KANT DE VCA - A monumental
obra Immanuel Kant (1724-1804) foi toda dedicada à filosofia moral e
confiança na razão humana, reduzindo sua biografia ao seu nascimento numa
cidade que não existe mais, Königsberg, na Prússia, destruída totalmente pelas
guerras e que hoje é conhecida por Kaliningrado, integrando o território
russo. Afora isso os usuais dados biográficos limitam-se tão somente a
mencionar que ele era o sétimo ou outro filho no meio de nove irmãos, de um
casal de devotos petistas – leia-se luteranos, formado por um seleiro modesto e
de uma mãe que era membro de uma guilda de seleiros. Conta-se mais que ele estudou
no conceituado colégio Fredericianum, ingressando na universidade aos 16 anos
de idade. Nela trabalhou como bibliotecário, tornando-se admirador de Hume,
Adam Smith, Hutcheson e Lord Kame, chegando a defender sua dissertação de
licenciatura em 1746, sobre a combustão e a eletricidade, seguindo-se escritos
sobre ciências naturais, tópicos da física leibniziana, astronomia, geologia e
química. Ao sair da universidade foi ganhar a vida como tutor particular por
uma década, ocasião em que publicou, em 1749, as Reflexões Sobre a
Verdadeira Estimativa das Forças Vivas. Retornando à vida universitária em 1755,
recebeu os graus de mestre e doutor em Filosofia, ocasião em que obteve o cargo
de livre-docente (Privat-dozent). Passou então a lecionar sem que dessa
atividade recebesse qualquer salário, sobrevivendo das espórtulas dos alunos
por suas preleções. Neste mesmo ano publica o ensaio História geral da
natureza e teoria do céu, o qual tornou-se um absoluto fracasso editorial. Ainda
neste ano publicou a tese de mestrado Breve sumário de certas meditações
sobre o fogo, seguindo-se a tese de doutoramento: Uma nova elucidação
dos primeiros princípios da cognição metafísica. No ano seguinte foi a vez
de publicar O uso na filosofia natural da metafísica combinada com a
geometria, Parte I: Monadologia Física, abreviado como Monadologia
Physica. Em 1762, foi a vez de A falsa sutileza das quatro figuras
silogísticas; em 1763, veio O único argumento possível em apoio a uma
demonstração da existência de Deus, seguindo-se no mesmo ano de Tentativa
de introduzir o conceito de magnitudes negativas na Filosofia. Em 1764,
foram publicados Observações sobre o sentimento do belo e do sublime,
seguido de Ensaio sobre a doença da cabeça, fechando o ano com Inquérito
sobre a distinção dos princípios da teologia natural e da moralidade (o Ensaio
do Prêmio). Em 1766, publicou Sonhos de um espírito-vidente, aceitando
posteriormente o cargo de bibliotecário substituto na universidade que o
agraciou com o primeiro salário acadêmico regular. Em 1768 foi a vez de Sobre
o fundamento final da diferenciação das regiões no espaço. Ao obter o cargo
de professor em 1770, escreveu a dissertação Sobre as formas e os princípios
do mundo sensível e inteligível, em latim. Em 1775 apareceu Sobre as diferentes
raças do homem. A sua magna obra Crítica da razão pura, foi publicada
em 1781, trazendo-lhe desapontamento pela indiferença, uma recepção fria e
incompreendida da obra por parte do público e críticos da época. Seguiu-se, em
1783, Prolegômenos a toda metafísica futura. Logo depois, o pequeno
ensaio Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? (1784) e, também, Ideia
para uma história universal com um propósito cosmopolita. Publica, então, depois
a Fundamentação da metafísica dos costumes (1785), no ano seguinte Fundamentos
metafísicos da ciência natural, em seguida O que significa orientar-se
no pensamento? e, logo após, Início conjectural da história humana.
