sexta-feira, março 08, 2013

ANNA SEWELL, XICO SÁ, NELLA LARSEN, ROMILLY, LITERATURA & HISTÓRIA DO TEATRO

 


LÁ VOU EU PRO TEATRO – A primeira leitura a respeito do tema teatral foi o Manual do Encenador de Hermilo Borba Filho, batendo o centro para melhor me inteirar da arte imortalizada na minha terra por Miguel Jassely, Lelé Corrêa e Fenelon Barreto. Eu havia assisto umas dramatizações no palco do ginásio e saí impressionado com aquilo. A responsável pela biblioteca que também era minha professora, Jessiva Sabino de Oliveira, foi quem recomendou o livro. A partir daí não parei mais estudar as artes cênicas e dramáticas. Saí lendo de tudo, dos gregos antigos até os contemporâneos, consumindo páginas e, como ainda era aluno de ginasial, peiticava para participar aqui e ali de encenações. Foi por esta época que me caiu às mãos o texto teatral O náufrago do Mafalda, de Fenelon Barreto, pensando eu que, pelo título, seria uma comédia e não era – mais uma entre as suas vinte e tantas tragédias. Foi quando a gente ainda rapazote inventou de montar outra peça deste autor, Adoração, e tudo malogrou. Estudando e sonhando demais com a realização de um espetáculo, resolvi eu mesmo escrever meu próprio texto: O Prêmio – que à época possuía o título de Em busca de um lugar ao Sol sob a especulação imobiliária -, encenada por um jovem grupo adolescente na quadra do Colégio Diocesano dos Palmares. Foi um sucesso! Embalei na coisa e escrevi outro: A viagem noturna do Sol, que foi encenada em Recife, em 1983, com o Grupo TTTrês Produções Artísticas, dirigida por José Manoel Sobrinho. Por esse tempo eu já zanzava pelas ruas do Recife poetando, tomando umas e outras, estudando muito e percorrendo palcos e plateias pra cima e pra baixo – o salário ficava grande parte na compra da Livro 7, quando não alisava as vistas nas bibliotecas e cursos. Foi justamente por isso que o saudoso Paulo Cavalcanti me jogou na caixa dos peitos para adaptar, dirigir e musicar João Sem Terra, do Hermilo. Uma trabalheira medonha. Depois tomei gosto e ainda escrevi mais dois textos: O coronel e seu capaz – inspirado na obra O senhor Puntilla e seu criado Matti, de Brecht -, afora um outro Corpo versus Corpo – uma metáfora envolvendo três personagens: dois homens ávidos pelo poder sobre uma mulher. Ficou nisso porque passei adaptar para o teatro infantil os textos de Elita Afonso Ferreira, quando fundamos as Edições Bagaço. Daí, então, fiz outras incursões Brasil afora e participei de cursos, fiz trilhas sonoras, criei uma associação classista na minha cidade, reuni grupos, dirigi alguns espetáculos, fiz palestras, oficinas e ministrei cursos na área. Depois a partir dos anos 1990 me dediquei ao público infantil, publicando livros e contando histórias pelo Brasil afora, ocasião em que escrevi o texto O lobisomem zonzo e, posteriormente, pelos anos 2000, pulando de palco em tablado, criei e atuei no espetáculo Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas, desde 2010. Ainda hoje atuo, leio e estudo teatro, uma das artes que mais me fascina! Veja mais abaixo e mais aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Mas onde está o conhecimento do passado tornado vivo e presente? Bem, acima de tudo, na literatura! E isso, aos meus olhos, é a maravilha. Encontra-se em textos franceses e estrangeiros, modernos e antigos. Parece-me, portanto, um erro muito grave representar o ensino da literatura como uma espécie de elegância supérflua e gratuita. Na verdade, é graças à literatura que se forma quase toda a nossa ideia de vida; o desvio pelos textos leva diretamente à formação do homem. Eles nos trazem análises e ideias, mas também imagens, personagens, mitos e sonhos que se sucederam na mente dos homens; eles nos comoveram um dia porque foram expressos ou descritos com força; e é dessa experiência que a nossa se alimenta... Pensamento da filóloga e escritora grega Jacqueline de Romilly (1913-2010).

