quarta-feira, novembro 06, 2013

ADÉLIA PRADO, TCHÉKOV, KIPLING, KEN WILBER, QUARUP & ACÁCIA BRAZIL

 

A HARPA DE ACÁCIA – O encanto esbanjado no seu jeito altivo da beleza fluminense diante da burma na busca da felicidade do seu espírito inquieto de geminiana pelas frágeis certezas deste mundo. Era desde a harpa dourada no cartão postal e a chegada de Lea Bach no Teatro Cassino Beira-Mar. Os seus dedos macios deslizavam pelas cordas de tripas de lince da saung gauk, em cada degrau da escada pequena ou de cerimônia, para glória de conduzir os herois dos Edas na pira fúnebre, ou como uma deusa psicagoga mensageira nórdica no modo do sono e todos dormiam irresistivelmente no encontro entre o céu e a terra. Era mais: a voz do Buda e exaltava a vida com o célebre e sagrado canto do harpista para Antef: Rejeita para longe de ti os cuidados, procura a diversão até que venha aquele dia de embarcar para a terra que ama o silêncio... E ela era Helena para inspirar meu coração Páris. Era Cleópatra a me seduzir com seus encantos. Como a deusa mãe celta ordenava as estações do ano e eu singrava de inverno a verão. E prosseguia como se lesse no papiro Harris 500: Segue teu desejo por mais que vivas. Põe mirra em tua cabeça, veste linho fino, unta a ti mesmo com as genuínas maravilhas de um deus. Aumenta teus deleites, que teu coração não se entristeça! Segue teu desejo e os prazeres a que aspiras, faze tuas coisas na terra ao pedido de teu coração... E eu me sentia como as insignias do Brian Boru, como a Irlanda e Gales. O apogeu para o júbilo da minha alma: Faz um dia feliz. Ponha junto o incenso e o óleo fino para tua narina, guirlandas de lótus e de flores sobre teu peito, ao passo que tua irmã, doce ao teu coração, está sentada ao teu lado... E ela se tornou a Cameratta de Odette na pintura de Bracet. Veja mais abaixo e aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Meu coração bate desamparado onde minhas pernas se juntam. É tão bom existir!... Pensamento da escritora, professora e filósofa Adélia Prado. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Se uma só pessoa for tocada por essa beleza, alcancei meu objetivo... Pensamento da harpista Acácia Brazil de Mello (1921-2008). Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

AOS DRAMATURGOS – [...] Tente ser original na sua obra e tão diligente quanto lje seja possivel, mas não tenha medo de se mostrar pateta. Devemos ter liberdade de pensamento e só é um pensador emancipado aquele que não tem medo de escrever patetices. [...] a brevidade é irmã do talento. Lembre-se, a propósito, de que declarações de amor, de infidelidades de maridos e esposas, viúvos, órfãos e outras desditas vêm sendo descritas desde há muito. [...] e o principal é que o pai e a mãe devem comer. Escreva. As moscas purificam o ar, e as obras, a moral. [...]. Trecho extraído da obra Letters on the Short Story, the Drama and other Literary Topics (L. S. Friedland, 1924), do dramaturgo e escritor russo Anton Tchékov (1860-1904). Veja mais aqui e aqui.

  

QUARUP – [...] Quase de si mesma a ubá se encostou à margem direita do furo e Nando e Francisca slaatram enlaçados pela cintura. Mais para dentro da mnargem havia orquídeas claras, quase brancas. Nando e Francisca não falaram. Apenas se voltaram um para o outro, braços abertos, e o breve instante em que se separaram foi para deixarem cair no chão as roupas sobre as quais se deitaram debaixo de orquideas pálidas, separados do rio por um cortinado de orquideas coloridas. Quando veio o prazer Francisca o fechou em lábios e pétalas quentes sem nenhuma palavra e Nando descobriu o gozo que é profundo e continuo como mel e seiva que se elaboram no interior das plantras. Se de quando em quando separavam boca ou ventre era para melhor se verem um instante e constatrem com assombro que eram ainda duas pessoas, de novo se perdiam um no outro sem mais saber com que lábios sentiam os lábios do outro ou quem possuia e quem era possuido, ambos sem rumo que não fosse o outro pois viviam um no outro e se detestariam quando uma vez mais estivessem sozinhos depois de haverem vivido tamanha soma da vida. Entraram na água fresca do furo, cheios ainda de desejo, não desejo de fome que estavam saciados mas desejo de moradia um no outro pois nenhuma razão reconheciam como válida para serem dois. Ainda pingavam águas nus e sorridentes quando Nando constatou desapontado que seu proprio sexo não estava no ventre lixo e flexivel de Francisca e que nem no seu peito de homem floriam os pequenos seios dela. [...]. Trechos extraídos da obra Quarup (Civilização Brasileira, 1967), do jornalista e escritor Antonio Callado (1917-1997). Veja mais aqui.

