AFETIVIDADE – Segundo Dalgalarrondo (2008), a vida
afetiva é a dimensão psíquica que dá cor, brilho e calor a todas as vivencias
humanas. Sem afetividade, a vida mental torna-se vazia e sem sabor. Já segundo
Paim (1993) é a capacidade de experimentar sentimentos e emoções. É o estado de
animo ou humor como disposição afetiva fundamental, rica em todas as instancias
emocionais e vitais, que dá a cada um dos estados de animo uma tonalidade entre
dois polos, um patético e outro apático. Distinguem-se cinco tipos básicos de
vivências afetivas: humor ou estado de animo, emoções, sentimentos, afetos e
paixões. HUMOR OU ESTADO DE ÂNIMO – O humor, para Paim (1993), consiste na soma
total dos sentimentos presentes na consciência em dado momento. O estado
afetivo fundamentais do individuo (alegria, bem-estar, jubilo, felicidade,
inquietação, angustia, tristeza, desespero) depende inteiramente das
circunstancias pessoas da vida, dos desejos, inclinações e especialmente do
estado de sua saúde física. EMOÇÕES – Para Dalgalarrondo (2008), as emoções
podem ser definidas como reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas
por estímulos significativos. Assim, a emoção é um estado afetivo intenso, de
curta duração, originado geralmente como a reação do individuo a certas
excitações internas ou externas, conscientes ou inconscientes. Assinala Paim
(1993) que a emoção é um estado afetivo intenso e complexo, proveniente de uma
reação ao mesmo tempo psíquica e orgânica do individuo inteiro contra certas
excitações internas ou externas. SENTIMENTOS – Os sentimentos, segundo Dalgalarrondo
(2008), estão comumente associados a conteúdos intelectuais, valores,
representações e, em geral, não implicam concomitantes somáticos. Constituem
fenômeno muito mais mental que somático. Para Paim (1993) o sentimento é um
estado afetivo atenuado, estável, duradouro e organizado com maior riqueza e
complexidade do que os elementos representativos. Os sentimentos da esfera da
tristeza são melancolia, saudade, tristeza, nostalgia, vergonha, impotência,
aflição, culpa, remorso, autodepreciação, autopiedade, sentimento de
inferioridade, infelicidade, tédio, esperança, entre outros. Os sentimentos da
esfera da alegria são euforia, jubilo, contentamento, satisfação, confiança,
gratificação, esperança, expectativa, entre outros. Sentimentos da esfera da
agressividade são raiva, revolta, rancor, ciúme, ódio, ira, inveja, vingança,
repúdio, nojo, desprezo, etc. Os sentimentos relacionados à atração pelo outro
são amor, atração, tesão, estima, carinho, entre outros. Os sentimentos
associados ao perigo são temor, receio, desamparo, abandono, rejeição, etc. Os
sentimentos do tipo narcísico são vaidade, orgulho, arrogância, onipotência,
superioridade, empáfia, prepotência, etc. AFETOS – Para Dalgalarrondo (2008),
define-se afeto como a qualidade e o tônus emocional que acompanha uma ideia ou
representação mental. Os afetos acoplam-se a ideias, anexando a elas um
colorido afetivo. Seriam o componente emocional de uma ideia. PAIXÕES – A
paixão, segundo Dalgalarrondo (2008), é um estado afetivo extremamente intenso,
que domina a atividade psíquica como um todo, captando e dirigindo a atenção e
o interesse do individuo em uma só direção. A paixão intensa impede o exercício
de uma logica imparcial. ALTERAÇÕES DA AFETIVIDADE – Para Paim (1993) as
alterações da afetividade são hipertimia, hipotimia, apatia ou indiferença
afetiva, sentimento de falta de sentimento, sentimento de insuficiência,
sentimentos sem objeto, sentimentos inadequados, qualidades novas dos
sentimentos, pânico, sentimentos de presença, irritabilidade patológica,
tenacidade afetiva, instabilidade afetiva, incontinência emocional,
sugestibilidade patológica, puerilismo, moria, angustia, ambivalência afetiva e
fobias. HIPERTIMIA – Para Paim (1993) a hipertimia ou estado de animo
morbidamente elevado, distinguem-se a euforia e a exaltação afetiva patológica.
