quinta-feira, março 07, 2013

CLARICE LISPECTOR, NELLIE BLY, MIGUEL BARNET, MONBIOT, EHRENBURG, LODGE, BRAININ, MATSUMOTO & CAUDAL DO UNA CAUDAL

 

O QUE É DO MUNDO SENÃO A VIDA – UMA: DESTRINCHANDO SENTIDO OU NÃO – Quando vou no dicionário encontro a palavra mundo como sendo a indicação de um lugar ou área dentro da Terra, imaginário ou real, tanto faz. E que a Terra é um planeta que é o mundo dos seres humanos. Tá, trocando em miúdos: pra mim é uma bola rotativa e translativa – gira por seu próprio eixo e em torno do Sol, que ninguém, ninguém mesmo sabe onde vai parar. Já estão dizendo que o núcleo da Terra diminuiu de velocidade, parou e, ao que parece, está girando em sentido contrário. Consequência disso, não dá pra prever: os sismólogos que queimem as pestanas. Enquanto isso, uma metáfora demonstra bem a realidade: a Torre de Babel. Resultado: ninguém se entende. A melhor das definições quem me deu foi a Clarice Lispector: O mundo me parece uma coisa vasta demais e sem síntese possível! (Veja mais dela aqui e aqui). Pronto, ponto final. DUAS: AH, NÃO! VOLTANDO A CONVERSA – Bem, aqui no mundo da gente, reitero: ninguém se entende. Pitaco do muito procura sentido para isso ou aquilo da gente. Não há acordo ou convensão plausível. O que se sabe mesmo é o que diz o escritor e ambientalista britânico, George Monbiot: O progresso é medido pela velocidade com que destruímos as condições que sustentam a vida... Sim, é o que parece mesmo! A gente não vive, nos matamos uns aos outros. Mas ele ainda acrescenta para nossa tragédia: Nenhum desafio político pode ser enfrentado com compras... Pois é, precisamos inventar um local onde se venda vida digna, paz e felicidade. Agora, se puder, enquanto isso durma com um barulho deste! TRÊS: DAGORA OU NUNCA – Mas como a gente leva sempre tudo nas coxas porque só vem bronca na caixa dos peitos, deixa passar, com o tempo ou a gente aprende ou se lasca do mesmo jeito. Pior: esquecemos. Pois bem, no meio disso aparece uma do escritor e jornalista ucraniano, Ilya Ehrenburg (1891-1967) que saiu com a dele para embananar um pouquinho mais nossa existência: Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem... Eita! Pois é, como a gente nasce mesmo pra morrer e no meio do maior vaivem, qual seria, na vera, a razão pela qual a gente passa pela vida num mundo que roda que só e deixa a gente mais confuso e sem saber mesmo nem quem a gente é de verdade... Melhor a vida dos pássaros, das pedras, das árvores e tudo o mais, que não precisam questionar nada, vivem por viver. E vamos aprumar a conversa!!!!

 

DITOS & DESDITOS - Eu respeito um homem que consegue reconhecer uma citação. É uma arte moribunda... Eu também sou um pouco desconstrucionista. É meio excitante – a última emoção intelectual restante. Como serrar o galho em que você está sentado. Essa é a atração do circuito de conferências: é uma forma de transformar o trabalho em diversão, combinando profissionalismo com turismo, e tudo às custas de terceiros. Escreva um papel e veja o mundo! Eu sou Jane Austen – voe comigo!... Pensamento do escritor e crítico inglês David Lodge.

 

ALGUÉM FALOU: Chega um momento para o homem em que ele deve agir, apesar dos perigos, sabendo que pode morrer... Pensamento do mangaka japonês Leiji Matsumoto.