 

ALGUÉM FALOU: Para que servem os amigos, senão para ajudar a carregar nossos pecados?... Acho que ser mãe é a coisa mais cruel do mundo... Os autores não fornecem imaginação, eles esperam que seus leitores tenham a sua própria e a usem... Pensamento da enfermeira e escritora estadunidense Nella Larsen (1891-1964).

 

BELEZA NEGRA - [...] São boas pessoas que fazem bons lugares. [...] Você sabe por que este mundo é tão ruim quanto é?... É porque as pessoas pensam apenas em seus próprios negócios e não se preocupam em defender os oprimidos, nem trazer os malfeitores à luz. […] Minha doutrina é esta: se virmos crueldade ou injustiça que temos o poder de impedir e não fizermos nada, tornamo-nos participantes da culpa. [...] Se algo é certo, pode ser feito, e se for errado, pode ser feito sem; e um bom homem vai encontrar uma maneira [...]. Trechos extraídos da obra Black Beauty (Ridel, 2004), da escritora inglesa Anna Sewell (1820-1878). Veja mais aqui.

 

FESTAGastei talão-de-passe \ à tua procura, \ cozinhei os miolos \ nesta fervura. \ Gastei meu sapato novo \ no itinerario, \ botei anúncio na TV \ rário e no Diário. \ Gatei 999,99 esperanças \ sem nenhuma pista z peguei até um táxi \ na Conde da Boa Vista. \ Soube que tu estavas \ no Beco da Fome \ ouvindo outros versos \ nos braços doutro homem. \ Soube que tu estavas \ na Tamarineira \ tomando choques \ e falando besteiras? Poema do escritor e jornalista Xico Sá, in: Varal de poesias (s\d), textos selecionados Projetos das Quartas. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 



BERTOLT BRECH: ESTUDOS SOBRE TEATRO – O livro “Estudos sobre teatro” do poeta, dramaturgo e encenador alemão Eugen Berthold Friedrich Brecht (1898-1956), aborda questões como a possibilidade do mundo hoje ser reproduzido pelo teatro, notas sobre peças e representações, a ópera Grande e Decadência da Cidade de Mahagony, a Ópera dos Tres Vintens, a peça A Mãe de Gorki, teatro recreativo e teatro didático, efeitos de distanciamento na arte dramática chinesa, as cenas de rua, a nova técnica da arte de representar, O Senhor Puntilla e seu criado Matti, a obra clássica intimidada, Pequeno Organon para o teatro, a dialética para o teatro, a práxis do teatrao, Antígona de Sófocles, a utilização de um modelo restringe a liberdade artística, acerca da contribuição da música para o teatro épico, palavras do dramaturgo sobre o teatro do cenógrafo Caspar Neher, acerca da distribuição e de uma carta a um ator. Veja mais aquiaqui.

FONTE:
BRECHT, Bertolt. Estudos sobre teatro.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.




TRAGÉDIA MODERNA – O livro “Tragédia moderna” de Raymond Williams, traz um prefácio de Iná Camargo Costa e é dividido em duas partes: a primeira, idéias trágicas; e a segunda, literatura trágica moderna. Na primeira parte aborda questões acerca da tragédia e a experiência, a tradição, as idéias contemporâneas, a revolução e a continuidade. A segunda traz abordagens acerca de herói e vítima na feitura da tragédia liberal de Ibsen e Miller, a tragédia privada de Strindberg, O´Neill e Tenesse Williamsn, a tragédia socal e pessoal de Tolstoi e Larwrence, o impasse e aporia trágicos de Tchekov, Pirandello, Ionesto e Beckett, a resignação trágica e sacrifício de Eliot e Pasternak, o desespero trágico de Camus e Sartre e uma rejeição à tragédia de Brecht.
Raymond Williams (31 Agosto 1921 - 26 Janeiro 1988) foi um acadêmico, crítico e novelista Galês. Seus escritos em política, cultura, literatura e cultura de massas refletiram seu pensamento marxista. Foi uma figura influente dentro da Nova Esquerda e na teoria cultural em geral. Mais de 750 000 cópias de seus livros foram vendidos apenas no Reino Unido. (Politics and Letters, 1979) e há muitas traduções de suas diversas obras. Veja mais aqui e aqui.

