A ÚLTIMA CENA
DE REBECCA - Desde menina
interessada em moda e artes cênicas, logo tornou modelo fotográfica e da
passarela ainda na infância. Tornou-se uma linda adolescente e foi pra New York
buscar oportunidades e se formou como atriz. O sucesso levou-a ao Japão
estrelando capas de revistas, desfiles, campanhas publicitárias e comerciais na
televisão. Ao regressar focou seu aperfeiçoamento na carreira de atriz,
enquanto servia de garçonete para bancar seus estudos. Não demorou muito e
lá estava ela na novela One life to live, depois os seriados My
Sister Sam e Radio Days, a comédia Scenes from the Class Struggle
in Beverly Hills, atuações em The End of Innocence, Voyage of
Terror: The Achille Lauro Affair e Out of Time. Radiantemente linda, emergiram fãs apaixonados
com insistentes pedidos de casamento, o que a fez parar de responder aos tantos
convites. Uma estrela em ascensão, apaixonada pelas câmeras e passarelas, digna
de louvores. Um dia estava em casa aguardando o envio de um roteiro, quando foi
surpreendida por um tiro no peito, à queima roupa, provocando hemorragia e
parada cardíaca. Era a paixão obsessiva de um fã, réu confesso. Assim se foi a
bela e jovem Rebecca Lucile Schaeffer (1967-1989). Veja mais aqui e
aqui.
DITOS &
DESDITOS - Não podemos ter um mundo onde todos são vítimas. "Eu sou
assim porque meu pai me fez assim. Eu sou assim porque meu marido me fez assim." Sim, somos de
fato formados por traumas que acontecem conosco. Mas então você
deve assumir o comando, você deve assumir, você é responsável.
Carisma é a aura numinosa em torno de uma personalidade narcisista. Ela flui para
fora de uma simplicidade ou unidade de ser e uma compostura e vitalidade
controlada. Há acomodação
graciosa, mas impessoalidade imponente. Carisma é o
brilho produzido pela interação de elementos masculinos e femininos em uma
personalidade talentosa. A mulher
carismática tem uma força e severidade masculinas. O homem
carismático tem uma beleza feminina fascinante. Ambos são
quentes e frios, brilhando com amor próprio pré-sexual. Pensamento da escritora, professora e
acadêmica Ph.D, ensaísta crítica social e de arte estadunidense, Camille
Paglia. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
ALGUÉM FALOU: O que é a vida? (1) História contada por um
idiota cheio de som e fúria, sem significar nada. (2) Definição de dicionário
em biologia (processo químico dentro de entidades orgânicas envolvendo
metabolismo, etc.) (3) Sra. Woolf: “A vida é um halo luminoso, um invólucro
semitransparente que nos envolve desde o início da consciência até o fim”. (4)
Série de dados comportamentais reais e hipotéticos que diferem em certos
aspectos atribuíveis dos dados que definem entidades mortas ou inanimadas. (5)
Aquilo que o Senhor infundiu em Adão. Veja Gênesis 1.4 [sc. 2. 7]. Qual? Cãibra Mental... Só me sinto feliz quando sinto a
solidariedade da maioria das pessoas que respeito e que estão comigo. Este
país é sem dúvida o maior conjunto de seres humanos fundamentalmente
benevolentes alguma vez reunidos, mas a ideia de ficar aqui continua a ser um
pesadelo. Certamente nenhuma política é mais real do que a da vida
académica, nenhum amor mais profundo, nenhum ódio mais ardente, nenhum
princípio mais sagrado. Pensamento do filósofo letão Isaiah Berlin
(1909-1997), que no seu livro The Crooked
Timber of Humanity: Chapters in the History of Ideas (Princeton
University Press, 2013), expressou: […] A liberdade e a igualdade estão entre os principais
objetivos perseguidos pelos seres humanos ao longo de muitos séculos; mas a
liberdade total para os lobos é a morte para os cordeiros, a liberdade total
dos poderosos, dos talentosos, não é compatível com os direitos a uma
existência decente dos fracos e dos menos talentosos [...]. No livro The Proper Study of Mankind (Farrar, Straus and
Giroux, 2000) ele expressou que: […] A noção do todo perfeito, a solução final na qual todas
as coisas boas coexistem, parece-me não apenas inatingível — isso é um truísmo
— mas conceitualmente incoerente. .[...] Alguns entre os grandes bens não podem viver juntos. Essa é uma
verdade conceitual. Estamos
condenados a escolher, e cada escolha pode acarretar uma perda irreparável. [...] Já no livro The Hedgehog and the Fox: An Essay on Tolstoy's View
of History (Princeton University Press, 2013), por fim expressa: […] A ciência não pode
destruir a consciência da liberdade, sem a qual não há moralidade nem arte, mas
pode refutá-la.
[...]. Veja mais aqui.