 

SISTEMA PEDAGÓGICO MUSICAL - [...] Depois de vários anos em que as crianças têm contato com representações coloridas de um sistema musical (e um quadro de anotações especial também), eles começam ter associações relativas no que diz respeito ao passo “colorido”... [...] Trecho extraído do artigo Employment of Multicultural and Interdisciplinary Ideas in Ear Training - “Microchromatic” Pitch. “Coloured”Pitch (ISME, 2008), do musicólogo, poeta, educador e compositor russo Valeri Brainin, apresentando um sistema pedagógico que compreende o desenvolvimento do raciocínio musical, método pelo qual as crianças aprendem desde cedo a perceber a música como um fenômeno integral. Os elementos da linguagem musical são estudados com o auxílio do canto, da gesticulação, das montagens visuais e da execução do próprio instrumento. O sistema Brainin é basicamente voltado para o trabalho com crianças a partir dos quatro anos, mas também pode ser utilizado com adultos. Ele distingue o profissional (“ouvinte especialista” segundo a terminologia de T. Adorno) e o amante da música (“bom ouvinte” segundo Adorno) simplesmente na consciência e no nível de domínio dos elementos do raciocínio musical, onde o profissional deve ir mais longe. A atenção principal é dada aos seguintes aspectos: 1. Desenvolvimento do ouvido musical absoluto, pseudoabsoluto e relativo: melódico, harmónico e polifónico. 2. Desenvolvimento de uma percepção rítmica fina orientada em primeiro lugar para uma rítmica sem tempo de acentos. 3. Consequentemente desenvolvimento da percepção musical em geral, desenvolvimento da memória musical e compreensão profunda da música erudita, além do desenvolvimento de habilidades conducentes à composição musical individual. Todo este programa é baseado em um tratamento especial do raciocínio musical e das possibilidades de seu desenvolvimento. O raciocínio musical (reflexivo, cognitivo) supõe a diferenciação entre o semelhante e o diferente, a estruturação ideal e adequada do objeto no processo de conhecimento, a capacidade de analisar a informação recebida que permite que cada momento da percepção seja executado um ideal conceitual síntese do objeto percebido, cujo resultado é a fixação mental de uma imagem adequada dele. A disciplina "Desenvolvimento do raciocínio musical" constitui uma disciplina integral que envolve todo o círculo de conhecimentos e competências tradicionalmente estudados nos programas de "teoria musical", "teoria musical" e "literatura musical". A percepção da música passa a ser vista como o processo de recepção de uma série de sinais com certo grau de identificação, que depende do nível de informação do ouvinte. Se alguém é capaz de detectar algo que ninguém havia percebido antes, mas cuja viabilidade foi depositada no sistema de comunicação, ocorre uma descoberta artística. Dá-se então o desenvolvimento da percepção colorístico-modal, baseado na dependência entre os graus da escala e as cores do espectro, a partir do desenvolvimento de um modelo cromático especial (“modelo espectral da escala”) que é usado em sala de aula como material didático. Assim, o fenômeno da sinestesia colorístico-auditiva é encontrado com relativa frequência. Os exercícios dedicados diretamente ao desenvolvimento do ouvido absoluto e pseudo-absoluto estão relacionados a fenômenos musicais pedagógicos claramente identificados, como o “ouvido de instrumentista” e o “ouvido de vocalista”. O sistema foi aprovado em diversas situações e condições e está totalmente adaptado ao processo escolar. Veja mais aqui e aqui.

 