FONTE:
WILLIAMS, Raymond. Tragédia moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.






HISTÓRIA MUNDIAL DO TEATRO – O livro “História mundial do teatro”, de Margot Berthold, traz a trajetória desde o teatro primitivo, Egito e antigo oriente, nas civilizações islâmicas e indo-pacíficas, na China, no Japão, na Grécia, Roma, Bizâncio, a Idade Média, a Renascença, o Barroco, a era da cidadania burguesa e do Naturalismo ao presente, com o teatro do diretor, os meios de comunicação de massa, a crise, o exprerimento, o show business na Broadway, o engajado, ricamente ilustrado com fotos e iconografias importantes. Indispensável. Veja mais aqui.

Fonte:
BERTHOLD, Margot. História mundial do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2008.





JOGO, TEATRO & PENSAMENTO, DE RICHARD COURTNEY – A obra Jogo, teatro & pensamento: as bases intelectuais do teatro na educação, de Richard Courtney, trata da filosofia educacional diante do jogo e do teatro, a história do pensamento educacional, o mundo antigo, medieval, a renascença, o período neoclássico, o período romântico, a teoria de Schiller-Spencer, a teoria do instinto de Karl Groos, pré-exercicios, teoria da catarse, teorias fisiológicas, teoria da recreação, teoria do relaxamento, teoria da recapitulação, teoria genética, estádios em educação pedocêntrica, formas de abordagem dramática, educação dramática, escola de psicologia profunda, pensamento simbólico, psicanálise britânica, psicoterapia infantil, os elementos da ludoterapia, escolas de psicoterapia, o fenômeno do acting-out, psicodrama, criatividade e espontaneidade, estética e criatividade, o artista no teatro, antropologia social, abordagem sociológica, o teatro do selvagem, jogo dramático, a plateia, teorias gerais do jogo, abordagens americanas, teoria da aprendizagem, imitação, identificação, teoria dos papeis, cognição, pensamento criativo, aprendizagem da memória, psicolinguística, linguagem das crianças, fala e pensamento. Veja mais aqui.

FONTE:
COURTNEY, Richard. Jogo, teatro & pensamento: as bases intelectuais do teatro na educação. São Paulo: Perspectiva, 1980.




GERD BORNHEIM & TEATRO: A CENA DIVIDIDA – A obra “Teatro: a cena dividida” de Gerd Bornheim aborda questões sobre o teatro popular, a situação e o impasse, a indiferença de Lukács, a mística das origens, a metamorfose do povo, sobre o folclore, sobre o drama histórico, sobre o repertório clássico, a atualidade do atual, o povo, minuta para a demarcação do conceito, texto de uma entrevista, teatro e literatura, os caminhos do teatro contemporâneo e debate. Veja mais aqui.

FONTE:
BORNHEIM, Gerd. Teatro: a cena dividida. Porto Alegre: LP&M, 1983.



CONSTANTIN STANISLAVSKI: A CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM – A obra “A construção da personagem” do ator, diretor, pedagogo e escritor russo Constatin Stanislavski (1863-1938) trata da caracterização física, vestir a personagem, personagens e tipos, tornar expressivo o corpo, plasticidade do movimento, contenção e controle, a dicção e o canto, entonações e pausas, acentuação, a palavra expressiva, a perspectiva, tempo-ritmo no movimento e no falar, o encanto cênico, ética do teatro, padrões de realização e algumas conclusões sobre a representação. Veja mais aqui.

