publicar o seu livro Memories: My Life as an International Leader in Health, Suffrage, and Peace (1924 – The Feminist Press, 1996), ela considerou: Pensando em tudo isso, percebi que os homens não apenas faziam leis, mas também tinham o poder de reservar para si todos os privilégios e perpetuar a subordinação das mulheres. Eu sabia que isso tinha que mudar... O tempo passou, as coisas continuam bastante complicadas, mas o exemplo destas mulheres merecem aplausos! E vamos aprumar a conversa. Veja mais aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Todo o poder provém duma disciplina e corrompe-se a partir do momento em que se descuram os constrangimentos. Não existem esforços inúteis, Sísifo ganhava músculos... O artista que abdica do privilégio da criação deliberada para favorecer e captar sublimes inspirações não consegue senão criar o acidental… Pensamento do sociólogo, crítico literário e 1ensaísta francês Roger Caillois (1913-1978). Veja mais aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Olha, eu acredito que todos os totalitarismos são desastrosos, sejam eles de direita ou de esquerda, e coloco todos no mesmo saco... Admito que também acreditava que o futuro do Ocidente poderia depender da Nova Ordem. Para muitos, a democracia foi decepcionante e a Nova Ordem trouxe uma nova esperança. Diante de tudo o que aconteceu, foi naturalmente um grande erro ter podido acreditar nisso... Minha ingenuidade naquela época beirava a tolice, poderíamos dizer até burrice... Pensamento do escritor, desenhista e ilustrador Hergé (Georges Prosper Remi – 1907-1983).

 

PROSTITUTA - [...] você sabe muito bem que não vou querer esse homem porque só quero o que não posso ter, como você por exemplo, te quero porque nunca terei você, é simples e sem saída, é desesperadamente lógico, o desejo que só conhece a realidade a si mesma, e você vê que eu mereço a morte por essa teimosia de rato que não sabe voltar atrás, por essa implacabilidade de besta cega que vai acabar morrendo por ter ido longe demais, você vai ver , vou morrer desse compromisso que não quero fazer, e pena de todos os homens sãos e equilibrados que vão me amar e pena de mim principalmente que vai amar os outros, todos acabamos morrendo de discordância de nossos amores. [...] E é com a cabeça entre os joelhos que amei todos os homens da minha vida, assim amo meu psicanalista, que não vê meu corpo se mexendo no sofá quando estou enjoada de repetir minha mãe que vermifuga e meu pai que vem, quando quero sentar e mostrar a ele que não sou apenas uma voz e que um único golpe de minhas garras pode dizer tanto quanto dez anos de tagarelice sobre o que se esconde por trás das palavras. que as marcas que eles deixam não são melhores do que a raiva de uma criança chorando pelo seio da mãe, e além disso, quem sabe se ele está dormindo com a cabeça entre as mãos e sonhando comigo nua em um banheiro, quem sabe se ele não está se masturbando silenciosamente para dar um pouco de vida às minhas narrativas, é algo que nunca saberei, algo que não tenho o direito de ouvir, e se eu soubesse o que aconteceria, o que aconteceria se eu o surpreendesse com a mão presa nas calças e coloquei o pau dele na minha boca, quanto tempo de vida nos restaria se eu movesse minha boca de baixo para cima e da direita para a esquerda, quanto tempo faltava para ele gozar, antes do fim do mundo e do raio impressionante, bom, isso também não sei, e talvez fosse melhor se acontecesse, afinal, talvez eu esteja morrendo por nada acontecer entre nós e pelo fato de que teremos que repetir a cena de meus pais no banheiro, finalmente coloquei ações onde só havia minhas lágrimas, talvez fosse melhor er nos enfrentarmos e falarmos de amor, nos confrontarmos na água do banho e acariciarmos o que cair em nossas mãos, seria melhor se pudéssemos ser clientes e prostitutas pelo espaço de um momento, pela duração de uma sessão ser o único quem paga e a mulher que se entrega, os papéis teriam que mudar no tempo que leva para ele fechar os livros e se tornar um homem em meus braços, mas isso nunca vai acontecer, uma última vez, não pode acontecer desde essas coisas nunca ocorrem quando você é eu, quando você está chamando a vida do lado da morte [...] Sim, a vida cruzou-me, não sonhei, estes homens, milhares, na minha cama, na minha boca, não inventei nada do seu esperma em mim, na minha cara, nos meus olhos, já vi de tudo e ainda continua, todos os dias ou quase, pedaços de homens, seus rabos só, pedaços de rabos que se excitam por não sei porque porque não sou eu eles são duros, nunca foi meu, é minha puta, o fato de eu estar aqui pra isso, chupar, chupar de novo, esses pintos que escorregam um no outro como se eu fosse esvaziar sem volta, tirar deles de uma vez por todas o que eles tem a dizer, e então de qualquer maneira não tenho nada a ver com esses desabafos, pode ser outra pessoa, nem mesmo uma prostituta, mas uma boneca de ar, um fragmento de imagem cristalizada, o ponto de fuga de uma boca que se abre sobre eles enquanto se divertem com a ideia de que eles têm do que os faz gozar, enquanto eles entram em pânico nos lençóis fazendo isso parecer há uma cara careta, mamilos endurecidos, uma boceta encharcada e retorcida, enquanto eles tentam acreditar que esses pedaços de mulher são destinados a eles e que são os únicos que sabem fazê-los falar, os únicos que podem fazer eles se dobram sob o desejo que eles têm de vê-los se curvarem. [...] Trechos extraídos da obra Putain (Contemporary French Fiction, 2002), da escritora canadense Nelly Arcan (1973-2009).

