TRÊS PRA ABRIR A
CONTA – UMA: É PRECISO TER CORAGEM – Nunca fui
de abrir da vela, ou me acovardar. Sempre fui até o limite, às vezes até mais.
A coisa pegou mesmo na adolescência, quando tive acesso aos dizeres da ativista
estadunidense Carrie Chapman Catt
(1859-1947): Arregace as mangas, decida-se a fazer história e lute de
tal forma pela liberdade que o mundo inteiro respeitará nosso sexo. Quando uma
causa justa atinge sua maré alta, como aconteceu com a nossa naquele país, o
que quer que esteja no caminho deve cair diante de seu poder avassalador. Este
mundo não ensinou nada de habilidoso à mulher e depois disse que seu trabalho
não tinha valor. Não lhe permitia opiniões e dizia que não sabia pensar. Proibiu-a de falar em
público, e disse que o sexo não tinha oradores. Negou-lhe as escolas e
disse que o sexo não tinha genialidade. Isso roubou dela todos os vestígios de responsabilidade e
então a chamou de fraca. Se as meninas levavam um incentivo, por que não eu,
jovem mancebo que queria ir além que os próprios limites, não deu outra:
emboquei sério e persegui meus ideais, mesmo que nada tenha dado certo até
agora. Tentei e continuo tentando, sou persistente. DUAS: PACIÊNCIA NUNCA É
DEMAIS – Como eu dizia, desde menino fui hiperativo! Fazia tudo às carreiras,
às pressas. Ao dirigir, o acelerador do automóvel era pé fundo, tinha que dar o
tanto do velocímetro. Na hora da pergunta mais demorada, na metade eu já
respondia, o que me levou muitas vezes a reconsiderar porque o inquiridor não
tinha terminado. Pois bem, é preciso ter paciência. E isso aprendi com a escritor
e economista estadunidense, Emily Greene
Balch (1867-1961): É
natural tentar entender o próprio tempo e procurar analisar as forças que a
movimentam... Vamo-nos pacientes um com o outro e até mesmo pacientes com nós
mesmos. Nós temos um longo caminho de ir. Não precisa apressar ao longo da
estrada, o caminho da ternura e generosidade humana, podemos encontrar as mãos
do outro no escuro. Por isso mesmo, hoje mais que cinquentão,
digo: calma, paciência nunca é demais. (Veja mais dela aqui e aqui). TRÊS: O AMOR É LINDO – Tive oportunidade de assistir
alguns dos muitos filmes da linda atriz e ativista britânica Susannah
York (1939-2011). Tanto é que até uma frase dela eu decorei e
guardo até hoje: Sinto
que gostaria de compartilhar minha sorte e minha vida. Estar apaixonado é a
melhor coisa do mundo... Comungo com ela, afinal o amor é mesmo muito
lindo.
DITOS & DESDITOS - Na
guerra não se deseja a paz: é a vitória, coisa bem diferente... Engano
grosseiro pensar que a paz consiste em permanecer imóvel; não há paz, mas em
uma ascensão contínua. A guerra que irrompe é a guerra que se mostra; o que
eles chamam de paz é a guerra que está escondida. Se você quer evitar a guerra,
faça as pazes... Aquele que prega a paz ao mundo e não a carrega dentro de si é
um impostor, e o mundo não se engana. A filosofia suprema é a doutrina da
conciliação dos opostos. Pensamento do filósofo, artista, ativista e
escritor italiano Lanza del Vasto (Giuseppe Giovanni Luigi Maria Enrico Lanza di Trabia-Branciforte
– 1901-1981).
ALGUÉM FALOU: Nada mata mais um homem do que ser
forçado a representar um país... Pensamento do escritor francês Jacques Vaché (1895-1919),
autor do livro Cartas de Guerra, que influenciou André Breton.
Foto: Franz Larese, Erker-Galerie, Easter 1971, Burano, Italy
EZRA POUND: ABC DA LITERATURA - O poeta, músico, crítico norte-americano e uma das maiores figuras do movimento modernista da poesia do séc. XX, Ezra Weston Loomis Pound (1885-1971), é autor de obras como “A lume spento”, “The spirit of romance”, “Instigations”, “Cantos”, dentre outras. Foi co-editor da revista Blast e editor da Little Review.
Contribuiu para formação de diversos movimentos literários, a exemplo do Imagismo e do Vorticismo. Suas idéias levaram-no à defesa do fascismo italiano resultando na sua prisão em 1945 e, posteriormente, internado num hospital psiquiátrico nos Estados Unidos como mentalmente incapaz. Por sua obra, Pound continua sendo um dos maiores renovadores da linguagem poética e um controverso intelectual do século passado. Dentre as suas obras é encontrada “ABC da Literatura”, traduzido por Augusto de Campos e José Paulo Paes, onde Poind traz estudos acerca de como estudar poesia, abordando questões como condições de laboratório, método ideogrâmico, Literatura, utilidade da linguagem, compasso, testes e exercícios de composição, liberdade, estudo, percepção, gostos, instrução, documentos, estilos de época e uma mini-antologia do Paideuma Pondiano reunindo Homero, Safo, Catulo, Ovídio, Dante, Shakespeare, Browning, Fitzgerald, Rimbaud, Corbiére, dentre outros. É indubitavelmente uma obra importante para os estudantes, leitores e militantes Literatura. Veja mais aqui e aqui.
POUND, Ezra. ABC da Literatura. São Paulo: Cultrix, 1977.