A euforia simples traduz por um estado de completa satisfação e felicidade na
qual vefiicam-se elevação do estado de animo, aceleração do curso do
pensamento, loquacidade, vivacidade da mímica facial, aumento da gesticulação,
riso fácil e logorreia. A euforia simples é observada nos indivíduos
predispostos constitucionalmente e, em sua forma pura, na fase maníaca, nos
estados hipomaníacos, na embriaguez alcoolica, na demência senil. Na exaltação
patologia há não só euforia como também aumento da convicção do próprio valor e
das aspirações. Vai acompanhada de aceleração do curso do pensamento que pode
chegar à fuga de ideias, desviabilidade da atenção e certa facilidade para
passar rapidamente do pensamento à ação. A instabilidade afetiva desses
enfermos se traduz pelça extrema facilidade com que eles passam da euforia à
tristeza ou à cólera. O estado de animo é o da distimia expansiva. Nos estados
de exaltação patologia os enfermos dão a impressão de mais jovens, há aumento
do turgor vitalis, manifestação de apetite voraz e de excitação sexual,
insônia, grande facilidade dos movimentos expressivos e tendência irresistível
à ação. HIPOTIMIA – Na hipotimia ou depressão patológica, segundo Paim (1993),
verifica-se o aumento da reatividade para os sentimentos desagradáveis, podendo
variar desde o simples mal-estar até o estupor melancólico. Caracteriza-se
essencialmente por uma tristeza profunda e imotivada, que se acompanha de
lentidão e inibição de todos os processos psíquicos. APATIA OU INDIFERENÇA
AFETIVA – Segundo Paim (1993) a afetividade está completamente abolida, não se
observando nunca em nenhum transtorno psicótico. Entretanto, a diminuição dos
moveis afetivos é um sintoma constante em varias enfermidades mentais.
Observações revelaram que nesta enfermidade não existe embotamento afetivo, ao
contrario, as alterações são devidas aqui a um transtorno da coordenação entre
sentimentos e pensamento. É uma alteração qualitativa dos processos afetivos tornando
os sentimentos dos esquizofrênicos inadequados e inteiramente incompreensíveis
para as pessoas normais. Indiferença afetiva e uma completa ausência de
sensibilidade moral são observadas em certas personalidades anormais,
especialmente naqueles indivíduos identificados como insensíveis. SENTIMENTO DE
FALTA DE SENTIMENTO – Anota Paim (1993) tratar-se da situação em que os
enfermos se queixam de que não experimentam sentimentos de espécie alguma, de
que não sentem animo para participar de festas ou de qualquer tipo de
distração. SENTIMENTO DE INSUFICIENCIA – Nesses casos, Paim (1993) aborda que
os enfermos deprimidos manifestação alterações dos sentimentos no sentido de
uma espécie de sentimento de insuficiência, que os incapacita para a pratica de
qualquer ação. Trata-se de uma incapacidade real, motivada pelo transtorno
primário da afetividade. SENTIMENTOS SEM OBJETO - Paim (1993) afirma que
ocasionam profundo sentimentos aos pacientes, notadamente nas depressões
endógenas nas quais pode-se verificar uma espécie de angustia indeterminada,
que não se encontra ligada a nenhum fator real, denominada de angustia
flutuante. SENTIMENTOS INADEQUADOS – são acontecimento que, segundo Paim
(1993), normalmente produzem reação intensa em indivíduos sãos, podendo
ocasionar uma reação paradoxal. Os fatos podem ser acompanhados da mais
completa indiferença ou de fatos banais que provocam intensas reações afetivas.
