quinta-feira, janeiro 22, 2015

MORGAN YASBINCEK, CAROLE BOUQUET, PIERRE LOUŸS & BUÑUEL

 


CAROLE INESQUECÍVEL – A primeira vez que a vi era uma das Conchitas do Cet obscur objet du désir de Buñuel, inesquecivelmente linda com seus trejeitos refinados, delicadeza apaixonante, o ar angelical tomando conta de tudo, para se tornar, logo depois, na fisionomia da Chanel. Linda demais como a bela jovem no Buffet froid. Encantadora demais como a Valentine no Le Manteau d'astrakan. Vertiginosamente bonita como a Princesa Soraya de New York Stories. Infinitamente encantadora como Carol Schneider no Le Jour des idiots, ou como a requintadíssima charmosa Florence Barthélémy em Too Beautiful for You. Não menos enfeitiçante como a professora Lucie Aubrac vivendo um amor em tempo de guerra. Provocantemente bela como a artista plástica Viviane Farnese de En plein cœur. Muitas cenas, incontáveis. Na vida privada envolvida em causas humanitárias, apoiando projetos de promoção à saúde e à educação das crianças. Estilosamente elegante ela é uma figura emblemática: o seu compromisso social com o talento indiscutivel na longuíssima carreira de décadas. Salve Carole Bouquet! Veja mais abaixo e mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - O amor é possível. A vida vai decidir. Não perca, é um tesouro. Vai ser doloroso; vai ser uma aventura, uma montanha-russa. A vida é uma montanha-russa e fica pior quando você envelhece. Ao contrário do que você pensa, que fica melhor quando você sabe mais - não, quanto mais você sabe mais doloroso é. Você foi ferido. Você chega com um milhão de cicatrizes e sua armadura não é grossa. Quanto mais você envelhece, mais você fica frágil. Mas faça isso de qualquer maneira. Vá em frente. Caso contrário, significa morte. Quando você é jovem, todos os acidentes, toda a dor que você sofre; mas pelo menos você é muito forte. Na verdade, com o tempo, a dor aumenta cada vez mais; cada vez mais perdas, e isso o torna mais frágil. Um homem não pode transmitir, como uma mãe poderia, uma consciência do seu corpo, ou sensualidade, ou o que significa ser uma mulher. Nunca me ensinaram o que era feminilidade. Eu aprendi - ou melhor, eu inventei - por conta própria. Eu tendia a não falar, se as pessoas estavam olhando para mim. Esta coisa de gostar de si mesmo, eu acho isso absolutamente terrível. Quem gosta de si mesmo, não posso aproximar muito deles. Para mim é pura estupidez. Mas ter alguma paz consigo mesmo, isso é um grande alívio. A verdadeira elegância é simplesmente um verdadeiro encontro consigo mesmo. Não estou interessado no debate político. Existem algumas soluções práticas aqui. Pensamento da atriz francesa Carole Bouquet.

 

ALGUÉM FALOU: Felizmente, em algum lugar entre o acaso e o mistério está a imaginação, a única coisa que protege nossa liberdade, apesar do fato de que as pessoas continuam tentando reduzi-la ou matá-la completamente. Pensamento do cineasta espanhol Luis Buñuel Portolés (1900-1983). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

 

A MULHER & A MARIONETE - […] Quero é uma palavra surpreendente, você pode dizer tudo. Roubar, desejar, amar, amar e prediligerar. De volta em outra, segundo o tom que vien dato, expresse o mais imperativo das paixões ou o mais amado dos caprichos. É uma ordem ou um guia, um dicionário ou um acordo. Talora, não, é irônico.[...]. Trecho extraído da obra La femme et le Pantin (Createspace, 2012), do escritor belga Pierre Louÿs (Pierre Félix Louis – 1870-1925). Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

DOIS POEMAS - PORTA DO AR - oito de nós sob este teto, sete em pé, um \ em decúbito dorsal e depois quatro sentados, três em pé, um \ em decúbito dorsal, dedos entrelaçados sobre a caixa torácica \ sete pessoas conversam entre bolinhos \ de silêncio, nem todos entraram conosco \ alguns deixados pela família antes, saíram \ como um rosário de tristeza\ a sala tem dois pulmões, não como um coração \ com sua cruz torta, dois lóbulos, uma \ cortina, uma porta de ar na borda esquerda\ ninguém nunca, nem nunca irá\ esta divisão\ porque um mundo de um \ lado teme o mundo do outro, embora \ um seja a sombra do outro\ este é um caso de invasão humana \ no limiar \ da porta do ar. RENÚNCIA - era noite quando sua língua \ se tornou planta, cresceu \ em folhas, apresentou botões, fez \ sombra dos caules da língua \ ele havia brincado por tempo suficiente com potenciais, esperado \ em sua caverna de votos de restrição, mas \ as águas em que se encontrava estavam densas com a química pesada \ dessas coisas, ele queria gritar, encontrar uma companhia \ de ouvidos, dançar com aqueles ventos de voz \ treinada para o silêncio\ falava enquanto ela dormia, dizia ao \ quarto silencioso que aquele não era o lugar para ela, não era o tipo certo \ de ouvidos aqui, quando alguma coisa pousou, sorveu néctar, \ tornou-se uma planta, despreocupada com \ os canais tortuosos do silêncio, encontrando suas veias fluindo de um \ fonte diferente, cinto rasgado, amarração caída, janela, algo para derramar \ como planta, ela escolhe ser mais terna, abandonar \ questões de voz e expressão, esperar, participar \ apenas de tendências refrescantes, de doçura \ foi assim que ela desistiu de tentar respirar sob pressão, ver \ atrás das paredes, andar vendada, por uma espécie de \ sensualidade lúcida, por alcançar de qualquer maneira. Poemas da escritora e acadêmica australiana Morgan Yasbincek, autora de obras tais como Night Reversing. (1996), Firelick. (2004) e White Camel (2009).

