segunda-feira, junho 16, 2025

HAN KANG, ALIZÉE DELPIERRE, KARINA SACERDOTE & RECIFE

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som de Apu: Poema Sinfônico para Orquestra (2017), Concertino Cusqueño (2012), Elegia Andina (2000), Escaramuza (2010), Cinco Cenas (2015), Karnavaliango (2013), Lendas: Uma Caminhada Andina -orquestra de cordas (2001), Manchay Tiempo - Tempo de Medo (2005), Peregrinos (2009), Raíces (2012), Requiem for a Magical America: El Día de los Muertos (versão orquestral) (2012), Três Danças Latino-Americanas (2004), Dois Retratos Americanos (2008), Duas Danças Peruanas - para orquestra de cordas iniciante (2015) e Walkabout: Concerto para Orquestra  (2016), da pianista e compositora estadunidense Gabriela Lena Frank.

 

Oito anos quase segundos... – Mais de 20 anos depois – na verdade, quase 30 mesmo – eu retornava. Era meia noite, como se fugisse. E foi mesmo! Ainda anteontem o que era moradia tornou-se um ermo cercado pela tamponagem do interdito. Sim, estava salvo no dia seguinte, escapava por pouco, ufa! Passado o susto, um sentimento de passos sobre pedras falsas. A alvissareira perspectiva: rever os amigos, matar as saudades. Comecei pelos locais do afeto: uma manhã inteira num chá de cadeira e um quase pleno arrependimento de ter comprado uma briga 40 anos atrás, coisas para aprender, ou quase. Nunca mais voltei lá, nem pretendo voltar. Felizmente, o que valeu daquele dia de tamanho desapontamento foi a primeira mão estendida – uma amizade que bateu de cara e me fez esquecer a decepção no meio da tarde perdida: inaugurava uma residência voluntária, até duradoura, ou quase. Graças! Ali o único local de abrigo que restava para um estrangeiro em seu próprio chão. O reencontro quase festivo: uma frieza jamais sentida de forasteiro na esguelha: uma fotografia desbotada duma parede em ruínas. Outra mão estendida, mais uma, alguns dos laços mais estreitos tomados pela idade avançada, um desconhecido pros deslembrados; outros, haviam partido desta para melhor; os sobreviventes, tanto como os parentes restantes e outros quase, de soslaio e bem distantes. A cidade, apesar de ser a mesma desde antes e sempre, agora teimava em ser outra ou quase. A província apequenou-se, como de resto tantos municípios limpinhos e asfaltados, porém desumanos pelo Brasilzão afora. Uns miúdos agrados aqui e ali, conversas com os da mesma laia, descompasso dos diálogos, mesmo assim lavava aos poucos a alma & um tanto de sacrifício, na força da munheca e na garra. Não fossem os gatos pingados, outra seria para desistir definitivamente. Insisti, persisti, queria perseverar, mesmo na desgraça que nunca viria sozinha. Resiliência recorrente para saída da mesmice das quebra-de-braço – já me sentia completamente rejeitado e devidamente defenestrado duma vez por todas do convívio conterrâneo, salvei-me pela ancestralidade e a primeira plenitude, sarando feridas, sangramento estancado para alívio de cicatrizes e talhos renovados. Aí, pálin! E o que era para ser feito: foi. Persistência reiterada, resistir era e continua sendo mais que preciso. E sempre. Se fracassei, fiz o melhor que pude. Não me calei, nem me senti vencido: tirante as doidices, tudo nos conformes, ou quase. Percepção de que estava passando da hora. Aí, minha gratidão para os que comigo estiveram; aos demais, meu aceno. Quem sabe um dia voltarei pra Catuama – queria muito era que minhas cinzas fossem jogadas no Una. Do contrário, mais realista: para onde eu for lá estarei. Até mais ver.

 

Karen Blixen: Eu conheço uma cura para tudo: água salgada... de uma forma ou de outra. Suor, lágrimas ou o mar salgado... Veja mais aqui.

Nathalie Gassel: Da insignificância, foi necessário criar sentido, significância; derrubá-la... Veja mais aqui & aqui.

Lídia Jorge: O teatro ensina o que não ensina a vida... Qualquer paraíso é demasiado belo para que junto da árvore da vida a pessoa possa entreter-se com futilidades... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

TANGENTE - Lá \ no meu ponto de tangência \ Os silêncios estão concentrados \ As culpas são agrupadas \ Meu pai fecha os olhos \ Os meus dedos corrompem-se. \ Estou a chorar num canto outra vez. \ as luzes rasgam \ E você \ Mesmo aí. \ Você está vindo do infinito, então eu não sou eu \ E você está indo embora \ Vais-te embora outra vez.