CONSTANTIN STANISLAVISKI – pseudônimo de Constantin Siergueieivitch Alexei teve grande destaque entre os séculos XIX e XX. Sua primeira apresentação ocorreu quando ainda tinha sete anos em um teatro que seu pai mandara construir em sua casa. Neste local, também conhecido como Circulo Alexeiev, aconteciam vários encontros com atores, diretores, músicos, artistas plásticos conhecidos. Após os casamentos na família, esses encontros começaram a ficar mais raros. Em 1888, Stanislavski funda a Sociedade Literária de Moscou, no qual passa a estudar a arte teatral com grandes personalidades da época, como o diretor Fiédotov. Este empreendimento não teve muito sucesso, principalmente no aspecto financeiro o que levou Stanislavski a arcar sozinho com as despesas. Após trocar correspondências com Vladímir Ivânovitch Niemiróvitch-Dântchenco (1858 – 1943), escritor e professor de arte dramática na Filarmônica de Moscou; iniciou no dia 22 de junho de 1897, às 14h; no Slaviánski Bazar (Mercado Eslavo, nome de um restaurante), não só um conversa histórica, mas um diálogo, de um empreendimento, que marcaria o teatro no século XX: o Teatro de Arte (ou Artístico) de Moscou Acessível a Todos, que depois passaria a ser conhecido como o Teatro de Arte de Moscou. Foi neste local que Stanislavski, durante anos, teve a oportunidade de testar métodos e técnicas no trabalho de preparação do ator. Muito desses foram deixados de lado e outros aprofundados. Estes seus estudos geraram o conhecido "sistema" Stanislavski (como ele mesmo o chamava).Em 1905 ele acrescentou ao teatro o estudio experimental, base de sua pedagogia e critica do teatro. Dedicando ao teatro, durante mais de 40 anos, uma atitude critica e de constante preocupação, Stanislavski revê e dignifica a função do ator, oferecendo-lhe quer no incansavel dia a dia de direitor, quer em seus escritos didaticos e teóricos, uma orientação que abrange todos os niveis do comportamento dramatico. Com seu método ele apresenta os meios praticos de atingir-se o desempenho, ensinando os procedimentos psicologicos e tecnicos do aproveitamento de estmulos sensoriais, da memória emotiva, da descontração muscular, da imaginação e da pratica de observar e observar-se.




OLGA REVERBEL: TEATRO NA SALA DE AULA – A obra “Teatro na sala de aula”, de Olga Reverbel, trata do professor, do aluno, do ambiente, as atividades dramáticas com suas estratégias e avaliações, as atividades integradas, a descoberta do movimento, do som e do espaço, a interpretação, a direção de espetáculo na escola, em busca de um repertório para o espectador jovem, iniciação à critica, as fichas de avaliação, planejamentos e para onde vai o teatro na educação.

FONTE BIBLIOGRÁFICA
REVERBEL, Olga. Teatro na sala de aula. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1979.
BIBLIOGRAFIA:
STANISLASVSKI, Constantin. A construção da personagem. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983,



O TEATRO BRASILEIRO MODERNO DE DÉCIO DE ALMEIDA PRADO – A obra “O teatro brasileiro moderno” de Décio de Almeida Prado é uma das obras indispensáveis para o pesquisador e militante do teatro brasileiro por se tratar de um painel vivo e profundo da cena brasileira. O autor, por sua trajetória de mais de 50 anos de teatro no Brasil, dá o seu testemunho efetuando uma análise acerca das principais realizações cênicas e dramatúrgicas, acompanhando a efervescência do Teatro de Procópio Ferreira, Nelson Rodrigues, a criação do TBC, o Arena, o Oficina, até chegar no momento teatral da atualidade. Indispensável.

FONTE:
PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno. São Paulo: Perspectiva, 2008.




