domingo, outubro 12, 2025

ELIZABETH LOFTUS, CATHERINE JOHNSON, IONE SKYE, POEMA & AGENTE SECRETO

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Viva a vida ao máximo e nunca hesite em perseguir seus sonhos. Realmente vale a pena... Cada dia é um presente, não se esqueça! Agora vamos desligar nossos celulares e aproveitar... Façam coisas incríveis como sempre fizeram. Aproveitem ao máximo. A dor é um poder incrível, não deixe que ela te derrube, use-a...

Pensamento ao som de A song of death, a song of pain (2022), Through Your Eyes (2018) e Unprecedented (2016), da violinista, vocalista e soprano mexicana Marcela Bovio (Marcela Alejandra Bovio García), integrante das bandas Stream of Passion e Elfonia. Veja mais aqui.

 

Banquete suntuoso de gororoba xucra inaugurando Fecamepa... – Toctoc! Quem é? Não ouvi ô de casa, nem disse ô de fora! Quem será que era? Fui ver e de cara: era peró como a praga, alvoroçados com estardalhaço de gansos do Capitólio romano. Pra eles era uma festa portuguesa, com certeza: o Vira vira-homem, vira-bicho e arrebita! Pois, pois! Pois, não! Aí entrou o Galo de Barcelos no Fado, com o Bacalhau à Brás e Pastel de Nata, um fandango trazendo caldo verde, a chula na sardinha assada, o corridinho com o cozido e a Francesinha no Cante alentejano. Tudo só pra eles. E engrossou a presepada, no meio da festança: eu te benzo! Eu te curo! E amanhã estaríamos todos duros aos pés da cruz no altar católico, pagando o pato de infratores de todos os pecados. Como diziam: aqui disso não havia e a Cascais, uma vez e nunca mais! Oxe! Toctoc! De novo? Oh, viva terra de Espanha! E a galegada da União Ibérica invadiu com Flamenco e castanholas; touradas de Madri com Jota a sair de tapas, gaspachos e Pasodoble, churros e Muiñeira galega, Jámon Serrano e Fabada asturiana, catalãos e bascos, tudo se arranchando no maior espalhafato. Só deles. Maior irrupção esborrando o pandemônio nas alicantinas da gandaia. Toctoc! Outra vez? E era: Viva a França! Era a catinga perfumada com a expansão manufatureira calvinista arrombando Tordesilhas, todos à La Page, o barrete frígio e muitos presentes de Paris e dos huguenotes! E os salves à Antártica na Baía de Guanabara, à Equinocial no Maranhão! E gritavam: Liberté! Égalité! Fraternité! E lá foi Cancã e Boeuf Bourguignon com La Marseillaise, carneiros de Panúrgio, Le Coq & Marianne, Bransle e Ratatouille com Manouche, Quadrilha e Cassoulet com Chanson Française, Escargots de Bourgogne, croissant & baguete, Crème Brûlée e Macaron. E se deram por convivas e nem foram convidados. Sobrou balbúrdia e o malho na bigorna! Tudo pra eles. Toctoc! Agora danou-se tudo! Quem será dessa vez! E era: Ó linda Nova Holanda! E o que foi de batavo nassoviano com presentes luteranos de Armsterdã e o boi voando, ah, passou da conta! Aí entornou o caldo e logo apareceu um Leão com tulipas, moinhos de ventos andantes, todos com os dentes de fora e à tripa forra no Hakken com Levenslied e gado Holstein, Boeren Ploeg com o Stamppot, Almelose Kermis nos tamancos com Stroopwafel, Horlepiep e Rozenwals com Kibbeling e Haring, tudo no maior fuzuê! Quanta coisa estranha, Deus meu! Teve até quem emplacasse: Sou Flamengo e a nega Tereza, no maior embalo! E se fartaram do açúcar adoçando o sangue escravo e arrastaram pau-brasil pra desancar nossos nativos, E foram do ovo às maçãs porque um abismo chamava outro, um absurdo respondia a outro. Fizeram a maior farra e nem eram meus comensais. Transbordou escarcéu! Tô entendendo nada, que negócio é esse? Quem era o anfitrião? Lá estava eu no meio de quatro fogos e queriam que entregasse o pescoço à canga, enquanto se tratavam entre apertos de mãos, tapinha nas costas e o meu destino ao Deus dará. Dançaram minha dança, tomaram meu roçado e me deram lã de aço, espelhinhos & brebotes. Pra quê? Das zis utilidades nenhuma era a necessidade minha. Do lado de fora gente estranha escura acorrentada! Não era enfeite nem plateia, era claque mais chué! A casa era minha, hoje não mais. Até o nome que eu tinha, não sobrou nem o de pai. O que eu falava se apagou, me puseram outra língua porque queriam: sim, senhor! Essa é boa! Sai-te! Desde então escorreguei à mingua, de nem mesmo sequer saber mais quem sou. Tanta água desmanchou meu pirão, meu leirão e tudo ao meu redor. E agora, o que a gente faz? Botamos tudo pra correr e a doença ficou: quem era daqui viu nascer outrem e entre eles preferiam os das bandas dos enxotados. Como é que pode? E teve até quem empunhasse bandeira estrangeira por golpes para nos exilar, muitas e tantas vezes! O que é que há? Era o Fecamepa com um monstrengo carnaval só folia e pacutia demais para aprumar! Até mais ver.

 

Chiquinha Gonzaga: Ó abre alas que eu quero passar! Eu sou da Lira, não posso negar!... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

Fernanda Montenegro: A palavra não é apenas um conjunto de sinais gráficos. Nela há sangue, suor e lágrimas... Tenho um otimismo realista, porque a condição humana é falha. Todos nós somos atores nesse palco que é o mundo... O teatro e a educação devem caminhar juntos; educar não é só ensinar a ler e escrever, é ensinar a pensar e sentir mundo de outras formas... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Elfriede Jelinek: Enquanto os homens forem capazes de aumentar seu valor sexual por meio do trabalho, da fama ou da riqueza, enquanto as mulheres só forem poderosas por meio do corpo, da beleza e da juventude, nada mudará... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

A GRANDE CONJUNÇÃO

Imagem: Acervo ArtLAM.

Você ainda não consegue vê-lo – tão pequeno \ poderia ser um quimioton – \ mas afirma ter esperança, afirma \ para saber coisas que você não sabe, \ se você pudesse encontrá-lo apenas \ talvez esta viagem de acampamento valeu a pena depois de tudo \ mesmo a tenda não bem ancorada — \ uma estaca desaparecida \ depois de tantos anos no porão — \ até o seu telescópio desatualizado \ mais pesado do que precisa ser – \ mas você aponta para as estrelas esperando \ para ver a primeira conjunção \ de Saturno e Júpiter em oitocentos \ anos como se para fingir \ você ainda não está em quarentena \ se você puder ver alguma coisa \ que não depende de nada \ você pode fazer mas simplesmente \ é em si, maravilhoso e constante, \ se estás aqui ou não. Por fim, \ aparece – e você acha que pode até \ Veja as quatro luas ao redor de Júpiter \ anéis. Você se parabeniza – \ você é Galileu! E mais tarde, quando você encontrar \ a estaca desonesta alojada por baixo \ uma caixa de discos de vinil que você se pergunta \ se se imagina como uma agulha \ sobre uma terra plana \ jogando tudo de uma vez.