Em 1788 aparece a Crítica da razão prática e, dois anos depois, a Crítica
do Julgamento. Em 1793 é a vez de Religião dentro dos limites da razão
nua e Sobre o velho ditado: isso pode estar certo na teoria, mas não
funcionará na prática. Em 1795, A paz perpétua: um projeto filosófico;
em 1797, Metafísica dos costumes; no ano seguinte, Antropologia de um
ponto de vista pragmático e Conflito de faculdades; em 1800, Lógica;
1803, Sobre a Pedagogia; em 1804: Opus Postumum; e por fim em
1817: Palestras sobre Teologia Filosófica. Pronto: isso é tudo que se
encontra sobre a vida dele, destacando-se, quando muito, o monumento filosófico
que o fez tornar-se um austero
racionalista e desconfiadíssimo da superstição religiosa. Da minha parte
haveria, portanto, necessidade de aprofundamento a respeito de mais detalhes de
sua vida, o que ocorreu ao recepcionar inicialmente o volume escrito por seu
aluno, secretário particular, testamenteiro e confidente, posteriormente, biógrafo
Ehregott Andreas Christoph Wasianski (1755-1831), que trouxe as
últimas memórias do mestre de Kœnigsberg por ter sido amigo de longa dele, com
um relato que ele faz da vida do filósofo, e seu declínio final. Não me
contentando seguiram-se outras obras, tais como: Last days of Immanuel Kant
(1827 - Adam e Charles Black, 1862), do escritor inglês Thomas De Quincey
(1785-1859), a do poeta Heinrich Heine
(1797-1856), intitulada Zur Geschichte der Religion und Philosophie in
Deutschland (Masdras, 2010), mais: Kant and
His Brother and Sisters (Routledge,
1951) e o ensaio Kant for Everyman (Routledge and Kegan Paul,
1951), ambos de Willibald Klinke; a resenha-ensaio Acordarse
de olvidar a Lampe. A propósito de la Ilustración y las ciências
(Universidad de Granada, 2000), do professor Javier Moscoso; Kant: A Biography (Cambridge, 2002), do professor e biógrafo Manfred Kuehn;
o artigo Kant e Lampe: un' antinomia? (Rivista
Internazionale di Filosofia Del Diritto, 2005), do professor Stefano Colloca; a obra A vida sexual de Immanuel Kant
(UNESP, 2006), de Jean Baptiste Botul
– personagem criado pelo jornalista francês Frédéric Pagès e
outros membros de um grupo que se autodenomina Associação dos Amigos de
Jean-Baptiste Botul; a obra Kant
(Penso, 2008), do filósofo estadunidense Allen William
Wood; o ensaio Immanuel
Kant and his Man-Servant Lampe (2013), do professor estadunidense Justin Erik Halldór Smith,
cujo volume se debruça sobre as obras de Ehregott
Andreas Wasianski e Thomas de Quincey; o artigo Kant's 'Appropriation'
of Lampe's God (Patheo - Harvard, 1992), que redundou na publicação de Kant’s
System of Perspectives: An architectonic interpretation of the Critical
philosophy (Lanham, 1993), Kant’s Critical Religion: Volume
Two of Kant’s System of Perspectives (Ashgate, 2000), Kant and the
New Philosophy of Religion (Indiana University, 2006) e Kant and
Mysticism: Critique as the Experience of Baring All in Reason's Light (Lexington, 2013), todos do filósofo estadunidense Stephen
Richard Palmquist; o artigo L'oblio di Kant che favorì il ricordo del
fedele servitore Lampe
(Tuobiograto, 2013), de Nina Ferrari; e a premiada novela gráfica Lampe und sein Meister Immanuel Kant (Buechergilde GmbH, 2013), da bela desenhista, ilustradora
e quadrinista alemã Antje Herzog. Agora sim estava forrado de informações mais rebuscadas. Dessas
leituras, pode-se apurar, por exemplo que Kant manteve uma estreita e longa amizade
com o negociante inglês Joseph Green (1727-1786), que era um solteirão excêntrico
com hábitos austeros e regulares, como o fato de o próprio Kant se mostrar como
quem odiava cerveja, gostava de se vestir
como as flores usando roupas finas e meias de seda; era amante do calor – ou
seja, nunca transpirava, fosse noite ou dia; e ao se sentir transpirando,
retirava-se para um lugar sombrio, ouvindo ou em suspense até que sua aridez
habitual fosse restaurada -, que acreditava que a luz criava insetos e realizava
insólito ritual para dormir. Outra curiosa amizade dele era a do Hamann,
que por sua vez também era amigo próximo de Green, que também era um pensador e
escritor brilhante, com ideias e personalidade próprias de um excêntrico
religioso que combinava ceticismo filosófico com irracionalismo fideísta, afora
ter sido um crítico ferrenho das ideias de Kant. A leitura dessas diversas
biografias demonstrou que Kant era um homem de estrutura e disciplina - e tinha
mais do que algumas peculiaridades adoráveis como um rico anedotário sobre ele.
