VAMOS APRUMAR A CONVERSA? CALEIDOSCÓPIO
- Todo dia faço uma boa
caminhada. Saio de casa, pernas no mundo. Assim que ponho os pés na rua, os
pensamentos se agitam e saio à cata daquele que me leve para boas lembranças. Vasculho
o quengo carregado, tem muita coisa. Aliás, tem de tudo. Tem até um bocado que sempre
me assalta e que gostaria nunca tê-los de volta e, não sei que cargas d'água
insistem em reaparecer, mantendo-se recluso e pronto para me repassar na cara. Sempre
descartado, insiste em reaparecer. Por isso saio catando, escolhendo. Logo me
dedico a pensar nos anseios de calmaria e de acesso à conquista daquilo que
almejo. A cada passo visualizo momentos de glória e satisfação, buscando a realização
plena dos meus desejos. Penso, então, no pódio, coroado de reconhecimento e
aplausos. Enquanto isso, aceno pra conhecidos, cumprimento passantes, sorrio
pra vida. De antemão, precavido que é inevitável o surgimento de condições
aversivas. Afinal, a cidade virou uma selva com tudo de imprevisível. Tento mantê-la
agradável pra mim: curto a brisa do mar longínquo, busco a harmonia com o universo.
Constato o colorido, alguns descorados e bufentos prédios, escombros e
suntuosidades, desníveis e contradições. À medida que me afasto do lar, mais me
fecho dentro de mim. Não há rostos amigáveis nem feições simpáticas. E ao me
aproximar da travessia do primeiro semáforo, um ronco de navio me rouba o
prazer. Assusto-me. Quem ousaria roubar meu gozo? Pudera, acabei de adentrar
numa avenida que por repulsa à sua denominação devido acontecimento histórico
descabido, passo a tratá-la por inominável. Isso é lá nome que se dê a uma rua?
É quando constato que tem muita coisa com nome indevido. Muita mesmo que o
tempo desmascara. Paro diante da faixa de pedestre e procuro identificar o
insolente que me aplacou a consumação da querência. De que adianta? Não há como
demonstrar minha indignação e já me vejo pensando em um transatlântico
deslizando no asfalto descendo a ladeira para encontrar o mar e seguir a
viagem. Essa miragem ocupa minha mente até me dar conta da maior bobeira de
trazer uma ideia inútil e quimérica. A gente pensa cada coisa! Retomo ao agora
e revolvo as ideias em busca de uma que me traga de volta o prazer de viver. Eis
que uma sirene me atordoa, escamoteia minha intenção. A cidade está violenta.
Uma frenagem mais ríspida atormenta mais ainda minha calma, persigo intranquilo
e procurando bom porto. Andar está ficando difícil. Apresso os passos e eis que
um transeunte quase me leva o ombro, fico desconfortável na caminhada. Como as
pessoas são maleducadas! Deu vontade de emendar os umbigos. Ora,
desnecessário. O buzinaço é a prova eloquente de que nada está em ordem, tudo
desordenado e que nada está ao nosso favor. Aliás, nunca está. O trânsito é a
prova cabal de que estamos em processo no meio de um conflito interminável. É guerra.
Minhas ideias não conseguem se organizar, não há como ter apreço numa
turbulenta passagem entre um quarteirão e outro. Ouso então olhar do lado para
ver se identifico algo que me chame pela atenção, inútil. Só rostos graves,
gestos descorteses, pressa, gritos, ruídos, roncos de motores, estardalhaço do
movimento. Tudo passa de forma despótica: se correr o bicho pega, se parar o
bicho come. Ou vai, ou racha. Não se pode perder tempo para parar, o resto é
mandar ver. Quem se importa, é melhor agir antes de pensar, não marcar bobeira,
senão o arrependimento, já sabe. De cara as escolhas: por ali ou acolá? Adiante.
Por onde? Direita ou esquerda? Não, pelo meio. Ih, volte, contorne, o lamaçal
na calçada vai sujar o calçado. As pedrinhas da buracada vão levá-lo ao tombo,
cuidado, pode arranhar a venta no chão. O cão ladra, perigo! É propriedade
particular, não ouse aproximação. É proibido passar por ali, só para fregueses em
atendimento. Respeite o cordão de isolamento. Se chamar, ignore; se cismar,
corra. Confesso que não sei lidar com tudo isso, afinal ecoa tudo dentro de mim
que não consigo firmar um pensamento lógico sequer. Tudo repassa no meio da
barulhada: infância, momentos desagradáveis, decepções, o que deixei de fazer e
o que devia ter feito, o que fiz e queria voltar atrás, em replay, flash back,
mas com novo desfecho, corrigindo tudo, passando a borracha no que ficou
fechado de errado, consertando tudo para finais felizes, pudera. Final feliz? Piada.