RENATA PALLOTTINI: INTRODUÇÃO À DRAMATURGIA – O livro “Introdução à dramaturgia”, de Renata Pallottini, oriundo da tese de doutoramento da autora para a Escola de Comunicações e Artes da USP, aborda a questão da ação dramática e conflito, o teatro épico e dramática rigorosa e analise de um texto do teatro épico. Traz também o prefácio “A dramaturgia como teoria” de Fernando Peixoto.

A AUTORA: A poeta, escritora, professora e dramaturga paulista Renata Pallottini cursos Filosofia na PUC e direito na Faculdade do Largo de São Francisco, estudou dramaturgia na Escola de Arte Dramática onde mais tarde lecionou. É autora de diversos livros de poesia e teatro.


FONTE:
PALLOTTINI, Renata. Introdução à dramaturgia. São Paulo: Brasiliense, 1983.



VIOLA SPOLIN: IMPROVISAÇÃO PARA O TEATRO – A obra “Improvisação para o teatro” de Viola Spolin, aborda questões como teoria e fundamentação, a experiência criativa, sete aspectos da espontaneidade, procedimentos nas oficinas de trabalho, a composição física das oficias de trabalho, exercícios de orientação, onde, atuando com o corpo todo, aprimorando a percepção, marcação de cena não-direcional, ouvir, ver e não fitar, agilidade verbal, contato, silêncio, dicção, rádio e efeitos técnicos, desenvolvimento material para situações, exercícios de afinação, discurso, fisicalização, ver, desenvolvimento de cenas a partir de sugestões da platéia, emoção, conflito, personagem, a criança e o teatro, princípios fundamentais para o ator infantil, teatro formal e teatro improvisacional, ensaio e desempenho, post-mortem e problemas especiais, histórias para ensaios, dirigindo a criança-ator, eliminando qualidades de amador, definição dos termos, livros de jogos recomendados, entre outros.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1979.



SÁBATO MAGALDI: INICIAÇÃO AO TEATRO – A obra “Iniciação ao teatro” de Sábato Magaldi trata do conceito de teatro, o texto, o ator, os elementos visuais, a arquitetura, o encenador, a empresa, o público, a participação do Estado, nacionalismoa, qualificativos em voga como boulevard, vanguarda, teatro político, épico, social, popular, pobre, criação coletiva, o happening, teatro do oprimido, destino do teatro com relação á televisão e ao cinema, os erros da nostalgia e o exemplo de Copeau. Veja mais aqui.

