sexta-feira, março 08, 2013

KANT DE VCA, CAMILLE PAGLIA, JENNIFER LYNCH, HEINE, HERMILO & SWINBURNE

 


KANT DE VCA - A monumental obra Immanuel Kant (1724-1804) foi toda dedicada à filosofia moral e confiança na razão humana, reduzindo sua biografia ao seu nascimento numa cidade que não existe mais, Königsberg, na Prússia, destruída totalmente pelas guerras e que hoje é conhecida por Kaliningrado, integrando o território russo. Afora isso os usuais dados biográficos limitam-se tão somente a mencionar que ele era o sétimo ou outro filho no meio de nove irmãos, de um casal de devotos petistas – leia-se luteranos, formado por um seleiro modesto e de uma mãe que era membro de uma guilda de seleiros. Conta-se mais que ele estudou no conceituado colégio Fredericianum, ingressando na universidade aos 16 anos de idade. Nela trabalhou como bibliotecário, tornando-se admirador de Hume, Adam Smith, Hutcheson e Lord Kame, chegando a defender sua dissertação de licenciatura em 1746, sobre a combustão e a eletricidade, seguindo-se escritos sobre ciências naturais, tópicos da física leibniziana, astronomia, geologia e química. Ao sair da universidade foi ganhar a vida como tutor particular por uma década, ocasião em que publicou, em 1749, as Reflexões Sobre a Verdadeira Estimativa das Forças Vivas. Retornando à vida universitária em 1755, recebeu os graus de mestre e doutor em Filosofia, ocasião em que obteve o cargo de livre-docente (Privat-dozent). Passou então a lecionar sem que dessa atividade recebesse qualquer salário, sobrevivendo das espórtulas dos alunos por suas preleções. Neste mesmo ano publica o ensaio História geral da natureza e teoria do céu, o qual tornou-se um absoluto fracasso editorial. Ainda neste ano publicou a tese de mestrado Breve sumário de certas meditações sobre o fogo, seguindo-se a tese de doutoramento: Uma nova elucidação dos primeiros princípios da cognição metafísica. No ano seguinte foi a vez de publicar O uso na filosofia natural da metafísica combinada com a geometria, Parte I: Monadologia Física, abreviado como Monadologia Physica. Em 1762, foi a vez de A falsa sutileza das quatro figuras silogísticas; em 1763, veio O único argumento possível em apoio a uma demonstração da existência de Deus, seguindo-se no mesmo ano de Tentativa de introduzir o conceito de magnitudes negativas na Filosofia. Em 1764, foram publicados Observações sobre o sentimento do belo e do sublime, seguido de Ensaio sobre a doença da cabeça, fechando o ano com Inquérito sobre a distinção dos princípios da teologia natural e da moralidade (o Ensaio do Prêmio). Em 1766, publicou Sonhos de um espírito-vidente, aceitando posteriormente o cargo de bibliotecário substituto na universidade que o agraciou com o primeiro salário acadêmico regular. Em 1768 foi a vez de Sobre o fundamento final da diferenciação das regiões no espaço. Ao obter o cargo de professor em 1770, escreveu a dissertação Sobre as formas e os princípios do mundo sensível e inteligível, em latim. Em 1775 apareceu Sobre as diferentes raças do homem. A sua magna obra Crítica da razão pura, foi publicada em 1781, trazendo-lhe desapontamento pela indiferença, uma recepção fria e incompreendida da obra por parte do público e críticos da época. Seguiu-se, em 1783, Prolegômenos a toda metafísica futura. Logo depois, o pequeno ensaio Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? (1784) e, também, Ideia para uma história universal com um propósito cosmopolita. Publica, então, depois a Fundamentação da metafísica dos costumes (1785), no ano seguinte Fundamentos metafísicos da ciência natural, em seguida O que significa orientar-se no pensamento? e, logo após, Início conjectural da história humana. Em 1788 aparece a Crítica da razão prática e, dois anos depois, a Crítica do Julgamento. Em 1793 é a vez de Religião dentro dos limites da razão nua e Sobre o velho ditado: isso pode estar certo na teoria, mas não funcionará na prática. Em 1795, A paz perpétua: um projeto filosófico; em 1797, Metafísica dos costumes; no ano seguinte, Antropologia de um ponto de vista pragmático e Conflito de faculdades; em 1800, Lógica; 1803, Sobre a Pedagogia; em 1804: Opus Postumum; e por fim em 1817: Palestras sobre Teologia Filosófica. Pronto: isso é tudo que se encontra sobre a vida dele, destacando-se, quando muito, o monumento filosófico que o fez tornar-se um austero racionalista e desconfiadíssimo da superstição religiosa. Da minha parte haveria, portanto, necessidade de aprofundamento a respeito de mais detalhes de sua vida, o que ocorreu ao recepcionar inicialmente o volume escrito por seu aluno, secretário particular, testamenteiro e confidente, posteriormente, biógrafo Ehregott Andreas Christoph Wasianski (1755-1831), que trouxe as últimas memórias do mestre de Kœnigsberg por ter sido amigo de longa dele, com um relato que ele faz da vida do filósofo, e seu declínio final. Não me contentando seguiram-se outras obras, tais como: Last days of Immanuel Kant (1827 - Adam e Charles Black, 1862), do escritor inglês Thomas De Quincey (1785-1859), a do poeta Heinrich Heine (1797-1856), intitulada Zur Geschichte der Religion und Philosophie in Deutschland (Masdras, 2010), mais: Kant and His Brother and Sisters (Routledge, 1951) e o ensaio Kant for Everyman (Routledge and