quarta-feira, setembro 16, 2015

BOBBIO, B B KING, LUCEBERT, MALLEA, ANDRÉA BELTRÃO, FAGUNDES, GRUPO JUNG, CLUBE DO VINIL & BRINCARTE DO NITOLINO!


VAMOS APRUMAR A CONVERSA? A CRIANÇA, VYGOTSKY & O TEATRO – Numa tarde do inicio do período letivo do primeiro semestre de 2014, a professora da disciplina Psicologia do Desenvolvimento, Ms Fátima Pereira, me convocou para a realização de um projeto de pesquisa para a área. De pronto, eu respondi: - A arte no desenvolvimento da criança. Ela me olhou com ares de interrogações agudas e me disse severamente: - Aprofunde. Dias depois ela me cobrou e eu cheguei com o seguinte tema: A contribuição do teatro no desenvolvimento da linguagem infantil. – Sob que enfoque? -, ela me inquiriu. - Na perspectiva sócio-histórica de Vygotsky -, respondi. Ela fez ar de tinindo e finalizou: - Traga o projeto. E, no dia seguinte, me trouxe livros de Vygotsky, de Luria e de Leontiev, dizendo: - Tome, mande ver. E mandei mesmo. Já havia lido os três autores, era chegada a hora de estudá-los. Então as ideias foram se alinhando. Tudo porque eu já havia realizado experiências com alunos da Educação Infantil e primeiro ciclo de Ensino Fundamental, desde 1995, quando publiquei o meu segundo livro infantil, Falange falanginha falangeta, até construir o meu personagem Nitolino, em 2008, e realizar desde recreações pedagógicas até a realização do espetáculo de teatro infantil Nitolino no Reino Encantado de Todas as Coisas, com temporadas em 2010/2011, no Teatro Linda Mascarenhas, em Maceió (AL), e com apresentações até então. Preparei o projeto, juntei à fundamentação teórica às ideias já estudadas de Huizinga, Richard Courtney, Marco Camarotti, Augusto Boal, Ingrid Koudela, Olga Reverbel, Viola Spolin, Ricardo Japiassu, mais as experiências desde 1995 e entreguei o projeto prontinho para ser realizado. Ela apreciou, fez observações importantes, sugeriu mais algumas coisas e, depois de algumas conversas, demos o projeto por fechado. Foi, então, que mantendo contatos com escolas das redes pública e privada, realizei quatro apresentações para checar os propósitos do projeto e apresentei o resultado disso à professora. Ela gostou e me desafiou: - Escreva um artigo! Olhei pra ela, assenti e me dediquei à construção do artigo, quando ela, então, me incentivou a participar do Congresso Nacional de Psicologia, realizado pela Sociedade Brasileira de Psicologia naquele ano. Por resultado escrevi o artigo A criança, Vygotsky e o Teatro. Assim foi, concluído o artigo científico, me inscrevi, fui aprovado e fui para São Paulo, apresentar os resultados do trabalho. Ao retornar, a professora fez questão de me levar em algumas salas de aula do curso de graduação Psicologia, para apresentação do meu trabalho. Este registro, portanto, é o meu gesto de gratidão para a professora Fátima Pereira, responsável por mais esta realização na minha trajetória profissional. Obrigado, professora. E veja mais aqui, aqui e aqui.


Imagem do artista holandês Lucebert (1924-1994).


Curtindo o álbum One Kind Favor (2008) do guitarrista de blues, compositor e cantor estadunidense B. B. King (1925-2015), Veja mais aqui.

BRINCARTE DO NITOLINO – Hoje é dia do programa Brincarte do Nitolino pras crianças de todas as idades, a partir das 10hs, no blog do Projeto MCLAM, com apresentação de Isis Corrêa Naves. Na programação: Os Trapalhões, Charlie Brown Jr, Gabriel, Os Três Porquinhos, Família dos Anjos, Cristina Mel, dicas para uma boa saúde para as crianças e para todos nós, Aline Barros & Cia, Galinha Pintadinha, Leão Cordeirinho, As Esquiletes, Nita, Meimei Corrêa, Maisa & muito mais poemas, brincadeiras e dicas pra garotada. No blog, além da literatura infantil de Antonio Torres e dicas de Psicologia, Educação, Direito, Literatura, Música e Teatro, também consta a parceria MC Produções/Edições Nascente/Alan Miranda e Câmara de Vereadores de Três Corações (MG), realizando neste sábado, dia 19, a primeira etapa do curso de oratória para a Câmara Mirim coordenada pelo advogado e diretor geral, Heloisio Angelo Domintini – conhecido por Buluca -, e também pela coordenadora cultural, Francesmara Valim Silva Pereira. A segunda etapa do curso será realizada no próximo dia 26 de setembro. Para conferir tudo isso e muito mais ao vivo e online clique aqui ou aqui.