IMPUGNAÇÃO - Eu me recusei a dizer \ Eu nego inédito. \ Eu disse a ele. \ para me deixar cair a ruína \ Para olhar para baixo o desafio \ Eu me recusei a dizer \ Eu oponho-me. \ para a murcha \ resignar-me à decadência \ Eu me levanto à deterioração da palavra \ E os olhos de fogo \ e a língua bisturi \ e beijos de lábios \ Opôs-me ao anjo. \ Para o anjo escuro que me cerca \ Eu disse a ele sem grito sem sálvia sem selvagem \ Eu disse a ele sublime, corajoso e corajoso \ E tal era a minha certeza. \ E tal era a mentira de sua glória \ Mansamente baixou o olhar \ E ainda me sitiando \ e jurando nunca me deixar \ Ele caiu de joelhos. \ E ele pediu desculpa para mim.

Poemas da escritora experimentalista, ilustradora e editora argentina Karina Sacerdote, criadora do fórum literário Blue and Words, fundou a Revista Axolotl, coordena o Axolotl e o Blessed Erato, o ciclo de leituras literárias de Picadas e Eros Aires.

 

NÓS NÃO NOS SEPARAMOS - [...] Às vezes, com alguns sonhos, você acorda e sente que o sonho está acontecendo em outro lugar. [...] Pode ser difícil distinguir tolerância de resignação, tristeza de reconciliação parcial, coragem de solidão. Pensei em como pode ser difícil distinguir essas emoções com base em expressões faciais e gestos, em como a pessoa em questão pode ter dificuldade em distinguir esses sentimentos em si mesma. [...] Lembro-me da sensação de amor doloroso, como ele penetrava na minha pele. Entupindo a medula dos meus ossos e murchando meu coração... foi então que percebi. Que o amor era uma agonia terrível. [...] Como suportar isso? Sem um fogo queimando no peito, Sem um você para quem retornar e abraçar. [...]. Trechos extraídos da obra We Do Not Part (Hogarth Press, 2025), da escritora sul-coreana Han Kang. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

EXPLORAÇÃO DOURADA: EMPREGADOS & RICAÇOS [...] "Exploração dourada" é um oximoro que me ajuda a explicar que os empregados estão em uma situação de exploração porque trabalham de forma ilimitada, mas, ao mesmo tempo em que trabalham muito, também ganham muito. Eu mesma vi como, apesar de eu ser uma empregada apenas meio período, os patrões me pediam para trabalhar muito mais do que havíamos combinado. Então, os empregados que trabalham todos os dias nas casas dos ricos, que dormem lá — porque essa é uma condição para trabalhar para os ricos —, trabalham o dia inteiro e também à noite. Por exemplo, as mulheres que cuidam das crianças quase não dormem. Elas precisam dormir nas camas ou nos quartos das crianças, então não dormem bem à noite. E durante o dia têm que cozinhar para as crianças, sair com elas, etc. É um tipo de exploração, porque não têm tempo para fazer outra coisa além de trabalhar. [...] A exploração dourada é um sistema que funciona assim: quanto mais dinheiro e presentes os ricos dão aos seus empregados, mais legitimados se sentem para exigir que eles trabalhem ainda mais. Cria-se, então, uma espécie de dívida. Os empregados sentem que precisam trabalhar para compensar tudo o que receberam — o salário alto, os presentes, os privilégios. [...] Nas casas dos ricos, os empregados não podem circular por todas as áreas. Não podem usar a piscina, não podem ir para as partes da casa onde os ricos se reúnem com seus amigos. Não têm liberdade de circulação. Nas casas maiores que vi, há corredores diferentes para os empregados e para os patrões, para que os patrões não vejam os empregados o tempo todo. Outra forma de os patrões imporem distância é mudando os nomes dos empregados. Se o seu nome é Juan, podem te chamar de Joseph, por exemplo. E há uma racialização nessa mudança de nome. Quando os empregados são estrangeiros — o que é o caso de muitos atualmente — os patrões trocam seus nomes por um nome francês. Isso é uma violência simbólica, como diria Pierre Bourdieu. Há patrões que sempre colocam o mesmo nome para todos os seus empregados. Por exemplo, a babá se chama sempre Maria. Se chega uma nova babá, também será chamada Maria. É uma maneira de demonstrar a superioridade do rico sobre as outras pessoas, que são despersonalizadas. [...] Se um empregado decidisse recorrer à Justiça, os ricos sairiam ganhando, porque seus amigos são advogados, têm muito capital social. Sabem que são intocáveis. Sabem que nada pode acontecer com eles. Nos poucos casos que encontrei na Justiça em que um empregado processou seu patrão, quem ganhou foi o patrão. Então, não, eles não têm medo dos empregados. [...] Trechos da entrevista concedida à BBC News Mundo (08/06/2025), pela socióloga francesa Alizée Delpierre, autora da obra Servir les riches - Les domestiques chez les grandes fortunes (La Decouverte, 2022) e co-autora da coletânea Les femmes de ménage dans l'intimité du domicile: Une relation de travail complexe (Téraèdre, 2023).