 

DOIS POEMASSONETO: Eu careço de música que flua \ Por meus dedos inquietos e sensíveis, \ Por meus lábios trêmulos, irascíveis, \Com melodia, lenta, clara e crua. \ Ah, a doce ginga que continua, \ De alguma canção que afaste o desgosto, \ Uma canção como água no meu rosto, \ Que me molhe inteira, lavada e nua! \ Há um feitiço que vem da melodia: \ Magia do sossego, respirar \ Calmo, que mergulha no fim do dia \ Pela mansidão profunda do mar, \ E flutua pra sempre no abandono, \ No regaço do ritmo e do sono. UMA ARTE: A arte da perda é fácil ter; \ por tanta coisa cheia de intenção de ser perdida não dá pra sofrer. \ Perca algo todo dia. \ Perder chaves aceite, junto com a aflição. \ A arte da perda é fácil ter.\ Treine perder muito sem se deter: \ lugares, e nomes, a comichão de viajar. \ Nada fará sofrer. \ Perdi jóias da mamãe. \ E dizer que perdi casas que amei de paixão. \ A arte da perda é fácil ter. \ Perdi duas cidades. \ E o prazer de um continente na palma da mão. \ Sinto falta mas não dá pra sofrer. \- Até perder você (a voz, o ser que eu amo) não devia mentir. \ Não, a arte da perda se pode ter embora pareça (diga!) sofrer. Poema da escritora estadunidense Elizabeth Bishop (1911-1979). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

 