O QUE SE DEVE LER PARA CONHECER O BRASIL - SODRÉ, Nelson Werneck Sodré. O que se deve ler para conhecer o Brasil. Rio de Janeiro: INEP/MEC, 1960. - O livro “O que se deve ler para conhecer o Brasil”, do eminente historiador carioca Nelson Werneck Sodré (1911-1999) é dividido em 3 partes: a primeira, compreendendo o desenvolvimento histórico onde aborda a Europa no séc. XV, a formação nacional portuguesa, a técnica de navegação, a expansão ultramarina, a feitoria e o escambo, o indígena, a colonização e as donatarias, a cultura do açúcar, o tráfico negreiro e trabalho servil, a catequese religiosa, bandeirismo de apresamento, domínio holandês, a expansão geográfica, a mineração do ouro, a conquista do sertão, a conquista das pastagens sulinas, a sociedade colonial, o declínio colonial e as inconfidências, a elaboração da independência, a crise da regência, o apogeu do império, a questão platina, o declínio do império, a abolição, a república, o governo das oligarquias e a revolução brasileira. Na segunda parte do livro estão os estudos especiais que compreendem estudos históricos, econômicos, sociais, institucionais, geográficos, militares, antropológicos, lingüísticos, educacionais e territoriais. A terceira parte do livro compreende a cultura brasileira abordando o folclore, as artes, a ciência, a literatura, a imprensa e os costumes.
OBRAS DE NELSON WERNECK SODRÉ: Panorama do Segundo Império (1939);Oeste. Ensaio sobre a Grande Propriedade Pastoril (1941; 1990); Orientação do Pensamento Brasileiro (1942); Síntese do Desenvolvimento Literário no Brasil (1943); Formação da Sociedade Brasileira (1944); O Que se Deve Ler para Conhecer o Brasil (1a edição em 1945; 8a edição em 1988); Nabuco e o Pan-americanismo (1949);Martírio e Glória do Alferes Tiradentes (1952);O Tratado de Methuen (1957); As Classes Sociais no Brasil (1957); Introdução à Revolução Brasileira (1a edição em 1958; 4a edição em 1978); Narrativas Militares (1959);Raízes Históricas do Nacionalismo Brasileiro (1959); Revisão de Euclides da Cunha (1959);A Ideologia do Colonialismo (1a edição em 1961; 3a edição em 1984);Formação Histórica do Brasil (1a edição em 1962; 13a edição em 1990);Quem é o Povo no Brasil? (1962; 1963); Quem Matou Kennedy (1963; 1964);História da Burguesia Brasileira (1a edição em 1964; 4a edição em 7984);Evolución Social y Económica del Brasil (1964);História Nova do Brasil (1964), em co-autoria; História Militar do Brasil, Rio (1a edição em 1965; 3a edição em 1979);O Naturalismo no Brasil (1965; 1991);Ofício de Escritor (1965);As Razões da independência (1a edição em 1965; 4a edição em 1984); História da Imprensa no Brasil (1a edição em 1966; 3a edição em 1983);Memórias de um Soldado (1967; 1986);Fundamentos da Estética Marxista (1968), organizador;Fundamentos da Economia Marxista (1968), organizador;Fundamentos do Materialismo Histórico (1968), organizador;Fundamentos do Materialismo Dialética (1968), organizador;Síntese de História da Cultura Brasileira (1a edição em 1970; 17a edição em 1994);Memórias de um Escritor (1970);Brasil. Radiografia de um Modelo (1a edição em 1974; 7a edição em 1987);Introdução à Geografia (1a edição em 1976; 9a edição em 1993);A Verdade sobre o 1SEB (1978);Oscar Niemeyer (1978);A Coluna Prestes (1a edição em 1978; 5a edição em 1986);Vida e Morte da Ditadura (1984; 1984);Contribuição à História do PCB (1985);História e Materialismo Histórico no Brasil (1985; 1987);O Tenentismo (1985);História da História Nova (1986; 1987);A Intentona Comunista de 35 (1987);O Governo Militar Secreto (1987);Literatura e História no Brasil Contemporâneo (1987);Em Defesa da Cultura (1988);Educação Social e Econômica do Brasil (1988; 1996);A Marcha para o Nazismo (1989);A República. Uma Visão Histórica (1990);Capitalismo e Revolução Burguesa no Brasil (1990);A Luta pela Cultura (1990);O Fascismo Cotidiano (1990);A Ofensiva Reacionária (1992);História Nova do Brasil (1993);A Fúria de Calibã (1994);A Farsa do Neoliberalismo (1a edição em 1995; 3a edição em 1996).História da Literatura Brasileira. Seus Fundamentos Econômicos (1 edição em 1938; 8a edição em 1988)
REFERÊNCIAS :
SODRÉ, Nelson Werneck. A Farsa do Neoliberalismo. 3a ed. Rio de Janeiro, Graphia, 1996.