Poema da escritora, roteirista e dramaturga britânica Catherine Johnson.

 

NUNCA CONTENTAR... - Nunca se contente com nada menos que extraordinário, senão a vida será uma droga. ... Pode ser uma droga de qualquer jeito, mas é melhor ser uma droga com integridade, certo?... Pensamento da atriz, escritora e pintora britânica Ione Skye, autora de obras como Say Everything: A Memoir (Gallery, 2025) e My Yiddish Vacation (Henry Holt and Co, 2014). Veja mais aqui.

 

MUNDO DA MEMÓRIA - Muitas pessoas acreditam que a memória funciona como um dispositivo de gravação. Você apenas grava as informações, depois as acessa e as reproduz quando quiser responder a perguntas ou identificar imagens. Mas décadas de trabalho em psicologia mostraram que isso simplesmente não é verdade. Nossas memórias são construtivas. Elas são reconstrutivas. A memória funciona um pouco mais como uma página da Wikipédia: você pode entrar lá e alterá-la, mas outras pessoas também podem... Pensamento da psicóloga estadunidense Elizabeth Loftus, autora de obras como The Myth of Repressed Memory: False Memories and Allegations of Sexual Abuse (1994), Witness for the Defense: The Accused, the Eyewitness, and the Expert Who Puts Memory on Trial (1991) e Human Memory: The Processing of Information (1976). Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

O AGENTE SECRETO

O filme O agente secreto (2025), dirigido pelo diretor, produtor, roteirista e crítico de cinema Kleber Mendonça Filho, conta a história de um professor de tecnologia que decide fugir de seu passado violento e misterioso, se mudando de São Paulo para Recife com a intenção de recomeçar sua vida. Ele chega na capital pernambucana em plena semana do Carnaval e percebe que atraiu para si todo o caos do qual ele sempre quis fugir. Para piorar a situação, ele começa a ser espionado pelos vizinhos e, inesperadamente, a cidade que ele acreditou que o acolheria ficou longe de ser o seu refúgio. O cineasta é também autor de filmes como Vinil Verde (2004), Eletrodoméstica (2005), Noite de sexta, manhã de sábado (2006), Recife Frio (2009) e Bacurau (2019). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

&

OS SEGREDOS DO POEMA

O livro Os segredos do poema: uma maneira prática de entender a construção do texto poético (CriaArt, 2025), do poeta, professor e revisor Admmauro Gommes, trata sobre a distinção entre poesia e poema, a imaginação e a técnica, as figuras de linguagem, silabas poéticas e gramaticais, o tradicional e o contemporâneo, entre outros temas. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

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domingo, outubro 05, 2025

MALIKA MOKEDDEM, EWA LIPSKA, ZADIE SMITH, ARTE NA ESCOLA & SUBLIME SEMBLANTE

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som de Vista, para orquestra (2019) e Semafor, para grupo instrumental (2020), da compositora finlandesa Kaija Saariaho (1952-2023). Veja mais aqui.

 

Reca de bichos & cabeças de prego... O que Zeca Biu colecionava de bichos, tinha de furúnculos. Tudo começou ainda menino juntando minhocas: era gogo por todo canto do quintal, pois ensaiava pescador no brejo limítrofe. Depois foram as lagartixas, teiús e calangos; uma compilação de formigas e saúvas, acumulação de aranhas e até uma caranguejeira sinistra. Dali pra agrupamentos de cobras, preás, gafanhotos, cururus, lesmas, morcegos, ah, foi um salto. Chegou ao ponto de ter uma banda de grilos amestrados, um balé de borboletas e vagalumes, um aquário de cundundas, um viveiro cantante de passarinhos e não só: coligiu tudo num tomo taxonômico improvisado, no qual reuniu uma variedade de cassacos e ruminantes; um guenzo rouco fedorento que se inquietava com as estripulias dum tatu-bola de estimação; um ganso zarolho assombrando o marreco que dava voltas ao redor da cacimba; uma arara tagarela negociando frutas; uma cigarra com recados das nuvens; um quati mentiroso denunciando catitas foragidas; um leitãozinho fuçando segredos do chão; uma coruja doida rodando a cabeça sem parar; um cabrito gago mangando dum cágado enamorado por uma filhote de jacaré; uma rã esnobe acocorada no lombo dum marreco desajeitado; um burrico anão soltando lorotas com as baratas tontas avexadas; um perdigueiro cheleléu que só abanava o rabo; um bezerro molenga abestalhado com um peru gozador que grugulejava ao final de cada piada caçoando do pavão enrustido; um galo carijó propondo noivado pra uma guiné vitalina; um presepeiro sagui-do-nordeste que vivia enfiando o dedo no cu dos outros; um carcará atrepado na viga arremedando um papagaio pornográfico; um gato maracajá enfezado que namorava uma jaguatirica; um tamanduá amancebado com uma lontra; uma perereca-verde fofoqueira e comadre de uma preguiça enredeira; uma capivara que desfilava com a amiga paca; e um gambá pra enxotar desafetos, tudo embelezando o ambiente fétido das onomatopeias cagadas e mijadas da bicharada. Como era um menino solitário – tudo fez pra se enturmar, sempre desprezado. Crescia e se desapontou com a primeira paixão depois da professora. Daí procurou fazer amizades: foi onanista coletivo com os coleguinhas de classe, trocou cavalo-mago, agradava um e outro, mas era sempre preterido nas escolhas dos pariceiros. Dedicou-se, então, a uma obsessiva paixão pelos animais e os queria a todos, como uma Arca de Noé só sua, parecida com aquela do colecionador do Fowles. Na adolescência ele já se via ufano proprietário de vasto zoológico particular. Todo dia 18 de novembro era ele na maior farra de comemoração e, como tinha do muito, vendia e trocava, envolvendo-se com traficantes, o que deu a maior bronca. Evidente, o seu colecionismo saiu do saudável e começou a dar problemas pra ele e a vizinhança. Uma cascavel picou a filha do vizinho, o papagaio ofendeu a esposa de outro, o sagui dava dedada no furico de todos os passantes, até que um abaixo-assinado rolou no bairro esfregado às suas fuças, num estrondoso escândalo. Não era só a atitude de salvar os bichos das queimadas, ataques ou abandono, o seu colecionismo compulsivo habilitava o sujeito a uma futura profissão, pra ele, alvissareira: alentava o sonho de se tornar bicheiro, já que não levava jeito para veterinário, nem entomólogo ou ictiólogo, muito menos taxidermista ou zootecnista, vez que só era um Animall Collector - acumulador de animais vivos! Isso é um vitupério! Reclamações viraram escarcéu e estouraram a boca do balão. Claro que sua negligência foi coibida por malcriadas acusações de tráfico e de cativeiro clandestino, além de graves problemas com a legislação ambiental, até ser submetido a tratamentos psiquiátricos para dar cabo de sua patologia. Tô ferrado, meu! Pura perda de tempo, mas isso é outro assunto. Pois, desbaratado o seu zoo particular e antes de vê-lo trilhar os passos do Barão de Drummond, durante todo o período, ele foi acometido por excruciantes cabeças de prego. Caramba! A primeira apareceu logo no quadril esquerdo: não aguentava ceroula, cueca ou calças, andava nu pelo meio da casa, balançando os cachos pra cima e pra baixo. Pode? Puxa! Isso é um atentado à moral! Botaram compressa de água benta quente, banha de galinha, folhas de mato, rezas e benzedeiras, tudo para que o dodói dele estourasse logo para acabar com aquela pouca vergonha. Dói, meu! Que é que posso fazer? Teve que sajar. Sofreu dolorosamente com o apertão, de estourar e sair fora o carnegão, melando tudo. Um sofrimento. Eita, esse foi um abscesso macho! Tanto pus num negocinho de nada! Foi o primeiro. Não demorou muito e logo apareceu outro no sovaco direito: vivia sem camisa e de braço estirado. Vai pra onde, traste? Pensavam dele descarado caroneiro pedindo parada para qualquer transporte. Oh! Um atrapalho de vida. Lá se foram 17 dias insuportáveis de ais e uis, desaparecendo sem mais nem menos. Eita, tô bom! Sumiu. Logo deu lugar a outro, no antro nasal, não podia nem espirrar! Dormia de papo pro ar porque tudo que roçasse as ventas magoava. Lá se ia ele com o focinho inchado, 10 dias de deus-me-acode! Danou-se! Quase morre sufocado, só respirando pela boca. Mal melhorou e um terçol gigantesco tapou-lhe as vistas. Temia cegar de vez. Dum olho passou pro outro, pronto! É karma! Só sendo. Quase enxergando achou que estava tudo em ordem e veio o mais doloroso de todos os furúnculos - no ânus e duplo: de um lado e outro entre as pregas do boga. Ih! Peidinho de nada e ele via estrelas em pleno meio dia. Um sufoco! De manhã ficava ciscando dentro de casa esperando o aperto da cagada matinal! Valei-me! Era aos berros no trono, demorava pra se aliviar. E pra sentar? Só de bandinha sem poupar desconforto: Tá acendendo a fluorescente, nego? Já era zambeta e andava de pernas abertas: Isso é uma rotônica desgracenta! Foi ao proctologista e, naquela posição vergonhosa de bunda pra lua, ouviu desolado: É embutido! Como assim? Tapou tudo. Aí tomou todo tipo de cachete, cada um maior que o outro, de ter trabalho pra engolir e, às vezes, enganchando na garganta. Tome copos d’água! Engasgou-se não se sabe quantas vezes. Foram 21 dias de tormento. Quando menos esperava, no meio da maior multidão, só sentiu o ploft! Deu um carreirão com a catinga atrás, desvestiu-se às pressas melando tudo e se atolou numa privada, assoprando que só locomotiva. Mais de hora depois, o alívio. Afora o trabalhão pra lavar tudo empestado com a inhaca desgraçada. Depois saiu-se com a cara mais lisa: Hem, hem... Acabou-se o zoológico, tive tudo isso e nem morri! Ainda vou ser bicheiro! S’assunte, meu! Ah. Até mais ver.