Nisso, não há exceção è regra, não há retorno. Foi, tá feito. Para desfazer dá
trabalho. Mas tem que ser refeito, faz-se necessário. Como? Dá-se um jeito. O que
importa é refazer, recomeçar. Está difícil. Hummmm. Eita, já cheguei em casa,
findei a caminhada. Nossa, agora que percebi: a guerra não está lá fora, está
mesmo dentro de mim. Vamos aprumar a conversa e veja mais aqui.
Imagem: The Birth of Venus (1863), do pintor francês Alexandre Cabanel (1823-188). Veja mais aqui e aqui.
Curtindo o álbum Victor Jara habla y canta (1996), do poeta, cantor, compositor,
professor, diretor de teatro e ativista chileno Victor Jara (1932-1973).
A ESCOLA COMO ESPAÇO DE PRAZER – O livro A escola como espaço de prazer (Summus, 2000), de Icleia Rodrigues de Lima e Gomes,
aborda temas como a nudez nocional da fase teórica, o quebra-cabeça da fase
prática, do campo e da coleta de dados, dos dados e da análise, o espaço, o
ritmo e as formas do rito escolar, as percussões sagradas e os deuses
iluminadores da escola, o ritual da alumiação: a aula, as sacralidades
clandestinas, ato de contrição: a atenção, ato de expansão: a festa escondida
do corpo, as muitas caras de Dionisio, as vozes que o corpo cala, um falar
sobre estar junto, anatomia e fisiologia da sala de aula, formas e cores,
ruídos e odores da socialidade, o toque das coisas e dos corpos, o toque
familiar, o toque sensual, o toque sexual, os toques e os limites escolares, o
toque professoral, os sentidos de prazer e o cotidiano da escola, a fala do
professor: o prazer da atenção, a fala do aluno: o prazer de estar junto, o
convívio entre os colegas: atração e repulsão, entre outros assuntos. Da obra
destaco os trechos a seguir: [...] Vários
alunos vêm me revelar que o prazer vivenciado no espaço da sala de aula se
deve, mais que a sua relação com os professores, ao convívio que têm uns com os
outros como colegas. Registrava aqui, que os alunos, na ocupação do espaço da
sala, tendem a desfazer as conformações de filas e a se colocarem próximos uns
dos outros, em duplas, trios ou em pequenos grupos. Nas suas falas, esses
adolescentes me fazem perceber melhor como se formam esses ajuntamentos. É
comum um rapaz afirmar que tem mais intimidade e que conversa mais com as
moças. Também é comum ouvir as moças dizerem de contato mais prazeroso com os
rapazes. Segundo a maioria dos entrevistados, a permanência entre colegas na
sala de aula cria um clima propicio para a aproximação física e para a criação
de intimidade. Existem as atitudes de namoro, as trocas de olhares, os toques,
a malícia [...] Essas atitudes de
namoro – esses toques reais e simbólicos dos corpos uns dos outros – muitas
vezes acontecem sem que o professor ou os outros colegas possam perceber. A
ambiência da sala de aula não se caracteriza apenas por um clima de sedução e
malicia entre moças e rapazes. Há no espaço clima produzido por uma
multiplicidade de experiências havidas entre uns e outros. [...] Observo em quase todas as salas
consideradas, atitudes de distanciamento, de evitação e até mesmo de repulsa
por parte de integrantes desses agrupamentos nas suas relações com os outros ou
com o grupo maior da sala. A animosidade pode se dar de modo tal a deixar
antipatizado todo um grupo que se coloque na frente da sala [...] Segundo essas vozes, a sala de aula é lugar
de uma guerrinha entre uns e outros, de ojeriza velada, de discriminação do
mais pobre que veste camisa chinfrim. É um lugar de deixar de lado a menina
quietona ou a assanhada. É também lugar de maledicência em relação aos falsos,
invejosos, bagunceitos, impertinentes. Enfim, é o espaço em que o desprazer da
