
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá é dia de especial com a música do grupo Cambada Mineira, formado pelos músicos João Francisco, Amarildo Silva
& Flávia Ventura: Saudades de Minas, Fragmentos de uma noite de chuva &
Tempo Certo; da cantora e compositora Julia Crystal: A journey to Shamballa, Time to care & Stalit
mermaids call; & muito mais nos mais de 2 milhões de acessos ao blog &
nos 35 Anos de Arte
Cidadã. Para conferir é só ligar o
som e curtir.
PENSAMENTO DO DIA – Minha
vida está cheia dos mais odiosos e mesquinhos pensamentos (isso não é exagero).
Talvez você pense que seja uma perda de tempo, para mim, pensar acerca de mim
mesmo; mas como posso tornar-me um lógico se não sou sequer um homem? Pensamento
do filósofo austríaco naturalizado britânico Ludwig Wittgenstein (1889-1951),
autor de frases célebres como: Não posso
subjugar os acontecimentos do mundo à minha vontade: sou completamente
impotente. Também expressou: No
mundo, tudo é como é e acontece como acontece: nele não há valor. Veja mais
aqui.
LINGUAGEM & EDUCAÇÃO – [...] em
diferentes campos – Linguistica e Sociolinguistica, Sociologia e Sociologia da
Linguagem, Psicologia e Psicolinguistica -, que se deve fundamentar um ensino
da língua materna que se incorpore ao processo de transformações sociais, em
direção a uma sociedade mais justa. Entretanto, para que esses conhecimentos
venham a transformar, realmente, o ensino da língua, é fundamental que a escola
e os professores compreendam que ensinar por meio da língua e, principalmente,
ensinar a língua são tarefas não só técnicas, mas também políticas. Quando
teorias sobre as relações entre linguagem e classe social são escolhidas para
fundamentar e orientar a prática pedagógica, a opção que se está fazendo não é,
apenas, uma opção técnica, em busca de uma competência que lute contra o
fracasso na escola, que, na verdade, é o fracasso da escola, mas é, sobretudo,
uma opção política, que expressa um compromisso com a luta contra as
discriminações e as desigualdades sociais. Trecho extraído da obra Linguagem e escola: uma perspectiva social
(Ática, 1992), de Magda Soares,
abordando o facrasso da/na escola, deficiência lingüística, diferença não é
deficiência, o que pode fazer a escola e vocabulário crítico.
AS MULHERES - [...] As
mulheres eram motivo de guerra explícito e um prêmio aprovado da guerra. Os
homens lutavam para salvar suas esposas. Quando uma cidade era tomada, os
homens eram mortos, as crianças eram golpeadas até a morte ou escravizadas, as
mulheres, arrastadas violentamente para servir aos conquistadores, casados ou
não, como escravas e concubinas [...]. Trecho extraído de The Origins of European Thinkought: Sobre o corpo, a
mente, a alma, o mundo, o tempo e o destino (Cambridge UP, 1951), do
professor estadunidense Richard Onians
(1899-1986).
O REVOLVER DA PAIXÃO – Eu
sei que errei, mas não me deixe agora. Eu protestei contra o que me parecia sua
culpa. Você me olhou afiando os olhos no meu rosto. Me senti retalhada,
diferente das vezes em que me cortou e não sofri. Bem ao contrário, a carne me
sorria, eu deixava que você me tivesse, porque a carne era a minha alma [...]
Como podes pensar que aguento vê-lo
tragando vida com chope, sem que eu passe pela tua boca, te beije, te lamba, e
você sorrialigado à terra, porque sou o teu húmus, o teu esperma, eu sou o teu
membro, eu sou você. Não, não reclame, você me quer assim mesmo, ainda que
selvagem eu te cause medo, ameace a tua liberdade. Ou me querias selvagem só na
cama? [...] Não te autorizo a
deixar-me. Ouviu o que eu disse? Não te dou licença de passear pela terra, de
ter um futuro em que eu não esteja inteira. Ah, meu corpo amado, eu te desejo.
E te desejo mais do que perdermo-nos no leito que vem sendo osso há dois anos.
