HORA DE CHEGADA – Podia ser festa, não era; outra vez – e sempre – fora adiada. Paisagem advena, inopinada. Novo oxigênio no pulmão, novo cerzir na vida. Qual nada, dias escorregadios. Nada tão diferente dos afagos arredios, noites abafadas, esquálido anteontem, pálido ontem. São na sacada, degraus, chegada – malgrado a partida. A horagá: continência pra amanhã – um fio de prumo ébrio. E o néscio nada Pangloss, afinal que dia - previu muitas léguas, tiranas de errâncias, desandares. Sua noção de linho, desalinhada; o vinco, abarrotado. As linhas se misturam nas mãos, um passado vivo, sem futuro, presente incerto, tragado; poeira nos olhos, enevoados; couro curtido, sal pisado; sol na moleira, ombro calejado de cruz. Barruadas de cara de tacho: só livre da greia, por enquanto. Haverá novos chistes, embustes. Muxoxos na guarita, os olhos ao redor e qual agulha, tudo e a todos vestidos, finda nu tal deus de Mallarmé. Veja mais aqui, aqui e aqui.
Ouvindo: Sonata nº 14, D, 784, do compositor austríaco Franz Peter Schubert (1797-1828), com a pianista portuguesa naturalizada brasileira Maria João Pires. Veja mais aqui, aqui e aqui.
A FILOSOFIA E A PSICOLOGIA INTEGRADAS – O filósofo
norte-americano Ken Wilber é o
criador da Psicologia Integral que envolve um universo de estudo que vai desde
a física, química, biologia, medicina, neurofisiologia, bioquímica, ecociências,
teoria do caos, ciências sistêmicas, complexidade, psicologia e filosofia, além
de artes, antropologia e mitologia, matemática, política, econômica,
sociologia, negócios e escolas contemplativas e místicas. O seu sistema
operacional integral funciona a partir dos níveis ou ondas de consciência, das
linhas ou correntes de desenvolvimento, dos estados de consciência, dos tipos
de personalidade e dos quatro quadrantes que são intencional, comportamental,
cultural e social, considerando as linhas de desenvolvimento Cognitiva
(Piaget, Kegan), Moral (Kohlberg, Gilligan), Interpessoal (Selman, Perry),
Valores (Graves, Beck e Cowan), Necessidades (Maslow) e Emocional (Goleman). A
respeito de suas propostas diz ele: “Não acredito que a mente humana
seja capaz de errar cem por cento. Assim, em vez de questionar qual abordagem
está certa e qual está errada, assumo que cada abordagem é verdadeira, mas
parcial. Então, procuro visualizar um modo de encaixar essas verdades parciais,
de integrá-las, não escolhendo uma e livrando-me das outras”. Veja mais aqui, aqui e aqui.
UMA QUESTÃO PESSOAL – O escritor japonês Kenzaburo Oe foi o ganhador do Prêmio
Nobel de Literatura de 1994, possui vários dos seus livros traduzidos e
lançados no Brasil, a exemplo do seu Não matem o bebé (Civilização, 1994), Dias tranquilos (Difel, 1995), Um eco do céu (Difel, 1998), Uma
Questão Pessoal (Companhia das Letras, 2003), Jovens de um Novo Tempo,
Despertai!.(Companhia das Letras, 2006) e 14 Contos (Companhia das
Letras, 2011). A mais importante das suas obras é Uma questão pessoal (Companhia das Letras, 2003), e dela trazemos
os seguintes excertos: Lá estava o mapa
da África, em exposição no mostruário. Vistoso, belo como um cervo africano.
Bird deixou escapar um suspiro abafado. Enfiadas em uniformes e com as partes
expostas do corpo arrepiadas de frio, as vendedoras da livraria não lhe deram
atenção. Entardecia. Como o corpo de um gigante recém-falecido, a atmosfera em
volta da Terra fora perdendo aos poucos o calor daquele início de verão e se
resfriara por completo. As pessoas pareciam querer recuperar das sombras do
subconsciente a memória do calor do dia, cujo resquício a pele ainda retinha, e
suspiravam desoladas. Junho, seis e meia da tarde. Ninguém mais suava na
cidade. Exceto sua própria mulher, que àquela altura estaria transpirando
intensamente por todos os poros do corpo desnudado. Estendida sobre um lençol
de borracha e com os olhos fortemente cerrados, perdiz atingida em voo e em
plena queda. Gemendo de dor, tomada de angústia e ansiedade. [...] Queria ver o próprio rosto refletido nos
olhos do menino. De fato, pôde vê-lo no espelho dos olhos negros e cristalinos
da criança, mas a imagem era tão minúscula que não lhe permitiu constatar as
novas feições de seu rosto. Assim que chegasse em casa planejava se olhar no
espelho. E, depois, consultar o dicionário que o repatriado Deltcheff havia lhe dado, com a palavra esperança
escrita na capa interna. Pretendia fazer sua primeira consulta nesse dicionário
de um pequeno país da península balcânica. Buscaria a palavra paciência.