Kegan Paul, 1951), ambos de Willibald Klinke; a resenha-ensaio Acordarse de olvidar a Lampe. A propósito de la Ilustración y las ciências (Universidad de Granada, 2000), do professor Javier Moscoso; Kant: A Biography (Cambridge, 2002), do professor e biógrafo Manfred Kuehn; o artigo Kant e Lampe: un' antinomia? (Rivista Internazionale di Filosofia Del Diritto, 2005), do professor Stefano Colloca; a obra A vida sexual de Immanuel Kant (UNESP, 2006), de Jean Baptiste Botul – personagem criado pelo jornalista francês Frédéric Pagès e outros membros de um grupo que se autodenomina Associação dos Amigos de Jean-Baptiste Botul; a obra Kant (Penso, 2008), do filósofo estadunidense Allen William Wood; o ensaio Immanuel Kant and his Man-Servant Lampe (2013), do professor estadunidense Justin Erik Halldór Smith, cujo volume se debruça sobre as obras de Ehregott Andreas Wasianski e Thomas de Quincey; o artigo Kant's 'Appropriation' of Lampe's God (Patheo - Harvard, 1992), que redundou na publicação de Kant’s System of Perspectives: An architectonic interpretation of the Critical philosophy (Lanham, 1993), Kant’s Critical Religion: Volume Two of Kant’s System of Perspectives (Ashgate, 2000), Kant and the New Philosophy of Religion (Indiana University, 2006) e Kant and Mysticism: Critique as the Experience of Baring All in Reason's Light (Lexington, 2013), todos do filósofo estadunidense Stephen Richard Palmquist; o artigo L'oblio di Kant che favorì il ricordo del fedele servitore Lampe (Tuobiograto, 2013), de Nina Ferrari; e a premiada novela gráfica Lampe und sein Meister Immanuel Kant (Buechergilde GmbH, 2013), da bela desenhista, ilustradora e quadrinista alemã Antje Herzog. Agora sim estava forrado de informações mais rebuscadas. Dessas leituras, pode-se apurar, por exemplo que Kant manteve uma estreita e longa amizade com o negociante inglês Joseph Green (1727-1786), que era um solteirão excêntrico com hábitos austeros e regulares, como o fato de o próprio Kant se mostrar como quem odiava cerveja, gostava de se vestir como as flores usando roupas finas e meias de seda; era amante do calor – ou seja, nunca transpirava, fosse noite ou dia; e ao se sentir transpirando, retirava-se para um lugar sombrio, ouvindo ou em suspense até que sua aridez habitual fosse restaurada -, que acreditava que a luz criava insetos e realizava insólito ritual para dormir. Outra curiosa amizade dele era a do Hamann, que por sua vez também era amigo próximo de Green, que também era um pensador e escritor brilhante, com ideias e personalidade próprias de um excêntrico religioso que combinava ceticismo filosófico com irracionalismo fideísta, afora ter sido um crítico ferrenho das ideias de Kant. A leitura dessas diversas biografias demonstrou que Kant era um homem de estrutura e disciplina - e tinha mais do que algumas peculiaridades adoráveis como um rico anedotário sobre ele. Foi Heine quem disse que as donas de casa na cidade de Königsberg atualizavam os relógios quando Kant passeava, afora de que o filósofo costumava apegar-se à pontualidade. Era costume ele acordar às 5h00 da manhã e cumpria uma rotina estudada. A disciplina com os horários era uma característica do filósofo, razão pela qual, tornou-se foco das anedotas de Bertrand Russel. Na história em quadrinhos realizada pela artista Antje Herzog outras tantas anedotas aparecem a respeito da conduta de Kant, recheada de excentricidades, como o fato de ter noivado por duas vezes, mas em ambas as vezes adiou o casamento sob o argumento de que não era financeiramente solvente o bastante para sustentar uma família e em ambas as vezes sua noiva cansou-se de esperar e desposou outra pessoa, reiterando-se portanto que nunca casou nem teve filhos. No tempo em que ele estava em condições financeiras para casar, tinha passado a apreciar – sob a influência de seu amigo Green – a independência da vida de solteiro e resolveu viver sem esposa ou família. Mas é justamente durante tais leituras que entra em cena um personagem: o seu servo de longa data Martin Lampe (1734-1806), inclusive dele mesmo três volumes foram publicados e intitulados: Recordando a Lampe. No es tan fácil saltarse un examen (SM, 2007). Reunindo, assim, as anotações da bibliografia levantada, certifica-se que Lampe havia servido ao exército prussiano e, ao retornar da guerra, passou a servi-lo por longos 40 anos. O relacionamento entre eles, conforme registrado por Wasianski, era deveras fascinante – vez que se pareciam como casados -, muito embora o criado fosse bastante leal era completamente desprovido de iniciativa intelectual, demonstrando-se um tanto enfadonho e estúpido, mas cumpridor dos seus deveres com fidelidade tolerável. Entre as curiosidades entre ambos, estava o servil sempre de prontidão como se fosse sentinela em serviço, que o acordava às 5 horas da manhã – e enfrentava os protestos irados do patrão que possuía a recorrente condição de dorminhoco e resistia em acordar. Ele inarredável insistia: Senhor. Professor, chegou a hora! Bastava um pouco de tempo passar, logo Kant aparecia grato por ter sido acordado pontualmente como mandara. Outras curiosidades anotadas estavam, por exemplo, no fato de que Lampe errava todos os dias o nome jornal, sendo corrigido constante e insistentemente pelo irredutível mestre. Nos