________. A Luta pela Cultura. Rio de Janeiro, 1990.
________. Do Estado Novo à Ditadura Militar. Memórias de uni Soldado. Petrópolis, Vozes, 1988.
________. Do Tenentismo ao Estado Novo. Memórias de um Soldado. Petrópolis, Vozes, 1986.
________. Formação Histórica do Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1973.
________. História da Imprensa no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966.
________. História da Literatura Brasileira. Seus Fundamentos Econômicos. São Paulo, Cultura Brasileira, 1938.
________. Introdução à Revolução Brasileira. Rio de Janeiro, 1967.
________. Memórias de um Escritor. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1970.
________. Síntese de História da Cultura Brasileira. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1989.
________.Síntese do Desenvolvimento Literário no Brasil. São Paulo, Livraria Marfins, 1943.
LITERATURA, CULTURA E SOCIEDADE – O livro “Literatura, cultura e sociedade”, organizado por José Niraldo de Farias e Sheila D. Maluf traz uma série de abordagens, a exemplo da de Belmira Magalgães acerca dos desejos de Sinhá Vitoria e a construção autoral de Graciliano Ramos em Vidas Secas, de Claudia Canuto sobre o arquétipo, história e a critica junguiana da cultura, Enaura Quizabeira Rosa e Silva entre Eros e Tânatos, a alegoria barroca, de Gunter Jarl Pressler com a teoria da recepção da obra literária: uma proposta à revisão da historiografia literária brasileira, Ivia Alves com as escritoras baianas do final do século XIXC, Izabel Brandão com mulheres na imprensa de Alagoas: esboço para um retrato em branco e preto; José Niraldo de Farias com mito, cultura e sociedade em Vozes Anoitecidas de Mia Couto; Lenice Pimentel com O fascínio do olhar: movimento barroco; Magnolia Rejane Andrade dos Santos com Fronteiras da continuidade: leitura criativa de poéticas visuais; Shaila D. Maluf com O publico no teatro convencional e no psicodrama – uma estética da recepção; Teoberto Landim com uma leitura da ficção contemporânea; e Vera Lucia Romariz Correia de Araujo com a tradição judaico-cristã na literatura ocidental: uma retórica, historia e macula.
FONTE:
FARIAS, José Niraldo; MALUF, Sheila D. Literatura, cultura e sociedade. Maceio: EDUFAL/PPGLL, 2001.
ANGUSTIA: 70 ANOS DEPOIS – O livro “Angustia: 70 anos depois”, organizados pelo professora Enaura Quixabeira Rosa e Silva traz apresentação de Francisco Reynaldo Amorim de Barros, a professora Enaura Q. R. e Silva abordando releituras de um texto desafiado, Luiz Gutemberg com Angustia – cânone alagoano, Belmira Magalhães com a política do favor na modernidade brasileira periférica, Lucia Maria Vieira da Rocha e Enaura Q. R. e Silva com Angustia – o romance de Maceió, Izabel F. O. Brandão com Marina de Graciliano e o poder devastador das idealizações, Marcos Serafim com o caráter dualista do herói, Maria Helena Melo de Moraes com Luis da Silva: o discurso da angustia, Roberto Sarmento Lima com Angustia: um ensaio das Memórias (ou as memórias de um eu encarcerado)?,Solange Chalita com o mundo sombrio de um herói problemático e Paulo Mercadante com o dominio da desventura em Graciliano Ramos.
Fonte:
SILVA, Enaura Quixabeira Rosa (Org). Angustia: 70 anos depois. Maceió: Catavento, 2006.
Ilustração de Vinicius Mattoso.
Marco na literatura brasileira, por trazer um relato contundente sobre a luta pela sobrevivência do sertanejo nordestino, além de abarcar uma crítica social às causas da miséria e do flagelo da estiagem, “Vidas Secas” já vendeu um milhão e meio de cópias e se encontra na sua centésima sétima (107ª) edição.
Intitulado “Vidas, para sempre secas?”, o evento-homenagem a Graciliano Ramos acontecerá a partir deste sábado, 1º de novembro (prosseguindo até o dia 30), nos Centros Culturais Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) e Cariri (rua São Pedro, 337 – Centro – fone: (88) 3512.2855) – este, em Juazeiro do Norte, na região sul do Ceará.
Atualidade e permanência da obra: Através de atividades como oficinas de leitura, mesas de debates, leituras guiadas, exposição temática e bibliográfica, seminário avançado, exibição de filmes, documentários e depoimentos, conduzidas por professores vinculados a várias universidades brasileiras (Ceará, São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal), além de pesquisadores e artistas, o evento multimídia tem por finalidade criar uma interação entre o mundo daquelas vidas secas e a sensibilidade de quem se propõe a conhecê-las. O objetivo é discutir a atualidade e a permanência de “Vidas Secas”, romance representativo da cultura brasileira contemporânea, conforme avaliação da Fundação William Faulkner (EUA). A série de atividades contará com palestras e debates com a professora Elizabeth Ramos (neta de Graciliano), da pós-graduação em Letras da Universidade Federal da Bahia, e com o professor, ensaísta, editor e pesquisador Wander Melo Miranda, supervisor do projeto de reedição da obra completa de Graciliano Ramos, autor do livro “Folha Explica Graciliano Ramos” e titular de Teoria da Literatura da Universidade Federal de Minas Gerais, entre outros estudiosos da obra do romancista.