convivência entre colegas é feito de pequenos e grandes rancores e
intolerâncias. Entretanto, quando os alunos falam de suas experiências de maior
desprazer na sala de aula, quase nunca se referem às relações que têm com os
colegas. Referem-se a professores e lições. [...] A quse maioria absoluta dos alunos entrevistados, ao tentar explicar
sobre o desprazer que experimenta no espaço da sala, fala de circunstâncias bem
claras. É quando entre um professor chato, com suas aulas chatas e dá vontade
de sair da classe. Ficar na classe, então, é calar a boca, decorar, escutar o
professor falando, falando, falando. É quando é preciso ficar quieto, faz
calor, o corpo está cansado e enjoado de ficar sentado. É no momento da quinta
aula – vai quase todo mundo embora – e a quietude da sola mostra um tédio de
aula que não passa. Levando em conta essas explicações dos adolescentes, a sala
de aula é também um lugar de desprazer, um continuado sacrifício imposto ao
corpo e aos sentidos, além daquele que penaliza o espírito. Apesar ou além
desse duplo desprazer revelado pelos alunos, a sala de aula é um espaço de
prazer. [...] Quando falam de suas
experiências de maior prazer eles não apontam os professores ou lições. Apontam
os colegas. [...]. Veja mais aqui e aqui.
A ILUSÃO DA ALMA – No romance A ilusão da alma: biografia de uma ideia fixa (Companhia das
Letras, 2010), do escritor e economista Eduardo
Giannetti, encontro o trecho que destaco a seguir: [...] Quando Ralph Waldo Emerson começou a sofrer
de Alzheimer e a perder a memória, um amigo perguntou a ele como se sentia.
“Muito bem”, retrucou o filósofo, “perdi minhas faculdades mentais, mas estou
perfeitamente bem”. Nunca fui adepto do transcendentalismo emersoniano nem conhecia
a anedota naquela época, mas foi mais ou menos assim que respondi a mim mesmo
ao me questionar, no dia seguinte ao retorno a Belo Horizonte, sobre o susto
carioca. Eu estava perfeitamente bem, tudo voltara ao normal, ainda que tivesse
temporariamente perdido a lucidez. A ilusão conveniente é sorvida de um só
gole; a verdade amarga, a conta-gotas. Seria o caso de consultar um médico?
Cheguei a flertar com a possibilidade, mas a inercia da rotina acoplada à
preguiça decidiram que não. Escavei timidamente as possíveis causas do surto e
decidi deixar como estava. O autodiagnostico de um estresse pontual ou simples
estafa – era fim de ano, minha vida pessoal andava meio torta, vinha dormindo
pouco e bebendo muito, precisava ler e publicar mais, fazia um calor insano
naquela noite, não foi tão grave assim -, tudo isso de embrulhada me pareceu
mais que suficiente para legitimar a inércia e preencher o vácuo de uma
necessária explicação. Ademais, creio que herdei do meu pai – não me pergunte
como – a curiosíssima noção de que ficar doente e ter de recorrer a um médico
ou terapeuta, em qualquer circunstância, era sinal de fraqueza; uma espécie de
afetação ou capitulação moral a que apenas os frouxos estavam sujeitos. Adoecer
lá em casa, caxumba, diarreia ou resfriado, era como ir mal na escola ou dormir
até mais tarde – motivo de culpa e vergonha. Ir ao medico ou à farmácia, só em
último caso. O simples olhar do meu pai dizia tudo. (Hoje me dou conta de que a
altivez e a couraça estoica dessa recusa, encobriam, no fundo, boa dose de medo
e covardia diante da dor eventual de se ver forçado a encarar certas realidades
da vida.) Tudo somado, um imobilismo de ocasião venceu a prudência e o bom
senso. Não havia de ser nada. Resolvi tocar o barco e pôr um ponto-final no
assunto [...]. Veja mais aqui e aqui.