relatos de Willibald Klinke consta que em seus últimos anos, Lampe tornou-se cada vez mais pesado para Kant, em parte porque, enquanto a força do criado declinava visivelmente, o agora muito frágil filósofo tinha uma necessidade cada vez maior de um homem mais jovem e robusto. Pelo visto, confirma-se que o velho criado desempenhou por 40 anos um papel especial em sua casa. Wasianski anotou ainda que dois anos antes da morte do senhor, eles se desentenderam por conta dos insistentes reclamos acerca de condutas irregulares e negligência do serviçal, fato que levou à demissão do criado, em 1802, decisão esta tomada como palavra sagrada de juramentos humanos. Havia também sinais de que o empregado estava acometido de fraquezas, como embriaguez e loucura, afora suspeitas de que andava afanando as reservas pecuniárias do chefe. Foi exatamente nesta época, suspeita-se que o patrão flagrou em sua casa a presença de uma camareira que realizaria as tarefas que eram de responsabilidade do seu assistente. Qual não foi a sua surpresa ao vê-la ali e, maior ainda, foi surpreendido que se tratava da esposa do Lampe, coisa que jamais soubera de seu empregado. Só neste exato instante é que tomava ciência de que ele era casado, o que o tornou ainda mais severo na decisão de demiti-lo. A partir dessa desavença evidenciou-se o declínio mortal do filósofo, tornando-se um infortúnio que carregou pelos dois anos seguintes em suas enfermidades na velhice. Um novo criado fora contratado, mas não satisfez ao patrão. Mesmo assim, não voltou atrás e em seu caderno de notas, o pensador anotou no dia em que demitiu seu criado: Mem.: fevereiro de 1802, o nome de Lampe não deve mais ser lembrado. Não demorou muito, velho e moribundo, morreu como viveu. Ao falecer sua cabeça foi raspada e um certo professor Knorr fez um molde de gesso para a coleção craniológica do Dr. Gall. O ex-servidor foi agraciado com confortável pensão a partir da morte dele, mesmo tendo submetido o seu querido Lampe ao imperativo categórico do esquecimento. Apurando mais ainda verificou-se que ao ser demitido por Kant, o seu criado Lampe findou no hospício, justamente por conta dos mais cabeludos impropérios que ele vociferou contra o ex-patrão. Estava ampliado o anedotário que já era bem recheado a respeito da vida íntima de Kant. Aí entra na história a obra de VCA: Kant não estuprou a camareira! Acontece que o poeta VCA fez muitas e inumeráveis viagens ao território alemão e, em uma dessas estadas por lá, foi visitar o mausoléu kantiano e lá teve acesso a um sem número de anedotas a respeito do pensador. Daí nasceu a ideia do título da obra, destinando VCA posicionamento em defesa de um sujeito tão casto quanto o homenageado que em vida jamais casou ou teve filhos. E a homenagem de VCA vai além de defende-lo: amplia as suas propostas de desenvolvimento da Poesia Absoluta. Pois bem, num volume altamente criativo que conta com as ilustrações da artista visual Cyane Pacheco e arte de Silvio Hansen que já na capa do volume alerta: Ler VCA causa AVC, a obra traz logo nas primeiras páginas a Notícia do título e capa, seguindo-se do texto introdutório Palavra como valor de troça – em que ele invoca Jakobson e Gadamer -, e fecha a introdução com o texto Poema como fusão das metades perdidas do ser. A partir de então vem a obra propriamente dita, com Ímpeto e tempestade: os Sete mandamentos do poeta no pomar de fráguas e veio de Deus, o Rito e acaso (gênese – cena crucial), o Arco de estações do corpo, Ânfora e efêmera (encha-a e verta), Útero e timbre, Coivara e vazio, Parto e épura, Barro eterno, Nome do sal (seis poemas da série último sal) e Estado final. Na parte denominada Candelabro e pesadelo: a Confissão (sincera) do poeta sob a tenda dos sábados, Mônadas e máscaras, Ao tigre de simetrias abomináveis e a Borges. Na seção Verbo de barro: a cimitarra e o lume, dedicatória sete, título provisório, hipnótico crepúsculo, do tempo e as instabilidades, Lorca imenso como manhãs, confissão de leitoras e outras confissões, a sombra do barro (a morte também é de barro), confissão escrita de uma leitora, palavra navega no mar picado do poema, noite a nu, alergologia bíblica, testemunhos, êxtase e pranto, à dor do mundo (às sílabas cruentas das sibilas) – o poeta confessa o Poema: fluxo de palavras do espelho da página sombra do barro. Nas Elegias recifenses: foi um verão amaro. No Pomar do apocalipse: pergunte a Pound. Nas elegias gravataenses (meditações de cacto) e a inconsciência do mundo é meridiana (o futuro não virá: eis a sentença), uivo vivo. Na Arte poética: estação violada (das asas frias das guitarras). Aí está mais um título da poesiabsoluta de VCA digna de aplausos por sua originalidade e criatividade. Veja mais abaixo e mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade. O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele. Experiência é percepção compreendida. Somos todos iguais perante o dever moral... Pensamento do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804). Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: A Terra está repleta das ruínas de impérios que acreditavam ser eternos... A poesia é o caminho para uma visão espiritual da sociedade e do universo... Pensamento da escritora estadunidense Camille Paglia. Veja mais aqui e aqui.