O evento multimídia em torno da obra e vida do escritor alagoano tem curadoria e produção dos professores, pesquisadores e ensaístas Fernanda Coutinho e Miguel Leocádio Araújo, ambos da pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará. Leitura guiada para alunos de escolas públicas: O evento tem início neste sábado, 1º, às 10h30, no CCBNB-Fortaleza, com uma leitura guiada do romance “Vidas Secas” (Fragmentos de Vidas: a trilha de Fabiano e sua família), para grupos de alunos de escolas públicas de Fortaleza e da região metropolitana, dentro do programa Escola de Cultura. A leitura guiada pela professora Fernanda Coutinho e Sávio André Cavalcante, graduando em Letras pela UFC, prossegue até às 12h30. No próximo dia 7 (sexta-feira), também de 10h30 às 12h30, será exibido o filme “Vidas Secas”, longa-metragem dirigido e lançado pelo cineasta brasileiro Nelson Pereira dos Santos em 1963, em preto-e-branco (p&b), com duração de 103 minutos. Este foi o único filme brasileiro a ser indicado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca. Nesta película, é perceptível a influência marcante do neo-realismo italiano na obra do diretor Nelson Pereira dos Santos. O filme foi premiado nos Festivais de Cannes (França, 1964) e de Gênova (Itália, 1965). Exposição temática e seminário avançado: no dia 12 (sexta-feira), às 17 horas, será aberta a exposição temática “Caras Murchas das Vidas Secas”. Com curadoria de Fernanda Coutinho e Miguel Leocádio Araújo, a mostra traz farta bibliografia e material iconográfico sobre a obra magna de Graciliano Ramos, bem como a sua fortuna crítica. A exposição fica em cartaz até 30 de novembro. Por sua vez, o seminário avançado “Vidas, para sempre secas?” acontece no CCBNB-Fortaleza, nos dias 12 e 13 (quarta e quinta-feira), de 17h às 20h, e no CCBNB-Cariri, no dia 14 (sexta-feira), de 15h às 20h. Em Fortaleza, no dia 12, com mediação da professora Neuma Cavalcante (Letras, UFC), serão apresentados os seguintes temas: “Gestos e palavras: a sabedoria feminina em Vidas Secas”, com Vera Moraes (Letras, UFC); “Graciliano Ramos: ‘não silenciou sobre seu tempo’, com Odalice de Castro Silva (Letras, UFC); “O devir animal e criança em Vidas Secas”, com Peregrina Cavalcante (Sociologia, UFC); e o professor Zenir Campos Reis (Letras, USP), com tema ainda não definido.
Série de debates e leituras dramatizadas: O seminário prossegue no dia 13 no CCBNB-Fortaleza, a partir das 17h, com mediação do professor Adriano Espínola (Letras, UFC). Nesse dia, serão apresentadas as seguintes palestras: “Estranhos à festa”, com a neta de Graciliano, professora Elizabeth Ramos (Letras, UFBA); “Uma certa aliança: o amor representado em Vidas Secas”, com Mirella Márcia Longo (Letras, UFBA/CNPq); “As contas de Vidas Secas: fuga ou mudança?”, com Hermegildo Bastos (Letras, UnB); e “Animais e seres humanos: formas de conviviabilidade”, com Fernanda Coutinho e Miguel Leocádio Araújo. No dia 14, o seminário se transfere para o CCBNB-Cariri, em Juazeiro do Norte. Lá, a partir das 15h, acontecerá uma leitura dramatizada de trechos do romance “Vidas Secas”. Às 16h, os professores Elizabeth Ramos, Fernanda Coutinho e Miguel Leocádio Araújo debatem com a platéia o tema “O que Vidas Secas nos quer dizer?”. O encerramento do seminário será às 20h. No dia 25 de novembro (terça-feira), a partir das 19h, o programa de debates Literato terá como figura central o professor, ensaísta, editor e pesquisador Wander Melo Miranda (UFMG), responsável pela reedição da obra completa de Graciliano Ramos. No programa, ele dialogará com a professora Fernanda Coutinho, sobre as dimensões adquiridas pela obra do escritor alagoano no cenário cultural brasileiro, desde a sua inserção no Romance de 1930 até às leituras efetuadas pela nossa contemporaneidade.
VIDAS SECAS - Resumo do romance “Vidas Secas”: O livro “Vidas Secas” retrata a vida de pessoas que vivem no sertão brasileiro e o sacrifício delas para sobreviver. Tendo como tema a luta pela sobrevivência diante do flagelo da estiagem, o autor traz em seus personagens muito da alma nordestina nos traços de Fabiano e sua família. Os principais personagens são: Fabiano, Sinhá Vitória, Menino mais Velho, Menino mais Novo, a cachorra (Baleia) e o papagaio, que a família come para aliviar a fome. Foi publicado em 1938 e aborda a problemática da seca e da opressão social no Nordeste do Brasil. Ao contrário dos romances anteriores, é uma narrativa em terceira pessoa, com o discurso indireto livre predominante, com a finalidade de penetrar no mundo introspectivo dos personagens, já que esses não têm o domínio da linguagem necessário para estabelecer a comunicação. O romance tem um caráter fragmentário. São “quadros”, episódios que acabam se interligando com uma certa autonomia. Como coloca o crítico Affonso Romano de Sant’Anna: “estamos sem dúvida diante de uma obra singular, onde a história é secundária e onde o próprio arranjo dos capítulos do livro obedece a um critério aleatório”.
"Começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer"
Graciliano Ramos (1892-1953) é considerado um dos mais importantes escritores do moderno romance brasileiro. Ele nasceu no sertão alagoano e começa publicando na revista carioca "O Malho" sonetos sob o pseudônimo de Feliciano de Olivença. Depois adota outros pseudônimos: S. de Almeida Cunha, Soares de Almeida Cunha e Lambda, este usado em trabalhos de prosa, além de Soeiro Lobato. Chegou a ser prefeito de Palmeira dos Índios, dedicando-se posteriormente ao jornalismo e à publicidade, sendo revisor de jornais no Rio de Janeiro e diretor da imprensa e da instrução do estado de Alagoas de 1930 a 1936, sempre demonstrando preocupação com o ensino no Brasil. Foi preso em 1936, sob a suspeita de ligação com o Partido Comunista Brasileiro, sendo humilhado dentro dos presídios por onde passou. Em 1945, filia-se ao Comunismo, viajando por vários países socialistas. No início dos anos 50, já consagrado como romancista, falece de câncer na capital carioca. Suas principais obras: Romances: Caetés (1933); São Bernardo (1938); Angústias (1936); Vidas Secas (1938). Conto: Insônia (1947). Memórias: Infância (1945); Memórias do Cárcere (1953); Viagem (1954); Linhas Tortas (1962); Viventes das Alagoas (1962). Literatura Infantil: Histórias de Alexandre (1944); Dois dedos (1945); Histórias Incompletas (1946).