Uma agonia que recolho com a minha boca e mastigo com os meus dentes. Eu te
mastigo, eu tecomo, eu te rasgo como você me rasga, me grita, me ama. [...]
Não, erga-te, amor, e me cubra toda,
quero você me soçobrando, eu sou uma mina africana, há que ir ao fundo, apalpar
no escuro a sua riqueza, coçar a sua aflição, sentir medo. Medo das minhas
trevas, pavor dos meus pelos, temor do meu suor e da minha fragrância. Vamos,
seu covarde, volte depressa. Não quero mais perder o espetáculo desse amor que
diariamente me derruba, porque é desse jeito que mastigo da sua comida. [...]
Meu corpo identifica o teu cheiro,
acre-doce pela manhã. Quantas vezes te lavei o sexo e você se deixou acariciar
como se fosse meu dever rejuvenescer=te a cada dia, quem melhor que as minhas
sagradas mãos conhecem o teu segredo, as palpitações da tua carne, o modo firme
e cego com que se ergue e vem a mim. Não te creias livre, a vida não é tua. A
tua vida é minha porque me perdi em ti, em cada palavra que disseste e me
conquistou. [...] E te jogarás sobre
o leito, e nu, esplendido, me atrairás dizendo, não queres novamente ser minha,
acaso sobreviverás sem o gozo que é a única viagem atrlatica que se vive e nos
naufraga? Esquecendo, porém, de que você sim é o barco carecendo das águas, e
que sou a água em que mergulharás sem rota, sem mapa, pois não há mapa para o
amor, amor. [...] Por favor, ceda-me
o teu tempo. Ceda-me o teu corpo novamente. No leito, ou na natureza crua. Ou
no bar em que estiveres agora. Onde eu chegando logo faríamos amor com o meu
olhar de espinho. Amor se faz na esquina, a multidão dispersa em torno. Eu não
te amo só com o ímpeto da carne. Também te quero com a minha boca distante,
falando, te enunciando, pronunciando o teu nome. Teu nome é meu ato de amor.
Teu nome é o orgasmo de que padece o meu sexo. [...]. Se me negas o pedido eu me vingo, abro minhas pernas para o teu
inimigo, convidarei o desafeto a comer minhas carnes com garfo e faca e que
divulgue entre amigos, e perto da tua consciência, o sabor de sal da minha pele
e como o meu suor arrasta ainda o teu cheiro. Não me julgueis louca, julgues-me
apenas capaz de lutar pela tua volta. [...] Se é assim, tome-me como sou. Transija com a minha volúpia. Aceite
viver com uma mulher perdida no pecado de amar. Ah, hás de dizer, até você fala
em pecado? Sim, falo, cometo, vivo, devoro, e quero. O que tem você com isso?
Pecado é a tua boca, o teu sexo, o teu peito, os teus pelos, a testa franzida
quando vais gritar de gozo. O que queria, que jamais tivesse enxergado o teu
rosto quando me amas, só porque, perdida de amor, devia estar ocupada com o
próprio prazer? [...] pois ainda
assim sigo ao teu lado te amando, te fazendo recordar com minúcias o arrebato
que ambos provamos, o sal jogado sobre nossos corpos para exalarem aquela
essência que nos volatizava mas também nos prendia à terra, para vivermos com a
carne um ritual iluminado, nossas peles cobertas de folhas, musgos e aranhas.
Ah, amado, volte depressa, antes que outras cartes te persiga, e fique a vida
difícil para nós. [...]. Extraído da obra O calor das coisas – contos (Record, 2009), da premiadíssima
escritora e imortal da Academia Brasileira de Letras, Nélida Piñon. Veja
mais aqui.