 


Rumiko Takahashi: O puro tornou-se impuro. O impuro agora se tornou puro. O bem agora se tornou mau. O mal tornou-se maligno. Viver é morrer, morrer é viver... Eu sou o vento. Um dia voarei livre... Veja mais aqui.

Jody Williams: Para mim, a diferença entre uma pessoa “comum” e “extraordinária” não é o título que essa pessoa pode ter, mas o que eles fazem para tornar o mundo um lugar melhor para todos nós... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Nicole Maines: Espero que minha história possa inspirar as pessoas e tudo mais, mas o mais importante para mim é que as pessoas vejam minha história como ela realmente é: nunca tive problemas com minha identidade como pessoa trans, mas tenho problemas com a forma como outras pessoas me percebem desde que eu era criança... Veja mais aqui.

 

NÚMERO UM

Imagem: Acervo ArtLAM.

E é por isso \ que nosso planeta \ é reservável. \ A lua consta nos registros de propriedade. \ O sol consta em uma escritura autenticada em cartório. \ Cidades numeradas. Ruas hipotecadas. \ Destino multidigital. \ Novas guerras \ garantidas \ pela propriedade do Decálogo. \ Quantias exorbitantes de esperança em leilões públicos. \ E então, \ quando o amor \ é um galho levado pelo vento, \ ele é sempre o Número Um \ e se inclina em nossa direção.

Poema da poeta polonesa Ewa Lipska, integrante da geração da "Nova Onda". Veja mais aqui & aqui.

 

O TRANSE DOS REBELDES - [...] O acesso à solidão e aos livros foram as conquistas inestimáveis ​​daquela época. Eles lançaram as bases para o que mais tarde chamaria de meu primeiro exílio: o conhecimento [...]. Trecho extraído da obra La transe des insoumis (Grasset, 2003), da escritora argelina Malika Mokeddem, que, nascida em uma família nômade lutou ao longo da sua adolescência pelo acesso à educação, conseguindo, com isso, estudar medicina em Orã e depois no exílio em Paris, quando teve que evitar um casamento arranjado entre famílias. Para ela: O conhecimento é o primeiro dos exílios. Minha vida é meu primeiro trabalho. E a escrita, seu sopro constantemente entregue. Veja mais aqui & aqui.

 

SINTA-SE LIVRE – [...] Sou tomada por dois sentimentos contraditórios: há tanta beleza no mundo que é incrível que sejamos infelizes por um momento; há tanta merda no mundo que é incrível que sejamos felizes por um momento. [...] As bibliotecas não estão falhando "porque são bibliotecas". Bibliotecas negligenciadas são negligenciadas, e esse ciclo, com o tempo, fornece a desculpa para fechá-las. Bibliotecas bem administradas estão lotadas porque o que uma boa biblioteca oferece não se encontra facilmente em outro lugar: um espaço público interno onde você não precisa comprar nada para permanecer. [...] A escrita existe (para mim) na intersecção de três elementos precários e incertos: a linguagem, o mundo, o eu. O primeiro nunca é inteiramente meu; o segundo, só posso conhecer em um sentido parcial; o terceiro é uma resposta maleável e improvisada aos dois anteriores. [...] Entre a propriedade e a alegria, escolha a alegria. [...] Se o objetivo é ser apreciado por mais e mais pessoas, tudo o que é incomum em uma pessoa é eliminado. [...] o progresso nunca é permanente, sempre será ameaçado, deve ser redobrado, reafirmado e reimaginado se quiser sobreviver. [...] Se há algo que os romancistas sabem é que os cidadãos são internamente plurais: eles carregam consigo toda a gama de possibilidades comportamentais. São como partituras musicais complexas das quais certas melodias podem ser extraídas e outras ignoradas ou suprimidas, dependendo, pelo menos em parte, de quem as rege. [...]. Trechos extraídos da obra Feel Free: Essays ( Penguin Press, 2018), da escritora inglesa Zadie Smith, autora de obra tais como: Changing My Mind: Occasional Essays (2009), On Beauty (2005), The Autograph Man (2002) e White Teeth (2000).

 

ARTE NA ESCOLA

Os alunos dos  6º anos B, C, D e E do Colégio Municipal Fernando Augusto Pinto Ribeiro, realizaram atividades de Fantoche & Teatro, coordenados pelas professoras de Artes, Hércilia Vasconcelos e Maria José Gomes da Silva. E a aluna do 5º ano A, do Colégio Dimensão, Lunna Sophia, de 11 anos de idade, escreve demonstrando os seus pendores literários. Confira a arte da estudantada palmarense aqui & aqui.