Gracialiano Ramos se destaca como romancista da segunda fase do Modernismo (1930 - 1945), tornando sua obra mais uma vertente de nosso rico romance regionalista. Com estilo seco, conciso e sintético, muitas vezes frio, enxuto e impessoal, repleto de senso psicológico, o autor deixa de lado o sentimentalismo a favor de uma objetividade e clareza, sabendo exprimir a amarga realidade do homem nordestino com agudeza.
Umas das suas mais importantes obras é Vidas Secas, um romance narrado em terceira pessoa, com narrador onisciente, com discursos indiretos livres, revelando o interior dos personagens através de monólogos interiores. O foco narrativo ganha destaque ao converter em palavras os anseios e pensamentos das personagens. O tempo de narrativa medeia duas secas. A primeira que traz a família para a fazenda e a segunda que a leva para o Sul. Mesmo possuindo algumas referências cronológicas na obra, o tempo é psicológico e circular. O espaço é físico, refere-se ao sertão nordestino, descrito com precisão pelo autor.
VIDAS SECAS aborda a problemática seca e a opressão social. O romance tem um caráter fragmentário . São "quadros", episódios que acabam se interligando com uma certa autonomia. Mesmo com esse tipo de estrutura, há uma proximidade entre o primeiro capítulo: Mudança- a chegada de uma família de retirantes - e o último: Fuga - a mudança da família que , diante da seca, foge para o sul. Esse caráter mostra que o romance é cíclico, onde o mundo se fecha para a família de Fabiano, saindo de uma mera classificação regionalista para mostrar o drama que o Homem sofre com a opressão do mundo. Os personagens, Fabiano e sua família, pessoas de pouca fala. Fabiano é um nordestino pobre e ignorante que desesperadamente procura trabalho, bebe muito e perde dinheiro no jogo. Sinhá Vitória, mulher de Fabiano, sofrida, mãe de 2 filhos, lutadora e inconformada com a miséria em que vivem, trabalha muito na vida. Os meninos são crianças pobres sofridas e que não tem noção da própria miséria que vivem. A ausência de nomes e de caracteres específicos acaba por projetá-los ao anonimato, formulando assim um caráter de denúncia. Baleia, a cadela da família, tratada como gente, muito querida pelas crianças. Seu Tomás Bolandeira é um personagem que só aparece por meio de lembranças e tido como referência para Fabiano e sinha Vitória. Já o soldado amarelo, o dono da fazenda, o fiscal da prefeitura e o seu Inácio dono do bar, são representantes das instituições sociais que oprimem Fabiano. A história começa com a fuga de uma família nordestina fugindo da seca do sertão. No primeiro capítulo – Mudança -, traz o trajeto de quatro pessoas retirantes – o pai, Fabiano, sua família -, e uma cachorrinha, a Baleia, que se arrastam numa peregrinação silenciosa pela paisagem hostil do sertão nordestino. Até que chegam numa fazenda abandonada e pretendem ali se estabelecer. No segundo capítulo – Fabiano -, a família retirante se aloja na fazenda, mas são expulsos logo depois, conseguindo, o pai ficar ali como vaqueiro. E sobreviveram. No terceiro capítulo – Cadeia -, Fabiano vai à feira para compra de mantimentos, aproveita e toma umas pingas, quando conhece o soldado amarelo que o convida para um jogo de cartas. Perderam dinheiro no jogo, quando Fabiano é humilhado até se desentender com o soldado que o leva preso. No capítulo quarto - Sinhá Vitória -, irritada discutia com o Fabiano uma cama melhor. Era o desejo deles: uma cama nova. Vem, então, o quinto capitulo – O menino mais novo -, Fabiano vaqueiro domava égua brava, enchendo de orgulho o filho caçula que imitava o pai. Tentando imitá-lo o menino tenta dominar uma cabra que o domina, humilhando-o na frente do mais velho. No sexto capítulo – O menino mais velho -, o mais graúdo dos filhos fica intrigado com o inferno, inquirindo pai e mãe a respeito, obtendo indiferença, entendendo tratar-se de um lugar ruim e perigoso, cheio de jararacas e pessoas levando cascudos e pancadas com a bainha da faca. Já no sétimo capítulo – Inverno -, o cenário apresenta a reunião da família em torno do fogo contra o frio do vento e da água agitada. Era a certeza de que a seca não chegaria tão cedo. No oitavo capítulo – Festa – a família reunida segue para a cidade nos festejos natalinos. A família segue para a igreja e depois para o carrossel e as barracas de jogos. Fabiano embriagou-se e armou-se de valentia, até que aquietou-se e dormiu no chão. Sinha Vitória, aflita, tinha que olhar os meninos, não podia deixar o marido naquele estado. Os meninos também estavam aflitos. Baleia sumira na confusão de pessoas, e o medo de que ela se perdesse e não mais voltasse era grande. Distante de tudo, Fabiano roncava e sonhava com soldados amarelos. No nono capítulo – Baleia –, a cadelinha debilitada, considerada um membro da família, foi sacrificada pelo pai. No décimo capítulo – Contas -, o vaqueiro Fabiano recolhia os rendimentos dos cabritos e bezerros, foi fazer acerto das contas com o patrão. Sentia-se enganado e cada vez mais endividado. Seu destino era trabalhar para os outros, assim como fora com seu pai e seu avô. No décimo primeiro capítulo – O soldado amarelo -, Fabiano caçava uma égua fugida quando se depara com o soldado amarelo que o prendera e humilhara anos atrás. Houve um clima de confronto, mas Fabiano tirou o chapéu numa reverência e ainda ensinou o caminho ao amarelo. No décimo segundo capítulo - O Mundo Coberto de Penas -, a seca ameaçava, era sinal de uma nova peregrinação, uma nova fuga. Era só desgraça atrás de desgraça. Era necessário ir embora daquele lugar maldito. Quando o décimo terceiro capítulo – Fuga -, quando Fabiano vê tudo esgotado ao seu redor e reuniu a família, partiram de madrugada, abandonando tudo como encontraram. O caminho era o do sul. A cidade, talvez, fosse melhor. Até uma cama poderiam arranjar. Deveria haveria uma nova terra, cheia de oportunidades, distante do sertão a formar homens brutos e fortes como eles. REFERÊNCIA: RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Livraria Martins, 1969.