É a inadequação dos sentimentos denominada de dissociação afetiva, admitindo-se
se tratar de um sintoma primário da esquizofrenia. QUALIDADES NOVAS DOS
SENTIMENTOS – Anota Paim (1993) que o enfermo revela sentimentos e estados de
animo qualitativamente novos, na maioria das vezes indefinidos e
incompreensíveis. Os pacientes fazem referencias a sentimentos de pavor, de
desespero, de solidão, de desprezo social ou sentimentos de beatitude e de
iluminação divina. PÂNICO - Dalgalarrondo (2008) define como medo intenso, de
pavor relacionada geralmente ao perigo imaginário de morte iminente,
descontrole ou desintegração. O pânico se manifesta sempre como crise de
pânico. Estas são crises agudas e intensas de ansiedade, acompanhadas por medo
intenso de morrer ou de perder o controle e de acentuada descarga autonômica
(taquicardia, sudorese, etc.). Segundo Paim (1993) consiste numa vivência de
extraordinária repercussão psiquica tão intensa em certos casos que se tem
tentado denomina-la de reação neurótica de pânico. SENTIMENTOS DE PRESENÇA –
Para Paim (1993) o enfermo tem a certeza imediata de que alguém está ao seu
lado, atrás dele, sente a presença de alguém que nunca é visto, porém está
certo de que está próximo ou se afasta. IRRITABILIDADE PATOLOGICA – Anota Paim
(1993) que é a predisposição especial ao desgosto, à ira e ao furor, nos quais
os enfermos manifestam impaciência, irritabilidade, aumento da capacidade de
reação para determinados estímulos e intolerância pelos ruídos. Nas
personalidades anormais explosivas, o sintoma principal é a irritabilidade
patológica. TENACIDADE AFETIVA – Para Paim (1993), consiste na persistência
anormal de certos estados afetivos, como ressentimento, o ódio e o rancor. INSTABILIDADE
AFETIVA – Entende Paim (1993) que é o estado especial em que se produz a
mudança rápida e imotivada do humor, sempre acompanhada de extraordinária
intensidade da reação afetiva, que se processa com duração muito limitada. INCONTINÊNCIA
EMOCIONAL - Paim (1993) assinala que é uma forma de alteração da afetividade
que se manifesta pela facilidade com que se produzem as reações afetivas,
acompanhadas de certo grau de incapacidade para inibi-las. SUGESTIBILIDADE
PATOLOGICA – Anota Paim (1993) que se trata de uma alteração da ordem tanto
afetiva quanto volitiva, sendo uma predisposição psíquica especial que
determina uma receptividade e uma submissão muito fáceis às influencias
estranhas exercidas sobre o individuo. PUERILISMO - Paim (1993) indica que é o
temo empregado para designar as alterações mentais caracterizadas pela
regressão da personalidade adulta ao nível de comportamento infantil. Em consequência,
o enfermo adota inconscientemente as atitudes, linguagem e o estado de animo de
uma criança. MORIA – É o estado que, segundo Paim (1993), é dado com excitação
alegre associado a certo puerilismo mental. Nesses casos os enfermos fazem
bufonarias, caretas, não permanecem quietos um só instante, o humor é altamente
instável, tornam-se cada vez mais exuberantes, loquazes, riem às gargalhadas. ANGÚSTIA
– Para Paim (1993) é o sentimento frequente e torturante, sem objeto, quando os
processos do conhecimento que a precedem são frequentemente muito mais vagos e
indiferenciados, características que correspondem a estratos psiquicos mais
primitivos. AMBIVALENCIA AFETIVA – Anota Paim (1993) que é a fala do amor e
temor ou ódio que uma pessoa pode ter em relação a outra, dos acontecimentos
que se tem e são desejados, como uma operação, a tomada de posse de um cargo. FOBIAS
– Para Paim (1993) é um temor insensato, obsessivo e angustiante que certos
doentes sentem em determinadas situações e consiste no temor patológico que
escapa à razão e resiste a qualquer espécie de objeção. É o temor obsessivo aos
espaços abertos (agorafobia), ou fechados (claustrofobia), aos contatos humanos
ou com animais (cães, ratos), temor de atravessar ruas, de subir ou descer elevadores,
de lugares altos, etc. CATATIMIA – Para Dalgalarrondo (2008) é a importante
influencia que a vida afetiva, o estado de humor, as emoções, os sentimentos e
as paixões exercem sobre as demais funções psíquicas. Veja mais
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