 

KANT & LAMPE - O poeta Heinrich Heine (1797-1856), em sua obra Zur Geschichte der Religion und Philosophie in Deutschland (Masdras, 2010), escreveu: [...] A história da vida de Immanuel Kant é difícil de retratar, pois ele não tinha vida nem história. Ele levava uma existência de solteiro mecânica, regular e quase abstrata em uma pequena rua isolada de Königsberg, uma cidade velha na fronteira nordeste da Alemanha. Não acredito que o grande relógio da catedral cumprisse sua rotina diária de maneira mais desapaixonada e metódica do que seu cidadão, Immanuel Kant. Levantar-se de manhã, tomar café, escrever, ler conferências, jantar, passear, tudo tinha hora marcada, e os vizinhos sabiam que eram exatamente três e meia quando Kant saiu de casa em seu vestido cinza, casaco justo, com a bengala espanhola na mão, e dirigiu-se à pequena avenida de tílias que até hoje é chamada de "Caminhada do Filósofo". No verão e no inverno ele caminhou para cima e para baixo oito vezes, e quando o tempo estava nublado ou nuvens pesadas anunciavam chuva, os habitantes da cidade viam seu criado, o velho Lampe, caminhando ansiosamente atrás de Kant com um grande guarda-chuva debaixo do braço, como uma imagem de Providência. Que estranho contraste a vida exterior desse homem apresentava com seus pensamentos destrutivos e aniquiladores do mundo! Em verdade, se os cidadãos de Königsberg tivessem o menor pressentimento do significado total de suas idéias, eles teriam sentido um pavor muito mais terrível na presença desse homem do que na visão de um carrasco, que só pode matar o corpo. Mas o nobre povo viu nele nada mais do que um professor de filosofia e, quando ele passou em seu horário habitual, eles o saudaram de maneira amigável e acertaram seus relógios por ele. [...] Que estranho contraste entre a vida exterior do homem e seus pensamentos destrutivos e esmagadores do mundo! Verdadeiramente, se os cidadãos de Koenigsberg tivessem qualquer premonição do pleno significado de suas idéias, eles teriam sentido um pavor muito mais terrível em a presença deste homem do que a visão de um carrasco, um carrasco que apenas executa as pessoas. Mas o bom povo não viu nele senão um professor de filosofia, e quando ele passou na hora habitual, eles o cumprimentaram amigavelmente. e talvez acertem seus relógios por ele. [...] Se, no entanto, Immanuel Kant, o arquidestruidor no reino das idéias, superou em muito Maximilian Robespierre no terrorismo, ele possuía muitas semelhanças com este último que convidam à comparação dos dois homens. Em primeiro lugar, encontramos em ambos a mesma integridade obstinada, perspicaz, nada poética e sóbria. Também encontramos em ambos o mesmo talento para a suspeita, apenas que um dirige sua suspeita para as ideias e a chama de crítica, enquanto o outro a aplica às pessoas e a intitula virtude republicana. ambos representavam no mais alto grau o tipo de burguês provinciano. A natureza os destinou a pesar café e açúcar, mas o destino determinou que pesassem outras coisas e colocou na balança de um um rei, na balança do outro um deus. [...] E eles deram o peso correto! [...]. Já sobre o criado Lampe, Heine escreveu: O velho Lampe precisa ter um Deus, do contrário, o pobre homem não pode ser feliz – e o povo, de qualquer modo, deve ser feliz nesse mundo – é o que diz a razão prática – bem, o que sei? – talvez possamos deixar a razão prática garantir a existência de Deus [...]. Veja mais aqui e aqui.