DIAS DE HOSPÍCIO - [...] Eu disse que poderia e faria. E eu fiz. [...] Só depois que alguém está com problemas é que percebe quão pouca simpatia e bondade existem no mundo. [...] Enquanto eu viver, espero. [...] Para ter um bom cérebro, o estômago deve ser cuidado. [...] Eu gostaria que os médicos especialistas que estão me condenando por minha ação, que provou sua capacidade, pegassem uma mulher perfeitamente sã e saudável, a calassem e a fizessem sentar das 6h às 20h em bancos retos, não permita que ela fale ou se mova durante essas horas, não lhe dê leitura e não deixe que ela saiba nada sobre o mundo ou suas ações, dê-lhe comida ruim e tratamento severo e veja quanto tempo levará para deixá-la louca. Dois meses a fariam um desastre mental e físico. [...] O manicômio na Ilha de Blackwell é uma ratoeira humana. É fácil entrar, mas uma vez lá é impossível sair. [...] Uma bela jovem hebréia falava tão pouco inglês que não consegui entender sua história, exceto pelo relato das enfermeiras. Eles disseram que o nome dela é Sarah Fishbaum, e que seu marido a colocou no asilo porque ela gostava de outros homens além dele. [...] Compare isso com um criminoso, que tem todas as chances de provar sua inocência. Quem não preferiria ser um assassino e arriscar a vida a ser declarado louco, sem esperança de escapar? [...] Eu tinha certeza agora de que nenhum médico poderia dizer se as pessoas eram loucas ou não, desde que o caso não fosse violento. Mais tarde [...] Um incêndio não é improvável, mas uma das ocorrências mais prováveis. Se o prédio pegasse fogo, os carcereiros ou enfermeiras nunca pensariam em libertar seus pacientes loucos. Isso posso provar a você mais tarde, quando for contar sobre o tratamento cruel que dispensam aos pobres coitados confiados a seus cuidados. Como eu disse, em caso de incêndio, nem uma dúzia de mulheres poderia escapar. Todos seriam deixados para assar até a morte. Mesmo que as enfermeiras fossem gentis, o que não é, exigiria mais presença de espírito do que as mulheres de sua classe possuem para arriscar as chamas e suas próprias vidas enquanto destrancavam as cem portas para os prisioneiros insanos. A menos que haja uma mudança, algum dia haverá um conto de horror nunca igualado [...]. Trechos extraídos da obra Ten Days in a Mad-House (Wildside Press, 2013), da escritora e jornalista estadunidense Nellie Bly (pseudônimo de Elizabeth Cochran Seaman – 1864-1922), autora da frase: A energia aplicada e direcionada corretamente realizará qualquer coisa... Veja mais aqui e aqui.

 

DOIS POEMAS - PARA ONDE VOU - Para onde vou, \ sob que candeeiro brilho, \ em que cobertor me abrigo, \  onde escondo o meu espanto, por \ que vidros deslizam os meus olhos, \ sobre que escombros me levanto em estupor, \ onde ponho minha alma para vôlei \ se o tempo não chega, \ se uma vida não chega para encher \ o buraco onde pastam como restos de órfãos \ os sonhos que embalei na infância? EU ESPERO POR VOCÊ - Eu espero \ por você \ sob os sinais quebrados \ do cinema cantonês. \ Eu te espero \ na fumaça amarela \ de uma linhagem desfeita. \ Espero-te no fosso onde \ navegam \ ideogramas negros \ que já não dizem nada. \ Eu espero por você nos portões \ de um restaurante \ em um cenário da Paramount \ para um filme rodado diariamente. \ Deixo a chuva me cobrir \ com suas pontas dos trilhos \ enquanto sinto sua chegada. \ Na companhia de um coro de eunucos, \ ao som do violino de uma corda de \ Li Tai Po \ aguardo-vos. \ Mas não venha \ porque o que eu realmente quero \ é esperar por você. Poemas do escritor e etnólogo cubano Miguel Barnet Lanza.

 



CARTILHA DO CANTADOR – O livro “Cartilha do cantador” de Aleixo Leite Filho, trata desde a poesia popular, as regras de improviso, o mourão, a décima, o quadrão, galope à beira-mar e outras modalidades de cantoria com diversas quantidades de sílabas, anexando um pequeno vocabulário do cantador.
Fonte:
LEITE FILHO, Aleixo. Cartilha do cantador. Recife: Ed. Autor, 1985.