TEORIA GERAL DA POLÍTICA – O livro Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos (Campus, 2000), do filósofo político, historiador e escritor italiano Norberto Bobbio (1909-2004), trata sobre a filosofia política e as possíveis relações entre a filosofia e a ciência política, Kant e as duas liberdades, Marx e o Estado, Max Weber e o poder, política e moral, ética e política, o bom governo, valores e ideologias, a democracia, mudança política e filosofia da história, direitos e paz, do poder ao direito e vice-e-versa, a resistência à opressão, igualdade e igualitarismo, sobre a noção de justiça, pluralismo, a ideolologia do novo homem e a utopia invertida, sobre o liberal-socialismo, democracia e conhecimento, democracia e segredo, da ideologia democrática aos universais processuais, a regra de maioria, representação e interesses, direitos do homem, a paz, relações internacionais e o marxismo, reformas e revolução, a revolução entre movimento e mudança, filosofia da história, grandeza e decadência da ideologia europeia, reflexões sobre o destino histórico do comunismo, progresso científico e moral, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho A guerra, a paz e o direito: Considero quatro tipos de relação entre guerra e direito: a guerra como meio para estabelecer o direito, a guerra como objeto de regulação jurídica, a guerra como fonte de direito, a guerra como antítese do direito. Não obstante a aparente disparidade dessas quatro disposição da guerra em relação ao direito, há um nexo entre uma e outra [...] A teoria jurídica da guerra sempre se ocupou fundamentalmente de dois problemas: aquele da iusta causa das guerras, que deu origem às disputas em torno da guerra justa, e aquele da regulamentação da conduta da guerra, que deu origem aos ius belli. Bellum iustum e ius belli são as duas partes fundamentais nas quais se divide o tratamento jurídico da guerra: ora, teoria do bellum iustjm diz respeito ao problema da justificação ou não-justificação da guerra, quais sejam os motivos que tornam a guerra justa, em outras palavras: qual seja o título como base no qual uma guerra pode ser considerada justa; o ius belli é a revelação e o estudo das regras que disciplinam a conduta de uma guerra e que tornam possível a distinção entre aquilo que é lícito e o que é ilícito nas relações beligerantes. [...] Da crise das duas formas tradicionais da relação entre guerra e direito emergiram respectivamente dois novos modos de considerar a guerra do ponto de vista do direito: a guerra como fonte de direito e a guerra como antítese do direito. [...] A guerra, em outras palavras, é principalmente concebida como negação do direito; o direito, por sua vez, como afirmação ou reafirmação da paz. [...] O direito realiza a função de dirimir os conflitos de duas maneiras: com uma ação preventiva e com uma ação sucessiva, ou seja, tentando impedir que surjam ou então pondo-lhes termo no caso de já terem surgido. [...] Infelizmente, bastam as boas razões para se fundar racionalmente uma regra, mas não bastam para conseguir, com certa segurança, a sua observância [...] O direito não pode prescindir do uso da força, e se funda sempre, em última instância, no direito do mais forte, o qual, apenas, algumas vezes, coincide, mas não necessariamente, com o direito do mais justo. [...]. Veja mais aqui e aqui.