 

DIÁRIO SECRETO - [...] Eu pertenço aos homens libidinosos que na verdade são crianças chorando [...] Eu sei que o machuquei... Espero que um dia ele entenda o porquê. Eu nunca esmagaria ninguém do jeito que fui esmagado. Se eu fosse o único a rir, não sei se seria tão honesto novamente - capaz de abordar alguém com o menor elogio, porque a memória do riso soaria em meus ouvidos novamente [...]. Trechos extraídos da obra The Secret Diary of Laura Palmer (Simon & Schuster, 2011), da atriz, escritora, roteirista e diretora estadunidense Jennifer Lynch. Veja mais aqui.

 

DOIS POEMAS - ANTES DO PÔR DO SOL - O amor crepuscular declina no céu\ Antes que a noite desça na terra\ Antes que o medo sinta seu ferro do frio,\ O crepúsculo do amor desvanece-se no céu. SE EU SOUBESSE' - Se eu desejasse, quando a vida era como um vento quente tocando \ Leve e alto através do amanhecer e da névoa brilhante do orvalho, \ Como deveria chegar a hora dos corações suspirarem ao dizer ‘Se eu quisesse’ \ – Certamente não as rosas, rindo enquanto se beijavam, anúncios \ Denunciar este anúncio \ Não é o riso mais adorável dos mares ao sol balançando, \ Deveria ter atraído minha alma para olhar e listar. \ Agora o vento é como uma alma expulsa e orando \ Em vão, orações que não perfuram os ouvidos quando os corações resistem: \ Agora minha própria alma suspira, à deriva como o vento e perdida, \ Se eu quisesse. Poemas do escritor, dramaturgo e crítico britânico Algernon Charles Swinburne (1837-1909). Veja mais aqui.