 

O RECIFE: IMAGENS DA CIDADE SEREIA

[...] O Recife não é uma cidade que agrade ao forasteiro à primeira vista, faz-se necessário penetrar no seu âmago, na alma alegre de sua gente, para entender as suas características únicas e a formação do ideário nativista do seu povo. [...]

Trechos extraídos do livro O Recife: imagens da cidade sereia (PFR/Comunigraf, 1998), do historiador Leonardo Dantas Silva (1945-2023), autor de obras tais como Recife: uma história de quatro séculos (1975), Pequeno calendário histórico-cultural de Pernambuco (1977), Ritmos e danças - frevo (1978), Cancioneiro pernambucano (1978), O Piano em Pernambuco (1987), Arruando pelo Recife (2021), entre outros.

&

A POESIA ABSOLUTA DE TONY ANTUNES

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O MACHADO POÉTICO DE SYDIA

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segunda-feira, junho 09, 2025

FRANÇOISE VERGÈS, MARIELLA TORANZOS, LEONOR SILVESTRI & MÁRCIA GEBARA

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Claudio Almeida (1998), Alma pernambucana (2003) e Despretensioso (2018), do violonista, compositor, arranjador e produtor, Claudio Almeida.

 

Dois semblantes & um diálogo de Janus... - Um banco de praça qualquer, dois mundos dessemelhantes. O primeiro: a face de ontem, chorosa, melancólica, perdida na memória a divagar pelas mais adoráveis recordações do tempo de antanho. As reminiscências regurgitavam dos álbuns de fotografias, como se ruminassem caricaturas dos versos de Casimiro – um melô do saudosismo às voltas com uma quase noite esquálida. Destilava nostalgias das coisas pregressas, as saudades na ferrugem dos suspiros e pesares, das perdas e quedas, taciturnidades - os bons tinham ido faz tempo, findava com o beiço virado: o que era doce acabou-se. O mundo hoje é uma desgraça. E lá não sabia onde um pipoco! O que foi? E o segundo: empolgada efígie do amanhã, sorridente pelos cotovelos de quem tomou água de chocalho, persuasivo como homem da cobra, ansiava com todos os desejos do futuro, esperando Godot com a certeza de um dia Deus daria a sorte grande com uma bolada na loteria e seguir os passos de Asimov, com os regalos da fortuna de apertar o pitoco na hora certa, o deleite de toda ventura e o porvir na coleção de amuletos egípcios como o Olho de Hórus, o Escaravelho e Ankh; e o sortilégio do Olho Grego, a Mão Hamsá, os olhos do alabastro mesopotâmico, moedas chinesas com fita vermelha, desenhos de elefantes indianos, as pedras verdes dos muiraquitãs, as bandeiras de Cirebon e otomana com a oração de Zulfiqar, o Selo Salomão, o texto do túmulo de Nida, uma figa, um pergaminho talismânico do califado fatimida dos ancestrais da família islâmica Abemayor, uma reprodução do astrológico Uraniborg, cristais de turmalina negra, trevos de 4 folhas, piritas, citrinos, uma Mezuzá, um Maneki-neko, Dreamcatchers, escapulários, cruzes, pimentas, berloques, uma ferradura e patuás, sal grosso e dentes de alho. Tudo no meio de outros estalidos! Disparos. O que houve? E não viram passar a dança legal de Eunomia, nem o balanço pacífico de Irene, muito menos os requebros justos de Dice, sequer os meneios florescentes de Auge. Cabum! O que foi isso? Entre o que passou e o que virá, olhos para onde a escolha por todas as direções, uma só alternativa e quem preferia de volta tudo o que viveu: só se sente falta quando perde. E ser lembrado, jamais esquecido. E no outro, o passado de Belchior era o que valia e nada de viver o que morreu e jamais voltará, naquela do se meu dinheiro desse ou achasse o ovo de ouro na micula da galinha, mudaria de vida, uma casa na praia, o carro novo, um foguete para ir morar na lua: para mim já foi, outro virá. Bum! Um estampido ensurdecedor. O que é que há? Outras tantas passaram desapercebidas, como o rebolado amanhecedor de Anatole, os remexidos dançantes da Musique, o bailado atlético da Ginastique, os pulos lavadores de Ninfe, os saltitantes remelexos de Mesembria, o arrasta-pé libador de Esponde, a folia oratória de Elete, a coreografia do repasto de Acte, o ritmado entardecer de Hesperis, os giros crepusculares de Disis, o naufrágio serpenteador de Arctos, nem mesmo se deram conta do jogo de Chronos e Kairós. Tudo passou. E um estouro avassalador! De novo? E caíram de joelhos na arenga pelos segundos de poucas horas, a revanche do relógio, eita, tô atrasado, verá o que é bom pra tosse: o revide temporal. Um estrondo retumbante e estarrecedor! Que é que está havendo? Para quem passado ou futuro, tudo é feito agora, presente. Eles não percebiam o que acontecia ao redor, foram tragados pela explosão. Era uma vez, tarde demais: tudo se repete, uns e outros. Até mais ver.