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POEMAS & PROSAS DE TONY ANTUNES

Veja mais aquí, aqui, aqui, aqui & aqui.

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SUBLIME SEMBLANTE DE TCHELLO D’BARROS

O curta Sublime Semblante, do poeta e artista visual Tchello d’Barros, apresenta um poema narrado que se mescla com olhares sugestivos, semblantes fotografados, miradas subjetivas em uma atmosfera onírica que nos remete ao mundo dos sonhos, aquele lugar onde tudo pode ser intenso, surreal e sublime. O curta com direção do próprio Tchello, edição de Jozefo Roza, a modelo & autorretratos da amazônida Lua Miranda, a voz da atriz e dubladora Telma da Costa & música autoral de Delayne Brasil. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

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quarta-feira, outubro 01, 2025

ASSATA SHAKUR, ANA MARIA MACHADO, TERESA COLOMER & USINA GASTRÔ

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Anavitória (2016), O tempo é agora (2018), N (2019), Cor (2021) e Esquinas (2024), do duo musical Anavitória, formada em 2014, dupla formada pela cantora, atriz, compositora e multi-instrumentista Ana Caetano (Ana Clara Caetano Costa) e pela cantora e atriz Vitória Falcão (Vitória Fernandes Falcão).

 

Uma vez o amor... ou a maldição de Kalypso!... - Era uma vez e só agora, quantos desastres: o milagre da vida aos solavancos. Sequer cogitava: fui condenado ao naufrágio pelas moiras. Podia ser, talvez a pior coisa do mundo - dilacerado pelos dilemas com os farrapos de tudo que ficou para trás. Havia me perdido das rotas e fiquei à deriva por uma novena. A sobrevivência por calafrios e frêmitos imensuráveis: havia sofrido uma devastação demolidora, maior adversidade. A sorte fora do alcance, ali pereceria inevitavelmente. Inesperadamente, uma bela sílfide sedutora materializou-se; engatinhava nua para me salvar do precipício de Poelenburgh. Confiei nos seus gestos generosos, deram-me a impressão duma sacerdotisa guardiã de sagrados mistérios. Refeito da agonia, ela recepcionou-me descalça, já com as vestes de Westall. Tomou-me pelas mãos e me guiou por uma espetacular paisagem: era o éden terrestre. A entrada da sua morada era cercada por um bosque com uma fonte e, para quem nunca usufruiu de milagres caídos do céu, ali era tudo colossal. Adentramos numa gruta profunda com amplos salões abertos para jardins paradisíacos, um bosque sagrado com grandes árvores e fontes sinuosas entre a relva. Logo fui envolvido pelas fragrâncias do cedro, sândalo e zimbro que dali emanavam. Pude ver ninfas em todas as dependências e cantavam enquanto fiavam e teciam. Fui, enfim, acolhido em sua morada. Acomodou-me, estava exausto. Logo senti seu vulto ao meu redor e lambeu minhas feridas, acariciou minhas contusões, serviu-me ambrosia. Onde estou? Ogígia. Sim? Você naufragou, Odisseu. Quem? Você penou demais, perdeu a memória, relaxe. E quedei inebriado por um sonho enfeitiçante. Despertei com o perfume de suas carícias benfazejas. Quem é você? Sou Kalypso, a ninfa do mar. Sabia: o seu nome escondia a deusa fiandeira e o seu poder sobre a vida e a morte de todos os seres e coisas. Sua beleza encobria a prisioneira da Titanomaquia. Seus olhos ocultavam o banimento das Oceânides e a solidão eterna. Não resisti à sua tentação. Fui impelido aos regalos e em seus braços nus muito apetecia a vida flutuante nas nuvens. Nossos corpos eclipsaram embalados pelo amor na Gruta de Brueghel. Ela espalmada sobre mim, como se eu fosse as águas de Oxer. E em mim mergulhou como na cena de Vecchiato por muitos dias e noites infindas. Repleta de satisfação, ela estirou o braço e alcançou uma estrela de 6 pontas para me presentear: era a promessa de me seguir aonde fosse e por todos os confins. E mais: prometeu a juventude eterna e a imortalidade. Escolheu-me por consorte e ao violino me embalou seminua na pose de Baecker. E me ofertou as costas na pose de Golovin, na Isle de Draper, na verdade seminua com as vestes de Styka. Enquanto tecia e fiava, ela cantava e me seduzia como na Odisseia de Homero. Passados sete anos e, numa tarde mormaçada, me dissera que Poseidon acalmara a sua ira. Nada entendia, nem queria entender. Saímos do meu refúgio na ilha e ela me levou pelo Estreito de Gibraltar, extremo norte marroquino. Ao chegarmos ao monte de Jbel Musa, suas vestes eram pentimentos reveladores, um caleidoscópio de minhas vivências passadas. O que tudo aquilo queria dizer? Disse-me atender o pedido de Athena e, abruptamente, a vi enfurecer-se, afastando-se à beira da loucura, a ponto de tentar se matar. Que foi que houve? Socorri. Fitou-me compenetrada: Sou imortal, só sofro a saudade de amor não correspondido. Não é verdade! Revelou-me sua maldição, o coração partido de divindade abandonada. Como? Não recorreu aos feitiços e obrigou-se a me despedir de nossos filhos: Nausítoo, Nausínoo e Latino. O que é isso? Ofereceu-me jangada e provisões, um retorno em segurança. Por que? Caí na real: eu não era Odisseu nem Telêmaco de Fénelon. Então, depus meu confiteor: Sapere aude e Horácio apareceu para me mostrar o ônfalo: Aqui é o centro da Terra, a ilha de lugar nenhum. E desapareceu imediatamente. Ela então mostrou-me a ponta aguda do infinito: estava condenado à esperança. Obstinei e me perdi pela grandeza do sonho: pensei por ela e todas as coisas. Seja lá o que for, a cada um a sua provação e um grande amor. Até mais ver.

 

Violeta Parra: Não chore quando o sol se for, porque as lágrimas não deixarão você ver as estrelas... Somente o amor com sua ciência nos torna tão inocentes... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

Anne Rice: Ignore qualquer perda de coragem, ignore qualquer perda de autoconfiança, ignore qualquer dúvida ou confusão. Siga em frente acreditando no amor, na paz, na harmonia e em grandes realizações. Lembre-se de que a alegria não é estranha a você. Você está vencendo e é forte. Ame. Ame primeiro, ame sempre, ame para sempre... Veja mais aqui & aqui.