O CAUDAL DO UNA – Texto do escritor Pelópidas Soares - Unindo as suas águas à terra e ao homem, este rio Una une-se também à bacia do Vale do Pirangi, seu afluente e une, numa interação da paisagem humana e fisiográfica, o Agreste, a Mata e o Litoral, no sul do Estado. Às vezes se contorce beirando as fronteiras do norte das Alagoas. Em tempo, porem, recua, serpeia e novamente se estira dentro dos nossos limites, preservando a sua pernambucanidade, que é a sua identidade. Nenhuma queda dágua importante registra. As setenta e cinco cachoeiras do seu curso, servem apenas para encrespar a sua correnteza e precipitar irritado o seu protesto contra a tragédia da gente nordestina que estampa as suas águas. É uma corrente geradora de impetuosidade. Das suas margens, dos seus campos, das suas cidades e vilas, gerações de homens descem em torrentes sucessivas, à semelhança das suas águas, que nunca secam, como outra esteira líquida, para desaguar nas cidades grandes, gritar e ser ouvidos. Os rios carregam o destino de afogarem-se no mar. Alguns dos homens das suas margens também tem um destino comum: a cidade grande. Os das margens do Una carregam uma legenda de vida para a posteridade. Estes descem de São Bento do Una, de Altinho, Bonito, Canhotinho, Quipapá,  São Benedito do Sul, Maraial, Catende, Belém de Maria, Palmares, Água Preta, Barreiros e São José da Coroa Grande. São os Gilvan Lemos, os Hermilo Borba Filho, os Ascenso Ferreira, os Valença: Alceu, Jório, Lívio, Geraldo, Clávio; os Gueiros, à frente Nehemias e Eraldo; chamam-se José Maria Cerqueira, Waldemar e Alcides Lopes; Aristóteles Soares, Gasparino Damata, Bartyra Soares, Nelson Silva, Darel Valença, Murilo Lagreca, Bajado, Telles Junior, Douglas Marques, Jaques Gonçalves, Osmario Teles, Pedro Afonso de Medeiros, Ruy Ayres Bello, Júlio Bello, Estácio Coimbra, os irmãos Antiógenes e Nelson Chaves, Juhareyz Correya, Jether Peixoto, Odete Vasconcelos, Costa Porto, Manuel Lubambo, Jordão Emereciano, Jessiva Sabino, Margarida Mesquita, Valença Junior, Augusto Meyer, Garibalde Otavio, Raimundo Alves de Souza que se dizia pai de Vinicius de Morais; João Costa, Jocelino Ribeiro, as irmãs Costa Lopes, Eunice e Eulina; Manoel Martins Junior, os Griz, à frente Jayme; Letacio e Jaime Montenegro, Barros de Carvalho, Lelé Correa, Felinho, Nelson Ferreira, Luiz Alberto Machado e tantos outros, ficcionistas, poetas, artistas plásticos, jornalistas, compositores, músicos, atores, teatrólogos, ensaístas, políticos, que fazem a grandeza dessa região, no Estado e no País. Homens que levam para os grandes centros culturais o espelho do rio Una e dos seus afluentes – a agressividade dos aveloses, a poética dos canaviais e os acenos finais dos coqueirais, antes que as suas águas barrentas dos mangues de Várzea do Una vá tingir o verdazulado do Atlântico. É Pernambuco na sua essencialidade. Tanto que, se um dia, alguma coisa mudar em Pernambuco, virá das margens deste rio Una. Artigo publicado na seção Opinião, do Diário de Pernambuco, mencionado no meu texto do Guia de Poesia.

TIO JERUSO DE AFONSO PAULO LINS - Tio Jeruso não mais existe / De seu ver e ouvir. / No seu recinto abobadado / O trancado do seu peito / Ferido se escancarava. / Onde havia o cheiro / Para quem chegasse / (munido de nariz) / De óleos e picaretas / Pregos e parafusos, / E o odor corrediço / De fechaduras. / Onde lhe avistamos uma tarde / Carregar ao peito as mãos duras / Como se de súbito tivesse resolvido / Amolegar na raiz de sua dor / O enfermo coração. Poema do poeta pernambucano radicado nos Estados Unidos, Afonso Paulo Lins, extraído da antologia Poetas de Palmares. Veja mais aqui, aqui e aqui.