 

Hélène Cixous: Eu também transbordo; meus desejos inventaram novos desejos, meu corpo conhece canções inéditas... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

Anuna De Wever: Eu acredito na humanidade... Veja mais aquí.

Joyce Carol Oates: Fui criada para ter compaixão pelos outros... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

VINHETAS DE UM ESPELHO QUEBRADO

Imagem: Acervo ArtLAM.

I - Ontem rasguei minhas asas. Rasguei suas dobras translúcidas com a borda do bidê. Atirei-me contra elas, chicoteando-as contra a borda como uma louca, gemendo de prazer e desgosto ao vê-las desmembradas, despedaçadas, repetidamente, até que me esvaziei. Não venha mais aqui. Estou cansado de adorar sua forma como um templo.

II - Descalço, caminho por um deserto de espelhos. Piso no vidro até que ele rache e corte meus pés. No rastro de sangue, desenhei o retrato da minha mãe. Meu coração dobrou enquanto eu dormia; agora ele não cabe no meu peito.

III - Hoje quero morrer mil mortes em seus braços. Sussurrarei em seu ouvido as palavras que inventei para chamá-lo. Feche os olhos enquanto te beijo e deixe minhas lágrimas escorrerem por suas pálpebras. Deixarei na pinta do seu rosto as tardes que amei ao seu lado. Amanhã seremos estranhos novamente. Até a próxima.

IV - Durante o mês que você levou para me deixar. Enchi o tanque de gasolina com trinta e três dólares e trinta e três centavos. Eu disse que era um presente porque era seu número favorito. Eu organizei nossas coisas. 'Amor, aqui estão os suéteres', "Aqui está seu pincel." Como se chamássemos as coisas de 'nossas' poderia me incluir no que você chamou de "lar". Comprei flores de um morador de rua. Eu queria trazê-los para você, murchos e feios, para mostrar que eu poderia devolvê-los vida.

V - Há uma cicatriz no formato dos seus dedos logo acima do meu peito esquerdo, que ficou como um resquício de todas as noites que você me segurou como apenas algo segura que escorrega. Agora há seis províncias entre nós, entre a última vez que nos beijamos e hoje, guardadas como flores murchas dentro de um livro. Às vezes ainda sinto você como um ruído preso na minha garganta.

Poemas da poeta e jornalista equatoriana Mariella Toranzos.

 

DONDE ME RAZA MUERE - [...] Tenho dificuldade em entender por que as pessoas continuam a apostar contra todas as evidências sobre o que é bom para o corpo, em termos do que aumenta sua potência ou até mesmo em posições mais apocalípticas como o fim do mundo. Neste ponto, considero isso um ato de egoísmo que incentiva o famoso "exército de reserva " de que o marxismo clássico já falava, o que me parece ter uma reviravolta na eugenia atual, onde também é necessária a seleção de pessoal, não apenas trazendo descendentes a este mundo, mas também a seleção prévia de pessoal, que envolve escolher os aptos, os saudáveis, e abortar os outros, os deficientes. [...]. Trecho da entrevista concedida ao Parole de Queer (2022), concedida pela escritora, ensaísta e professora argentina Leonor Silvestri, autora de obras como Donde me raza muere (Guarra, 2022), Acerca de las costumbres de los animales (Infamia Trascendental, 2012), El Don de Creer (Curcuma, 2010), entre outros livros publicados. Ela também se expressa: Quem vive contando mortos não quer você vivo... Sempre acreditei que devemos expandir os limites do que é concebível: envelhecer não é terrível, nem adoecer, não poder trabalhar, não poder participar deste mundo são bênçãos, vantagens. Assim como as mulheres são solicitadas a reproduzir material humano, a se incorporarem ao capitalismo com eficiência (como boas cidadãs: do aparato repressivo a uma operária ou funcionária de escritório, passando por pesquisadora universitária ou médica), elas também são solicitadas a se encarregar de selecionar pessoal adequado para tais fins. Tudo por nada mais do que amor em troca. É aí que reside o verdadeiro proxenetismo. A sociedade capitalista heterossexual patriarcal é o nosso grande proxenetismo. O trabalho sexual é apenas um exemplo de que sexo, companheirismo e afeto não precisam ser dados em troca de nada, pelo que este mundo chama de amor. O feminismo branco, hegemônico, vitimista, desempoderador, acadêmico, mercantilista, de histórias em quadrinhos (e isso também é interseccional: nem todo acadêmico é eurobranco, por exemplo) não só foi completamente incapaz de desenvolver uma teoria radical da sexualidade, como também foi completamente incapaz de desenvolver uma práxis vital empática de apoio mútuo e autodefesa. É autora do poema Pentesileia: Boa demais para ser mulher.\ Inteligente demais. \ Hábil demais. Demais. \ Demais. \ Esse arco \ Essa flecha \ que se crava \ que se crava bem fundo em \ Mim \ no momento da tua morte, \ Pentesileia. \ Preciso te matar para que você não morra. \ Preciso te matar para que eu possa te fazer minha. \ Você gostaria de compartilhar seu corpo virginal de guerreira comigo de alguma outra forma? \ Você não sabe, Pentesileia, que em épicos não há mulheres que amem mulheres? \ Eu vejo você cair \ como uma pena \ Leve sua graça de engolir \ Ferido \ Morrendo \ Agonizando. \ Mesmo assim, você resistirá \ como a leoa Penélope diante dos pretendentes. \ Terei que tomá-la à força, \ pois tudo é tomado nesta guerra, \ assim como as mulheres são tomadas nesta guerra. \ Você não sabe, Pentesileia? \ Você será minha \ mesmo que eu tenha que te matar.