ELIANA & SOLIDÃO - Na antologia Poetas de Palmares (Fundarpe/FCCHBF, 1987), organizada pelo poeta
Juareiz Correya, encontro os poemas do poeta, redator-chefe do jornal A Notícia
e da revista Palmira, João Costa,
que é autor do livro de poesia Confidências de outono. Dele trago primeiro o
soneto Eliana: Riso de fada, um porte de
princesa, / doce na fala, meiga nas ações, / Eliana tem na sua singeleza / o
mesmo brilho das constelações. / Por isso mesmo, deu-lhe a natureza / uma voz
enfeitada de canções, / para matar as noites da tristeza / e dar dias de sol
aos corações. / Esbelta, quando passa, tudo para... / que flor humana isenta
dos abrolhos, / urdida só para os mais belos fins! / Eliana é tudo; além do
mais, é rara, / porque conduz no lírio dos seus olhos / o perfume de todos os
jardins. E também o soneto Solidão: Vivo
só. No meu ser sempre a sangrar / a chaga enorme da desolação. / Expulso, às
vezes, minha dor num bar, / porque o vinho entorpece a solidão. / Só; perdi a
noção de caminhar, / e se estreita o meu senso de afeição, / enquanto se
avoluma, sem parar, / o meu mar de tumulto e de aflição. / Quando a morte
apagar meu ser bisonho, / e o corpo, só, tiver no duro chão, / todas as
células inermes, / eu terei realizado o maior sonho: / para matar a minha
solidão, / a companhia tumular dos vermes. Veja mais aqui e aqui.
OS PERSAS – A tragédia Os persas (472aC), do poeta grego Ésquilo (525-455aC), faz da tetralogia do autor que ganhou o
Festival Ateniense das Grandes Dionísias, com o tema que se baseia em fatos
contemporâneos e que ocorrem em Susa, capital da Pérsia, por alturas da Batalha
de Salamina, analisado pelo lado do inimigo dos gregos, os derrotados persas,
com a trama em torno dos comportamentos dos seus nobres, de Xerxes que foi
derrotado por sua mãe Arossa e o fantasma do pai Dario. Da obra destaco o
trecho inicial do Coro: (A cena passa-se
em Susa. O teatro deve representar o palácio dos reis da Pérsia. Ver-se-á, ao
lado, o túmulo de Dario) CORO - Somos, entre os persas, chamados os Fiéis.
Guardiães deste rico e soberbo palácio, aqui estamos, enquanto eles marcham
contra a Grécia. Foi à nossa experiência, que o filho de Dario, Xerxes, nosso
rei e senhor, confiou os cuidados do império. Porém, triste pressentimento.
Nossa alma inquieta-se, no íntimo, pelo regresso do rei e seu brilhante
exército. A Ásia viu levar todas as suas forças, e acusa um jovem príncipe. Não
chega à capital da Pérsia nenhum correio ou mensageiro. De Susa a Ecbatana, dos
antigos baluartes de Ásia, infantes, cavaleiros, gente do mar, que enorme massa
de exércitos, deixaram todos a pátria. Assim partiram Amistres, Artafernes,
Megabises, Astaspes, príncipes dos persas, reis submissos do grande rei,
comandantes de numerosas hostes, hábeis no manejo do arco e dos cavalos,
temíveis no aspecto, terríveis nos combates, de insuperável coragem. Assim
partiram Artembares, bravo capitão de cavalaria; Masistres, Imeu, o hábil
arqueiro, Farandaces e Sostanes, que tão bem doma os corcéis. Das fecundas
margens do Nilo vieram Susiscanes, Pegastagon, que o Egito viu nascer; Arsames,
que governa a sagrada cidade de Menfis, e Ariomardo, senhor da antiga Tebas.
Dos pântanos egípcios chegaram inúmeros, excelentes remadores. No séquito do
rei marchavam os efeminados lídios e todos os povos do continente, submetidos
ao sátrapa Metrágato, ao virtuoso Arceu. A opulenta Sardes viu sair do seu seio
milhares de homens em carros de duplo e triplo jugo, cujo aspecto basta para
fazer estremecer. Habitantes do monte sagrado de Tmolus, Mardon e Taribis,
infatigáveis guerreiros, e seus núsios armados dardos, jactavam-se de que em
breve a Grécia escrava se curvaria ao seu jugo. A rica Babilônia enviou tropas
de toda a espécie: marujos, arqueiros, orgulhos de sua perícia. À ordem
ameaçadora de seu rei, todas as nações da Ásia se armaram e o seguiram. Assim
vimos partir a juventude florescente dos persas. A terra que a nutriu a lamenta
e chora. Mães e esposas contam, a tremer, os dias de tão longa ausência. O
exército real, que arrasa todos os baluartes, já passou para o vizinho
continente. Sobre seus navios, ligados por cabos, atravessou o estreito de
Heles, ficha de Atmas; indissolúvel ponte se estendeu sobre a face dos mares,
que ela subjugara. Digno rebento de augusta estirpe, mortal igual aos deuses, o
belicoso soberano da fecunda Ásia, pleno de confiança no valor de seus
intrépidos súditos, à Europa conduziu, por terra e mar esse imenso exército.