 

CARTA DE PRINCÍPIOSSe te sentes, hoje, como a adolescente que já foste, \ ou que, talvez, nem tenhas, de fato sido; \ se, ao andares pela rua, és abordada por um homem, \ que quer... saber as horas ou teu relógio roubar; \ se és chamada de tia, pelo rapaz que é um tesão, \ e de jovem, pelo guardador, espertalhão; \ se observas, impotente, a eficiente ação da gravidade, \ no indefeso espaço de teu corpo; \ se andas de táxi e a aflição, com rádio aos berros, \ é bem maior que o medo de um estupro; \ se teu companheiro, de certo fazendo graça, \ fala em trocar-te por duas de vinte; \ se olhas, distraída, ao espelho e, curiosa \ perguntas, quem será essa senhora; \ se, entre a austeridade e o ridículo, \ o comprimento de tua saia oscila; \ se achas cada vez pior a impressão do jornal e, \ ao alongares os braços, não resolves a questão; \ se passas a acalentar a ideia de uma plástica, \ tão criticada, nas outras, até então; \ se já duvidas de tudo que a razão teima em provar-te, \ mas és capaz de, sempre, acolheres nova ilusão; \ se, no momento mais solene, tudo colocas em questão, \ sendo capaz de rir dos outros, e, ainda, de ti mesma; \ se és capaz de, frente a teu pensar, tão pouco linear, \ de ti, não cobrares coerência, apesar das insistências; \ se aguentas a perda do viço, dos pelos e dos apelos, \ sem, mesmo assim, o gozo da vida tu perderes; \ se, do rock ou similar, já não lembras dos teus ídolos, \ mas continuas a dançar, se possivel conforme a música; \ se teu tesão, na imaginação mais forte que na ação, \ ainda assim te guia, na busca de novo pão; \ se assim é contigo ou, mais ou menos, te parece, \ és mulher, minha guerreira, e quarenta já mereces. Poema do escritor britânico Rudyard Kipling (1865-1936). Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

 