Heather Thomas: O que a escrita faz é permitir que você crie o mundo inteiro, crie uma história inteira, um ponto de vista, uma mensagem, uma experiência... Criar algo completamente diferente acontecendo... Veja mais aqui.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

AFIRMAÇÃO - Eu acredito no viver. \ Eu acredito no espectro \ dos dias Beta e do povo Gama.\ Eu acredito no brilho do sol. \ Em moinhos de vento e cachoeiras, \ triciclos e cadeiras de balanço. \ E eu acredito que sementes tornam-se brotos. \ E brotos tornam-se árvores. \ Eu acredito na mágica das mãos. \ E na sabedoria dos olhos. \ Eu acredito na chuva e nas lágrimas. \ E no sangue do infinito. \ Eu acredito na vida. \ E eu vi o desfile da morte \ marchando pelo torso da terra, \ esculpindo corpos de lama em seu caminho. \ Eu vi a destruição da luz do dia, \ e vi vermes sedentos de sangue \ sendo adorados e saudados. \ Eu vi os dóceis tornarem-se cegos \ e os cegos tornarem-se prisioneiros \ num piscar de olhos. \ Eu andei sobre cacos de vidro. \ Eu admiti meus erros e engoli derrotas \ e respirei o fedor da indiferença. \ Eu fui trancafiada pelos injustos. \ Algemada pelos intolerantes. \ Amordaçada pelos gananciosos. \ E, se tem alguma coisa que eu sei, \ é que um muro é apenas um muro \ e nada além disso. \ Ele pode ser posto abaixo. \ Eu acredito no viver. \ Eu acredito no nascimento. \ Eu acredito na doçura do amor \ e no fogo da verdade \ E eu acredito que um navio perdido, \ conduzido por navegantes cansados e mareados, \ ainda pode ser guiado à casa \ para atracar.

AMOR - Amor é contrabando no Inferno, \ porque amor é um ácido \ que corrói grades. \ Mas você, eu e amanhã \ damos as mãos e fazemos promessa \ que a luta irá multiplicar. \ A serra possui duas lâminas. \ A espingarda possui dois canos. \ Nós estamos grávidas da liberdade. \ Nós somos uma conspiração.

Poemas da escritora e ativista estadunidense Assata Olugbala Shakur (JoAnne Deborah Byron – 1947-2025), que foi ex-membro dos Panteras Negras (BPP) e do Exército de Libertação Negra (BLA).

 

O CANTO DA PRAÇA - [...] As palavras podem ser tudo [...] A expedição que resgatou esse material era formada por curiosos, de boa vontade, mas sem qualquer conhecimento arqueológico especializado. Por isso, não chegaram a anotar direito o local de sua descoberta, que permanecerá ignorado para sempre. Outra coisa que também nunca foi devidamente esclarecida a respeito desse achado é a sua época. É claro que tudo foi cuidadosamente estudado. Quando a caixa chegou, os sábios foram chamados a examiná-la e resolveram levar tudo — caixa e conteúdo — para seus gabinetes de trabalho, para que pudessem analisar a descoberta com todos os recursos de que dispõem. Fizeram os testes de carbono, carvão, açúcar e diamante. Mas os resultados foram, no mínimo, desconcertantes. Acabaram chegando à conclusão de que havia objetos de épocas tão distintas que se tornava impossível precisar a ocasião exata em que tinham sido enterrados. Na caixa havia recortes de jornal, velhos pergaminhos, máscaras de carnaval, um filme de Carlitos, uma flauta de madeira, uma caixa de lápis de cor, sapatilhas de balé, um lenço bordado, um violino, um sintetizador, um cavalo de carrossel, um cocar de índio, uma máquina fotográfica, uma caixinha de música, revistas em quadrinhos, uma pombinha de barro. Na tentativa de compreender o significado de todos esses objetos, os sábios consumiram semanas em ininterruptas discussões e especulações. Como não chegaram a nenhuma conclusão, decidiram introduzir todo o conteúdo da caixa, além da própria embalagem, numa engenhoca fantástica que estão desenvolvendo, uma espécie de aparelho mágico, máquina mirabolante, instrumento maravilhoso, algo assim. Mesmo com o risco de destruir tudo na experiência. Só que não se destruiu. Construiu. Quando a engenhoca foi ligada, nela se acenderam luzes belíssimas, dela saíram vapores de perfumes deliciosos, em volta dela se ouviram sons que só podem ser as tais harmonias celestiais de que tanto se fala. E, de repente, por uma abertura da máquina, como se ela fosse uma mulher parindo, saiu um livro. [...]. Trechos extraídos da obra O canto da praça (Salamandra, 1993), da escritora, jornalista, professora e pintora Ana Maria Machado (Ana Maria Martins Machado), autora de obras como Alice e Ulisses (1984), Aos quatro ventos (1993), A audácia dessa mulher (1999), Canteiros de Saturno (1991), Contra corrente (1999), Democracia (1983), O mar nunca transborda (1995), Para sempre (2001), Recado do nome (1976), Tropical sol da liberdade (1988), Um mapa todo seu (2015) e Vestígios (2021), entre outros. Veja mais aquí.

 

ANDAR ENTRE LIVROS - [...] não deixei de confiar nos livros como os melhores colaboradores dos professores na educação leitora e literária de seus alunos. A leitura de livros é o ponto de intersecção entre leitura, literatura infantil e juvenil e ensino de literatura [...] esclarecer as discussões, as interrogações e os critérios que influenciaram a presença, a seleção e a leitura de livros nas aulas [...] Interessa-nos a escola como instituição que outorga um sentido específico à leitura de obras [...] Também nos interessam os leitores como pessoas, que desenvolvem suas capacidades e competências literárias [...] nos interessam os livros da perspectiva de seu apoio a esse percurso [...]. Estimular a leitura e planejar o desenvolvimento das competências infantis são os dois eixos da tarefa escolar no acesso à literatura. [...] deve responder à conexão entre a capacidade de recepção e de produção literária, entre a recepção do texto e a elaboração de um discurso analítico e valorativo sobre ele, entre a interpretação do leitora e os conhecimentos que a tornam possível, entre a educação linguística e a educação literária, entre os aspectos linguísticos e os aspectos culturais que configuram o fenômeno literário ou entre a literatura e os restantes sistemas artísticos e funcionais que existem nas sociedades atuais. A leitura de obras literárias integrais é uma atividade que se situa no centro da tarefa de alcançar esses objetivos do modo mais amplo possível, tanto em profundidade quanto em extensão social. E o desejo de todos é que os ivros e os professores trabalhem juntos para consegui-lo. [...]. Trechos extraídos da obra Andar entre livros: a leitura literária na escola (Global, 2007), da premiada professora espanhola Teresa Colomer, coautora da obra Ensinar a ler, ensinar a compreender (Penso, 2003). Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

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domingo, setembro 21, 2025

MARY OLIVER, TATIANA DE ROSNAY, BRENDA MILNER, OVOS DA RAPOSA & CONTEMPLA

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Scriabin: Sinfonia nº 2 - The Poem Of Ecstasy (2023), Danielpour: Passion of Yeshua (2020), Concerto para Piano 'Spiritualist'; Poems Of Life; Glacier; Rush (2019) e Mr. Tambourine Man: Seven Poems of Bob Dylan – John Corigliano (2009), da maestrina estadunidense JoAnn Falletta.