O CAPITÃO – Entre os escritores de relevo latino-americanos, um dos nomes importantes é o do escritor e diplomata argentino Eduardo Mallea, do qual destaco o conto O capitão no trecho a seguir: Afastando-se do atalho, sete álamos alinhados indicavam uma nova direção. Na outra extremidade, erguia-se a casa do capitão, a todos os ventos, solitária e branca, como um rochedo pregado no prado. Sopros do fogo abrasavam a campina ao meio-dia, deixando as ladeiras e declives mais preguiçosos, provocando a sede dos trigais; mas as tardes luminosas estendiam a roupa nova das jornadas, a roupa própria e fresca de depois do banho. E os homens animados e palradores, seguiam pelos caminhos cheios de agilidade, com a vontade de subir, um pouco maravilhados diante da flor há pouco desabrochada, diante do olho d’água e do bruilho maligno dos olhos da raposa distante. Todo mundo pesava a vida como outro, e respirava os ventos quentos do otimismo, e o capitão, ele mesmo, ria jovialmente em sua casa, nos campos e na estalagem ruidosa. [...] Porém uma tarde, uma tarde situada entre muitas outras, Marcelina voltava do riacho com uma trouxa de roupa que fora lavar, seguida de sua cabra, quando encontrou o capitão que chegava aterrado, esbaforido, com o nariz ao vento. Ela o olhou com surpresa, e escutou o que dizia: - Ei-los aí, ei-los chegam. Eles vieram pela montanha, navegando lentamente, e ei-los que chegam com a bandeira amarela no mastro grande e todas as velas de fora. Eles vieram pela montanha. E a severa é a maior e a mais bela, toda brilhante e empenachada... as embarcações já estão aqui, Marcela, e é preciso partirmos todos... Marcela não compreendia o sentido destas palavras, mas o capitão a abandonou no caminho e se pôs a correr em direção à praça. Escutava-se ainda o seu grito alegra cortando o vento. E as pessoas, espantadas, saíram às portas com as mãos cheias de sabão e as camisas desabotoadas. Então o estalajadeiro quis saber o que se passava, e tomando o capitão por um braço interrogou-o: - Ei-los lá, ei-los lá que chegam, os quatro navios. A alegria deixava-o mais ágil, com a fisionomia mais remoçada e queria dar a todos de uma vez a noa noticia. Os homens, então, entreolhavam-se estupefatos e seus rostos tomavam um ar doloroso enquanto murmuravam palavras incompreensíveis. De súbito, alguns dentre eles, decididos, se aproximaram do capitão e lhe falaram ao ouvido, conduzindo-o lentamente para casa... e ele nunca mais saiu. E naquela noite, sua voz não foi ouvida sobre os caminhos cheirosos, nem no sitio habitual, nem nas habitações. Todas as luzes agonizantes do vilarejo oscilavam, defendo-se, as mulheres teciam, os homens, cansados, escavavam as mesas com pequenos canivetes. E todo o vilarejo subitamente mudo, farto do dia, ficou apagado e vazio, como se estivesse dormindo. Veja mais aqui.

NATAL – Na antologia Poesia Viva de Natal (Nordestal/FCCA, 1999), com seleção, organização e notas de Manoel Onofre Jr e apresentação do poeta e editor Juareiz Correya, destaco o poema Natal do escritor e jornalista potiguar Fagundes de Menezes: Aqui as consoantes e vogais / explodem em matizes tropicais: / Petrópolis Alecrim Rocas Tirol / ar alegria / paisagem som e sol. / Cidade Alta / Avenida Rio Branco dominadora do Atlântico / largas rias que sugerem liberdade / estradas para o povo / da terra de Miguelinho e Camarão / dos mártires de Cunhaú / de Augusto Severo e Alberto Maranhão. / Na praça humilde cheia de sombras / debruçado no pedestal de seu busto / Padre João Maria abençoa os fieis genuflexos. / As bandeiras da catedral / anunciam navios de todas as bandeiras / nas manhãs de luz integral / - brisas do mar acalentando arvores / andorinhas em voo solidário - / o pregão de há trinta anos inda ecoa: / “Comrpar juá, jucá, / quina, angélica, mutamba, / angico, pinhão / pimenta, limão”. / Senador Pitomba é todo unção sob a opa / na procissão de Nossa Senhora do Rosário. / Capote Molhado lança manifestos / Pedro Peru espalha boatos reza confessa-se / em meio a seus avatares / de médico professor advogado. / Bondinho do Tirol: luz roxa / bondinho de Petrópolis: luz encarnada / bondinho do Alecrim: luz verde / bondinho de Lagoa Seca: luz amarela / A valsa Royal Cinema / - que até já foi tocada em Paris - / Pureza emoliente das horas ociosas / silencio noturno das ruas / violentado pelos agudos / do tenor Santos Lima. / As copas das mangueiras do Tirol gritando viço / expedem convites / para a sua sombra maternal. / Ponta Negra e Pirangi se ornamentam / com a florescência dos cajueiros / enquanto as dunas têm a brancura de sua área movediça / manchada pelo verde dos orós rastejantes. / Para os lados do Mercado / clarins estridentes ferem a manhã mal-despertada / e espalham notas marciais / sobre o dorso do rio Potengi / imune à violência dos remos / arrepiando-se de sensualidade ao sopro do Nordeste. / Dança-dançava, Araruna / cheganças dos Santos Reis / cantos requebros, Bambelô ; e de pé no chão se aprendia a ler. / Aqui as consoantes e vogais / explodem em matizes tropicais: / Petrópolis Alecrim Rocas Tirol / ar alegria / paisagem som e sol. Veja mais aqui.