MOMENTOS DE CARMEN SILVIA PRESOTTO - Há momentos tão brancos / Com que borro minha pele / E escrevi / Há dias tão cinzas / Que assombro céus / Condenso paredes / Escuto fantasmas / Nas folhas em pauta / Me reencosto à Lua / Nua de carne / Com lágrimas impuras / Brinco com estrelas/ Anoiteço / Há dias tão vermelhos... Poema da poeta e editora do Vidráguas, Carmen Silvia Presotto. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

METÁFORA DE NATANAEL LIMA JUNIORO poeta excita / O orgasmo da manhã / E transa com a terra / E o manguezal. / O poeta traça a sua sina / E provoca alterações / No curso provinciano das águas. / O poeta é que põe / O sonho em transe. Poema extraído do livro À espera do último girassol e outros poemas (Bagaço, 2011), do poeta pernambucano Natanael Lima Filho. Veja mais aqui, aqui e aqui.

O POEMA DE ADRIANO NUNES - O poema é / Essa sala de estar / Onde – desafiando o / Infinito – / Umas às outras, as palavras / Passam a se conhecer / Perigosamente melhor. Poema extraído do livro Laringes de grafite, do poeta, médico, servidor público federal, tradutor e advogado alagoano Adriano Nunes. Veja mais aqui e aqui.

ENCONTRO DE AMOR DE ELIANE AUER - O meu amor por você é de encantos / Como uma viagem de barco no mar / Onde o vento transporta sem rumo / Até que um dia você possa me encontrar / E quando me encontrar me aqueça / Porque o frio das noites foi muito / Seja companhia diária na sombra / Não quero solidão sem sua companhia / Encha de cores a minha vida sem brilho / Como a primavera de flores enche a estação / E em prece agradeceremos o encontro / Num ato de grande emoção. Poema da professora e escritora capixaba Eliane Auer. Veja mais aqui e aqui.

ARDENDO DE ÍSIS NEFELIBATA - Ardendo dos pés à cabeça / Eu me sinto escorrer na entrada da buceta / E me toco para me perceber / Sou fonte inesgotável do seu prazer / Jorrando no seu cipó que me salva / De todos os meus pecados imortais / Ardendo, sim, ardendo de sentir o sangue frigir / Nas veias que não me suportam / Porque nada me supre, a não ser a sua presença / Encaro pelo espelho e esmigalho entre os dedos / O grelo enlouquecido, querendo o seu caralho / Estou de cá e ali no espelho, todas de mim / São loucas que se escabelam por desejá-lo tanto assim / Faço poses e me escancaro, sou sua somente, isso é raro / Porque não me reconheço mais sem seus toques anais / Seus carinhos doces ou brutais, suas enfiadas gostosas demais / Não me entendo gente sem seu corpo de seda, tão quente / Sem suas mãos a me apertarem, me esfregarem, me alisarem / Sem seu cacete inquieto a me fazer ajoelhar e nele rezar / Eu sou nada e ninguém, quando está longe e não vem / Para me abraçar, me proteger, em mim se lambuzar / E me encantar com seu canto, seus sussurros de espanto / Quando o surpreendo com meus gestos atrevidos / Como viver sem suas lambidas, chupadas / Sua língua solta e desenvolta nos meus ouvidos /Ardendo, sim, estou ardendo, estou febril, estou ardendo / Cada dia passa longe de você, sinto-me morrendo / Até que você chega e me lava de amor para me ressuscitar. Poema da poeta Ísis Nefelibata. Veja mais aqui e aqui.


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