O QUE FALAR QUER DIZER – [...] A língua legítima não tem o poder de
garantir sua própria perpetuação no tempo nem o de definir sua extensão no
espaço. Somente esta espécie de criação continuada que se opera em meio às
lutas incessantes entre as diferentes autoridades envolvidas, no seio do campo
de produção especializada, na concorrência pelo monopólio da imposição do modo
de expressão legítima, pode assegurar a permanência da língua legítima e de seu
valor, ou seja, do reconhecimento que lhe é conferido [...]. O que faz o poder das palavras e
das palavras de ordem, poder de manter a ordem ou de a subverter, é a crença na
legitimidade das palavras e daquele que as pronuncia, crença cuja produção não
é da competência das palavras [...] Sustentar que a percepção do mundo social
implica um ato de construção não implica, de modo algum, que se aceite uma
teoria intelectualista do conhecimento: o que é essencial na experiência do
mundo social e no trabalho de construção que ela comporta opera-se, na prática,
aquém do nível da representação explícita e da expressão verbal [...] Trechos extraídos da obra A Economia das
Trocas Linguísticas: O que Falar Quer Dizer (Perspectiva, 2007), do
sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002). Veja mais aqui, aqui,
aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui,
aqui e aqui.
A TORRE DE VIGIA
- [...] Mas o mundo, pobre mundo, estava tão
sobrecarregado de inteligência quanto de estupidez, e em certo sentido (sem
isso), eles não eram a mesma coisa? Oh, ele é
inteligente, pensou Clare, mas quem é bom? Quem é bom? Quem é bom?
[...] Você pode admirar a maneira como alguém enfrenta
circunstâncias difíceis, mas não pode admirá-lo por causa delas.
[...]. Trechos extraídos da obra The Watch Tower (Text, 2013), da
escritora australiana Elizabeth
Harrower (1928-2020), que
na obra Down in the City (Text Classics, 2014), expressou que: [...] Por cinco dias a cidade murchou sob um céu duro, sufocando em uma
temperatura que permaneceu fixa em meados dos anos 30. Mesmo à noite não havia
alívio para o calor. Pijamas e
camisolas grudavam pegajosamente na pele úmida. Figuras
seminuas e autocompassivas se levantaram, exasperadas pela insônia, para
tropeçar em quartos escuros em busca de um local mais fresco do que sua cama,
esperando que, acidentalmente, pudessem acordar qualquer dorminhoco nojento que
a casa contivesse. Água fria
corria quente das torneiras, e as estradas se transformavam em alcatrão. [...] A cidade, para ela, significava alguns
quarteirões específicos — os melhores quarteirões — dispostos juntos em um
retângulo organizado, ligados por galerias e lojas de departamento; três ruas em
uma direção, cortadas por quatro em ângulos retos, delimitadas no topo por
jardins, fechadas na parte inferior e em cada extremidade. Três ou quatro
vezes por semana, ela andava pelas ruas desses quarteirões, sentia o cheiro do
café, das flores, do couro rico e caro, dos cosméticos. [...]. A ela é atribuida a frase: Se dois homens
estivessem andando pela rua e um tijolo caísse em um, errando o outro, isso
tornaria o ferido uma pessoa melhor?...
CINCO POEMAS - I – Meu corpo é um grande mapa muito antigo
\ percorrido de desertos, tatuado de acidentes\ habitado por uma
floresta inteira\ um coração plantado\ dentro de um jardim japonês\
regado por veias finas\ com um lugar vazio para a alma. II – Desossaste-me\
cuidadosamente\ inscrevendo-me\ no teu universo\ como uma ferida\ uma prótese
perfeita\ maldita necessária\ conduziste todas as minhas veias\ para que
desaguassem\ nas tuas\ sem remédio\ meio pulmão respira em ti\ o outro, que me
lembre\ mal existe\ Hoje levantei-me cedo\ pintei de tacula e água fria\ o
corpo aceso\ não bato a manteiga\ não ponho o cinto\ VOU\ para o sul saltar o
cercado. CANTO DE NASCIMENTO
- Aceso está o fogo\ prontas as mãos\ o dia parou a sua lenta
marcha\ de mergulhar na noite.\ As mãos criam na água\ uma
pele nova\ panos brancos\ uma panela a ferver\ mais a faca
de cortar\ Uma dor fina\ a marcar os intervalos de tempo\ vinte
cabaças deleite\ que o vento trabalha manteiga\ a lua pousada na
pedra de afiar\ Uma mulher oferece à noite\ o silêncio aberto
de um grito\ sem som nem gesto \ Capenas o silêncio aberto assim
ao grito\ solto ao intervalo das lágrimas\ As velhas desfiam uma
lenta memória\ que acende a noite de palavras\ depois aquecem as
mãos de semear fogueiras\ Uma mulher arde\ no fogo de uma dor fria\
igual a todas as dores\ maior que todas as dores.\ Esta mulher
arde\ no meio da noite perdida\ colhendo o rio\ enquanto
as crianças dormem\ seus pequenos sonhos de leite. A ANONA - Tem
mil e quarenta e cinco\ Caroços\ Cada um com uma circunferência\
À volta\ Agrupam-se todos\ (arrumadinha)\ No pequeno útero
verde\ Da casca. AMARGOS COMO OS FRUTOS - Amado, por que
voltas\ com a morte nos olhos\ e sem sandálias\ como se um
outro te habitasse\ num tempo\ para além\ do tempo todo\
Amado, onde perdeste tua língua de metal\ a dos sinais e do provérbio\
com o meu nome inscrito\ Onde deixaste a tua voz\ macia de capim
e veludo\ semeada de estrelas\ Amado, meu amado,\ o que
regressou de ti\ é a tua sombra\ dividida ao meio\ é um
antes de ti\ as falas amargas\ como os frutos. Poemas da
poeta e historiadora angolana Ana Paula Ribeiro Tavares.
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