 

APELO À PAZ, AO AMOR E À ALEGRIA - Irmãs e irmãos, camaradas e amigos, aqueles que conheço e aqueles que não conheço, todos aqueles que são meus companheiros na humanidade, venho a vocês com uma demanda considerável. Vocês me pediram para falar sobre a liderança de que precisamos agora. Mas o que é "agora" senão o nome da história como catástrofe? Da violência sistêmica e estrutural? Para viver, precisamos respirar, sermos acolhidos e acolhidos, amar e ser amados, criar laços familiares e comunidades. Sim, amar e ser amados. Muitas vezes esquecemos que nascemos indefesos e que essa indefesa não é uma fraqueza, mas um lembrete de que a interdependência é fundamental para a nossa sobrevivência. Essa interdependência é uma fonte de alegria em vez de angústia, de conforto em vez de desespero. Somos feitos de tantos emaranhados… Disseram-nos não apenas que o individualismo é o passo mais alto em direção ao progresso humano, mas que deveríamos desconfiar da interdependência e nos preparar para a luta pela sobrevivência do mais apto. Isto significa guerra, nada mais. De fato, temos vivido em um tempo de guerra sem fim, de guerra contra isto, guerra contra aquilo, guerra, guerra, guerra. A guerra foi normalizada, naturalizada. Não seria então a palavra guerra mais adequada para descrever o nosso mundo do que paz? Guerra contra povos indígenas, contra mulheres e crianças no Sul Global, contra queer, contra trans, contra inválidos, contra gays, guerra contra animais, florestas, rios, mares, oceanos. Capitalismo é guerra; racismo é guerra. Seus gritos por guerra são altos e constantes. Suas leis de extração e exaustão impõem o uso da violência e da força. E suas guerras são acompanhadas pelas do patriarcado. Em seu mundo, tratar corpos como resíduos, como excedentes, como lixo, foi banalizado. Nada disso é natural; tudo isso são consequências de escolhas políticas. E, como presidente, estou clamando por outras escolhas. Contra o estado de guerra permanente, eu os exorto, eu os exorto a lutar pela paz! Paz?, ouço vocês dizendo. Quando foi a última vez que falamos de paz como algo que não é excepcional, que não é um breve interlúdio entre duas guerras, o resultado de um acordo em um pedaço de papel no qual homens que nunca demonstraram interesse pela paz afixam suas assinaturas? Paz para eles é uma palavra que fala de ingenuidade e credulidade. Mas estes não são tempos de indiferença e neutralidade. Irmãos e irmãs, camaradas e amigos, isso não nos salvará. Em vez de celebrar guerras em nossos livros didáticos, em vez de encher nossas cidades com estátuas de soldados e generais, convido-nos a aprender com aqueles que lutaram por justiça e nunca abandonaram sua aspiração de humanizar o mundo. Durante séculos, comunidades imaginaram maneiras de proteger aqueles que são vulneráveis e fragilizados pelo racismo e sexismo, maneiras de proteger a terra, os animais, as plantas e o conhecimento de mãos ávidas e avarentas. Ao fazê-lo, deixaram-nos um vasto arquivo de poemas, canções, artes, manifestos, práticas e conhecimento. Houve momentos em que suas mensagens precisaram ser invisíveis para aqueles no poder, mas sua riqueza e abundância permanecem impressionantes: forjando sinais que indicam rotas de liberdade e abrigos, mantendo narrativas de resistência nas memórias, tecendo mensagens no cabelo e na terra, construindo santuários e refúgios, falsificando documentos, aprendendo a evitar as armadilhas da vigilância, ensinando como estar na clandestinidade, a mentir ao poder e a dizer a verdade ao poder, construindo escolas onde aprendemos coletivamente, ensinando o poder das plantas medicinais, a diversidade de receitas. Embora nos tenham dito que mulheres, crianças, povos indígenas, pessoas trans, queer, migrantes, refugiados, pobres, não tinham nada a contribuir para a "civilização", sabemos que é uma mentira. Sabemos que o que se chama riqueza nada mais é do que o resultado da exploração e da devastação. Nossos ancestrais, que são todos os oprimidos do mundo, jamais renunciaram ao sonho de um dia serem