sexta-feira, janeiro 30, 2015

RENÉE FERRER, LIZA MARKLUND, MAVIS GALLANT, HENFIL, GUÉNON & ELIANE DE GRAMMONT

 


ELIANE, UMA VÍTIMA PASSIONAL... - A linda Eliane Aparecida era leonina e perdera seu pai para a miocardiopatia, enfermidade que vitimou dois de seus irmãos. Mesmo assim começou a cantar inspirada na mãe cantora e incentivada pelos sobreviventes irmãos jornalistas e do rádio. Emplacou a música Coisas Bobas, na novela da rádio Tupi, O profeta. Na esteira da ascensão conheceu o amor na RCA que se prolongou por dois anos de namoro até se casar, contrariando os parentes e com a expressão clara de separação de bens: não tinha interesse algum na fortuna do seu amor. Só descobriu o erro depois: foi proibida de cantar. Desse breve relacionamento nasceu sua filha. O seu inferno: o abuso de álcool e as crises violentas de ciúmes, deram em episódios de agressão, separações e sofridas reconciliações. Foi exigida que assinasse dez compromissos, recusou; finalmente o desquite, uma dolorosa separação. E a descoberta de ser portadora da miocardiopatia que matara vários de seus familiares. Não se deu por vencida e retomou a carreira de cantora. Mas ao se apresentar no Belle Époque, naquela noite de segunda-feira outonal, cantando a música João e Maria, da dupla Sivuca-Chico Buarque, no momento em que entoava a frase musical: Agora era fatal que o faz de conta terminasse assim... Ela foi alvejada com vários tiros desferidos pelo ex-marido enciumado. O violonista que a acompanhava também foi atingido no abdome – era primo do infrator. Foi levada às pressas a um pronto-socorro e não resistiu aos ferimentos. Durante o julgamento ela foi escarnecida e desqualificada de todas as formas: mãe que descumpria suas obrigações, infiel e de conduta reprovável, tudo em nome da legítima defesa da honra do macho e sob o imaculado crime passional cometido por violenta emoção: Mulher que bota chifre tem que virar sanduíche! Quanta impunidade, o adultério era crime. Vítima de feminicídio, um combate antigo à violência contra a mulher. De luto até hoje: Quem ama não mata... É preciso repetir com todas as vozes: Eliane Gramont não vai cantar hoje. Ela está morta! Viva Eliane de Grammont (Eliane Aparecida de Grammont – 1955-1981), filha da compositora Elena de Grammont e irmã da jornalista Helena de Grammont. Veja mais abaixo & mais aqui & aqui.

 


DITOS & DESDITOS: O sucesso só pode ser medido em termos da distância percorrida. Existem muitas opiniões neste mundo, e boa metade delas são professadas por pessoas que nunca tiveram problemas... Pensamento da escritora canadense Mavis Gallant (1922-2014). Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Os homens de hoje gabam-se da extensão cada vez maior das modificações que impõem ao mundo, e a consequência é que tudo se torna cada vez mais “artificial”... O “fim de um mundo” nunca é e nunca poderá ser nada além do fim de uma ilusão... Pensamento do escritora esotérico francês René Guénon (1886-1951), que na sua obra The Crisis of the Modern World (Sophia Perennis et Universalis, 2001), expressa que: […] O que os homens chamam de acaso é simplesmente sua ignorância das causas; se a afirmação de que algo aconteceu por acaso significasse que não teve causa, seria uma contradição de termos. [...] Aqueles que podem ser tentados a ceder ao desespero devem perceber que nada realizado nesta ordem pode ser perdido, que a confusão, o erro e a escuridão podem vencer apenas aparentemente e de forma puramente efêmera, que todo desequilíbrio parcial e transitório deve necessariamente contribuir para o equilíbrio maior do todo, e que nada pode, em última análise, prevalecer contra o poder da verdade. [...].

