segunda-feira, janeiro 26, 2015

QUARUP, LANFRANCO, TAVITO, ANGELA DAVIS & BARBARELLA


QUARUP – Uma das obras mais impressionantes da literatura brasileira é o romance Quarup (Civilização Brasileira, 1967), do jornalista e escritor Antonio Callado (1917-1997). Conta a história de um padre de Pernambuco, Nando, que tem o sonho de construir na Amazônia a sua terra prometida, enquanto se envolve num amor platônico por Francisca que o faz abandonar a causa e a batina. Uma história vibrante e uma narrativa riquíssima de engenhosidade literária. Confira um fragmento: [...] Na vida de Nando e Francisca a zona do Jarina e da cachoeira de Von Martius se transformou em mero divisor de águas. O dia em que se adotou a resolução de fazer a marcha ficou entregue à fantasia de cada um. Nando tomou a pequena ubá que vinha no barco de carga e saiu remando, ali onde o Jarina entre no Xingu. A foz, abaixo da cachoeira de Von Martius, fica meio oculta por uma ilha. Dando a volta à ilha para melhor pensar em Francisca, Nando a viu pela primeira vez transferida para o mundo. Desde os tempos de Olinda, que certas paisagens para Nando a própria Francisca transposta para outro meio de expressão: oitão de igreja batido de sol com cajueiro, coqueiro, perto de rede de pescar estendida na areia. Às vezes Nando sentia mesmo um certo temor de perder Francisca, de disciplinar sua invocação untariatária. Mas aquele dia na foz do Jarina foi diferente. Remava Nando perdido em sonho de Francisca, a capacidade de visão tomada pela imagem muito viva daquela com quem acabava de estar, quando a viu realmente transferida para o mundo. É que por trás da ilha entrara quase insensivelmente por um mfuro estreito e alastrado de orquídeas dos dois lados. Mata fendida pelo fio d´água tornado lilás pela contemplação de tantas orquídeas. Nando remou de volta ao acampamento, encostou a ubá para chamar Francisca [...] Nando e Francisca não falaram. Apenas se voltaram um para o outro, braços abertos, e o breve instante em que se separaram foi para deixarem cair no chão as roupas sobre as quais se deitaram debaixo de orquídeas pálidas, separados do rio por um cortinado de orquídeas coloridas. Quando veio o prazer Francisca o fechou em lábios e pétalas quentes sem nenhuma palavra e Nando descobriu o gozo que é profundo e continuo como mel e seiva que se elaboram no interior das plantas... Veja mais aqui, aqui, aquiaqui.

Imagem: Venus playing the Harp (1630), do pintor do Barroco italiano, Giovanni Lanfranco I(1582-1647).

Ouvindo: Rua ramalhete e outros sucessos do Tavito.

ELA PANTERA NEGRA - A professora e filósofa socialista estadunidense, Angela Yvonne Davis, integrante dos Panteras Negras, do movimento Black Power e militante de organizações políticas dos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial. Por suas atividades, na década de 1979 passou a ser procurada pelo FBI com prisão decretada por ser acusada de conspiração, sequestro e homicídio. Ao ser presa, o seu julgamento durou 18 meses e uma manifestação pública mobilizou o país pela sua libertação. Nos debates do tribunal, a condição negra passou a ser a discussão, sendo, finalmente, inocentada. Ela recebeu homenagens de John Lennon com a música Angela, e dos Rolling Stones que gravaram em sua homenagem Sweet Black Angel. No final da década de 1970, ela foi ganhadora do Prêmio Lêniz da Paz e mantém até hoje suas atividades com discursos e palestras sobre as causas dos negros, latinos e mulheres, concentrando suas atenções para o abolicionista prisional no sistema carcerário dos Estados Unidos. Veja mais aqui.

A HEROÍNA BARBARELLA – Tudo começou com os quadrinhos criados pelo escritor e ilustrador francês Jean-Claude Forest (1930-19989). Mas o bom mesmo foi depois, quando em 1968, o diretor Roger Vadim (1928-2000) lança o filme com a heroína Barbarella, protagonizada pela Jane Fonda, tornando-se a maior sensação do universo masculino. Eu mesmo não perdia de rever o filme, sonhando um dia ter uma heroína dessa pra mim. Coisas de infância que se mantiveram na adolescência, quando passou a residir na memória dos sonhos. Veja mais aqui.


Veja mais sobre:
O reino das águas aqui.

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