livres. Apesar da guerra travada contra eles, eles disseram: " Um dia, seremos livres! Sim, um dia seremos livres! " É esse amor inabalável pela liberdade e igualdade que deve ser nossa canção. Irmãs e irmãos, camaradas e amigos, precisamos aprender com este arquivo e exercitar nossa imaginação. Precisamos nos libertar dos grilhões do que se tornou normal e natural — a violência e a guerra — e que ameaça a vida de muitos em troca da riqueza de poucos. Precisamos libertar nossos espíritos, nossos corpos, nossos sentidos para imaginar a paz, coletivamente. Vamos desaprender para aprender, para que possamos reaprender. Vamos restaurar o pleno significado do toque, de segurar a mão de um estranho. Vamos abolir as prisões! Vamos abolir o patriarcado! Vamos abolir o capitalismo! Vamos abolir o racismo! Acabe com a guerra! Este não é um apelo ingênuo, estúpido ou pretensioso! A paz não é fácil. Imaginar a paz, lutar pela paz, é uma tarefa árdua. Exige liderança coletiva e horizontal. Cultivemos o amor revolucionário, o amor feminista radical. Há alegria na luta coletiva. Há alegria na justiça restaurativa. Imaginemos uma utopia, uma que nos dê a força para contestar, que seja um convite a sonhos emancipatórios. Um dia seremos livres! Por toda parte, vozes se elevam, cheias de esperança e significados. Imaginemos um espaço aberto e terrestre, uma linha temporal ascendente. Reivindiquemos o direito de sermos inacabados e contraditórios. Redefinimos criativamente a escrita de nossas múltiplas histórias. Criemos um estado permanente de curiosidade. Guardemos na memória a força, a coragem, a esperança, a força e a energia que sempre estiveram presentes. Vamos lembrar do futuro. Depoimento da cientista política, historiadora, educadora, cineasta e ativista decolonial francesa, Françoise Vergès, autora do Programme de désordre absolu: Décoloniser le musée (La Fabrique Editions, 2023), no qual expressa: [...] O universal que o museu reivindica é uma arma de dominação colonial [...]. A respeito de sua obra em uma entrevista concedida ao Observatoire d'éthique universitaire (2023), ela expressou que: [...] Quando se trabalha como eu sobre a escravidão e suas "sobrevivências" (afterlives), ou seja, a ligação entre a escravidão e o racismo antinegro hoje, interessam-nos as representações pictóricas e narrativas dos negros. Estas nunca são ilustrações. Essas imagens são constitutivas do regime de exploração e desapropriação racial. [...] Descolonização, para mim, é o que Frantz Fanon definiu como: "A descolonização, que visa mudar a ordem mundial, é um programa de desordem absoluta. Podemos ver claramente que aplicar a proposição "mudar a ordem mundial" à instituição museológica vai além da diversificação da programação. [...] É por isso que práticas e teorias em torno de um programa de desordem absoluta para atrapalhar e sabotar a máquina do capitalismo racial, fazendo a ligação entre as lutas de ontem e as de hoje e desenvolvendo especulações sobre os mundos vindouros carregam uma esperança radical. [...] O estado de guerra permanente põe o planeta em perigo. A guerra contra as mulheres, os negros, as pessoas trans, as pessoas queer, os pobres, está se intensificando. O militarismo mais implacável está de volta. Contra essa destruição programada, temos o direito de nos defender. [...].

 

TRATOS DA ARTE DE PERNAMBUCO, DE JOSÉ CLÁUDIO

[...] Quero prevenir o leitor de que abrirei um espaço enorme para citações, intervindo às vezes, inclusive, com mais citações. Pode me chamar de compilador. Já dizia Buda que mostrar vale mais do que explicar cem vezes. Não há também da minha parte a preocupação de não ser enfadonho: ninguém vai começar a gostar deste assunto a partir deste simulacro [...].

Trecho extraído da obra Tratos da arte de Pernambuco (STCE, 1984), do pintor, desenhista, gravador, escultor, crítico de arte e escritor José Cláudio (1932-2023), um dos criadores do Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife (SAMR), do qual publicou a obra Memória do Ateliê Coletivo (1978). Veja mais aqui & aqui.