A VIOLÊNCIA DO MUNDO – é um livro que reúne as idéias de Jean Baudrillard e Edgar Morin, numa tradução de Leneide Duarte-Plon. Inicialmente o livro traz uma entrevista concedida por Edgar Morin para a tradutora. Em seguida, Maati Kabbal comenta acerca da violência do mundo. Logo após vem o texto de Jean Baudrillard: A violência mundial, onde ele assinala que “A hipótese terrorista é que o sistema se suicide como resposta ao desafio da morte e do suicídio (...) o que é insuportável é muito menos a infelicidade, o sofrimento ou a miséria do que a potencia e sua arrogância. O que é insuportável e inaceitável é a emergência dessa recente potência mundial”. E de Edgar Morin os textos: Introdução à conferência, No cerne da crise planetária e Debate, onde ele assinala que “Pela primeira vez na história do homem, graças à ciência e à técnica, pode-se aniquilar irremediavelmente toda a humanidade. A biosfera também está ameaçada de degradação: os perigos são os frutos do nosso progresso”. Segundo Maati Kabbal, o livro coloca em discussão o momento da violência depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York. A reflexão deles, segundo o jornalista e escritor, sobre a hecatombe ocorrida contrasta fortemente com aquela que foi sumariamente formatada de forma redutora por pseudo-especialistas ou pensadores autoproclamados do Islã, do islamismo e do terrorismo.Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

FONTE:
BAUDRILLARD, Jean; MORIN, Edgar. A violencia do mundo. Rio de Janeiro: Anima, 2004.