KEN WILBER - PSICOLOGIA INTEGRAL – A meta de uma Psicologia Integral é levar em conta e abarcar todos os aspectos legítimos da consciência humana. Trata-se de um livro que apresenta um dos primeiros modelos realmente integrativos da consciência, da psicologia e da terapia, fundamentando-se em centenas de fontes orientais e ocidentais, antigas e modernas, para criar um modelo psicológico que inclui ondas e correntes de desenvolvimento, estados de consciência e do eu, e analisa o curso da cada um deles, desde o subconsciente, passando pelo auto-conhecimento e indo até o superconsciente. Psicologia Integral é o trabalho sobre psicologia mais ambicioso do autor que já passou a ser considerado como um marco no estudo do desenvolvimento humano. UMA TEORIA DE TUDO – A obra Uma teoria de tudo é uma visão concisa e abrangente do pensamento revolucionário de Ken Wilber e da sua aplicação no mundo atual. Em linguagem clara, não técnica, o autor apresenta os modelos mais atuais que integram os domínios do corpo, da mente e da alma e do espírito, demonstrando como essas teorias podem ser aplicadas nos problemas do mundo real, nos campos da economia, da política, da medicina e da educação. Ele também apresenta práticas diárias que podem ser usadas pelos leitores a fim de aplicar essa visão integral no seu dia-a-dia. O OLHO DO ESPÍRITO – A obra O olho do espírito aborda temas desde temas acerca da psicologia Integral, a antropologia integral e seus defeitos fatasioso, o psicológico e espiritual, acelerando a ascensão e a descida a Deus, onde exatamente está o fundamento, a clareza cristalina da persepção sempre presente, enfim, trata de como seria viver numa cultura verdadeiramente integral, uma cultura que aceitasse sem reservas a existência do corpo, da mente, da alma e do espírito, apresentando, por meio do modelo do espectro da consciência para renovar completamente a visão de campos do conhecimento tão importantes quanto a psicologia, a espiritualidade, a antropologia, os estudos culturais, a arte, a teoria literária, a ecologia, o feminismo e a transformação planetária. UNIÃO DA ALMA E DOS SENTIDOS – A obra União da alma e dos sentidos: integrando ciência e religião, o autor observa que no mundo moderno, não há nenhum tópico mais polêmico e atual do que a relação entre a ciência e a religião – a ciência forneceu os métodos para descobrir a verdade, enquanto a religião ainda é a maior força criadora de sentido. Todavia, ambas ainda são consideradas mutuamente excludentes, com consequências angustiantes para a humanidade. Este livro mostra como se pode começar a pensar na ciência e na religião de maneira a tornar possíveis sua reconciliação e unidade, de forma aceitável para ambas as partes. Nesta obra, o autor visa levar o leitor comum a um acordo mútuo entre o mundo subjetivo e espiritual da sabedoria antiga e o mundo objetivo e empírico do conhecimento moderno. UM DEUS SOCIAL – Nesta obra o autor visa incorporar uma dimensão transpessoal à teoria sociológica, procurando criar uma estrutura de desenvolvimento através da qual os diversos níveis de interação social podem ser avaliados, e estabelecendo o âmbito de vários padrões epistemológicos - sensoriais, intelectuais e contemplativos - e os meios para analisá-los. Aborda o problema dos antecedentes no que diz respeito à religião, a hierarquia da organização, o individuo composto, alguns empregos da palavra crença, fé, experiência e adaptação, a sociologia da religião, o conhecimento e os interesses humanos, entre outros assuntos. O ESPECTRO DA CONSCIÊNCIA – Nessa obra o autor aborda os temas da evolução e da involução sob os pontos de vista dos dois modos de conhecer, a realidade como consciência, o tempo e a eternidade, o espaço e o infinito, a evolução do espectro, resenhando as tradições, a integração da sombra, o grande filtro, o homem como centauro, uma terra de ninguém e aquilo que é sempre já. O PROJETO ATMAN – Na obra O projeto Atman: uma visão transpessoal do desenvolvimento humano, trata acerca do desenvolvimento da evolução como transcendência com o objetivo de alcançar Atman, que é a Consciência de Unidade Essencial é só Deus. O autro considera que todos os impulsos servem a este Impulso, todos os desejos dependem deste Desejo e todas as forças subordinadas a esta Força. E é a este movimento, em seu conjunto, que o autor denomina de projeto Atman, o impulso de Deus para Deus, de Buda para Buda, de Brahman para Brahman, impulso esse originado no psiquismo humano e cujos resultados vão do enlevado até o catastrófico. KEN WILBER – O filósofo e pensador norte-americano Ken Wilber é o criador da Psicologia Integral e do Movimento Integral, que concentra as ideias básicas da integração de todas as áreas do conhecimento. Veja mais aqui e aqui.

REFERÊNCIA
WILBER, Ken. Uma teoria de tudo. São Paulo: Cultrix, 2003
______. Psicologia integral. São Paulo: Cultrix, 2007.
______. O olho do espírito. São Paulo: Cultrix, 2001.
______. União da alma e dos sentidos: integrando ciência e religião. São Paulo: Cultrix, 2001.
______; Um deus social. São Paulo: Cultriz, 1987.
______. O Espectro da Consciência. São Paulo: Cultrix, 1990.
______. O Projeto Atman: uma visão transpessoal do desenvolvimento humano. São Paulo: Cultrix, 1999,


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NATAL DO NITOLINO – Neste final de ano haverá apresentação do espetáculo do Nitolino com doação de livros infantis para as crianças das comunidades carentes de Maceió.


VOCÊ PODE PARTICIPAR!!!!!


DOAÇÃO DE 5 REAIS – Com a doação de 5 reais você proporciona a doação de um livro infantil para as crianças das comunidades carentes de Maceió. É só depositar nas contas:

BANCO DO BRASIL – Ag. 3332-4 -  c/c 9051-4
Em nome de Luiz Alberto Machado.

Participe do Natal do Nitolino e faça uma criança maceioense feliz!!!!!!
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JUDITH BUTLER, EDA AHI, EVA GARCÍA SÁENZ, DAMA DO TEATRO & EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA

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