Veja mais aqui e aqui.
DO UNDERWORLD, SNOW ANGELS &
ET CÉTERA- O primeiro filme que assisti da atriz, modelo e garota de
propaganda inglesa Kathrin Romary Beckinsale, simplesmente a linda e
extraordinarimanete belíssima Kate
Beckinsale, foi por acaso: Underworld
(2003). O filme nunca fez nem faz o meu gênero, mas como eu estava na sala de
cinema apenas para fazer companhia e, como nada no filme me prendia, a beleza
dela me cativou. Depois, os filmes seguintes que ela fez do gênero, meus amigos
colocavam para rodar – eu baixava o som e ficava esperando ela entrar em cena.
Era aí que eu voltava, dava pausa e ficava fitando a sua performance:
lindamente bela. Isso num bocado de filme dela que vi de todos os Underwoord que vieram, do tal do Van Helsing – meu primo Paulo Rogério
era fã desse filme de assistir e reassistir direto -, do Whiteout, Contraband, Total Recall, Snow Angels e por aí vai. Ela, indubitavelmente faz parte do
panteão das beldades homenageadas pela campanha todo dia é dia da mulher. Veja
mais aqui.
Veja mais sobre:
Slavoz Žižek & Jacques Lacan, Modest
Mussorgsky, Peter Brook, Charlotte Dubreuil, Tan Ngiap Heng, Marie-Christine
Barrault & Cicero Melo aqui.
E mais:
Antonio Gramsci aqui.
Fecamepa, Sonhoterapia, Psicologia
escolar, A família mutante & Maristher Moura Vasconcellos aqui.
Georges Bataille, John dos Passos, Heitor Villa-Lobos & Kiri Te Kanawa,
Alain Robbe-Grille, Marie Espinosa & Berthe Morisot
aqui.
Maria Lenk, Martin Luther
King Jr, Egberto Gismonti & Naná Vasconcelos, Marie Duplessis, Greta
Garbo & Débora Arango aqui.
Gilles Deleuze, Dian
Fossey, Susan Sontag,
Padre Bidião, Sigourney Weaver, Washington Maguetas & João
Pinheiro aqui.
A poesia de João Cabral de Melo Neto aqui.
Darcy Ribeiro, Loius
Claude de Saint-Martin, Autran Dourado, Damaris Cudworth Masham, Juan
Orrego-Salas & Irina
Vitalievna Karkabi aqui.
Edgar Allan Poe &
Jacques Lacan, Paul Cézanne, Magda Tagliaferro, Nara Leão, Janis Joplin & Miguel Paiva aqui.
A cruzeta na volta que a vida dá, Artur Bual & Manuel
Cargaleiro aqui.
Tem hora pra tudo e a vida é outra coisa, Ariano Suassuna & Quinteto
Armorial, Emilia Kallock, Ciro Veras & Alexandra Lacerda aqui.
Nada melhor que a vida e viver além dos
próprios limites,
Antônio Nóbrega, lenda Umutina da criação dos homens, Oskar
Kokoschka & Mozart Fernandes aqui.
Dos revezes que não poupam a amizade e o
amor, Hermeto
Pascoal, Lydia Cabrera, Hiram Powers, Nicola Axe &
Rosalyn Drexler aqui.
Na vida, como no sonho, não há lógica, Algaravia, Winfried
Nöth & Francis Bacon aqui.
Soou a vida o paraíso do amor, Tibério Gaspar,
Marcos Rey & Helena Ramos, Catherine
Nolin & Luciah Lopez aqui.
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mulher: da antiguidade ao século XXI aqui.
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antemão aqui.
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