 

A pedra da tarde mormaçada ou a princesa & o plebeu... - Naquela tarde domingueira Virginácia, ou melhor, Gigi queria ser a princesa Jenny, um sonho alentado desde o dia do repentino noivado e um inusual presente: um livro. Isso? É uma linda história de amor. Você é comunista? Não. Mas? Ora, é história de uma princesa de verdade e um plebeu filósofo – quase como nós dois -, foram escorraçados e se amaram até a morte. Ih, não venha com coisas bizarras pra minha banda, sou achegada não, viu? Ah, meu amor! Ela resistiu, mas logo dissipou sua intransigência vencida pelos agradinhos e ajeitados, findaram aninhados. Galante vira-lata cheio das pregas, ele logo se apaixonou por ela a ponto de ficar girando em torno de si, aos rodopios. Tá doido? Não sabia, coitada, era a forma dele afastar os seus 600 diabos e todos os demônios, para mantê-la íntegra ao decoro. Vixe! Aqui tem história. E tinha mesmo. Prest’enção! Ela lídima nívea mimada, uma Lulu da Pomerânia, menina dos olhos paternos, agora tomada pelas delícias de Cápua, aos devaneios da felicidade. De súbito foi assaltada pelo entusiasmo do casal Shih Tzu, os seus padrinhos para a cerimônia, com uma torrente ruidosa de simpatia. Logo também envolvida pelo eufórico par Chow Chow, paraninfos do noivo, acenando pro Monge de batina, lá no altar em posição Padmasana – a Postura do Lótus, enquanto aguardavam convidado ilustre para a solenidade: o Padre Bidião. Não demorou muito a saudação da distinta dupla chihuahua, Peanut e Cashew, vindos do Texas acompanhados de extensa comitiva, exclusivamente para prestigiarem o desponsório. Entre os convivas estava o excitado duo Beagle, na convocação de todos para o compadrio na divertida pulada de fogueira. Um Golden Retriever tocou fogo e o Akita Inu gritou: Quem quer ser o primeiro? Tiraram no ímpar ou par, e o Pastor Belga Groenendael foi o primeiro a saltar. Depois pinotou o Dálmata desajeitado, o Yorkshire Terrier seguiu atrás, juntamente com o Bulldog que refugou da pulada e o Poodle que se disse indisposto. Preferiram estes na acolhida aos recém chegados Lhasa Apso e Pug, dando conta que o Dachshund delatou o comparecimento de celebridades famosíssimas por ali. Mesmo? O Rottweiler logo destacou a presença do leal Hachiko, aquele mesmo que esperou o dono falecido por anos na estação de comboio. Ao lado, o husky Balto ostentava sua bengala e rica indumentária, contava do que foi ter liderado uma equipe na entrega de cura para a epidemia. Que xique! Olha lá os astronautas Laika, Belka e Strelka! Vê ali o terrier Stubby, herói da primeira guerra! Minha nossa! Enquanto uns saltavam, os que já haviam pulado passaram para a corrida do anel. Entre dobradas ovações e simpáticas aclamações, os partícipes logo formaram um círculo, definiram o passador e escolheram quem ia adivinhar. O escolhido fechou os olhos e ao se passar a argola veio o sinal: Adivinhe agora com quem está o anel! Justo na ocasião em que fora anunciada a atração do momento: o condecorado viajante vira-lata Oscar! Também deu as caras o célebre labrador Rupee, que papeava com a bela yorkshire Smoky, arrodeados pelos não menos notáveis Chips, o border collie Pickles, o pug Pongo da Donna Tartt, o Ulisses da Clarice Lispector, o K do Kafka, a Pinka da Virginia Woolf, a Baleia do Graciliano Ramos, o Biruta da Lygia Fagundes Telles, o Bruno Linchtenstein e o Zig do Rubem Braga, e o Firififi do Dalton Trevisan. Uma roda de eminentes, hem? Mais abrilhantaram o pagode o glamour de Misty da Dorothy Parker, o da Cegueira e o do Cerco de Lisboa do Saramago, o Pingo-de-ouro do Guimarães Rosa, Tusca de Marina Colasanti, o mascote Bi que driblou Garrincha, o arqueólogo Robot, a salva-vidas Safira, até o Rhodesian ridgeback – o famoso cheira-cu leão-da-rodésia caçando o rei da selva. Por aqui? Pois é. O faro falhou, errou o caminho e resolveu entrar no fuzuê. Depois se juntaram a todo tipo de perros, sabujos, galgos, rafeiros e guenzos. Menos Kratin que se perdera na festa do céu. A patuscada foi muito badalada, noticiada em todas as colunas sociais do mundo. Nada mais concorrido, pois, mais chegaram de parecer não acabar mais, todos sobrecarregados de muitas congratulações. Foi quando o noivo deu sinal de vida, logo se dirigindo à sogra, com um buquê de flores e graciosamente galanteou: Minha noiva é muito linda, tem a quem puxar. De fato: bastou avistar a moça que seu coração imediatamente suspirou. Tonou-se poeta de última hora para a mais bela que havia na face da terra, segundo seus esbugalhados olhos. E logo se enamorou de fazer plantão à porta dela. Providente, atencioso, prestativo. Até que ela cedeu e se enrabicharam. Quando ele falou namoro a ela, a coitada engasgou-se, dele ter de fazer uso da Manobra de Helmlich e toda sua experiência de paramédico. Salvou-lhe a vida. Quem era esse herói? (Suspense! BG: Introdução da Sinfonia do Destino de Beethoven). O pároco esperado logo chegara, acompanhado de um séquito de sacerdotisas bidiônicas que logo se ocuparam em preparar a noiva para o conúbio. O sacerdote despertou o Monge, abraçaram-se efusivamente e passaram a saudar quem aparecesse. Depois dos cumprimentos, acenaram pro maestro e todo mundo passou a ser embalado pelo trio pé-de-serra do MarcAntonho - que, com o seu trio de pequineses amestrados, era chute no bombo, dedo na sanfona arreganhando o fole e amolegado no tilingo-tingo-lingo-tingo no triângulo. Eita, que esse trupé é ineivado todo! No meio da folia toda, deu-se a chegada da noiva acompanhada pelo pai e na mais requintada elegância - e o trio atacou castigando na marcha nupcial xoteada. Era chegada a hora. Com um estrondo demorado parou o som e Padre Bidião convocou a todos para a hierogamia: Adeste Fideles! O Monge, ao seu lado, voltou a meditar, quando ele fez menção solene ao microfone: Ad bene placitum! Oxe! Nessa hora caiu o maior toró. Valei-me! O vigário foi ao topo do altar e, diante dos esponsais defrontados, nas bençãos do deus Xolotl, despiu-se seguido por todas as pítias nuas ajoelhadas. E tome chuvada! Era hora do ritual e a consorte ajeitou-se sentando-se sobre o ventre do prometido, passando os braços por seu pescoço – fez como as Adoradoras de Amon, em homenagem às graças dos muitos seios da corpulenta deusa etrusca da Fescênia, Tellus -, e recitou pra ele: Somos receptáculos no rito da Sacralização da Vida. Ele retribuiu com um beijo afetuoso em seus lábios, disposto a se sacrificar por ela na libação da Fordícia. Seguindo toda ritualística, o ápice da liturgia foi com o momento em que ambos haviam de selar o juramento: atravessarem juntos o seu Canal da Mancha. Sim, E tome temporal! O clérigo então sentenciou: Jacinto Tobi e Virginácia Tetéia, eu, pelos poderes a mim conferido, os declaro esposos por toda duração deste enlace! Agora pode beijar a noiva! Viva! E, afinal, estiou: Alá seja louvado! E se dirigiram todos para a inauguração do monumento providenciado pelos sogros: uma enorme escultura feita de pedra branca para selar a felicidade dos cônjuges. Houve uma salva de tiros de rifle, foguetões e vivas. Os cantadores louvaram os pretendentes, anunciando que já era a hora da quadrilha. MarcAntonho deu o grito de guerra pra bicharada: Viva Hermeto, Sereiarei! Às