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ENTRE LINHAS & CORES A LUZ VIBRA NA SAUDADE – A ARTE DE MÁRCIA GEBARA

Veja a entrevista de Márcia Gebara aqui e mais de sua arte aqui & aqui.

 

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segunda-feira, junho 02, 2025

ROM FRESCHI, MARTHA GABRIEL, LETICIA WIERZCHOWSKI & PALMARES

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Anoushka (1998), Anourag (2000), Live at Carnegie Hall (2001), Rise (2005), Breathing Under Water (2007), Traveller (2011) e Traces of You (2013), da sitarista e compositora britânica-indiana Anoushka Shankar. Veja mais aqui.

 

Um rio corre em mim... – Assim, como se diz: uma palavra e outra são folhas nos galhos dos versos. E aqui revivo o meu umbigo ancestral pelos arredores do lago Rudolf, lá no vale do rio Omo, na Etiópia. Há quanto tempo e não é fácil ter que lidar com a cara lisa dos algozes forjados no 8&31, essa gente da caquistocracia coisonária, com sua xenofilia extremista de sabotadores temperamentais, caricatos liberais conservadores com seu Jesus do dente de ouro e carro blindado, suas longas respostas que me cansam e não dizem nada, porque ruminam coisas e situações adversas nas suas graves sobrancelhas hipócritas! As faces ardem além dos infernos. São monólogos de rio e voo a vau pelas louquidões dagora. As coisas existem pelo tempo que as medem e é movediço em minhas mãos: biografias esmagadas entre delírios e mentiras, heranças putrefatas entre pausas e hesitações, alertas túrgidos entre cinzas e hostilidades, os que vacilam desolados entre soçobro e êxodo, súplicas pesam sobre os ombros e as facas fatídicas selam calvícies e barbas brancas, com as hirsutas guerras imundas e todos os pressentimentos de órbitas foragidas. Sou luzeiro solitário entre a vigília e o insondável, os sigilos rasteiros entre culpas e punições, um só instante na noite e as desavenças enlutadas. E os olhos rastejam sina de poeta, a face abolida pelas avenças e glórias das prévias curvas intermináveis. Eis-me e até exulto quase recomposto. É hoje agora e não sei o que fazer sozinho: o poema na rua do outro dia, coração aberto para imensidão cósmica, voz galáxia afora, paixão pela vida e se faz sempre viva e fecunda, um poema inacabado, porque um rio corre em mim e aonde vai dar, até mais ver.

 

Marie NDiaye: Uma pessoa que está totalmente concentrada em si mesma é um pacote muito pequeno... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

Gayle Forman: A maioria de nós tem dias, semanas ou meses tão terríveis que gostaríamos de nunca ter nascido... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

Paulina Chiziane: Um sopro de silêncio dando à luz o mundo... Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Acervo ArtLAM.

I - As pessoas têm medo do seu próprio poder. \ A questão é: o que fazer, \ que interesse servir, \ como continuar vivendo \ depois de uma invenção \ sem problemas \ esperando \ o tempo passar. \ Pombos são partículas \ e patos giram em um disco de água. \ Nós que estamos comigo naquele disco de água \ somos todos órfãos; \ perdemos aquela parte do passado \ em que o mundo era finito \ e seu caminho era uma estação de retransmissão \ para outros. Este planeta \ pacífico parece \ um jardim \ de crueldade, apenas \ uma reminiscência de \ um sonho maligno distante \ de perdê-los.

II - Daquele amor rosa, rosa, \ pouco parece restar, exceto esta \ proximidade míope e microscópica, ferida \ mas perene, violeta, \ raiz viva e rosada. \ Prevê-se chuva, sente-se precipitação \ sonhos, raios, realidade, \ uma seca insondável de vento e areia \ que já nos petrificou. \ Fomos belos representantes do rock \ em um anfiteatro que parecia natural, \ clássico, perfeito, maciço \ , rígido como pedras, fizemos a tentativa \ vendemos o vintage, \ acreditamos que era o cartão-postal daquele monumento. \ Jóias como escamas endurecem o chão \ somos donos do óleo, que conhecemos \ mas quebrado, enfim, as estátuas \ como vasos finos e rotacionados \ procuramos sob nosso cobertor \ aquela carne pequena e rosada, \ bebê do amor.

Poemas da poeta, professora, tradutora e crítica literária argentina Rom Freschi (Romina Freschi), autora de obras como La vergüenza es una fase en la transición de la señora lobo (Caleta Olivia, 2024), Redondel (1998), Incrustaciones en confite (1999), Petróleo (2002), Entremezcales (2000) e Solaris (2008).