GRACIALINAO RAMOS: Biografia - Primogênito de dezesseis filhos do casal Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ramos, Graciliano viveu os primeiros anos em diversas cidades do Nordeste brasileiro. Terminando o segundo grau em Maceió, seguiu para o Rio de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como jornalista. Volta para o Nordeste em setembro de 1915, fixando-se junto ao pai, que era comerciante em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste mesmo ano, casa-se com Maria Augusta de Barros, que morre em 1920, deixando-lhe quatro filhos. Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano seguinte. Manter-se-ia no cargo por dois anos, renunciando em 10 de abril de 1930. Segundo uma das auto-descrições , “(...) quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas”. Os relatórios da prefeitura que escreveu nesse período chamaram a atenção de Augusto Schmidt, editor carioca que o animou a publicar “Caetés”, em 1933. Entre 1930 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando como diretor da Imprensa Oficial e diretor da Instrução Pública de Alagoas. Em 1934, havia publicado “São Bernardo”, e quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso em decorrência do pânico insuflado pelo presidente Getúlio Vargas após a Intentona Comunista de 1935. Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar “Angústia” (1936), considerada por muitos críticos como a melhor obra. Graciliano Ramos é libertado em janeiro de 1937. As experiências da cadeia, entretanto, ficariam gravadas em um obra publicada postumamente, “Memórias do cárcere” (1953), relato franco dos desmandos e incoerências da ditadura (Estado Novo) a que estava submetida o Brasil. Em 1938, publicou “Vidas Secas”. Em seguida, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, como inspetor federal de ensino. Em 1945, ingressou no Partido Comunista do Brasil – PCB (que nos anos 1960, dividiu-se em Partido Comunista Brasileiro – PCB – e Partido Comunista do Brasil – PcdoB), de orientação soviética e sob o comando de Luís Carlos Prestes. Nos anos seguintes, realizaria algumas viagens a países europeus com a segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, retratadas no livro “Viagem” (1954). Ainda em 1945, publicou “Infância”, relato autobiográfico. Adoeceu gravemente em 1952. No início de 1953 foi internado. Faleceu em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer do pulmão. O estilo formal da escrita e a caracterização do eu em constante conflito (até mesmo violento) com o mundo, a opressão e a dor seriam marcas da sua literatura. Dono de estilo contundente e direto, Graciliano Ramos é um dos mais importantes autores da literatura brasileira, cujo interesse estético é inseparável do comprometimento ético. Seja por suas intervenções no campo político, pelo empenho em favor dos oprimidos ou ainda pela defesa do artista no mundo moderno, Graciliano Ramos reafirma, de modo inconfundível, o vínculo entre literatura e vida. Ler os livros do escritor alagoano é tarefa fundamental para todos que têm interesse em entender o Brasil – e entender a si mesmos. Veja mais aqui e aqui.
LEONARDO BOFF: TEOLOGIA DO CATIVEIRO E DA LIBERTAÇÃO
O teólogo, escritor e professor universitário Leonardo Boff (Genério Darci Boff), é um dos expoentes da Teologia da Libertação. Neste sentido escreveu o livro “Teologia do cativeiro e da libertação” onde aborda questões como a hermenêutica da consciência histórica da libertação, a teologia a partir do cativeiro e da libertação, a teologia como libertação e esta como teologia, o processo de libertação, a anti-história dos humilhados e ofendidos, a estrutura da modernidade, ensaio crítico de de-construção e de construção teológica, vida religiosa no processo de libertação, a igreja no processo de libertação e pobreza e libertação dentro da espiritualidade de compromisso e solidariedade.
BOFF, Leonardo. Teologia do cativeiro e da libertação. São Paulo: Círculo do Livro, 1980.
Coleção editada pela editora portuguesa Presença em conjunto com a Livraria Martins Pontes, onde o ensaísta, poeta e critico literário espanhol Guillermo de Torre aborda em 6 volumes, o conceito e evolução da vanguarda, função da crítica literária e os movimentos futurismo, expressionismo, cubismo, ilogismo, instantaneísmo, dadaísmo, surrealismo, imaginismo, decadentismo, ultraísmo, modernismo, personalismo, existencialismo, iracundismo, frenetismo, cinematografismo, condutismo, concretismo, dentre outros.
TORRE, Guillermo. História das literaturas de vanguarda. Portugal/Brasil: Presneça/Martins Fontes, 1972.
HISTÓRIA DA LITERATURA OCIDENTAL
CARPEAUX, Otto Maria. História da Literatura Ocidental. 8 volumes. Rio de Janeiro: Alhambra, 1980.