A TEORIA DA PERSONALIDADE DE GORDON ALLPORTE - Gordon Allport (1897-1967) nasceu em Montezuma, Indiana, caçula de quatro filhos. Seu pai que estudava Medicina, estava numa situação difícil contrabandeando drogas do Canadá para Baltimore, tendo de fugir da polícia e retornar para sua cidade para abrir uma clinica particular. A mãe era uma devotada religiosa que dominava a família, severa, com forte senso do que é certo ou errado, rigorosa em seus ideais morais. Ainda criança, Allport se isolou de outras crianças fora da família, inventando o seu próprio circulo de atividades, pois que não se dava bem com seus irmãos que não gostavam dele, esforçando-se para ser o centro das atenções com seus poucos amigos. Foi daí que ele propôs a sua teoria da personalidade baseada no fato de que os ecologicamente saudáveis não são afetados por eventos da infância. A partir das suas condições de isolamento e rejeição na infância, ele desenvolveu sentimentos de inferioridade compensando com luta para se sobressair, buscando a identidade resultante desse sentimento. Na idade adulta, ele continuou a se sentir inferior em relação ao seu irmão mais velho, com cujas realizações tentava rivalizar, vez que ele obteve Ph.D em Psicologia e tornou-se um famoso profissional, tornando-o a sombra de seu irmão. Para afirmar sua individualidade, ele afirmava seus interesses eram independentes dos sentimento na infância, formalizando a ideia com o conceito de autonomia funcional. Formou-se e se encontrou com Freud num momento constrangedor de silencio e sob a nomeação de que ele possuía uma personalidade compulsiva. Abalado com esse fato, o encontro foi traumático, passando a dar mais atenção ao consciente ou às motivações visíveis. A PERSONALIDADE – Para Allport, a personalidade é uma organização dinâmica, dentro do individuo, dos sistemas psicofísicos que determinam comportamento e pensamentos característicos. Essa organização dinâmica sinaliza que a personalidade estando sempre mudando e crescendo, esse crescimento é organizado e não aleatorio. Na questão psicofísica, a personalidade é composta de mente e corpo atuando juntos como uma unidade. Todas as facetas da personalidade ativam ou orientam comportamentos e ideais específicas, significando que tudo o que se pensa e faz é característico ou típico da pessoa e que cada pessoa é diferente. HEREDITARIEDADE E AMBIENTE – Enfatizando a singularidade da personalidade, ele afirma que a hereditariedade fornece a matéria prima da personalidade, como o físico, a inteligência e o temperamento, podendo ser moldada, ampliada ou limitada pelas condições do ambiente, demonstrando a importância da genética e aprendizagem. E que essa dotação genética é responsável pela maior parte da singularidade e interage com o ambiente social. Com isso ele considerava que a personalidade pode ser distinta ou descontinua. E que existem duas personalidades: uma para a infância e outra para a idade adulta. A personalidade adulta não é limitada pelas experiências da infância. Ao enfatizar o consciente e não o inconsciente, o presente e o futuro, e não o passado, reconheceu a singularidade da personalidade optando por estudar a personalidade normal. TRAÇO DE PERSONALIDADE – São reais e existem em cada ser humano, não são constructos teóricos criados para explicar comportamentos. Os traçados determinam ou causam o comportamento. Os traços podem ser demonstrados empiricamente. São inter-relacionados e variam de acordo com a situação. Enfim, traços são características diferenciadas que regem o comportamento e são medidos num continuum, estando sujeitos a influencias sociais, ambientais e culturais. Esses traços podem ser individuais, que são peculiares da pessoa e definem o seu caráter; e os comuns, que são compartilhados por uma serie de indivíduos, como os membros de uma cultura. DISPOSIÇÕES PESSOAIS – São traços peculiares à pessoa, o contrário dos traços compartilhados por uma série de pessoas. Um traço cardinal é tão penetrante e influente que afeta que todos os aspectos da vida, mais difundidos e poderosos. Os traços centrais são aqueles temas que melhor descrevem o comportamento humano, como agressividade, autopiedade e cinismo. Esses traços são uma serie de traços especiais que descreve o comportamento de uma pessoa. Os traços secundários são menos importantes que uma pessoa pode apresentar tênue ou inconscientemente. O comportamento expressivo é um comportamento espontâneo e aparentemente sem proposito, geralmente exibido sem se estar ciente disso. O comportamento instrumental é aquele conscientemente planejado pelas necessidades de uma dada situação e elaborado para uma certa finalidade, geralmente para provocar mudanças no ambiente. HÁBITOS E ATITUDES – Os hábitos são respostas especificas e inflexíveis a determinados estímulos. Vários hábitos podem se combinar para formar um traço. As atitudes são semelhantes aos traços, mas elas tem objetos de referencia especificos e envolvem avaliações positivas ou negativas, levando as pessoas a gostar ou odiar, aceitar ou rejeitar, ser a favor ou contra, entre outras. MOTIVAÇÃO – Considerou Allport que é o estado atual da pessoa que é importante, uma vez que planos e interações conscientes que são processos cognitivos são um aspecto vital para a personalidade. As intenções deliberadas são uma parte essencial da personalidade: o que se quer e aqui que se luta são chaves para entender-se o comportamento. A autonomia funcional dos motivos: os motivos dos adultos maduros e emocionalmente saudáveis traz a ideia de que os motivos no adulto normal e maduro são independentes das experiências da infância nas quais eles originalmente surgiram. A autonomia funcional perservativa: é o nível mais elementar, está voltada para comportamentos como vícios e ações físicas repetitivas como formas costumeiras de executar