DA COMPADECIDA AOS PENETRAS & MAIS - A premiadíssima atriz, comediante, cineasta, jornalista e escritora de teatro, cinema e televisão Andréa Beltrão, iniciou sua carreira em 1978, no Teatro Tablado, estreando com a peça teatral O auto da compadecida, de Ariano Suassuna. Logo depois começou a trabalhar em diversos grupos teatrais se apresentando em orfanatos e hospitais infantis. Em seguida vieram Beijo no asfalto (1984), Ação entre amigos (1986), O amigo da onça (1988), A estrela do lar (1989), Senhorita Julia (1991), 5 x comédia (1994), A dona da história (1998), Memória da água (2001), A prova – na qual ganhou o premio Shell de Melho Atriz (2002), Sonata de outono (2005), As centenárias (2008) e Jacinta (2012). No cinema ela participou dos filmes Bete Balanço (1984), Garota dourada (1984), O rei do Rio (1985), Os bons tempos voltaram: vamos gozar outra vez (1985), A cor do seu destino (1986), As sete vampiras (1986), Rock estrela (1986), O bebê (1987), Minas-Texas (1989), O escorpião escarlate (1990), Vai trabalhar, vagabundo (1991), Pequeno dicionário amoroso (1997), A partilha (2001), Chatô, o rei do Brasil (2003), Cazuza, o tempo não para (2004), O coronel e o lobisomem (2005), A grande família – o filme (2007), O Tablado e Maria Clara Machado (2007), Jogo de cena (2007), Romance (2008), Verônica (2009), Salve geral (2009), O bem amado (2010), Os penetras (2012) e Giovanni Improtta (2013). Uma salva de palmas de pé pra esta grande artista. E veja mais aqui.

PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO – O deliciosíssimo e imperdível drama Pequeno dicionário amoroso (1997), dirigido pela cineasta Sandra Werneck, com roteiro de José Roberto Rorero e Paulo Halm, conta a história de dois jovens que se conhecem por acaso, se apaixonam, se questionam e se separam. Todos os verbetes possíveis numa relação amorosa contemporânea, da atração à separação passando pelas coincidências, felicidade, idílio, jogo, juramento, pesadelo, revanche… e à teimosia do amor. Ou seja, conforme o tempo passa, o sentimento que nutrem um pelo outro modifica, e a relação do casal passa por todas as possíveis fases em uma relação amorosa. São, literalmente, as desordens da paixão em ordem alfabética, ilustrando a pluralidade de sentimentos dentro de uma relação, e os dilemas da vida a dois. O destaque é indubitavelmente para a atriz homenageada do dia: Andréa Beltrão. Veja mais aqui.

MÚSICA ALAGOANA – No dia da emancipação política de Alagoas nada melhor que curtir as muitas dicas do cenário musical alagoano na coluna do historiador e professor Dimas Marques, que é Mestre em História pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e apaixonado curtidor de música no Clube do Vinil de Alagoas, criado e organizado pelo Walter Pires. Tive a oportunidade de conhecê-lo ainda menino da mais tenra idade, treloso e virado da breca e, quando na adolescência, vivia lá em casa me levando as novidades rockeiras. Acompanhei sua formação acadêmica e hoje tenho a grata satisfação de curtir o espaço que ele tem dedicado à música de Alagoas em sua coluna. Abração, Dimas, vamos juntos! Veja todos os detalhes aqui.

IMAGEM DO DIA
Foto do Grupo de Pesquisa Carl Gustav Jung. Veja detalhes aqui.


Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do programa Quarta Romântica, a partir das 21hs, no blog do Projeto MCLAM, com a apresentação sempre especial e apaixonante de Meimei Corrêa. Em seguida, o programa Mix MCLAM, com Verney Filho e na madrugada Hot Night, uma programação toda especial para os ouvintes amantes. Para conferir online acesse aqui.

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MARIA RAKHMANINOVA, ELENA DE ROO, TATIANA LEVY, ABELARDO DA HORA & ABYA YALA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Triphase (2008), Empreintes (2010), Yôkaï (2012), Circles (2016), Fables of Shwedagon (2018)...