SÁBATO ANTONIO MAGALDI é teórico, critico teatral e professor mineiro radicado no Rio de Janeiro desde 1948. Ele pertence ao primeiro escalão intelectual brasileiro, influente pensador ligado a momentos decisivos da história do teatro brasileiro. Formou-se em direito, em 1949, pela Universidade de Minas Gerais (faz o último ano no Rio de Janeiro). De 1950 a 1953, foi crítico teatral do Diário Carioca, enviando colaboração da França, enquanto lá permanece de 1952 a 1953. Nesse ano recebe o certificado de estética da Sorbonne (Universidade de Paris), sendo seu professor Etiènne Souriau. A obtenção desse certificado exige ainda aprovação nos cursos de psicologia e história da arte moderna. Regressa ao Brasil, transfere-se para São Paulo, a convite de Alfredo Mesquita, a fim de lecionar história do teatro na Escola de Arte Dramática - EAD, e se torna redator do jornal O Estado de S. Paulo. Com a criação do Suplemento Literário, em 1956, tornou-se titular da coluna de teatro até 1969. Participou do Seminário de Dramaturgia do Teatro de Arena, em 1958, e dirigu nos anos 60 a coleção Teatro Universal, da Editora Brasiliense, e a coleção Teatro Vivo, da Editora Abril, nos anos 70. Fundada a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ECA/USP, em 1967, chegou por concurso a professor titular de teatro brasileiro. E recebeu o título de professor emérito em 2000. Foi o primeiro secretário municipal de Cultura de São Paulo, a convite do prefeito Olavo Setúbal. Com Maria Thereza Vargas, lançou, em 1975, Cem Anos de Teatro em São Paulo, publicação fasciculada destinada a comemorar o centenário do jornal O Estado de S. Paulo e depois editada em livro (Editora Senac São Paulo, 2001). Doutorou-se na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, FFLCH/USP, em 1972, com a tese Teatro de Oswald de Andrade, e fez livre-docência, em 1983, na ECA/USP, defendendo a tese Nelson Rodrigues: Dramaturgia e Encenações. Prestou, em 1985, concurso para professor adjunto, tornando-se, em 1988, professor titular de teatro brasileiro. Organizou e prefaciou a publicação do Teatro Completo de Nelson Rodrigues (quatro volumes), que se estende de 1981 a 1989. De 1985 a 1987, lecionou na Sorbonne, em Paris, e de 1989 a 1991, na Universidade de Aix-en-Provence. Em 1994 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ABL. Entre os títulos de sua produção destacam-se Panorama do Teatro Brasileiro, 1962; Iniciação ao Teatro, 1965; O Texto no Teatro, 1989; Moderna Dramaturgia Brasileira, 1998; Depois do Espetáculo, 2003; Teatro da Ruptura: Oswald de Andrade e Teatro da Obsessão: Nelson Rodrigues, 2004. Outras publicações: Temas da História do Teatro, 1963; O Cenário do Avesso, 1977; Um Palco Brasileiro (O Arena de São Paulo), 1984; O Texto no Teatro Moderno Brasileiro, em Literatura Brasileira: Ensaios, Crônica, Teatro e Crítica, 1986; O Papel de Brecht no Teatro Brasileiro: Uma Avaliação, em Brecht no Brasil, Experiências e Influências, de W. Bader; Teoria e Prática da Censura no Brasil Atual, em Le Thêatre sous la Contrainte, 1988; Teatro Brasileiro, em O Teatro através da História (vol.II), 1994; As Luzes da Ilusão (Discurso de recepção na ABL), 1995; O Crítico de Teatro, em Sobre Anatol Rosenfeld. Em obras de referência e especializadas, é autor do verbete sobre o teatro brasileiro da Enciclopédia Mirador Internacional e do Díctionnaire des Littératures das Presses Universitaires de France. Atualiza verbetes sobre teatro do dicionário Novo Aurélio - Século XXI. Acumula muitos prêmios ao longo de sua carreira no país. É conselheiro vitalício da Fundação Bienal de São Paulo; torna-se Chevalier des Arts et Lettres, do governo francês, em 1967; e Chevalier de l'Ordre National du Mérite, do governo francês, em 1979. (Fonte: Itau Cultural)

FONTE:
GUINSBURG, Jacó. Apresentação. In: MAGALDI, Sábato. Moderna dramaturgia brasileira. São Paulo: Perspectiva, 1998.
MAGALDI, Sábato. Iniciação ao teatro. São Paulo: Ática, 1985.



GERD BORNHEIM: O SENTIDO E A MÁSCARA – A obra “O sentido e a máscara” de Gerd Bornheim, trata de questões acerca do teatro contemporâneo, de vanguarda, Ionesco e o Teatro Puro, as duas características do Expressionismo, observações sobre o sentido e a evolução do trágico, Kleist e a condição romântica, Edmont de Goethe, vigência de Brecht, a propósito de Jacques e a submissão de Ionesco.

REFERENCIA:
BORNHEIM, Gerd. O sentido e a máscara. São Paulo: Perspectiva, 1975.




COISAS DE TEATRO – Excelente blog editado pelo ator, diretor, autor, professor de teatro e produtor cultural Mariozinho Telles, pela escritora Adelia Carvalho e pelo autor teatral, cartunista e blogueiro Ruy Jobim Neto. O espaço traz notícias, eventos, destaques, oficinas, cursos e muitas dicas sobre o universo teatral brasileiro e do exterior. Confira, imperdível. Veja mais aqui.




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