Foi Heine quem disse que as donas de casa na cidade de Königsberg atualizavam
os relógios quando Kant passeava, afora de que o filósofo costumava apegar-se à
pontualidade. Era costume ele acordar às 5h00 da manhã e cumpria uma rotina
estudada. A disciplina com os horários era uma característica do filósofo,
razão pela qual, tornou-se foco das anedotas de Bertrand Russel. Na história em quadrinhos realizada pela artista Antje
Herzog outras tantas anedotas aparecem a respeito da conduta de Kant, recheada
de excentricidades, como o fato de ter noivado por duas vezes, mas em ambas as
vezes adiou o casamento sob o argumento de que não era financeiramente solvente
o bastante para sustentar uma família e em ambas as vezes sua noiva cansou-se
de esperar e desposou outra pessoa, reiterando-se portanto que nunca casou nem
teve filhos. No tempo em que ele estava em condições financeiras para casar,
tinha passado a apreciar – sob a influência de seu amigo Green – a
independência da vida de solteiro e resolveu viver sem esposa ou família. Mas é
justamente durante tais leituras que entra
em cena um personagem: o seu servo de longa data Martin Lampe (1734-1806), inclusive dele mesmo três
volumes foram publicados e intitulados: Recordando a Lampe. No es tan fácil saltarse
un examen (SM,
2007). Reunindo, assim, as anotações da bibliografia levantada, certifica-se que
Lampe havia servido ao exército prussiano e, ao retornar da guerra, passou a
servi-lo por longos 40 anos. O relacionamento entre eles, conforme registrado
por Wasianski, era deveras fascinante – vez que se pareciam como casados -,
muito embora o criado fosse bastante leal era completamente desprovido de
iniciativa intelectual, demonstrando-se um tanto enfadonho
e estúpido, mas cumpridor dos seus deveres com fidelidade tolerável. Entre as
curiosidades entre ambos, estava o servil sempre de prontidão como se fosse sentinela em serviço, que o
acordava às 5 horas da manhã – e enfrentava os protestos irados do patrão que possuía
a recorrente condição de dorminhoco e resistia em acordar. Ele inarredável
insistia: Senhor. Professor, chegou a hora! Bastava um pouco de
tempo passar, logo Kant aparecia grato por ter sido acordado pontualmente como
mandara. Outras curiosidades anotadas estavam, por exemplo, no fato de que Lampe
errava todos os dias o nome jornal, sendo corrigido constante e insistentemente
pelo irredutível mestre. Nos relatos de Willibald
Klinke consta que em seus últimos anos, Lampe tornou-se cada vez
mais pesado para Kant, em parte porque, enquanto a força do criado declinava
visivelmente, o agora muito frágil filósofo tinha uma necessidade cada vez
maior de um homem mais jovem e robusto. Pelo visto, confirma-se que o velho
criado desempenhou por 40 anos um papel especial em sua casa. Wasianski
anotou ainda que dois anos antes da morte do senhor, eles se desentenderam por
conta dos insistentes reclamos acerca de condutas irregulares e negligência do
serviçal, fato que levou à demissão do criado, em 1802, decisão esta tomada
como palavra sagrada de juramentos humanos. Havia também sinais de que o
empregado estava acometido de fraquezas, como embriaguez e loucura, afora
suspeitas de que andava afanando as reservas pecuniárias do chefe. Foi
exatamente nesta época, suspeita-se que o patrão flagrou em sua casa a presença
de uma camareira que realizaria as tarefas que eram de responsabilidade do seu
assistente. Qual não foi a sua surpresa ao vê-la ali e, maior ainda, foi
surpreendido que se tratava da esposa do Lampe, coisa que jamais soubera de seu
empregado. Só neste exato instante é que tomava ciência de que ele era casado,
o que o tornou ainda mais severo na decisão de demiti-lo. A partir dessa
desavença evidenciou-se o declínio mortal do filósofo, tornando-se um
infortúnio que carregou pelos dois anos seguintes em suas enfermidades na
velhice. Um novo criado fora contratado, mas não satisfez ao patrão. Mesmo
assim, não voltou atrás e em seu caderno de notas, o pensador anotou no dia em
que demitiu seu criado: Mem.: fevereiro de 1802, o nome de Lampe não deve
mais ser lembrado. Não demorou muito, velho e moribundo, morreu como viveu.
Ao falecer sua cabeça foi raspada e um certo professor Knorr fez um molde de
gesso para a coleção craniológica do Dr. Gall. O ex-servidor foi agraciado com
confortável pensão a partir da morte dele, mesmo tendo submetido o seu querido Lampe ao imperativo categórico do esquecimento.