 

ALGUÉM MAIS FALOU: Por que é que vestir um homem de mulher é humilhar, é desmoralizar? Por que ser mulher é a coisa mais humilhante e desmoralizada que tem? Pior que ser cachorro, pato ou galinha? ... Pois. É por isso que um (dois, três, mil) Lindomar Castilho tem o legítimo direito de matar a Eliane de Grammont. Ah, ele é apenas misericordioso. Quis livrar a Eliane da humilhação, da desmoralização de ser... uma mulher. Manifestação do cartunista, jornalista, quadrinista e escritor brasileiro Henrique de Souza Filho, o Henfil (1944-1988), no quadro TV Homem, no programa televisivo diário TV Mulher, da Rede Globo, publicado na seção da revista hebdomadária IstoÉ, escrevendo cartas à sua mãe e comentando fatos da semana, no fatídico 8 de abril de 1981, comentando o fato de policiais vestirem um assaltante de mulher e com ele desfilaram pelas ruas como sinal de humilhação. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

SEXO NO ESTÚDIO - […] Que importância tinha o que ela escreveu sobre uma garota sueca morta, quando pessoas em outras partes do mundo não faziam nada além de matar umas às outras? [...]. Trecho extraídos da obra Studio sex (SUMA, 2010), da escritora e jornalista sueca Liza Marklund (Eva Elisabeth Marklund),  que na obra Sprängaren (Ordupplaget, 1999), expressa que: […] Neste momento, nunca mais conte com nada e não se concentre em suas próprias propriedades; Vieta de zi cu zi não é distorcido e deve ser irracional: nem mesmo fericiți e nem se parece com tudo isso é possível. [...], e na obra The Final Word (Corgi, 2015) expressa ainda que: […] A jornalista imparcial, pesquisadora e esclarecedora, como era aos olhos de todos, de todos os atores modernos, não seria nada além de um pequeno parágrafo na história dos homens, e foi ele, ele mesmo em pessoa, quem esteve no leme já eles gritaram direto para o inferno. [...], ao enfatizar que: Nunca haverá nenhuma revolução. A humanidade trocou-a pela Coca-Cola e pela televisão a cabo.

 

TRÊS POEMASDEJEÇÃO - Esvazie o copo da indiferença,\ a ferrugem do distanciamento,\ e confinado em seu corpo\ deixe-se levar em direção ao seu eu primitivo;\ absorve lentamente a orfandade\ que traz você\ Que banquete para um coração gelado.\ Com o próprio desamparo\ enxugue a baba\ da teimosa aranha que te encurrala,\ e deixe ir:\ não tente mais, \ você não é ninguém. CONVICÇÃO - Úmido e germinado em desejo,\ estranho diante de um perfil que não conheço,\ Eu fecho portas,\ Fecho o país da febre.\ As pessoas que amo me veem partir;\ Eles mantêm minha concha vazia.\ Eu sou um navio\ com o leme encalhado em frente ao penhasco\ de onde vem a palavra,\ prisioneiro de paredes caducas\ que assedia um vendaval estéril.\ Por trás do impulso do pensamento\ meu sulco de ternura torna-se estéril.\ Eu sou uma bola de gude que nega\ o beijo elementar,\ o doce momento,\ esbanjando elogios\ ao verbo:\ meu carrasco. MÚSICA DENTRO DO SEU CORPO - Ouço dentro do seu corpo uma nota de sustentação;\ uma cotovia sobe no andaime do tempo, um tempo\ que vive em você e flui em seu pulso. Você não ouve?\ Com sua garganta de cristal dissipa a névoa que escurece sua testa;\ seu canto sobe até seus pensamentos, abunda em seus braços, multiplica-se,\ atraindo você para as ilhas dos meus beijos.\ ouço tuas artérias prolongadas num solo de ternura;\ perdido atrás da minha melancolia a mesma nota se repete na celestialidade dos seus olhos.\ Como se dissesse aqui estou, uma melodia como a de um trapezista atravessa seus olhos aumentando minha alegria,\ e do seu coração, meu amor, seus arpejos desenterram meus mistérios.\ A nota é uma pequena chave que tilinta em suas mãos, inaugurando a flâmula da minha impaciência; aquecendo-me ao lado da chama, estou inundado de coros gloriosos,\ seus lábios na chama, acordes na minha boca.\ Busque a nota em seu corpo, busque-a: ela é feita de luz; \ na tua fundição vejo uma revoada de andorinhas alegres;\ em seus músculos ressoa a música do universo,\ e eu me rendo aos ditames do desejo. Poemas da escritora e dramaturga paraguaia Renée Ferrer de Arréllaga.