lapadas no festejo. Como manda o figurino, o eclesiástico perfilou-se ao lado do Monge e gritaram em uníssono: En avant tous! Todos responderam: Alavantu! En arrière! E todos: Anarriê! MarcAntonho agarra o microfone e sapeca tonitruante: O furor da contradança \ onde todos nós se vê \ já se escuta a sanfoninha \ já se sabe o balancê. E lá iam todos ensaiando no balanço 6/8 e 2/4. Os pares perfilados de braços dados e os noivos defronte da fila, era o caminho da festa e eles no idílio de Dáfnis e Cloé. Anarriê! E era como se fossem ali Endimião ao lado de Selene. As damas cumprimentavam os cavalheiros – eram eles Eurídice e Orfeu. Saudação geral e foram pro balancê! E gingavam feito Brunehilde e Gunther, dele pra ela: À primeira vez que lhe vi... ah, sentiam-se: Florentino & Fermina da Cólera de Garcia Márquez. MarcAntonho gritou logo: Vamos dançar fandango no chumbregado! Olha o túnel! – e atravessaram como se fossem Filemon e Baucis. Olha o grande passeio! – e passearam como se fossem Paulo e Virginia. Damas ao centro! Aí começou o tititi delas e soube, então, da vida dupla dele... Como é que é? Coroa de rosas! Descoroar! Damas procuram seus cavalheiros e qual enamorados Tristão e Isolda, ela sussurrou: Hei de escrever teu nome \ na folha de bananeira \ és o moço mais bonito \ da província brasileira. Caracol! Caminho da roça e eles: Alfeu & Aretusa, dele pra ela: Sou o herói pirogenético, o senhor do fogo, e quero com você enfrentar tudo, como Artur e Isadora, da Pedra do meio dia, de Bráulio Tavares. Olha a chuva! – e se protegeram como se fossem Hero e Leandro. Já passou! Aaaah! – e se sentiam Pigmalião e Galateia. Olha a cobra! Deu-se um pandemônio. Calma gente, já mataram! Aaaah! – e folgaram como Kremilda e Sigefredo. A ponte quebrou! E agora? Meia volta! – e voltaram como Píramo e Tisbe. Já consertou! E dançavam enlevados, dele pra ela: Você é a minha Thêmis e já vejo nossas filhas: Irene, Eunomia e Dirce, brincando no terreiro. Agora é a vez do galope! Agitê! Os noivos saíam de mãos dadas, todos acompanhavam seus passos. Preparar para o viva, viva os noivos: viva! Viva os convidados: viva! Preparar para o grande baile! Dancê – e foram embalados pela Valsinha de Vinicius&Chico. Coisa quase interminável. Lá pras tantas, ao final rolou de tudo: pandeirinha, dança da saia, rala o côco mexe a canjica e outras que só pararam no grito de ordem: Agora, a despedida! Padre Bidião fez a vez do Lázaro santo e abençoou os festejos. Muitos salves e vivas, quem fez promessa teve sua graça na hora. Quase anoitecia e era a hora do banquete, um suntuoso regabofe preparado por renomado Cordon Bleu, que foi trazido a peso de ouro para o luxuoso repasto. Só tem ração? Destamparam as panelas e a comida farta de montão. A mundiça voou em cima estraçalhando a farta refeição: galinha caipira, carne de porco e carneiro; feno e alfafa; batata-doce, cenoura, abobrinha, mandioca, inhame e cará. As verduras benéficas: couve, espinafre e brócolis, banana, pera e maçã, tudo de montão. E mais, pros convivas: a decoração estava um primor; enfeites, ração de todo tipo, petiscos e ossos, bifinhos, cremosos, biscoitos, bolos e chocolates, bebidas e molhos, E arrocharam nos adereços: tapetes, fraldas e banheiros, cones, farmácia para medicamentos, antipulgas e carrapatos, banho terapêutico, roupas cirúrgicas, colares elizabetanos, brinquedos, frisbees, mordedores, coleiras, guias e peitorais, perfumes e colônias, pentes, escovas e rasqueadeiras, lenços umedecidos, máquina de tosa e acessórios, eliminador de odores e desinfetantes, repelentes e atrativos, camas e cobertores, almofadas e colchonetes, casas e tocas, comedouros, bebedouros, jogo americano, mamadeiras, bolsas de transporte, carrinhos, cintos de segurança, cadeirinhas, portões, grades e escadas, canil, roupas, focinheiras e enforcadores, gaiolas e viveiros, criadeiras, aquários e beteiras, serragens e granulado. Era o paraíso! E enquanto todos se empanturravam com os comes & bebes, ela pensativa: só nesse dia soubera quem era mesmo aquele que havia se apossado do seu coração. Sim, aquele que chegara de supetão com um poema Coup de foudre, querendo casar a fim da força, às pressas como aquele da Irremediavelmente felizes, do Fernando Sabino - e mostrando o nome dela escrito no solado do sapato. Queria desposá-la e foi de fio a pavio com todos os rr e ss e um pé nas costas. Foi num vupe só! Só que ele tinha uma identidade secreta. E apesar de ser um imenso vira-lata, não só latia, farejava e balançava o rabo que não mais havia. Ele sabia de tudo, até filosofava estoicamente poético por se achar incumbido de tomar conta de tudo e do mundo todo, responsável vigilante, com seu quepe de sempre e um distintivo no peito. E ria da desgraça porque era bombeiro nos incêndios, salva-vidas nas praias, mecânico, eletricista, borracheiro, mais tivesse e aparecesse. Controlava as estações e quando o dia nublava cobrava a responsabilidade do Sol que logo fulgurava atendendo suas ordens. Supervisionava e onde houvesse injustiça agia como um super-herói na defesa das vítimas. Gerenciava a Lua e as estrelas, zelava pelo pacífico descanso noturno. Ordenava estiar a chuva torrencial, advertia o rio e, quando este ameaçava transbordar acabava com a festa da maré cheia limitando-lhe o avanço. Como via almas do outro mundo, botava os fantasmas nos conformes e desconfiava de vaticínio suspeitoso e funestas ameaças. Combatia qualquer situação de risco e perigos, desabamentos, perturbações, epidemias, atos de vandalismo e terrores; judicava pendengas e rixas, aviava pedidos e pendências, salvava suicidas, levava as crianças à escola e ensinava a elas a lição; ministrava os primeiros socorros nos acidentes, atravessava velhinhos nas esquinas, surpreendia o sono dos porteiros e vigias noturnos, limpava as ruas e calçadas, mantinha os parques e praças em ordem, examinava o desenvolvimento de plantas e árvores, o comportamento das pessoas e animais; inspecionava a temperatura, conferia as horas; passava em revista todos os moradores, vistoriava encontros conjugais e namoricos, monitorava o voo dos pássaros e insetos. Se o semáforo pifasse, ele mantinha o trânsito; se um ladrão surrupiasse algum transeunte, ele o capturava, levando-o à prisão, devolvendo os pertences à vítima; se algum bêbado trocasse as pernas e saísse da normalidade, ele o guiava até local seguro. Alguém adoecesse, ele providenciava ambulância e atendimento médico, organizava filas, admoestava passantes, enfim, um arsenal de competências e habilidades tão incomuns e reunidas num só ser. Assim mantinha sua identidade secreta e tudo corria normalmente. Ela pensava consigo: Como conviver com ser tão extraordinário? Entre elucubrações foi surpreendida com o padre Bidião, que presenteou ao casal uma lua de mel inesquecível: hóspedes da Caverna do Amor, na Cornualha, Inglaterra, convidados pelo anfitrião Gottfried von Strassburg. U-hu! Ao se despedirem anunciaram o Almoço da Boda para quando retornarem. Seguiram sob o manto de Vênus Afrodite aos rituais da corte de Citera. Antes, porém, ela o fez jurar que morreria talqualmente a princesa Jenny: aos beijos. E o amor fez a festa enquanto duraram apaixonados. Até mais ver.