Apurando mais ainda verificou-se que ao ser demitido por Kant, o seu criado
Lampe findou no hospício, justamente por conta dos mais cabeludos impropérios
que ele vociferou contra o ex-patrão. Estava ampliado o anedotário que já era
bem recheado a respeito da vida íntima de Kant. Aí entra na história a obra de
VCA: Kant não estuprou a camareira! Acontece que o poeta VCA fez muitas
e inumeráveis viagens ao território alemão e, em uma dessas estadas por lá, foi
visitar o mausoléu kantiano e lá teve acesso a um sem número de anedotas a
respeito do pensador. Daí nasceu a ideia do título da obra, destinando VCA
posicionamento em defesa de um sujeito tão casto quanto o homenageado que em
vida jamais casou ou teve filhos. E a homenagem de VCA vai além de defende-lo: amplia
as suas propostas de desenvolvimento da Poesia Absoluta. Pois bem, num volume
altamente criativo que conta com as ilustrações da artista visual Cyane
Pacheco e arte de Silvio Hansen que já na capa do volume alerta: Ler
VCA causa AVC, a obra traz logo nas primeiras páginas a Notícia do título e
capa, seguindo-se do texto introdutório Palavra como valor de troça – em
que ele invoca Jakobson e Gadamer -, e fecha a introdução com o texto Poema como
fusão das metades perdidas do ser. A partir de então vem a obra
propriamente dita, com Ímpeto e tempestade: os Sete mandamentos do poeta no
pomar de fráguas e veio de Deus, o Rito e acaso (gênese – cena crucial), o Arco
de estações do corpo, Ânfora e efêmera (encha-a e verta), Útero e timbre,
Coivara e vazio, Parto e épura, Barro eterno, Nome do sal (seis poemas da série
último sal) e Estado final. Na parte denominada Candelabro e pesadelo: a
Confissão (sincera) do poeta sob a tenda dos sábados, Mônadas e máscaras, Ao tigre
de simetrias abomináveis e a Borges. Na seção Verbo de barro: a cimitarra e o
lume, dedicatória sete, título provisório, hipnótico crepúsculo, do tempo e as
instabilidades, Lorca imenso como manhãs, confissão de leitoras e outras
confissões, a sombra do barro (a morte também é de barro), confissão escrita de
uma leitora, palavra navega no mar picado do poema, noite a nu, alergologia
bíblica, testemunhos, êxtase e pranto, à dor do mundo (às sílabas cruentas das
sibilas) – o poeta confessa o Poema: fluxo de palavras do espelho da página
sombra do barro. Nas Elegias recifenses: foi um verão amaro. No Pomar do
apocalipse: pergunte a Pound. Nas elegias gravataenses (meditações de cacto) e
a inconsciência do mundo é meridiana (o futuro não virá: eis a sentença), uivo
vivo. Na Arte poética: estação violada (das asas frias das guitarras). Aí está
mais um título da poesiabsoluta de VCA digna de aplausos por sua originalidade
e criatividade. Veja mais abaixo e mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS -
É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da
humanidade. O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele. Experiência
é percepção compreendida. Somos todos iguais
perante o dever moral... Pensamento do
filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804). Veja mais aqui, aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: A Terra
está repleta das ruínas de impérios que acreditavam ser eternos... A poesia é o
caminho para uma visão espiritual da sociedade e do universo...
Pensamento da escritora estadunidense Camille Paglia. Veja mais aqui e
aqui.