 

AMANHÃ SERÁ UM DIA MELHOR - [...] A flecha da paixão teve rumo certeiro, e logo os dois viviam uma grande história de amor. [...]. Trecho extraído da obra Amanhã Será um Dia Melhor (Culturama Plural, 2022), da premiada escritora Leticia Wierzchowski, também autora da obra A casa das sete mulheres (Bertrand Brasil, 2017), no qual expressa que: [...] A gente aprende a não sentir o tempo, meu filho. Senão, acaba enlouquecendo [...] Do mesmo sonho que se vivia, também se podia morrer [...] Muitas outras vezes, nos longos anos que se seguiram, tive oportunidade de me gravar essa estranha frase que ouvi outra vez, algum tempo mais tarde, na voz adorada de meu Giuseppe, e que repetia o que eu mesma já tinha aqui ao ver uma fresta do futuro... talvez tenha sido exatamente nessa noite que tudo começou. [...] A arte de sofrer é inconsciente... E é preciso fingir que se vive, é preciso. [...] Mas a vida tinha lá seus mistérios e suas surpresas: nenhum de nós em casa voltaria a ser o mesmo de antes, nem os risos nunca mais soariam tão leves e límpidos, nunca mais aquelas vozes todas reunidas na mesma sala, nunca mais. [...]. No seu livro Deriva (Planeta, 2022), ela escreve: [...] Sentia-se um pouco dolorida. Era o incômodo mensal que estava por chegar. Às vezes, as cólicas prostravam-na na cama por horas, logo ela que era tão ativa. A mãe dizia-lhe que, depois que tivesse filhos, aquele sofrimento mensal seria amenizado. [...]. Veja mais aqui.

 

FUTURISMO & TECNOLOGIA - [...] Uma das principais habilidades para o futuro, na minha opinião, é o pensamento crítico. Ele se traduz na habilidade que temos de olhar em tudo que está acontecendo e questionar o que é verdade, a fonte e o foco de determinada pesquisa ou assunto. O pensamento crítico começa com questionamento, duvidando dos vieses cognitivos, procura a questão lógica, tenta ver como você argumenta com essas questões e ele requer repertório, muito repertório. Não é uma habilidade que tivemos na escola e ela precisa ser desenvolvida. E o pensamento crítico faz muita falta em um momento que lidamos com tantas novidades. [...]. Trecho da entrevista “Quando o assunto é tecnologia, não podemos desprezar o hype”, (Forbes, 2024), na qual a escritora futurista, professora Ph.D e engenheira, Martha Gabriel, fala sobre o papel da construção de cenários futuros na evolução da sociedade, autora de obras como Liderando o futuro: visão, estratégia e habilidades (DVS, 2023), Inteligência artificial: do zero a superpoderes (GEN-Atas, 2024), Você, eu e os robôs: pequeno manual do mundo digital - como se transformar no profissional digital do futuro (Atlas, 2017), Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias (GEN Atlas, 2020) e Educação na era digital (GEN Atlas, 2023).

 

EMANCIPAÇÃO HUMANA E INDÚSTRIA CULTURAL

[...] quanta influência da mentira continua, de forma mais sofisticada e fortalecida pela ideologia dominante, fundamentalmente, num contexto de um mundo globalizado econômica, política e ideologicamente em que se torna mais espoliador, explorador, dominador da dignidade humana. [...].

Trecho da dissertação de mestrado sob a temática Emancipação Humana e Indústria Cultural: Uma análise crítica a partir do contexto da sala de aula e os produtos das novas mídias sociais (UFPE, 2023), apresentada pelo professor, poeta, compositor e filósofo, Wellington Batista da Silva, com uma análise crítica feita a partir do contexto da sala de aula e os produtos das novas mídias sociais, sob orientação do professor doutor Anderson de Alencar Menezes, tratando sobre a construção da emancipação sob a luz do pensamento de Adorno e o combate das fake News como mediação da indústria cultural, a história da Escola de Frankfurt e o pensamento da razão crítica, a indústria cultural e a globalização, a formação social de educadores e educandos, a desconstrução do conhecimento e a pedagogia das redes sociais, a cultura guiada pelo capitalismo, a ausência da verdade e o caminho do caos, Educação e processo de construção do pensamento, nativos digitais tramas e dramas, o desafio do ensino da Filosofia e a formação docente, diálogo com uma sociedade consciente, o perigo das redes sociais e o mundo real, a barbárie contemporânea, o pensamento protagonista nos dias atuais, entre outros temas. Veja mais aqui, aqui & aqui.

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PALMARES: 146 ANOS DE HISTÓRIA, ARTE, POESIA & RESISTÊNCIA

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HAN KANG, ALIZÉE DELPIERRE, KARINA SACERDOTE & RECIFE

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som de Apu: Poema Sinfônico para Orquestra (2017), Concertino Cusqueño (2012), Elegia Andina (2000), Esc...