Qual dragão homicida, lança olhares flamejantes. Armado de um milhão de braços,
seguido de mil navios, impelindo seu carro assírio, leva contra um povo famoso
por sua lança, guerreiros temíveis por suas flechas. Quem poderia enfrentar
essa vaga enorme de soldados? Nenhum dique deteria a indomável torrente. Nada
resistiria à bravura do persa. Mas quem, dentre os homens, evitará a insidiosa
armadilha da sorte? Quem dela escapará com pé ligeiro, fácil impulso?
Acariciante e lisonjeira, a princípio, ela atrai os homens a uma rede da qual
nenhum mortal pode desvencilhar. Há muito se manifestou a vontade do céu, que
anima os persas ao assalto das torres, à tumultuosa confusão dos corcéis, à
destruição das cidades. Contemplando a vasta planície dos mares escumantes ao
sopro dos ventos... confiaram povos a frágeis cabos, débeis engenhos. O temor
dilacera, ao imaginá-lo, minha alma angustiada. Ó infortunado exército dos
persas. Que jamais a imensa cidade de Susa, sem defensores, aprenda a proferir
tais palavras. Ó infortunado exército dos persas. Que jamais os muros de Ássia
necessitem responder ao grito de uma turba de mulheres, que em prantos, a
rasgarem os seus véus. Todos, infantes, cavaleiros, como um enxame de abelhas,
nas pegadas de seu príncipe, galgaram os promontórios de ambos os continentes,
unidos por uma ponte. Na ausência do esposo, o pranto umedece os leitos
nupciais. Desoladas esposas. Com amorosa saudade seguistes o impiedoso
companheiro, que para correr às armas, vos deixou solitárias. Quanto a nós,
persas fiéis, firmes neste palácio antigo, redobremos de necessária prudência e
sensatez. E meditemos. Que foi feito de Xerxes, nosso rei, filho de Dario, pai
tão bem amado? Caberá a vitória à flecha disparada pelo forte arco persa? Ou
vencerá o brandir da acerrada lança helena? Já se adiante, porém, a mãe de
Xerxes, astro semelhante ao olhar dos deuses. Adoremo-la, todos, à uma,
rendamos homenagem à rainha. (O Coro se prosterna. Entra a rainha em seu carro,
seguida de numeroso séquito). Veja mais aqui, aqui e aqui.
VIDA PRIVADA – O drama Vida privada (Vie privée, 1962), dirigindo pelo cineastra Louis Malle, conta a história de uma jovem
de classe média alta que tem uma mãe viúva na Suíça e se paixona pelo marido de
uma amiga, paixão esta não correspondida. Ela se muda para Paris para trabalhar
como modelo e dançarina, e que se transforma numa grande estrela de cinema. As
pressões e a fama, o assédio dos fãs e da imprensa afeta sua vida, obrigando-a
ao retorno à Suíça para se recuperar, quando ressurge sua paixão antiga, agora
divorciado. O caso de amor vai ter vários problemas em virtude de sua fama, com
trágicas complicações. O destaque do filme é para a atriz e ativista francesa Brigitte Bardot, para quem o roteiro do
filme foi dedicado, sendo considerado sua biografia. Veja mais aqui, aqui e
aqui.
IMAGEM DO DIA
A arte do cartunista e escritor
estadunidense Al Capp (1909-1979),
autor das tiras satíricas de quadrinhos Ferdinando
(Li’l Abner, no Brasil Família Buscapé).
Veja mais no MCLAM: Hoje é dia do
programa Crônica de Amor, a partir das
21hs, no blog do Projeto MCLAM, com apresentação sempre especial e apaixonante
de Meimei Corrêa. Na programação: Em seguida, o programa Mix MCLAM, com Verney Filho e na
madrugada Hot Night, uma programação
toda especial para os ouvintes amantes. Para conferir online acesse aqui.
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