 

SACADOUTRAS

 

LITERATURA E POLÍTICANo livro Literatura e vida nacional, o filósofo, cientista político e comunista italiano, Antonio Gramsci (1891-1937), fala a respeito da Literatura e da Política, considerando: [...] no que toca à relação entre literatura e política, deve-se levar em conta o seguinte critério: que o literato deve ter perspectivas necessariamente menos precisa e definidas que o político, deve ser menos sectário, se assim se pode dizer, mas de uma maneira contraditória. Para o político qualquer imagem fixada a priori é reacionária; o político considera todo o movimento em seu devenir. O artista, pelo contrário, deve possuir imagens fixadas e articuladas em sua forma definitiva. [...] O artista representa necessariamente o que existe, num certo momento, de pessoal, de não-conformista, etc., de um modo realista. [...] O mais comum preconceito é o seguinte: o de que a nova literatura deva se identificar com uma escola artística de origem intelectual, como foi o caso do futurismo. A premissa da nova literatura não pode deixar de ser histórica, política, popular: deve tender a elaborar o que já existe, não importa se de um modo polemico ou de outro modo qualquer/ o que importa é que aprofunde suas raízes no húmus da cultura popular tal como é, com seus gostos, suas tendências, etc., com seu mundo moral e intelectual, ainda que este seja atrasado e convencional. Veja mais aqui, aqui,  aqui e aqui.

Imagem: Nude, de Lidia Wylangowska. Veja mais aqui.

Ouvindo: 6º Solo, 2011, sétimo álbum da cantora, compositor e apresentadora Luciana Mello. Veja mais aqui.

NOVUM ORGANUM – Tratando por sofista não só o Organon como toda filosofia aristotélica, o filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626), em seu Novum Organum assinala que: O intelecto humano não é luz pura, pois recebe influencia da vontade e dos afetos, donde se pode gerar a ciência que se quer. Pois o homem se inclina a ter por verdade o que prefere. Em vista disso, rejeita as dificuldades, levado pela impaciência da investigação; a sobriedade, porque sofreia a esperança; os princípios supremos da natureza, em favor da superstição; a luz da experiência, em favor da arrogância e do orgulho, evitando parecer se ocupar de coisas vis e efêmeras; paradoxos, por respeito à opinião do vulgo. Enfim, inúmeras são as fórmulas pelas quais o sentimento, quase sempre imperceptivelmente, se insinua e afeta o intelecto. Veja mais aquiaqui.

O TEATRO DO INFERNO – No epílogo do seu livro Inferno, o escritor, pintor e dramaturgo sueco, August Strindberg (1849-1912), conclui: “[...] É assim a equação da minha vida: um sinal, um exemplo para servir de aperfeiçoamento aos outros; um joguete para mostrar a vaidade da fama e da glória; um joguete para esclarecer a juventude sobre a maneira pela qual não se deve viver; um joguete que se crê um profeta e termina desmascarado como impostor. Veja mais aqui, aquiaqui.

A DAMA DE PIXOTE – De tudo que vi de teatro, cinema e televisão da grande atriz Marília Pêra, pra mim, ela já havia se imortalizado com sua arte no filme Pixote, a lei do mais fraco (1980), dirigido por Hector Babenco e inspirado no livro Infância dos Mortos, do escritor e roteirista José Louzeiro. Evidente que tudo que tem a marca dessa maravilhosa atriz é sinônimo de talento expressivo. Por isso mesmo a nossa tirada de chapéu com aplausos de pé. Veja mais aqui.



Veja mais sobre:
O reino das águas aqui.

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Eu nasci entre um rio e um riso de mulher aqui e aqui.
Cantando às margens do Una aqui.
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Penedo, às margens do São Francisco aqui.
Sou deste chão como a terra, o fogo, a água e o ar, André Gide, Brian Smith, Friedrich Hundertwasser & Carol Andrade aqui.
O que era Mata Atlântica quando asfalto que mata, António Salvado, João Parahyba, Don Dixon & Nini Theiladetheilade aqui.
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CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
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E como todo dia é dia da mulher, hoje a nossa homenagem pra ela vai pela arte do tricordiano Vagner Santana.

YŌKO TAWADA, NATALIE DIAZ, KAKA WERÁ, PAULO BRUSCKY & INDÍGENAS PELA PAZ

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Choreography (2004), Subject to Change (2001), Storm (1997), The Classical (1996) e The O...