tarefas diárias. Assim, trata-se do grau de autonomia funcional relacionada a comportamentos de nível inferior ou rotineiros. A autonomia funcional do proprium: é fundamental para a compreensão da motivação adulta, uma vez é derivada do proprium que é o ego ou o self, sendo, portanto, o grau de autonomia funcional associado aos valores, o que se gosta de fazer e o que se faz bem. O proprium inclui os aspectos da personalidade que são distintos e próprios da vida emocional. Esses aspectos são peculiares a cada um e unem as atitudes, percepções e intenções. O funcionamento autônomo é um processo de organização que mantem o senso de self e determina a forma como se percebe o mundo, o que se lembra das experiências e a direção que se toma na vida. Esses processos perceptivos e cognitivos são seletivos, selecionam apenas os motivais que são relevantes aos interesses e valores da massa de estímulos existente no ambiente. Esse processo de organização é regido por três princípios: organização do nível de energia, domínio e competência, e padronização autônoma. A organização do nível de energia explica a aquisição dos novos motivos que surgem de uma necessidade para ajudar a consumir o excesso de energia que poderia ser expressa de formas destrutivas ou prejudiciais.
Domínio e competência refere-se ao nível em que se decide satisfazer os motivos. Padronização autônoma descreve uma luta pela coerência e integração da personalidade. FASES DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE – São identificadas sete fases que compreendem a infância até a adolescência, denominada de desenvolvimento do proprium. A fase do eu corporal surge durante os primeiros três anos, quando as crianças ficam cientes da sua existência e distinguem o seu próprio corpo dos objetos do ambiente. A fase do Self-Identify ocorre quando as crianças percebem que sua identidade permanece intacta apesar das várias mudanças que estão ocorrendo. A fase da autoestima é quando as crianças aprendem a ter orgulho das suas realizações. A fase de extensão do eu, surge no período entre o quarto e o sexto ano, quando as crianças passam a reconhecer os objetos e pessoas que fazem parte do seu mundo. A fase da autoimagem ocorre quando as crianças elaboram uma imagem real e uma outra idealista de si mesmas e do seu comportamento e ficam cientes do fato de satisfazerem ou não as expectativas do pai. A fase do self como uma solução racional é a fase que ocorre durante as idades de 6 a 12 anos, quando as crianças começam a aplicar a razão e alógica à solução dos problemas cotidianos. A fase da luta pela autonomia ocorre durante a adolescência, os jovens começam a traçar metas e planos de longo prazo. Idade adulta quando os adultos normais e maduros são funcionamento autônomos, independente dos motivos da infância. Eles funcionam racionalmente no presente e criam conscientemente os seus próprios estilos de vida. A PERSONALIDADE ADULTA SAUDÁVEL – O adulto maduro estende o seu senso de self para as pessoas e as atividades além do self. Relaciona-se carinhosamente com as outras pessoas, exibindo intimidade, compaixão e tolerância. A autoaceitação do adulto maduro o ajuda a obter segurança emocional. Tem uma percepção realista da vida, desenvolve habilidades pessoais e se compromete com algum tipo de trabalho; conserva um senso de humor e objetivação do self (compreensão ou insight do próprio self)/ adota uma filosofia de vida unificadora, que é responsável pela condução da personalidade na direção de metas futuras. CONCLUSÃO – Allport divergiu da Psicanalise de Freud, não aceitando a teoria de que forças inconscientes dominavam a personalidade de adultos normais e maduros; acreditava que pessoas emocionalmente saudáveis agem de forma racional, consciente, cientes e controlando várias das forças que as motivam. Para ele, o inconsciente só é importante no comportamento neurótico ou problemático, alegando que todo ser humano é guiado pelo presente e pela visão do futuro, ocupado em conduzir sua vida para o futuro. Também se opôs a coletar dados de pessoas emocionalmente perturbadas, vendo uma clara diferença: a personalidade anormal age num nível infantil. A única maneira correta de estudar a personalidade seria coletar dados de adultos emocionalmente saudáveis. Entendia que não há semelhanças funcionais na personalidade de crianças e adultos, pessoas normais e anormais ou animais e humanos. Ele dá ênfase na singularidade da personalidade de acordo com o definido pelos traços de cada pessoa, particulares e específicos de cada individuo. Veja mais aqui

REFERÊNCIAS
ATKINSON, Richard; HILGARD, Ernest; ATKINSON, Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à Psicologia. São Paulo: Cengage, 2011.
BOCK, A.M et al.  Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, 2001
DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
LAPLANCHE; Jonh; PONTALIS, J. B. Vocabulário de psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MEZAN, Renato. Interfaces da psicanálise. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2002.
MORRIS, Charles; MAISTO, Alberto. Introdução à psicologia. São Paulo: Pretence Hall, 2004.
MYERS, David. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
ROUDINESCO, Elisabeth. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. Historia da psicologia moderna. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
______. Teorias da personalidade. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
ZIMERMAN, David. Vocabulário contemporâneo de psicanálise. Porto Alegre: Artemd, 2008.
______. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica, clínica – uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed, 2007.
______. Manual de técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artmed, 2004.
 

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