KANT & LAMPE - O poeta Heinrich
Heine (1797-1856), em sua obra Zur Geschichte der Religion
und Philosophie in Deutschland (Masdras, 2010), escreveu:
[...] A história da vida de
Immanuel Kant é difícil de retratar, pois ele não tinha vida nem história. Ele levava uma existência de
solteiro mecânica, regular e quase abstrata em uma pequena rua isolada de
Königsberg, uma cidade velha na fronteira nordeste da Alemanha. Não acredito que o grande relógio da
catedral cumprisse sua rotina diária de maneira mais desapaixonada e metódica
do que seu cidadão, Immanuel Kant. Levantar-se de manhã, tomar café, escrever, ler conferências, jantar,
passear, tudo tinha hora marcada, e os vizinhos sabiam que eram exatamente três
e meia quando Kant saiu de casa em seu vestido cinza, casaco justo, com a bengala
espanhola na mão, e dirigiu-se à pequena avenida de tílias que até hoje é
chamada de "Caminhada do Filósofo". No verão e no inverno ele caminhou
para cima e para baixo oito vezes, e quando o tempo estava nublado ou nuvens
pesadas anunciavam chuva, os habitantes da cidade viam seu criado, o velho
Lampe, caminhando ansiosamente atrás de Kant com um grande guarda-chuva debaixo
do braço, como uma imagem de Providência. Que estranho contraste a vida exterior desse homem apresentava
com seus pensamentos destrutivos e aniquiladores do mundo! Em verdade, se os cidadãos de
Königsberg tivessem o menor pressentimento do significado total de suas idéias,
eles teriam sentido um pavor muito mais terrível na presença desse homem do que
na visão de um carrasco, que só pode matar o corpo. Mas o nobre povo viu nele nada mais
do que um professor de filosofia e, quando ele passou em seu horário habitual,
eles o saudaram de maneira amigável e acertaram seus relógios por ele. [...] Que estranho contraste entre a vida exterior do homem e seus pensamentos
destrutivos e esmagadores do mundo! Verdadeiramente, se os cidadãos de
Koenigsberg tivessem qualquer premonição do pleno significado de suas idéias,
eles teriam sentido um pavor muito mais terrível em a presença deste homem do
que a visão de um carrasco, um carrasco que apenas executa as pessoas. Mas o
bom povo não viu nele senão um professor de filosofia, e quando ele passou na
hora habitual, eles o cumprimentaram amigavelmente. e talvez acertem seus
relógios por ele. [...] Se, no entanto, Immanuel
Kant, o arquidestruidor no reino das idéias, superou em muito Maximilian
Robespierre no terrorismo, ele possuía muitas semelhanças com este último que
convidam à comparação dos dois homens. Em primeiro lugar, encontramos em ambos
a mesma integridade obstinada, perspicaz, nada poética e sóbria. Também
encontramos em ambos o mesmo talento para a suspeita, apenas que um dirige sua
suspeita para as ideias e a chama de crítica, enquanto o outro a aplica às
pessoas e a intitula virtude republicana. ambos representavam no mais alto grau
o tipo de burguês provinciano. A natureza os destinou a pesar café e açúcar,
mas o destino determinou que pesassem outras coisas e colocou na balança de um
um rei, na balança do outro um deus. [...] E eles deram o peso correto!
[...]. Já sobre o criado Lampe, Heine escreveu: O velho Lampe precisa ter um
Deus, do contrário, o pobre homem não pode ser feliz – e o povo, de qualquer
modo, deve ser feliz nesse mundo – é o que diz a razão prática – bem, o que
sei? – talvez possamos deixar a razão prática garantir a existência de Deus [...]. Veja mais aqui e aqui.
DIÁRIO
SECRETO - [...] Eu pertenço aos homens libidinosos que na verdade são crianças chorando [...] Eu sei que o machuquei... Espero que um dia ele entenda o
porquê. Eu nunca esmagaria ninguém do jeito
que fui esmagado. Se eu
fosse o único a rir, não sei se seria tão honesto novamente - capaz de abordar
alguém com o menor elogio, porque a memória do riso soaria em meus ouvidos
novamente [...].
Trechos extraídos da obra The Secret
Diary of Laura Palmer (Simon & Schuster, 2011), da atriz, escritora,
roteirista e diretora estadunidense Jennifer Lynch. Veja mais aqui.
DOIS POEMAS - ANTES DO
PÔR DO SOL - O amor
crepuscular declina no céu\ Antes que a noite desça na terra\ Antes que o medo
sinta seu ferro do frio,\ O crepúsculo do amor desvanece-se no céu. SE EU SOUBESSE' - Se eu desejasse, quando a vida era como um vento
quente tocando \ Leve e alto através do amanhecer e da névoa brilhante do
orvalho, \ Como deveria chegar a hora dos corações suspirarem ao dizer ‘Se eu
quisesse’ \ – Certamente não as rosas, rindo enquanto se beijavam, anúncios \ Denunciar
este anúncio \ Não é o riso mais adorável dos mares ao sol balançando, \ Deveria
ter atraído minha alma para olhar e listar. \ Agora o vento é como uma alma
expulsa e orando \ Em vão, orações que não perfuram os ouvidos quando os
corações resistem: \ Agora minha própria alma suspira, à deriva como o vento e
perdida, \ Se eu quisesse. Poemas do escritor, dramaturgo e crítico britânico Algernon Charles
Swinburne (1837-1909). Veja mais aqui.