TRÊS POEMAS - LEGADO
- A minha vida chega ao fim, / Escrevo pois meu testamento; / Cristão,
eu lego aos inimigos / Dádivas de agradecimento. / Aos meus fiéis opositores / Eu
deixo as pragas e doenças, / A minha coleção de dores, / Moléstias e
deficiências. / Recebam ainda aquela cólica, / Mordendo feito uma torquês, / Pedras
no rim e as hemorroidas, / Que inflamam no final do mês. / As minhas cãimbras e
gastrite, / Hérnias de disco e convulsões – / Darei de herança tudo aquilo / Que
usufruí em diversões. / Adendo à última vontade: / Que Deus caído em
esquecimento / Lembre de vós e vos apague / Toda a memória e sentimento. ESPEREM
SÓ: Só porque arraso quando arrojo / Raios, acham que não sei troar. / Ora,
meus senhores, ao contrário: / Na arte do trovão não sou pior! / No devido dia,
eu ponho à prova, / Quem duvida agora é só esperar; / O meu peito então vai
trovejar, / E trincar os céus, a minha voz! / No fragor daquele furacão, / Os
carvalhos secos vão rachar, / Os castelos vão desmoronar, / Velhas catedrais,
ruir ao chão! MORFINA: É grande a semelhança desses dois / jovens
e belos vultos, muito embora / um pareça mais pálido e severo / ou, posso até
dizer, bem mais distinto / do que o outro, o que, terno, me abraçava. / Havia
em seu sorriso tanto afeto, / carinho e, nos seus olhos,tanta paz! / Ornada de
papoulas, sua fronte / tocava a minha, às vezes – e seu raro / odor me
dissipava a dor do espírito. / Tal alívio, porém , não dura. Eu só / hei de
curar-me inteiramente quando / o irmão severo e pálido abaixar / a sua tocha. –
O sono é bom; o sono / eterno, ainda melhor; mas certamente / o ideal seria
nunca ter nascido. Poemas extraídos de Heine,
hein? – Poeta dos contrários (Perspectiva, 2011), do poeta romântico alemão
Heinrich Heine (1797 – 1856). Veja
mais aqui.
PAISÀ
O
premiado drama Paisà (1946), do
cineasta italiano Roberto Rossellini
(1906-1977), é integrante da trilogia de guerra do diretor, iniciada com Roma, Città Aperta e segudia de Germania Anno Zero, dividido em seis
episódios que tratam das relações entre os italianos recém-libertados e os
libertadores estadunidenses. Os episódios são nomeados como Sicília, Nápoles,
Roma, Florença, Apeninos Emilianos e Porto Tolle.
Veja mais:
A folia do Biritoaldo desandou no carnaval, Ela baila no meu coração, Frevo do Mundo
& a poesia de Mário Hélio aqui.
Psicologia Social & Educação, Pablo
Neruda, Amedeo Modigliani, Yasushi Akutagawa,
Regina Espósito & Jú Mota aqui.
Paul Ricoeur, Li Tai Po, Millôr
Fernandes, Carlos Saura, Mônica Salmaso, Aída Gomez Ralph
Gibson & Ronaldo Urgel Nogueira aqui.
Tolinho & Bestinha: quando Bestinha
se vê enrolado num namorico de virar idílio estopolongado aqui.
Arthur Rimbaud, Anti-Édipo de Deleuze
& Guattari, Infância & Literatura & Balanço da Copa aqui.
Descartes, Gustav Klimt, Ingmar Bergman,
Denise Stoklos, João Bosco, Danny Calixto, Bernadethe Ribeiro & Sandra
Regina Alves Moura aqui.
Apollinaire, Rembrandt, Walter Benjamim,
Paulo Moura, Efigência Coutinho & Programa Tataritaritatá aqui.
Jacques Lacan, Alexander Luria, Elizeth
Cardoso, Aníbal Bragança & Clevane Lopes aqui.
Paul Verlaine, Denise Levertov,
Delaroche, Wojcieck Kilar, Lourdes Limeira & Marcoliva aqui.
Yevgeny Yevtushenko, Leila Assumpção,
Segueira Costa, Sigmund Freud, Hyacinthe Rigaud & Ailson Campos aqui.
A nuvem de calças de Vladimir Mayakovsky aqui.
Cultura
afrodescendente, carnaval & Célia Labanca aqui.
Oração da cabra preta & Turismo
religioso aqui.
Biritoaldo: a vingança
no formigueiro aqui.
Cidinha Madeiro aqui.
ARTE DE DOMINGOS SILVA
A arte do pintor português Domingos Silva.