 



HERMILO BORBA FILHO – A obra Hermilo Borba Filho da professora, escritora, poeta e pesquisadora Sônia van Dijck, escrita para a coleção Lendo, traz estudos sobre o menino de Palmares, as coisas que aconteceram em Recife, o pernambucano na cidade tentacular, o Recife outra agora para ficar, a dramaturgia, a narrativa, o popular e o erudito, de romance para auto-de-fé, a estrutura permanente do maravilhoso, o procedimento da redução, a transformação espacial, a construção das personagens e as variedades de procedimentos, a intertextualidade, o projeto maior: valorização do nordeste e notas para cada capitulo com bibliografia comentada. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

SONIA MARIA VAN DIJCK LIMA - Sonia van Dijck é poeta, escritora, professora e pesquisadora baiana, diplomada em Letras e Pedagogia, mestre em Letras pela UFPB, Doutora em Letras pela USP e com pós-doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita.Veja mais aqui

FONTE:
LIMA, Sonia Maria van Dijck. Hermilo Borba Filho. São Paulo: Atual, 1986.


DICIONÁRIO DE TERMOS LITERÁRIOS – A obra “Dicionário de Termos Literários”, do professor titular da USP, Massaud Moisés, traz verbetes enriquecidos numa edição revista e ampliada, que trata desde o estruturalismo nas suas várias facetas, o formalismo russo, retórica com nova roupagem, a disseminação das pesquisas linguísticas, semânticas, o desconstrucionismo, a semiótica, tudo com etimologia do vocábulo e seus correspondentes em outras línguas, além de indicações bibliográficas e abundantes referencias de fontes. Importante obra para estudiosos da literatura, ao humanista e estudantes e professores de Letras. Fonte: MOISÉS, Massaud. Diocionário de Termos Literários. São Paulo: Cultrix, 2004. Veja mais aqui.

TEORIA DA FORMA LITERÁRIA – A obra Teoria da forma literária, de um dos mestres do New Criticism, Kenneth Burke, traduzido por José Paulo Paes, aborda questões acerca da literatura pura, psicologia e forma, o processo poético, a condição da arte, Linguistica, Thomas Mann e André Gide, Flaubert, Walter Pater, Remy de Gourmont, Lexiton Rjetoricae, a natureza da forma, a individuação das formas, padrões de experiência, ritual, universalidade, permanência, perfeição e aplicações da terminologia. FONTE: BURKE, Kenneth. Teoria da forma literária. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1979. Veja mais aqui.

AS FEMINICES DE SOLANGE PALATNIK – A poeta e artista plástica carioca Solange Palatnik é uma das homenageadas da campanha Todo dia é dia da mulher. Ela concluiu desenho e artes gráficas na Escola Nacional de Belas Artes do Brasil e Fonoaudiologia no Instituto Cultural Henry Dumont. Desde 1966 participa de exposições de pintura. Tem dois livros publicados. Ela realiza a exposição Feminices. Confira sua arte no site Solange Palatnik, seus poemas no O Caixote e mais no Rio Arte & Cultura.

DIALOGICIDADE E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS – O livro Dialogicidade e representações sosiciais: as dinâmicas da mente (Vozes, 2006), da professora tcheca Ivana Markova, trata sobre as mudanças do problema epistemologia para a psicologia social, pensamento e antonomias, linguística e antinomias dialógicas, pensando pela boca, representações sociais, tríade dialógica e processos de três componentes, entendendo themata e gerando representações sociais, entre outros assuntos.

A CONSTITUIÇÃO ABERTA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS – O livro A constituição aberta e os direitos fundamentais: ensaios sobre o constitucionalismo pós-moderno e comunitário (Forense, 2005), de Carlos Roberto Siqueira Castro, trata sobre a constituição aberta, constituição e internacionalização dos direitos humanos, o princípio da legalidade e os direitos fundamentais, eficácia social da Constituição, dimensão da igualdade, expressão do pensamento e informação, direito à intimidade, comunicação social, direito ao corpo humano, humanismo ecológico e novas e renovadas garantias constitucionais, entre outros temas. Veja mais aqui.

PRÁTICAS PSICOLOGICAS – O livro Práticas psicológicas em instituições: uma reflexão sobre os serviços-escola (Vetor, 2006), organizado por Conrado Ramos, Ghislaine Gliosce Silva e Soraya Souza, trata de temas como prática psicológica em instituições, a inovação na construção do saber prático, formação do psicólogo, supervisão da prática psicológica em instituições, psicologia forense, psicólogo em MPEs, cooperativas populares, desenvolvimento de crianças e adolescentes, conflitos familiares, plantão psicológico, interpretação dos sonhos através da teoria junguiana e o mito de Ártemis, déficit de aprendizagem, formas de brincar e de conversar, supervisão psicanalítica, psicoterapia, formação em psicologia clínica, ética na formação profissional, entre outros assuntos. Veja mais aqui.


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