O ensaísta, crítico literário, historiador e jornalista brasileiro, Otto Karpfen ficou conhecido como Otto Maria Carpeaux (Viena, 1900-Rio de Janeiro, 1978), realizou durante 50 anos de participação pública no Brasil, uma extensa obra, dentre elas, os oito volumes da História da Literatura Ocidental, abordando a herança da literatura grega, o mundo romano, o cristianismo, a fundação da Europa, o universalismo cristão, a literatura dos castelos e aldeias, a oposição burguesa e eclesiástica, a transição do Trecento, a Renascença e Reforma no Quatrocento e Cinquecento, o Barroco e Classicismo, o Rococó e a revolução pré-romântica, o Romantismo, a literatura burguesa do Realismo ao Naturalismo, o Fin de Siécle do Simbolismo até as revoltas modernistas e as tendências contemporâneas.
HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA
ROMERO, Silvio. História da Literatura Brasileira. 5 volumes. Rio de Janeiro/Brasília: J. Olympio/INL, 1980.
Silvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero (1851-1914) foi critico literário, ensaísta, poeta, filósofo, professor e político sergipano de expressão nacional. Dentre suas obras, está a História da Literatura Brasileira, em 5 volumes, abordando contribuições para o estudo do folclore brasileiro, o Brasil social e os elementos que o plasmaram, da crítica e sua exata definição, o período de formação, o período de desenvolvimento autonômico, a transição e a transformação romântica, retrospecto literário, artigos esparsos e quadro sintético da evolução dos gêneros na literatura brasileira.
MIGUEL TORGA - Acabo de ser presenteado pela minha amiga médica, presidente da Sociedade Alagoana de Reumatologia e crítica literária, Cidinha Madeiro, com o livro “Miguel Torga: o médico e o poeta”, de Hilton Seda. O autor é professor emérito da PUC-Rio, Mestro de La Reumatologia Panamericana, professor Honoris Causa da UFBA e membro emérito da Academia Brasileira de Reumatologia.Contando com prefácio de Mario Viana Queiroz, apresentação de Fernando Neubarth e epílogo com o texto “Ao mestre, com carinho” da Cidinha Madeiro, o livro traz o exercício clínico do dr. Adolfo Correia da Rocha nos diários de Miguel Torga, Miguel Torga e a política, a religião e Deus, e a convivência do poeta com a sua doença.
FONTE:
SEDA, Hilton. Miguel Torga: o médico e o poeta. Porto Alegre: Kalligraphos, 2008.
IDEOGRAMA – o livro “Ideograma: lógica, poesia e linguagem”, organizado por Haroldo de Campos, reune uma série de estudos realizados pelo organizador, Ernest Fenollosa, Sierguei Einsenstein, Chang Tung-Sun, Yu-Kuang Chu e S. I. Hayakawa, abordando temas como ideograma, anagrama, diagrama, uma leitura de Fenollosa, os caracteries da escrita chinesa como instrumento para a poesia, o principio cinematografico e o ideograma, a teoria do conhecimento de um filosofo chines e o que significa estrutura aristotélica da linguagem.
FONTE:
CAMPOS, Haroldo (Org). Ideograma: logica, poesia, linguagem. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1977.
TEORIA DA LITERATURA – FORMALISTAS RUSSOS
A Teoria Literária dos formalistas russos R. Jakobson, J. Tynianov, O. Brik, B. Tomachevski, V. Propp, V. V. Vinogradov, B. Eikhebaum, V. Chklovski, V. Jirmunski, L. Trotsky, dentre outros, organizada por Dionísio de Oliveira Toledo com prefacio de Boris Schnaiderman, trata, na primeira parte, da problemática do formalismo, onde é abordado temas como a teoria do método formal, a arte como procedimento e a escola poética formalista e o marxismo. Na segunda parte trata das tarefas da estilística, os problemas dos estudos literários e lingüísticos, a noção de construção, a evolução literária e do reinado artístico. A terceira parte trata do poema sob a ótica do ritmo, sintaxe e o verso. Na última parte vem a narração sob o questionamento acerca da teoria da prosa, temática, a construção da novela e do romance, como é feito O capote de Gogol e as transformações dos contos fantásticos.
FONTE:
EIKEBAUM et al. Teoria da literatura: formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1978.
ROGEL SAMUEL é poeta, escritor, webjornalista e colunista do Blocos On Line, além de ser professor aposentado adjunto e doutor do Departamento de Ciência da Literatura na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Dentre as suas obras, já publicou: Crítica da Escrita, em 1979; Manual de Teoria Literária, já com 14 edições; Literatura Básica, em 3 volumes, em 1985; O que é Teolit?, em 1986; 120 Poemas, em 1991; Novo manual de teoria literária, 4ª. Edição, em 2007 e o romance “O amante das amazonas”, 2005. Entre as suas obras está destacado o “Novo Manual de Teoria Literária”, excelente livro onde o autor aborda os conceitos básicos da teoria literária, a natureza do fenômeno literário, as questões do belo, do mito, do trágico e do fantástico, os gêneros literários, as teorias críticas, a dialética hegeliana, Nietzsche e a crítica dos valores, o século XIX no Brasil, a transição, o formalismo russo, a estilística, o New criticism, o estruturalismo, a semiologia, a hermenêutica literária, a crítica de Bachelard, a crítica psicanalítica, a critica marxista e neomarxista, a literatura e a história, a literatura comparada, os best sellers, cinema, TV, as teorias pós-modernas,a modernidade, a pós-modernidade, a teoria da recepção, pós-estruturalismo, Michel Foucault, desconstrução, teoria pos-colonial, a crítica feminista, a estética da contingência, poesia e filosofia da linguagem, interpretação e crítica, literatura e internet e, por fim, a terceira margem da crítica como exemplo de leitura de texto. O livro é fundamental para estudiosos da teoria literária e indispensáveis para estudantes graduandos e pós-graduandos.
