OPNSV DE VCA - Ora pro nobis, Agnus
Dei, porque desde a destruição de Cártago que o Holocausto grassa jorrando
sangue de judeus, tútsis, romanis, circassianos, bósnios, timorenses, hererós,
namaquas, cambojanos, armênios, e salve-se quem puder! O poeta avisa no Cântico
Branco: o barro da morte incutiu desejos no homem, o desespero se esmera e a
morte não mais demora depois da estéril e noturna orgia. Ora pro nobis, Carpe
Diem, porque o Holomodor mudou de nome e não é só ucraniano, têm outros nomes e
tantas outras vítimas! O poeta mira A morte e o Rosto: Cada um tem que tomar a
si sua morte - os castelos da utopia são de areia movedição ilusão os erguem
como ossos de pássaros em voo branco, o tempo mói e o pó do osso espalha no
túmulo, vermes não perdem tempo e a perda do rosto, horta ruinosa que a morte
nada. Ora pro nobis, Carpe noctem, enquanto Rufus não detona, porque as Gadget
e Fat Man já fizeram a desgraça de Hiroshima e Nagasaki. Com a mandíbula eleata
de um cântico escuro o poeta invoca Pusckin numa epígrafe de Montale,
citando Jorge de Sena à sombra do gasômetro, no meio de luzir e azedo com
Ungaretti e algazarra no bazar para o apocalipse líquidoe o anjo
degradado no meio de uma legião angélica. Ora pro nobis, Frui vita, pra quem
não se lembra do golpe de 1964, ou de Chernobyl, nem de Fukushima,
do terremoto do
Haiti, da guerra de Biafra, da erupção do Krakatoa, do tsunami do Oceano
Índico, da erupção do Vesúvio, do Ciclone de Calcutá, do terremoto de Valdivia,
não aprendemos nada e nenhuma lição! O poeta ensaia educação pela palavra,
poema de Heidegger, pemanência do poente e lição de abandono, coisas de Breton.
Ora pro nobis: Non videmus manticae quod in tergo est, porque o
genocídio dos povos originários e todos nós brasileiros está mais que em curso
e mantido em sua em marcha secular! O poeta empunha o coração de barro barroco
para dar dois poemas da lírica áulica pra Clarice Lispector, e ao ágio
das horas piedade de cádmio, cádmio piedoso, luz cardeal, alto como voo de gozozo
gozo e Vênus vem. Ora pro nobis, Hoc non pereo habebo fortior me, meditação de pedra com
versos de Juana Inés de la Cruz, três fragmentos de Drummond para
a confissões, a começar imedida, alteridiática do poeta no vento de Mário de Andrade, por dias de chumbo e ira, piedade bovina para Gerardo de Mello Mourão, meditação de pedra para Perse, cítara ártica e a palavra fragmentada,
incêndios caídos, candelabros trêmulos, inventário crível, d’água diz
ex-positis: ora pro nobis, Scânia Vabis. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS - Podemos
viver em um mundo de fraternidade e paz sem doenças, medo e opressão? Temos que
ficar do lado das pessoas que estão sendo oprimidas. E se não pudermos fazer
isso, então não estamos fazendo nosso trabalho, porque as pessoas naquela
comunidade minoritária ou naquela comunidade não terão nenhuma fé no programa
médico que está lá se você não puder aceitar o lado deles. Você não pode ajudar
as pessoas pobres e ficar confortável. Você sabe, as duas coisas simplesmente
não são compatíveis. Se você realmente deseja prestar bons cuidados de saúde às
pessoas pobres, deve estar preparado para se sentir um pouco desconfortável e
colocar um pouco de sacrifício por trás disso... Nunca me senti esquecida
porque não esperava nenhum tipo de reconhecimento. Acho que isso é muito típico
das mulheres. Fui aculturada para ser solidário, para ser complacente, para
apoiar os homens no trabalho que eles fazem. Nunca pensamos em obter crédito ou
reconhecimento ou mesmo assumir o poder. Não pensamos nesses termos. Claro que
acho que isso está mudando agora e há uma onda de mulheres que não estão apenas
concorrendo a cargos, mas sendo eleitas. Isso poderia fazer uma diferença
incrível em nosso mundo. Nunca teremos paz no mundo até que as feministas
assumam o poder. Acho que a única coisa que aprendemos em nossa união é que
você não espera. Você simplesmente sai e começa a fazer as coisas.
Pensamento da ativista estadunidense Dolores Huerta, cofundadora da
Associação Nacional de Camponeses, que mais tarde se juntou ao Sindicato Geral
de Camponeses (United Farm Workers).
ALGUÉM FALOU - Se um blogueiro morre sem
transformar seu conhecimento para a nova geração, o conhecimento não tem
sentido. Se um exemplo se uma bruxa não pode
transformar seu conhecimento para ninguém, ela faz um buraco onde ela morre... Pensamento
do escritor e jornalista hindu, Ravindra Prabhat, autor do
poema Aliteração da mente: Templo,
a vida é uma canção primaveril de lua de mel nos lábios da humilde abelha, / Alcoólatra
realizado na flor de mostarda, como um amigo.
A MULHER QUE PASSOU UM ANO NA CAMA- [...] Você vai mentir para mim e prometer lê-los? Livros precisam ser lidos. As páginas precisam ser viradas
[...] Ela gostava de pessoas. Eu, posso pegá-los ou deixá-los, mas
principalmente deixá-los. [...] Destrancar a pesada porta externa e entrar no interior silencioso, com a
luz da manhã derramando-se das altas janelas sobre os livros que a esperavam,
deu-lhe tanto prazer que teria trabalhado de graça. [...] Seu problema é que você quer ser feliz o tempo todo. Você tem cinquenta anos - ainda não
percebeu que, na maioria das vezes, a maioria de nós apenas se arrasta pela
vida? Dias felizes são poucos e distantes
entre si.
[...] O sexo com o gorila continuou um
pouco, mas uma vez que ele tropeçou no meu clitóris, nós dois nos divertimos
[...]. Trechos extraídos da obra The Woman
Who Went to Bed for a Year (Penguin, 2012), da
escritora inglesa Sue Townsend (1946-2014). Veja mais aqui.
DOIS POEMAS - EM DIREÇÃO A ELA O pouco que sei dela / Ela é
mais bonita que eu / Então / eu tenho que fazer algo: / Dar um passo à frente /
Rumo ao fim / Ou / Voltar / Rumo à SUA / EZ - ? - Eles são inseparáveis / - Bons sonhos. / Ela
disse / Segundo ela / Ele finge sorrir / -Há um mas- / Assim que ela adormece/ Ele sonha
em partir / Persegui-la / Mesmo no meio dos seus sonhos / Mas / onde diabos ela
foi? / Parece que ele está gritando / Ele diz que está hipnotizado / É
insuportável / Ele disse / E / Assim que ele vira as costas / Ele está dormindo
/ Como uma tora / YOUREZ. Poema do escritor tunisiano Youssef
Rzouga.