 

SACADOUTRAS

  

SATYAGRAHA & O DIA DA NÃO-VIOLÊNCIA - Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948), o grande Mahatma Gandhi que foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano atuou como advogado na África do Sul defendendo a minoria hindu e liderando a luta de seu povo por seus direitos. Ele tornou-se o maior defensor do Satyagraha como desobediência civil e meio de revolução, por meio do seu programa de cinco pontos exibidos pelos dedos da sua mão: igualdade, nenhum uso de álcool ou droga, unidade hindu-muçulmano, amizade e igualdade para as mulheres. Esses pontos estavam conectados ao pulso significando a não-violência. Utilizou também a estratégia política do swadeshi – boicote a todos os produtos importados. Por sua luta em defesa da paz e do povo hindu, ele foi assassinado no dia 30 de janeiro de 1948, em Nova Déli, pelo hindu radical Nathuram Godse. Seu corpo foi cremado e suas cinzas jogadas no rio Ganges. Veja mais aquiaqui

Imagem da atriz inglesa Vanessa Redgrave no filme Blow-Up, do cineasta italiano Michelangelo Antonioni. Veja mais aqui

Ouvindo Phil Collins cantando no Genesis Firth Of Fifth & I Know What I Like (In Your Wardrobe), ao vivo no show When in Rome, 2007. Veja mais aqui.

A EDUCAÇÃO DOS FILHOS E A SINA DE MÃE – A Associação de Moradores saiu de casa em casa convocando os moradores para uma palestra sobre cuidados dos filhos. Falou em filhos, é o mais importante assunto para Marcialita. No dia e hora marcados lá foi ela com os seus cinco bruguelinhos de cabelo de milho, tudo enganchado no cós da saia. Assistiu a tudo, apertou os olhos por não entender patavina, mas não arredou o pé. Ao final, o palestrante saiu perguntando aos presentes a respeito do tema abordado. Na vez dela, no jeito xucro dela, esbravejou: - Lá em casa é assim: escreveu num leu, pau cumeu pra num virá imprestáve e não me dá mais sossego pru resto da vida. Prurisso, reza tudo de joêio ni pedra, todo santo dia e adispois dô uma pisa em cada um pra aprendê e me livrá de duas maledicença: ser mãe de político ou de juiz de futebó. Vamos aprumar a conversa & tataritaritatá!!! Veja mais aquiaqui

DOS GIBIS AOS CATECISMOS DO ZÉFIRO – Desde menino que fui colecionador de gibis, de ter sacos e sacos cheinhos deles. E de tudo: desde os da Turma da Mônica que já circulava, passando pelos clássicos dos super-heróis da gringada, até os que às escondidas carregava dentro das revistas: os catecismos de Zéfiro. Ainda hoje sou fã de quadrinhos. E como hoje é o Dia Nacional dos Quadrinhos, quero homenagear o rockcartunistamigo Márcio Baraldi e à roteirista e divulgadora Michelle Ramos. Veja mais aqui, aqui e aqui


A VOZ DOS DESENHOS – A atriz canadense Jennifer R. Hale, além de apresentadora de televisão e de atuar em cinema, é também uma das vozes mais conhecidas do planeta por sua voz em jogos, animações, comerciais e filmes da Disney e de Hollywood. Entre os games estão o Tales of Symphonia, o Star Wars, o The Metroid Prime series, entre outros. Por meio dela a nossa homenagem para todos os locutores e dubladores do planeta. Veja mais aqui.

ELA DO TEATRO, CINEMA & TELEVISÃO – Hoje também é dia de homenagear a atriz, apresentadora de TV e diretora Maria Luísa Mendonça, que se formou pela Casa de Arte das Laranjeiras, em 1991, para brilhar na televisão, no cinema e no teatro. Atuou em peças teatrais de Nelson Rodrigues, Pirandello e Shakespeare, além das suas maravilhosas participações em filmes como Jogo Subterrâneo, Amar, Quem matou Pixote, dentre outros, e pela direção dos filmes Everyday Art, Indonesia: Islands on Fire e Nasci Mulher Negra. Veja mais aqui.


Veja mais sobre:
O reino das águas aqui.

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Cantando às margens do Una aqui.
A correnteza do rio me ensinou a nadar aqui.
Penedo, às margens do São Francisco aqui.
Sou deste chão como a terra, o fogo, a água e o ar, André Gide, Brian Smith, Friedrich Hundertwasser & Carol Andrade aqui.
O que era Mata Atlântica quando asfalto que mata, António Salvado, João Parahyba, Don Dixon & Nini Theiladetheilade aqui.
Existe gente pra tudo, Os Apinajé, Harriet Hosmer, Josefina de Vasconcelos, Anelis Assumpção & Banksy aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
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YŌKO TAWADA, NATALIE DIAZ, KAKA WERÁ, PAULO BRUSCKY & INDÍGENAS PELA PAZ

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Choreography (2004), Subject to Change (2001), Storm (1997), The Classical (1996) e The O...