SINA DE URUTAU - Era julho e a
primeira paixão fagulhava na noite. Era senão o açoite de lá para cá espalhando
o escuro, com o apuro de graça mais rara no susto sem direção apurava a visão
no olhar resoluto e era amor sem luar. Foi! Foi! Foi Logo ali seu sorriso nas
faces com cheiro de rosas. Era tão formosa como se orvalhasse em feitiço e por
isso a vertigem pelas veias e desvãos, gadanho na carne então eu sangrava na
teia. Foi! Foi! Foi! Sonhava com o toque de sua mão artesã e sua pele
enrubescia o labirinto de amor. Pra onde vou, se nem ia e a paz já perdera com
sua cunhã lindeza de nunca ou jamais. Foi! Foi! Foi! Porém, um só raio em riste
à toa e se foi. Pra onde eu não sei, oh, revelou a fealdade... Deixou-me pássaro
triste errante às lonjuras na maior desventura de alma penada. Foi! Foi! Foi! Nada
sou pro agouro ou esconjuro ao léu. Sou-me inteiro vão obscuro pelo céu no
vário voar. Apesar do fadário ermitão sem pena, sinistro ou assombro ecoando nos
ombros esgoelado poema das tripas coração. Foi! Foi! Foi! © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui e aqui.
DITOS &
DESDITOS - Nenhuma mulher não é uma coisa, um puro
receptáculo. Ele amassa seu filho com seus sentimentos e idéias como com sua
carne; escravo, só pode criar escravos. Se agirmos como nossos adversários, como o
mundo escolherá entre eles e nós?...
Pensamento da escritora e jornalista francesa Victoire Léodile Béra (1824-1900),
também conhecida como André Léo e foi ativista entre o socialismo e o
anarquista. Veja mais aqui.
ALGUÉM FALOU: Você certamente pode ser um artista em
qualquer lugar... Mas é útil viver em uma comunidade que tem consciência das
artes e desejo de estimulação visual...
Pensamento da escritora estadunidense Amy Fisher, mais conhecida como
"a Lolita de Long Island" pela mídia em 1992, quando, aos 17 anos,
atirou e feriu gravemente Mary Jo Buttafuoco, esposa de seu suposto amante Joey
Buttafuoco. Ela foi inicialmente acusada de tentativa de homicídio em primeiro
grau, mas acabou se declarando culpada de agressão agravada em primeiro grau e
cumpriu sete anos de prisão. Após sua liberdade condicional em 1999, Fisher
tornou-se jornalista e escritora, antes de embarcar em uma carreira adotando o
nome de Elizabeth Bellers, publicado o livro If I Knew Then...(2004).
O SEGREDO DE BROKEBACK - […] Havia um certo espaço entre o que ele sabia e o que ele tentava
acreditar, mas nada podia ser feito a respeito, e se você não consegue
consertar, tem que suportar. [...]. Trecho
extraído da obra Brokeback Mountain (Intrínseca, 2006), da escritora e jornalista estadunidense Annie Proulx, que no seu livro The Shipping News (Scribner, 1994) expressa que: […] Nós enfrentamos coisas
horríveis porque não podemos contorná-las, ou esquecê-las. Quanto mais cedo você disser "Sim,
aconteceu, e não há nada que eu possa fazer sobre isso", mais cedo você
poderá seguir com sua própria vida. Você tem filhos para criar. Então você tem que superar isso. O que temos que superar, de alguma forma nós superamos. Até as piores coisas. [...] Todos que foram embora sofreram com o coração partido. "Eu vou voltar algum dia",
todos escreveram. Mas nunca voltaram. A vida antiga era pequena demais para caber mais [...] E pode ser que o amor às vezes ocorra sem dor ou miséria. [...].
Já no seu livro Close Range: Wyoming Stories
(Scribner, 2000) ela expressa que: […] De qualquer forma, há algo errado com todo mundo e cabe a você saber com o
que pode lidar. [...]. Sobre o ato de
escrever ela defende: Você deve escrever
porque ama a forma de histórias e frases e a criação de diferentes palavras em
uma página. A escrita vem da leitura, e a leitura é a melhor professora de como
escrever...
TRÊS POEMAS - A CASA QUE EU ERA - A casa que fui \ não
tem porta, deixou \ sair \ o morador. ICEBERGS - O desejo dança \ por todo o
continente.\ Se você mergulhar, \ entenderá como \ o cume finge \ sua
inocência, \ enquanto no fundo o desejo, até mesmo de morte, \ se arrasta. MUITO
- Éramos tão unidos \ que suas feridas me machucaram.\ Estávamos tão de um
jeito \ que não me reconheço no espelho.\ O seu riso e o meu combinavam tanto \
que na ausência do seu \ ninguém conseguiria nos entender.\ E eu, que gozei
tanto na tua cama, \ já não encontro gozo no desejo \ Porque tanto, tanto e
tanto e tanto e tanto \ não posso inventá-lo \ senão no teu corpo. Poemas da escritora, professora e
pesquisadora panamenha Lucy Cristina Chau, autora dos livros IndiGentes
(2007), Violencia de importación: seguridad ciudadana en los medios
(2008), La Virgen de la Cueva (2006), La casa rota (2008), De
la puerta hacia adentro (2010) e Mujeres o diosas (2013).
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