FONTE:
ROGEL, Samuel. Novo Manuel de teoria literária. Petrópolis/RJ: Vozes, 2007.
RAÚL H. CASTAGNINO – TEMPO E EXPRESSÃO LITERÁRIA
O livro “Tempo e expressão literária” do doutor em Letras e catedrático das universidades de Buenos Aires e La Plata, Raúl H. Castagnino é dividida em duas partes: tempo e literatura, a primeira. E a segunda: tempo e teatro. Na primeira parte o autor trata acerca da dimensão tempo, da distância interior, a época, o tempo objetivo, subjetivo e psicológico em relação à lírica e ao romance. Na segunda parte trata acerca do fato teatral e o fato literário ante o tempo, o aristotelismo e o antiaristoteliosmo, o tempo relativista e o atual, J. W. Dunne e o tempo serial, Dunne e o tempo e os Conways de Priestley, o valor de teatro ou de ilustração de teorias e uma síntese bibliográfica.
FONTE:
CASTAGNINO, Raul. Tempo e expressão literária. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
LINGÜÍSTICA E POÉTICA – O livro “Lingüística e poética” de Daniel Delas e Jacques Filliolet, aborda as aproximações retóricas desde a antiga e clássica até a lingüística, as aproximações intersubjetivas, estrutural e estilística, língua e fala, teoria lingüística e teoria do sujeito, mensagem poética e informação, a função poética, as realidades lingüísticas da mensagem poética, materiais para a descodificação sintática, semântica e prosódica, a poesia musical, poesia visual, marcas extensas e modelo métrico, espaço textual, espacialização, ideografia, percepção poética, seleção e integração, marcas internas de poeticidade, estrutura concreta e abstrata, percepção, integraão e lugares, gramática e comunicação.
FONTE:
DELAS, Daniel; FILLIOLET, Jacques. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1973.
OLIVEIROS LITRENTO – o escritor alagoano e advogado doutorado em Direito pela UFPE, Oliveiros Litrento, foi tenente-coronel professor de Direito Constitucional Penal Militar e Internacional Público na Aman, na UFRJ e na Gama Filho, premiado pela Academia Brasileira de Letras pela sua obra Apresentação da Literatura Brasileira. Esta sua obra trata as coordenadas da literatura brasileira, desde a herança etnográfica e o meio como elementos circunstanciais do estilo operando sobre o fator básico do tempo, as origens da literatura brasileira, a Renascença e o Barro na literatura colonial, o Neoclassicismo e o Arcadismo, Romantismo e independência literária, antecedentes pré-modernistas e o Modernismo, o Neomodernismo e as ramificações contemporâneas.
FONTE:
LITRENTO, Oliveiros. Apresentação da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Forense/Universitária, 1978.
A obra “Sindicalismo X repressão – a história de Zé Eduardo, o líder do maior sindicato de camponeses do Brasil”, escrito pelo poeta sergipano Paulo Menezes, aborda questões atinentes ao processo de iniciação na luta sindical – engenho Limão, berço do sindicalismo e seus companheiros -, as ligas camponesas e os sindicatos, a vida de cubículos, o exílio na própria terra e o retorno à Palmares. O autor Paulo Menezes é licienciado em Pedagogia pela UFSE, professor e autor dos livros “Marcas do Silêncio” e do “Jogo-Vivo” em parceria com Felipe Maldaner.
Foto: Portal Salgueiro
RAIMUNDO CARRERO: OS SEGREDOS DA FICÇÃO
O premiado escritor, crítico, editor e jornalista pernambucano Raimundo Carrero é autor de diversos livros e realiza uma série de trabalhos voltados para a Literatura. Como jornalista já trabalhou no rádio, televisão e jornais, tendo desempenhado funções de assessor de imprensa da Fundação Joaquim Nabuco e da Universidade Federal de Pernambuco. Integrou o Conselho Municipal de Cultura do Recife e já foi presidente da Fundação de Patrimônio Artístico e Histórico de Pernambuco – FUNDARPE. É membro da cadeira 3 da Academia Pernambucana de Letras e dentre as suas obras publicou “Os segredos da ficção”, importante livro para quem almeja trabalhar no ofício de escritor.
O livro “Os segredos da ficção” é composto por quatro partes, sendo a primeira dela dedicada à Voz Narrativa, tecendo esclarecedora abordagem na busca do estilo e personalidade do escritor. A segunda parte é dedicada ao Processo Criador, onde o autor aborda questões acerca do impulso, intuição, técnica, pulsação narrativa e organização do processo criador. A terceira parte traz a Construção do Personagem, onde trata da gênese, conhecimento, apresentação do Rito e Autonomia, apresentação do esquema de olhares, a classificação e desenvolvimento. Na quarta e última parte o livro traz uma excelente bibliografia comentada. O livro é fundamental para iniciantes, aprendizes e confirmados escritores. Imperdível.
CARRERO, Raimundo. Os segredos da ficção: um guia da arte de escrever narrativas. Rio de Janeiro: Agir, 2005.
SEBASTIÃO HELENO & ECOS DEODORENSES – O livro “Ecos deodorenses” de Sebastião Heleno traz a história do município alagoano Marechal Deodoro, o patrimônio histórico, o povoado do Francês, o distrito da Massagueira, filhos ilustres, fotografias, perfil geral, fatos e curiosidades.
FONTE:
HELENO, Sebastião. Ecos deodorenses. Maceió: Edição do autor, 2009.
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Gilles Deleuze & Félix Guattari, Autran Dourado, Regina Silveira, Khadja Nin, Alexandre
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Saint-Martin, Juan Orrego-Salas, Irina Vitalievna Karkabi, Doença & Saúde aqui.
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