 

Nicola Griffith: Ler é a porta de entrada para tantas coisas que torna possível que sete bilhões de pessoas vivam juntas em um planeta. A literatura é a grande guardiã extrassomática do nosso conhecimento sobre o que é ser humano. Ler nos eleva. Lemos para sermos a melhor versão de nós mesmos... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Laura Esquivel: Cada um de nós nasce com uma caixa de fósforos dentro de si, mas não conseguimos acendê-los sozinhos; assim como no experimento, precisamos de oxigênio e de uma vela para ajudar. Neste caso, o oxigênio, por exemplo, viria da respiração da pessoa que você ama; a vela poderia ser qualquer tipo de alimento, música, carinho, palavra ou som que gere a explosão que acende um dos fósforos... Veja mais aqui & aqui.

Eleanor Catton: O amor não pode ser reduzido a um catálogo de razões, e um catálogo de razões não pode ser reunido no amor... Uma mulher caída não tem futuro; um homem ressuscitado não tem passado... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

CONVITE

Imagem: Acervo ArtLAM.

Ah, você tem tempo \ para ficar \ um pouco \ longe da sua correria? \ e um dia muito importante \ para os pintassilgos \ que se reuniram \ num campo de cardos \ para uma batalha musical, \ para ver quem consegue cantar \ a nota mais alta \ ou a mais baixa, \ ou a mais expressiva das alegrias, \ ou a mais terna? \ Seus bicos fortes e rombudos \ bebem o ar \ enquanto eles se esforçam \ melodiosamente \ não por você \ e nem por mim \ e não por uma questão de vitória, \ mas por puro deleite e gratidão – \ acredite, dizem eles, \ é uma coisa séria \ apenas para estar vivo \ nesta manhã fresca \ neste mundo quebrado. \ Eu imploro a você, \ não passe \ sem parar \ para assistir a essa \ performance um tanto ridícula. \ Poderia significar alguma coisa. \ Poderia significar tudo. \ Poderia ser o que Rilke quis dizer quando escreveu: \ Você precisa mudar sua vida.

Poema extraído da obra A Thousand Mornings (Penguin Books, 2013), da premiada poeta estadunidense Mary Oliver (Mary Jane Oliver - 1935—2019).

 

OBSERVADORA DA CHUVA – [...] Quando a natureza se irritava não havia nada que o homem pudesse fazer. Absolutamente nada... [...] Começarei pela árvore. Porque tudo começa e termina com a árvore. A árvore é a mais alta. Foi plantada muito antes das outras. Não sei exatamente quantos anos tem. Talvez trezentos ou quatrocentos anos. É antiga e poderosa. Resistiu a tempestades terríveis, protegeu-se contra ventos desenfreados. Não tem medo. A árvore não é como as outras. Tem seu próprio ritmo. A primavera começa mais tarde para ela, enquanto todas as outras já estão florescendo. No final de abril, as novas folhas ovais brotam lentamente, apenas nos galhos superiores e do meio. Caso contrário, parece morta. Nodosa, cinzenta e murcha. Gosta de fingir que está morta. É assim que ela é inteligente. Então, de repente, como uma enorme explosão, todos os brotos florescem. A árvore triunfa com suas copas verde-claras. [...] Eu não conseguia entender a morte. Não sabia o que era. A única maneira de medi-la era pelo fato de não conseguir mais ouvir a risada do meu avô. [...]. Trechos extraídos da obra The Rain Watcher (Large Print Pr, 2020), da escritora francesa Tatiana de Rosnay, autora de obras como The Other Story (2013), The House I Loved (2011), A Secret Kept (2009) e  Sarah's Key (2006).

 

FAÇA O QUE GOSTA - [...] Se você está na carreira errada, não hesite em mudar. Eu poderia ser um professor de matemática medíocre no ensino médio hoje. [...] Comecei a realizar pesquisas no MNI e soube imediatamente que esse era o tipo de trabalho que eu queria seguir, independentemente das dificuldades práticas. [...]. Trechos da entrevista I'm still nosy, you know (The Neuro - Montreal Neurological Institute-Hospital, ), concedida pela neuropsicóloga canadense Brenda Milner, que contribuiu com sua pesquisa na área de neuropsicologia clínica, razão pela qual é considerada como a fundadora da neuropsicogia, tornando-se membro da Royal Society, em 1979. Veja mais aqui.

 

OS OVOS DA RAPOSA

A premiada série Os ovos da raposa foi escrita e dirigida por Valdir Oliveira, com produção da Cabra Quente Filmes e consultoria de 3 Brasis, contemplada com o prêmio Brasil de Todas as Telas, da Ancine. Trata-se de uma sátira política inspirada no anedotário popular do Nordeste brasileiro e que se desenrola na fictícia cidade de Bakatu. São 13 capítulos de 26 minutos de duração cada, totalizando 318 minutos de uma obra que foi rodada nas cidades de Paudalho, Igarassu e Recife. O autor é escritor, roteirista, diretor e jornalista, atua em diversas linguagens, inclusive teatro, cinema, televisão. Ele é autor de inúmeras peças teatrais encenadas em palcos do Recife, como também de livros publicados destinados ao público infanto-juvenil e adulto, com trabalhos exibidos na Rede Globo, Globo Nordeste, SBT e TV Brasil. É diretor e roteirista de telefilmes, como A Promessa de Jeremias (Globo, 1990) e do vídeo sobre a Sulanca (Fantástico, Globo), além das séries Santo Por Acaso, Cruzamentos Urbanos, do curta Tocaia Para Jacó, entre outros documentários. Veja mais  aqui.

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CONTEMPLA

A exposição Contempla reúne 150 artistas visuais, fotógrafos e poetas na Galeria Mario Schenberg, do Centro Cultural da Funarte São Paulo. A abertura ocorrerá próximo dia 27 de setembro, com presença de artistas de diversos Estados, além de momento de Poesia e Performance com poetas presentes. O evento conta com curadoria geral de Isabela Simões, produção cultural de Augusto Herkenhoff e curadoria literária: Tchello d’Barros. A exposição ficará até 26 de outubro, de quarta a domingo, das 14 às 19h, a visitação é gratuita. Veja mais aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

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ELIZABETH LOFTUS, CATHERINE JOHNSON, IONE SKYE, POEMA & AGENTE SECRETO

    Imagem: Acervo ArtLAM . Viva a vida ao máximo e nunca hesite em perseguir seus sonhos. Realmente vale a pena... Cada dia é um presente...